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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13828: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (36): Vídeo de homenagem ao Pepito (1949-2014)


Vídeo (2' 29''). Alojado no You Tube > ADBissau. Publicado  em  2/4/2014. Produção da TV Klele. No curto vídeo da TV Klele (que ele tanto acarinhava e apoiava) passam algumas imagens recentes da sua vida e das iniciativas que liderou no âmbito da AD de que foi cofundador e diretor executivo: Simpósio Internacional de Guiledje,  Assembleia Geral da ONG,. Festival da Escravatura (Quilambola), 2º Acampamento das EVA [Escolas de Verificação Ambiental].


1. Homenagem da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento ao seu mítico cofundador e líder, o carismático eng agr Carlos Augusto Schwarz da Silva (1/12/1949-18/2/2014). mais conhecido por Pepito, e nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, além de amigo pessoal.

Passaram-se oito meses depois da sua morte, em Lisboa, por doença súbita, e  a saudade continua a ser imensa. Ele morreu, fisicamente, mas a força do seu exemplo e a sua pedagogia do desenvolvimento sustentado, integrado e participado continuarão a inspirar os seus amigos e antigos colaboradores. Não era apenas um homem de ação, mas também de ideias, memórias e afetos. Daqueles  fazem falta ao mundo. E, seguramente, à Guiné-Bissau. sua terra,  que ele amava apaixonadamente, apesar de todos sobressaltos, contrariedades, ameaças, riscos e desencantos. (LG)

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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de março de 2014 >  Guiné 63/74 - P12904: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (35): Grande e sentida homenagem ao Pepito (1949-2014), no bairro do Quelelé, em Bissau, onde fica a sede da ONDG e a casa de família

Guiné 63/74 - P13827: Ser solidário (171): SOS, Ébola!... Vídeo de informação e sensibilização, em crioulo, acabado de lançar, em Bissau, pelos nossos amigos da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento



Vídeo (3' 33''): Campanha de Comunicação e Prevenção da Doença por Vírus Ébola. Publicado a 17/10/2014. Alojado enm You Tube >  ADBissau. Produção da TV Klele. (Em crioulo. Contem imagens que podem ferir a suscetibilidade de alguns leitores).

1. Os nossos amigos da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento lançaram  uma Campanha de Comunicação e Prevenção da Doença por Vírus Ébola  no dia 22 de setembro em Bissau. Esta campanha durará um ano até agosto de 2015. Este recente vídeo, da sua autoria, faz parte dessa campanha, devendo passar, além da Internet, nas televisões comunitárias, como a TV Quelelé
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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de outubro de 2014 > Guiné 53/74 - P13785: Ser solidário (170): SOS, Ébola!... Cooperação Portugal- Guiné-Bissau... Hospital Militar de Bissau vai ter equipas de saúde portuguesas na prevenção e combate a eventuais casos de doença por vírus ébola

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10606: Blogpoesia (301): Na ka misti tchora mas, Guiné (Luís Graça)


Lourinhã > Cemitério local > 1 de novembro de 2012 > O que é a morte ? "Sete palmas de terra e um caixão" !?... Lembremo-nos, hoje, dia 2 de novembro,  de todos os nossos  mortos na Guiné, em especial os que morreram durante a guerra colonial, entre 1961 e 1974, incluindo os insepultos, e ainda os nossos ex-camaradas guineenses que foram sumariamente executados a seguir à independência. Tenhamos também um pensamento de solidariedade para com todas as vítimas da violência na Guiné, as de hoje e as de ontem.

Foto: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados





Videoclipe de Anastácio de Djens - N'cansa tchora guine - Produção: TVKlele. Um dos temas, o 4º, inseridos no álbum musical, não comercial, com videoclipes da TV Klele, distribuídos juntamente com a pasta do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, Guiné-Bissau, 1 a 7 de Março de 2008).

O álbum tem por título Guiné-Bissau, Terra de História e Cultura. A televisão comunitária TV Klele, do Bairro Quelélé, de Bissau, tem o apoio da AD - Acção para o Desenvolvimento. O tema musical deste videoclipe é fortíssimo. Mesmo não entendendo a 100% toda a letra (em crioulo de Bissau), não consegui ouvi-lo e vê-lo, pela primeira vez, em 2007,  sem me emocionar. Anastácio de Djens, que eu conheci por ocasião do Simpósio, em Março de 2008, era então uma das vozes mais belas e promissoras da nova geração musical guineense. Na altura escrevi: "Oxalá haja oportunidades de trabalho para ele desenvolver e dar a conhecer o seu grande talento, a sua voz, a sua sensibilidade, dentro e fora da Guiné-Bissau, país de grandes músicos e de grandes tradições musicais". 

Daqui de Lisboa, em dia de  cristão e não.cristãos lembrarem os seus mortos,  vai um grande abraço, amigo e solidário, para ti, Anastácio (de quem perdi o rasto), e para todos os jovens da tua terra que cantam e dançam a tua música. Um abraço também para a talentosa rapaziada da TV Klele. E, claro, para o Pepito, a malta da AD e todos os nossos amigos guineenses, grã-tabanqueiros ou (ainda) não... Eles são, todos eles, os melhores filhos da Guiné, os únicos que nos interessa conhecer... Os esbirros, os torcionários, os carrascos não são são guineenses, são apátridas, são iguais em toda a parte do mundo, em todos os tempos da história...

