1. Mensagem do José Teixeira (ex-1.º Cabo Enfermeiro da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada , 1968/70):
Caríssimos:
Segundo consegui apurar, o Hino a Gandembel (1) foi escrito por um soldado pára-quedista do grupo que em Setembro de 1968 andou por Gandembel a fazer a limpeza.
Não só pegou de imediato nos camaradas na CCAÇ 2317 (2) que o passou às Companhia que com eles conviveram, entre os quais a minha (CCAÇ 2381) (3), como foi levado pelos Páras para as localidades por onde estes passaram, incluindo Bissau, tornando-o num hino de escape nas horas difíceis.
O papel que possuo com o texto, é uma das cópias do original que me foi fornecido lá, na minha última visita, a que felizmente ia ajudar a CCAÇ 2317 a regressar a Aldeia Formosa, abandonando-se em definitivo Gandembel.
Fraternal abraço do
J. Teixeira
2. Resposta do Idálio Reis (ex-alf mil da CCAÇ 2317, BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana 1968/69).
O substrato musical do Hino de Gandembel há-de aparecer. A letra, essa, é bem conhecida.
Quando o Luís/Pepito difundiram esse pedido, é evidente que não poderia ficar indiferente. Se então, nada disse