Vídeo (5' 25''): You Tube > TVKlele (2007) (com a devida vénia...)


Na ka misti tchora mas, Guiné (*) (**)

por Luís Graça

[No dia dos mortos
dedicado a todos os mortos da guerra colonial na Guiné, 
entre 1961 e 1974, 
de um lado e do outro,
e a todas as demais vítimas da violência 
que se seguiu,
desde a independência da Guiné-Bissau até hoje]

Quem disse que tu, Guiné-Bissau,  não tens futuro ?
Não fui eu, que pouco valho.
Não foi o dari,
que não tem seguro
de acidentes de trabalho.
Nem de saúde-doença.
Quem disse que o futuro não passa por aqui,
por esta terra verde e vermelha,
amarela e preta ?
Quem é que assim pensa ?
Não, não foi o macaco fantango,
que trabalha sem rede,

não tem cheta,
nem protecção social no desemprego,

muito menos na velhice.
Nem o desgraçado do macaco-cão
que vai à mesa do rico e do pobre
como se fora leitão 

da Bairrada,
frio ou quente.
Nem o mandinga, 

bom negro e melhor crente,
tocador de Kora,

Braima Galissá,
que se foi embora, 

ou o virtuoso do balafon,
o Kimi Djabaté,
todos em busca de outro tchon
livre do som da Kalash,

longe do poilão de Brá.

Quem disse que Deus, Alá,

e os bons irãs
não montaram morança nesta terra ?
Não foi o muntu.
Não foi o tucurtacar pangolim.
Não foi a rapaziada
do Bairro do Quelélé.

Não foi o fula nem o nalu.
Não foram as aves do Cantanhez,

que nunca tocaram o tambor da guerra.
Não foi o verde, o vermelho, o amarelo
da tua bandeira.
Não foi a estrela negra.

Não foi a Titina Silá
a guerrilheira.
Não foram os homens grandes do Gabu.
Não foi o tuga, 

nem foste tu 
nem fui eu.

Ah!, 

como está ainda bem longe, Cabral,
o ideal
por que lutaste e morreste,
uma vez, e outra vez,
tu e tantos outros combatentes da liberdade da pátria.
Nada que tu não saibas, Amílcar,
lá no Olimpo dos deuses e dos heróis,

ou no inferno dos que morrem de morte matada,
ou não soubesses já,
cá na terra dos homens,
que a História é fértil em exemplos de efeitos perversos,
de Revoluções que devoram os seus filhos,

de filhos que matam os pais,
de netos que renegam os seus avós,
de bisnetos que cortam o cordão umbical com os avoengos...


Tudo isto, para te dizer, Cabral
que eu ouvi os jovens do teu país cantar o teu hino,
no antigo acampamento Osvaldo Vieira (!),
nas matas do Cantanhez profundo,

(esse mesmo, o Vieira, 
que há quem diga que foi o teu Judas!),
com o mesmo fervor do que quaisquer outros jovens
noutras partes do mundo.

Pelo menos os teus sabiam a letra,
a letra escrita por ti,
e até a música que foi composta, 

eu não sabia,
por um obscuro músico chinês,
o Sr. Xiao He,
no tempo do Livrinho Vermelho
que muitos de nós leram
uns com paixão,  
outros com um sorriso de desdém...

Quem disse, afinal, que tu, Guiné, 

não tens futuro ?
Se não o foi macaco fidalgo,

nem a cobra verde enroscada no cocuruto
da palmeira de dendê,
foram os teus inimigos,
os de fora e os de dentro,
os teus filhos bastardos,

os que te beijaram como Judas beijou Cristo,
para depois te trairem e assassinarem,
te matarem como a um cão,
em Conacri, 
no chão francês.
Os teus torcionários, 
os teus esbirros,
os teus carrascos,
esses e os filhos bastardos de outras nações.
Os que dizem mal de ti, Guiné,

os que te usam e abusam,
os que te violam,
os que te querem comprar
a preço de saldo,

os agiotas,
e que te arrastam pela lama do tarrafo.
E que dizem que és um narco-Estado.

E que já nem tem soldados, rasos,
briosos e patriotas,
que te defendam até à última gota do seu sangue.
E que vives da caridade internacional.
E que já não tens fé, 

nem esperança,
nem voz,
nem lágrimas para chorar

os teus filhos, e são tantos!, 
que já morreram por ti,
ou que morreram contigo.

Que já não tens alma
nem salvação
nem pudor, 

Guiné.
E que tu, Cabral,  

pai fundador,
morreste como o Ché,
como o Cristo,
como o Luther King,
e está enterrado,
na antiga fortaleza colonial da Amura,
ao lado de heróis e de traidores,
na promiscuidade da história.
Que amargura!

Os teus jovens,
os teus músicos,

os teus poetas,
os teus artistas,
os teus artesãos,

os teus quadros na diáspora,
as tuas televisões comunitárias,
as tuas rádios locais,
o teu novo Lamparam,
o teu Bombolom digital,
e até os centros de saúde no mato,
são a prova da tua grande vitalidade,
engenho,
imaginação,
talento,
alegria,
nobreza,
criatividade,
espontaneidade,
afabilidade,
hospitalidade,
vontade de vencer o círculo vicioso
da pobreza,

e o parto da guerra e da violência,
monstruoso.
Do teu povo, Guiné,

virtuoso,
afável,
pobre mas nobre,
de Norte a sul,
dos Bijagós ao Quitafine,
de Iemberém ao Quelélé,

de Quinhamel ao Gabu,
de Lisboa a Paris.

Eu acredito em ti,
país-irmão,

povo-irmão.
Eu quero acreditar em ti,
Guiné,
eu quero remar,

na minha frágil piroga de cidadão do mundo,
de europeu e de português,
de igual para igual, 
contra a maré do cinismo,
inimigo tão mortal
como o mosquito do paludismo

ou o vibrião da cólera.

Eu acredito nas tuas mulheres,

que te levam às costas,
que suportam o teu céu,
e alimentam as tuas raízes,
essas mulheres empreendedoras e corajosas,
que montam fabriquetas de descasque de arroz,
ou que, em casa, fazem o seu óleo de palma
e cozinham a tua galinha de chabéu.

E ainda têm tempo 

para ir à pesca e ao mercado,
e com os restos do dendê fazer o sabão.
Que têm tempo para cuidar dos teus meninos.
E para lavar os seus pobres panos.
Essas mulheres que no Cacheu travam o avanço do Sará,
com as suas mãos frágeis cheias de sonhos.
Eu acredito,
no talento dos teus jovens, criativos,
Eu acredito ainda na força telúrica
e na generosidade dos homens e mulheres
que lutaram, por ti,
em Cassacá,
no Como,em Cadique,
no Boé,
no Morés,
em Gandembel,
em Guileje,
em Sara Sarauol,
no Fiofioli,
na Ponta do Inglês,
no Choquemone,
em Sinchã Jobel.
Com as armas na mão,

com as ideias na cabeça
e com sonhos no coração.
Para que tu fosses livre
e independente,
e fosses justa
e fraterna.
Uma Tabanca Grande,
grande como a bolanha de Bambadinca,
outrora verde e prenhe de arroz,
e aonde iam apascentar os búfalos.
Uma Tabanca Grande
onde cabe o Muntu e o Nalu,

os netos e os avós,
os fulas e os balantas,
os papéis e os bijagós,
os quatro pontos cardeais,
os homens grandes
e as mulheres grandes,

as tuas bajudas,
lindas como as as rosas das roseiras,
as tuas meninas
que um dia não precisarão da faca da fanateca.
Onde cabem os teus frondosos poilões
e as tuas vaidosas cabaceiras.

Onde caibam todos os teus lugares de culto,
as tuas balobas, 
as tuas igrejas 
ou as tuas mesquitas apontadas para Meca.



Para que os teus filhos, Guiné,
tenham a merecida paz,
todos os dias do ano,

todas as horas do dia e da noite,
a liberdade,
a justiça,

a tolerância,
o milho, o arroz e a mandioca,
o mafé e o chabéu
com que se mata a fome

e se sonha, acordado, 
e se dança,
de Farim a Bandim.
Enfim, a dignidade
a que os teus filhos têm direito
no seio da Mãe África
e do resto do mundo globalizado.

Ah!, 

a paz, 
a tão frágil paz
que leva tanto tempo a consolidar,
e o tão suspirado progresso que não chega,

a água potável que não chega,
a escola que não há,
o medicamento por desalfandegar,
o petróleo por jorrar,
... ou que é tão lento, 
tão desesperadamente lento,
ou só chega para uma meia dúzia de privilegiados,
a nomenclatura do poder e do dinheiro,

sem pátria, 
sem cor, 
sem rosto...

Mas para isso, Guiné. 

terás que fazer a ponte
com o passado,

a fonte 
da tua identidade.
Mas para isso não poderás ignorar
nem escamotear os marcos
(de sinal mais e de sinal menos)
do passado,
bem como as raízes das lianas
e dos poilões da tua guineidade.

Como te imploram os teus filhos,
não queiras chorar mais, Guiné!
N ka misti tchora mas!
Faz das tuas lágrimas
a força do macaréu
da tua revolta
e do teu ânimo
que te ajudarão a abrir a Picada do Futuro,
a construir o Novo Carreiro do Povo,
a Nova Estrada da Liberdade,

de Buruntuma a Fulacunda.
Que eu só desejo que seja
tão grande, larga e fecunda
como os teus rios míticos,
do Cacheu ao Cumbijã,
do Geba ao Cacine.
Ou tão límpidos e belos e selvagens
como o Corubal.

E que o Nhinte-Camatchol,
o grande irã dos nalus, 

te proteja,
Guiné, Tabanca Grande.

E o Deus dos cristãos, 
dos grumetes do Geba e da Amura, 
E o Alá dos fulas, mandingas e beafadas.
E os irãs dos balantas, manjacos, papéis, bijagós
e demais povos ribeirinhos, animistas,
que todos eles te inspirem 
e te protejam!


(*) Não queiras chorar mais, Guiné: Título pedido emprestado ao cantor Anastácio de Djens

(**) Sucessivamente revisto, aumentado e melhorado:

Iemberém, 1/2 de março de 2008 (visita ao Cantanhez)
Bissau, 28 de fevereiro e 3/7 de março de 2008 (Seminário Internacional de Guiledje)
Lisboa, 12/13 de abril de 2012 (Golpe de estado na Guiné-Bissau)
Alfragide, 10 de outubro de 2012
[a seguir ao episódio nº 25 da série "A Guerra",
realizado por Joaquim Furtado,
e que passou na RTP1],
Alfragide, 2 de novembro de 2012, dia (cristão) dos Fiéis Defuntos

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7180: (In)citações (22): Era uma vez...Três TVês Comunitárias: Klelé (Bairro de Quelélé, Bissau), Massai (Iemberém, Cantanhez) e Bagunda (S. Domingos, Região de Cacheu)




Guiné-Bissau > Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semanaTítulo da foto:  Festival Quilombola em Cacheu > Data de publicação:  3 de Outubro de 2010 > Data da foto:  2000 > Palavras-chave: História e Cultura > Legenda: 

"De Cacheu para o novo mundo, Brasil, Caraíbas e América do Norte, milhares de escravos foram levados, há mais de 400 anos, para trabalhar nas grandes plantações agrícolas, especialmente de cana-de-açúcar e algodão. Esta fortaleza testemunhou o embarque desses negros, no porto de cais que se situa ao lado, muitos dos quais não aceitaram ser escravos e, no Brasil, decidiram fugir e criar as suas zonas libertadas, os Quilombos. Em Novembro deste ano, um grupo de cerca de 30 quilombolas (*) regressa às origens e vem visitar a terra dos seus avós, indo de seguida à cidade da Praia em Cabo Verde, local onde os escravos eram vendidos e partiam em várias direcções"(AD).... E seguramente que a TV Bagunda, televisão comunitária de São Domingos, vai lá estar para registar e divulgar esse (re)encontro histórico, emocionante,  das gentes do Cacheu com os "quilombas" (LG)...

Foto: AD - Acção para o Desenvolvimento (2010) (com a devida vénia...)




Télévisions communautaires et sécurité alimentaire en Guinée Bissau, de Thierry Michal. Um vídeo de 10' 02''



Uma história que, desta vez, não tem que ser triste, só porque passada num dos países mais pobres do mundo... Como é que uma ONGD, local, a AD - Acção para o Desenvolvimento, onde trabalham amigos nossos, como o Pepito, a Isabel Lévy, o Domingos Fonseca,  o Tomani  Camará, e outros,  criou 3 (três) televisões counitárias no seu país com o objectivo de apoiar a sua acção  em prol dfe três objectivos: (i) segurança alimentar; (ii) preservação do ambiente; e (iii) valorização das culturais locais.


Neste filme produzido pela Federação Nacional dos Vídeos dos Países e dos Bairros,  Fédération nationale des Vidéos des Pays et des Quartiers, no quadro de uma missão de estudo na Guiné-Bissau, o nosso amigo Pepito é longamente entrevistado (em francês). Fala-nos, com grande entusiasmo,  da importância dessas televisões locais, postas ao serviço da cidadania, do desenvolvimento integrado, da extensão rural, da luta contra a degradação ambiental, da protecção e promoção da saúde, da literacia, da identidade cultural e da preservação da memória. 

Clicar aqui para visualizar o vídeo:

http://www.vimeo.com/15948009





Do relatório de actividade da AD - Acção para o Desenvolvimento, respeitante ao exercício de 2009, destacamos a seguinte informação sobre as três televisões comunitárias, a TVK [, Klelé,], em Bissau,  TVMassai, no Cantanhez, e TVBagunda, em São Domingos (pp. 9-11).


(...) 2. As Televisões Comunitárias ao serviço do desenvolvimento local

Trata-se de uma iniciativa da AD que tem 8 anos de existência e que se vemafirmando de forma gradual, apesar das reservas iniciais que muitos lhe apontavam. A Oxfam Novib foi o único parceiro que aceitou correr o risco na procura desta nova forma de comunicação.

Em 2009, elas acabaram por ocupar um lugar incontornável na informação, comunicação e produção de DVD para as comunidades locais do nosso país, começando a ser reconhecidas pela qualidade dos seus serviços e pelob impacto das suas produções, especialmente na difusão de técnicas de vulgarização, no resgate da cultura nacional e na recolha de testemunhos históricos da luta pela independência da Guiné-Bissau.

As três televisões comunitárias promovidas pela AD têm características diferentes e usam métodos de comunicação diversificados.

A TVKlélé, a mais antiga, criada em Setembro de 2001, assume-se como uma televisão “ambulante” organizando sessões na comunidade do bairro de Quelélé em Bissau (22.000 habitantes), ou noutros locais do país, como Canchungo, por exemplo. São emissões pontuais (não diárias), com uma periodicidade mensal em que a população é convocada a participar na apresentação de uma emissão de rua, da qual constam vários programas: noticiário das actividades da comunidade, um spot ou mensagem sobre a higiene, saúde ou agricultura, uma parte cultural (vídeo-clip ou dança e canto tradicional ou pequena peça de teatro) e finalmente o tema forte que irá ser o motivo de debate comunitário. Escolhe-se sempre um assunto que esteja na ordem do dia da preocupação das pessoas: comercialização dos produtos, falta de água, funcionamento das escolas públicas, higiene e saneamento urbano. 


À volta deste tema, a TVComunitária produz um filme de 20 minutos onde coloca o problema sob vários ângulos: quais são os problemas existentes? Qual a posição dos diferentes interesses em causa (mulheres, comerciantes, poder local, etc.)? Quais os desafios e eventuais soluções preconizadas? O filme pretende criar as condições de informação e sensibilização para que todospercebam o alcance do problema e possam participar activamente na discussão. Após a apresentação do filme-documentário sobre o tema central, abre-se uma fase de debate em câmara aberta, isto é, em que todos os que estão a assistir à emissão o possam seguir numa tela gigante onde se revejam e vejam os diferentes intervenientes. Isto ajuda normalmente a aumentar a consciência de que se trata de uma questão colectiva e que exige a intervenção e responsabilização individual para a sua solução. Por outro lado, criam-se dinâmicas de acção e de entre-ajuda nos diferentes grupos sociais da comunidade.

Se a TVK é sobretudo uma televisão periurbana, já as outras duas,a TVMassai, de Cantanhez e a TVBagunda,  de S.Domingos, são rurais, funcionando diariamente com o sistema “clássico” de emissões por ondas hertzianas, atingindo um raio de cerca de 15 Km. As emissões têm uma duração de 2 horas diárias, sendo o mesmo programa apresentado durante uma semana, isto é, só de 7 em 7 dias é que se faz um novo programa. No entanto, há a preocupação diária de introduzir o noticiário da televisão nacional oficial, para
que a população tenha conhecimento do que se vai passando a nível nacional.

Nestas televisões, porque rurais, são apresentados um maior número de programas agrícolas e ambientais referentes a novas tecnologias de simples utilização que podem ser vulgarizadas a nível local, como também de sistemas de cultura praticados pelos agricultores de referência, isto é, aqueles que praticam técnicas mais modernas e eficazes. Os programas de resgate das culturas das etnias da região são uma constante, permitindo dar a conhecer e valorizar as que são pouco conhecidas ou que estão em vias de desaparecimento. Outro dos temas motivantes é o da recuperação da história local de cada uma das etnias e da história nacional. A captação destas emissões é feita através de postos colectivos nas tabancas, normalmente nas Escolas de Verificação Ambiental (EVA), que dispõem de um sistema de postos de recepção que funcionam a energia solar.

Para a produção dos programas emitidos em cada uma destas TV, cada uma delas dispõem de: um pequeno estúdio de montagem áudio-visual, dotado de  equipamento muito simples de captação de imagem, sendo os filmes produzidos com recurso a uma mesa de montagem “Casablanca”; um núcleo de cerca de 10 jovens da comunidade, a maior parte dos quais são estudantes que, em regime de voluntariado e após várias formações técnicas e jornalísticas, fazem os guiões, recolhem as imagens e produzem osfilmes (eles são formados para desempenharem o papel de animadores comunitários); “actores” recrutados entre a população local para os filmes devulgarização.

A estreita ligação com a AD enquanto associação de promoção do desenvolvimento, assegura que a vulgarização obedeça a critérios de prioridades agrícolas e garanta uma coerência na sua apresentação, evitando-se que elas caiam do céu sem serem acompanhadas pelos técnicos que estãoa trabalhar no terreno com os pequenos agricultores. 

Exemplos mais recentes de produtos DVD destas TV comunitárias: (i) combate à mosca da fruta nos citrinos e mangueiros; (ii) introdução de novas tecnologias amigas do ambiente e que aligeiram o trabalho das mulheres: fogões de cozinha melhorados “numo” que permitem reduzir drasticamente o consumo de lenha e o abate de árvores da floresta;  (iii) sal solar “minda” que reduz o trabalho das mulheres e recorrem ao sol como única fonte de energia; (iv) fabrico de carvão pelo método “mate”, que produz carvão de melhor qualidade e com maior duração de consumo; (v) repovoamento comunitário do mangal e do cibe; (vi) higiene pessoal e colectiva com acento tónico no bom uso da água; (vii) prevenção e tratamento das doenças mais comuns como a malária, cólera, diarreia.

Todos estes produtos DVD assentam numa perspectiva de sensibilização dos destinatários e de demonstração clara de como e o que fazer, utilizando-se diferentes formas: através das emissões da TV Comunitárias (nas escolas EVA ou na esquina das ruas no caso da TV ambulante); projecções em seminários técnicos, encontros de agricultores ou reuniões comunitárias nas tabancas; na formação dos vulgarizadores, agentes locais de desenvolvimento e professoresn das EVA.

Vários aspectos merecem uma profunda reflexão e intervenção para se obterem melhores performances destas televisões:

(i) do ponto de vista técnico há que encontrar uma melhor solução para os emissores (frequência irregular e avarias frequentes), a existência de técnicos de manutenção-reparação competentes e de sistemas de videomontagem que se avariem com menos frequência e não deixar muito tempo os receptores parados devido a pequenas avarias (antena deslocada, fusível queimado, etc.); 

(ii) do ponto de vista de direcção da televisão, há que encontrar soluções e incentivos para ter à frente delas jovens com uma maior visão e perspectiva do desempenho futuro que as televisões virão a ser chamadas a desempenhar, concilindo com o facto de todo o pessoal trabalhar em regime de voluntariado; 

(iii) do ponto de vista da produção de conteúdos, há que haver uma maior articulação entre os técnicos da AD e os jornalistas das televisões para a concepção de programas agrícolas, assim como formações específicas para os jornalistas ligados aos aspectos culturais;

(iv) no que concerne ao acompanhamento e avaliação do funcionamento das televisões, há que constatar que ela não se faz de forma sistemática e consequente, mas apenas aleatoriamente e sem consequências práticas para a rectificação dos erros ou lacunas. 

Começa a ser importante conhecer o universo das pessoas atingidas, o funcionamento dos postos de recepção nas tabancas, o interesse que cada tema desperta nos diferentes grupos sociais, o impacto no seu bem estar e vida em geral, as sugestões e críticas da
comunidade.

A imaginação, a força de vontade, o empenho e a melhoria constante dos conhecimentos das pessoas que dirigem, fazem funcionar ou apoiam as rádios e televisões comunitárias vão empurrando para mais longe os limites das TV comunitárias.(...)
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Nota de L.G.: 


Último poste desta série > 27 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7179: (In)citações (21): Os irmãos Turpin, José e Eliseu, "verdadeiros filhos da Guiné" (Luís Graça)

(*) Segundo o Dicionário Houaiss (2003), o quilombo (o termo é de origem angolana) era um sítio, no Brasil, onde se escondiam os escravos fugidos. Com o tempo, os quilombos tornaram-se comunidades autónomas. Em geral, ficavam no mato, na selva ou na montanha, longe dos centros urbanos. A essa gente foragida dava-se o nome de quilombolas.O mais célebre terá sido o Quilombo dos Palmares, em Alagoas, símbolo da resistência  dos afrobrasileiros ao esclavagismo no período colonial. Vd. entradas na Wikipédia. 

domingo, 9 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2620: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral: 29/2 a 7/3/2008 (Luís Graça) (2): O Hino de Gandembel, recriado pelos Furkuntunda

Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Azalai > 29 de Fevereiro de 2008 > Actuação do grupo musical Furkuntunda (1) que animou a nossa primeira noite em Bissau, na sequência do cocktail oferecido a todos os inscritos no Simpósio Internacional de Guiledje pela Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria e Presidente do Comité Interministerial de Pilotagem das Comemorações do 35 Aniversário da Morte de Amílcar Cabral, Senhora Isabel Mendes Correia Buscardini. Foi a primeira de uma série de dias e noites memoráveis (2)...

Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Azalai > 29 de Fevereiro de 2008 > A anfitriã, dando as boas vindas a todos os convidados, e em especial aos estrangeiros, a Senhora Isabel Mendes Correia Buscardini, Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria e Presidente do Comité Interministerial de Pilotagem das Comemorações do 35 Aniversário da Morte de Amílcar Cabral... Ao longo da semana irá acompanhar uma série de actividades previstas no âmbito do Simpósio Internacional de Guileje, incluindo a visita ao sul da Guiné-Bissau, nos dias 1 e 2 de Março de 2008 (fim de semana).

O grupo musical Furkuntunda, uma das revelações do ano de 2007... É constituído por talentosos jovens do Bairro do Quelélé, de Bissau. Já aqui divulgámos, no nosso blogue, um vídeo clip do grupo (Djunta Mon, 5 m 39 ss), produzido pela TV Klele (1).

O vocalista do grupo dos Furkuntunda deitou fogo à savana e pôs os tugas a correr... Infelizmente não fixei o nome dele...

O nosso querido amigo e camarada Zé Teixeira cantando o Hino de Gandembel com o vocalista dos Furkuntunda... Uma belíssima parelha! Que pena não poderem estar o Idálio Reis e o António Almeida, da CCAÇ 2317 (Gandembel/Balana, 1968/69)...

A Senhora Isabel Miranda, presidente da Direcção da AD e coordenadora do Simpósio, dançando com o cubano Ulisses Estrada, antigo combatente nas fileiras do PAIGC, em 1966... O Ulisses era o único representante de Cuba, para além de Oscar Oramas, antigo embaixador em Conacri, ainda no tempo de Amílcar Cabral... Na foto reconhece-se ainda o Zé Teixeira, de mão dada com um antigo combatente do PAIGC, e com um Gringo de Guileje, o Sérgio Sousa... Julgo ter visto o embaixador de Cuba e a a esposa nesta simpatíquíssima festa oferecida pelos nossos amigos guineenses... Não consta que o nosso representante diplomático estivesse presente. Aliás, durante toda a semana ignorou sistematicamente os seus compatriotas que vieram participar no Simpósio e que, até pelo seu número, deram nas vistas em Bissau (ou, pelo menos, nos restaurantes de Bissau, que são os únicos sítios frequentados pelos estrangeiros)...

O António Pimentel, ao fundo, alteirão, no meio de uma juventude, bonita e divertida... O António, como os nossos restantes compatriotas, estava encantado com a recepção e com pena de ter de voltar de novo a casa, e para mais de jipe...


O vocalista dos Furkuntunda é um também uma excepcional animador: ei-lo aqui, à esquerda, arrasando a plateia e contagiando todo o mundo, incluindo os cotas que vieram de Portugal...


Fotos, vídeo, legendas e texto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.

1. Uma semana inolvidável na pátria de Cabral: 29/2 a 7/3/2008 (Luís Graça): O Hino de Gandembel ganta outra batida, na versão dos Furkuntunda


O convite, personalizado, falava em traje formal... E era feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Cooperação Internacional e das Comunidades... Os guineenses vinham trajados a rigor. Eles e elas. Rapidamente conclui que há bons costureiros em Bissau e sobretudo bom gosto, aliando-se o moderno ao tradicional... Os tugas e os demais estrangeiros tiveram que improvisar... Lá se compuseram com os trapinhos que traziam nas malas.

A noite era quente e convidava ao convívio, à partilha, à alegria, à dança... Eu, pelo sim pelo não, tinha levado uma gravata, que nunca cheguei a usar, mesmo quando, já no penúltimo dia, fui integrado numa comitiva de antigos combatentes portugueses a uma audiência com o senhor 1º Ministro e, logo a seguir, com o senhor Presidente da República... Como bons africanos, os guineenes gostam do ronco, mas não são formais como os angolanos.

A grande surpresa da noite foi quando os Furkuntunda (em dialecto local, Levanta Poeira) subiram ao palco e ouviram-se os primeiros acordos, de trompete, do Hino de Gandembel !... Foi a primeira grande surpresa com que o Pepito e a organização nos brindou... O vocalista do grupo musical do Bairro do Quelélé (ou Klélé) fez gato sapato da música e da letra , e deu-nos uma versão africana, guineense, fabulosa, irreverente, do Hino da CCAÇ 2317 (Gandembel/Balana, Abril de 1968/Janeiro de 1969) (3)... Não há dúvida, que o Hino ganhou outra batida, outro ritmo...

Estalou o verniz dos tugas e, a pouco e pouco, uma boa parte do pessoal - guineense, tugas e demais convidados - estava na pista de dança, a mostrar que não há fronteiras entre os homens e as mulheres de boa vontade, apesar da guerra, no passado, que os dividiu, ou das diferenças culturais e linguísticas que modelam as suas atitudes e comportamentos...

Infelizmente as condições de luz ambiental, no recinto, junto à piscina do hotel, eram muito fracas, o que retira qualidade aos microfilmes que fizemos. O que reproduzimos acima permite ter uma ideia do ambiente fantástico daquela noite, que teve que acabar relativamente cedo, antes da meia noite, já que a jornada do dia seguinte era longa e pesada (partida, às 7h00, em caravana, para uma visita ao sul da Guiné-Bissau, com regresso na segunda-feira, dia 3).

A comida e a bebida estiveram à altura do acontecimento, se bem que os tugas, tratando-se do primeiro dia na Guiné-Bissau, ainda estivessem a pensar duas vezes antes de meter qualquer coisa à boca... É o que faz ir à consulta do viajante... No dia seguinte, irão esquecer todas as recomendações sanitárias, alegando que quem não arrisca, não petisca... Deve-se dizer que, em geral, durante toda a semana não houve problemas de saúde de maior, para além de uma ou outra diarreia do viajante...

É ainda de referir a actuação do Anastácio de Djens, outra das grandes vozes (masculinas) da música de hoje. Haveremos de voltar a falar dele, da sua música e das suas letras contestárias... Anastácio é uma voz contra o cinismo do sistema, o politicamente correcto e o beco sem saída dos jovens guineenses, sobretudo a partir do Golpe de Estado de 1998. O seu tema musical N' cansa tchora Guine (Em inglês, qualquer coisa como Don't Cry, Guinea-Bissau) é fortíssimo e é mais uma das produções da TV Klele. Apoiada pela AD - Acção para o Desenvolvimento, esta televisão comunitária está a ser um alfobre de novos talentos musicais.

A Alice, a Diana e o casal Quessange: Roberto (presidente da Assembleia Geral da AD - Acção para o Desenvolvimento - e antigo Secretário de Estado dos Recursos Naturais no governo que caiu com o golpe de Estado de 1998); e Francisca (antiga enfermeira do PAIGC, actualmente enfermeira no Hospital Regional do Gabu). O Roberto Quessange tem muitos amigos em Portugal, país de que gosta muito. Foi uma presença constante ao longo da semana, ele e a esposa.

Já agora aqui ficam apresentados os Corpos Sociais da AD - Acção para o Desenvolvimento para o Biénio 2006–2008, alguns dos quais passei a conhecer pessoalmente:

Mesa da Assembleia Geral - Presidente > Roberto Quessangue; Vice Presidente > Alfredo Simão da SilvaSecretária: Eurizanda Rodrigues.

Direcção - Presidenta: Isabel Miranda; Director Executivo: Carlos Schwarz [Pepito]; Tesoureiro: Tomane Camará; Vogal para os Programas de Crédito: Maria da Conceição Vaz; Vogal para os Programas de Educação: Domingos Fonseca; Vogal para os Programas de Comunicação: Maimuna Cassamá; Vogal para os Programas de Desenvolvimento: Abubacar Serra.

Conselho Fiscal - Presidente: Nelson Dias; Secretário: Aristídes Ocante da Silva.



Não faltaram iguarias no cocktail oferecido pela Senhora Ministra dos Combatentes da Liberdade da Pátria... (Que título tão bonito!),

O Armindo Ferreira, antigo combatente português (e hoje empresário em Moreira de Cónegos, Guimarães) e o espanhol Josep Sanchez Cervelló, um dos oradores do Simpósio. Ao fundo, o Sérgio Sousa, ex-Furriel Miliciano Atirador da CCAÇ 3477, Gringos de Guileje (1971)

Caras e vozes bonitas... Elementos (femininos) do Grupo de Teatro Os Fidalgos que irão animar o sarau cultural de 4ª feira, dia 5, no Centro Cultural Franco-Guineense... Aqui o Pepito pediu a uma das actrizes para mostrar os seus dotes vocais... Infelizmente não tomei nota do seu nome, mas o Pepito garante-me que é uma das melhores vozes (femininas) da Guiné-Bissau... Não tenho dúvidas, a avaliar só pela amostra...

Neste convívio, também estaca o Jorge Quintino Biaguê, que tive o prazer de conhecer pessoalmente, e que também faz parte da vasta equipa da AD - Acção para o Desenvolvimento: é actor de teatro e animador do Centro de Intercâmbio Teatral de Bissau (CIT) e coordenador do grupo teatral Os Fidalgos. O trabalho deste grupo de gente talentosa e generosa merece ser melhor conhecido em Portugal.

Uma noite agradável, de que todos levamos boas recordações: à esquerda, o Luís Moita e o Costa Dias; ao fundo, ao centro, o Francisco Silva (foi alferes miliciano, na CART 3492, Xitole, 19723/73 e depois na CCAÇ 51); à direita, o Paulo Santiago (ex-Alf Mil, Pel Caç Nat 53, Saltinho,1970/72) e , em primeiro plano, um outro camarada, cujo nome me escapa (será o Armando Gonçalo Silva Oliveira, do BART 6520 ?).

Ao centro, um antigo guerrilheiro do PAIGC que tomou parte no cerco e assalto ao quartel de Guileje, e hoje oficial da Marinha guineense, Fefé Gomes Cofre, ladeado pelo Zé Teixeira (à esquerda) e o Coronel Coutinho e Lima (à direita), sob o olhar atento da Maria Alice. Riu-se muito quando lhe falei das suas parecenças físicas com o futebolista brasileiro Roberto Carlos, do Real Madrid...

A Maria Alice e a Isabel Levy Ribeiro, esposa do Pepito, que está a fazer um doutoramento em Espanha. Também faz parte da equipa da AD - Acção para o Desenvolvimento: "Desenvolvo actividades no domínio da educação e formação, apoiando o Centro de Animação Infantil e o Forum das Escolas Populares de Quelelé, através de concursos inter-escolas ligados a temas ambientais; no Norte trabalhando com as Escolas de Verificação Ambiental na produção dos Cadernos de Campo “Ambiente”; e nos programas de formação, de planeamento e coordenação pedagógica da EAO".

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Notas de L.G.:

(1) 26 de Janeiro de 2008 >
Guiné 63/74 - P2482: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (12): Notas soltas a quatro mãos (Luís Graça / Pepito)

(2) Vd. poste anterior: 8 de Março de 2008 >
Guiné 63/74 - P2618: Uma semana inolvidável na pátria de Cabral: 29/2 a 7/3/2008 (Luís Graça) (1): Regresso a Bissau, quatro décadas depois...

(3) Sobre o Hino de Gandembel, já publicámos diversos postes:

3 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2326: O Hino de Gandembel e a iconografia do soldado atormentado pelo desassossego (Idálio Reis)

1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2319: Hino de Gandembel: interpretação de António Almeida (CCAÇ 2317, Gandembel/Balana, 1968/69)

22 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2295: Hino de Gandembel, cantado no almoço da mini-tertúlia de Matosinhos (A. Marques Lopes / Carlos Vinhal)

4 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2153: Hino de Gandembel: talvez a mais popular canção entre as NT no ano de 1969 (José Teixeira)

4 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2152: Hino de Gandembel, hoje um hino de alegria (Idálio Reis / Gabriel Gonçalves)

3 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2150: O Hino de Gandembel, cantado pelo GG [Gabriel Gonçalves], o baladeiro da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)

3 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2149: Hino de Gandembel: Quem foi o autor da letra ? (José Teixeira / Idálio Reis)

26 de Setembro de 2006> Guiné 63/74 - P2133: Guileje: Simpósio Internacional (1-7 de Março de 2008)(4): Hino de Gandembel, quem se lembra da música ? (Pepito / Luís Graça)

Vd. ainda:

1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2321: Humor de caserna (3): Hino de Gandembel: hino de guerra ou música pimba ? (Manuel Trindade)

2 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2323: Um insulto aos heróis de Gandembel (Zé Teixeira)

2 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2324: (Ex)citações (1): Um pouco de humor de vez em quando também nos faz bem (Henrique Matos)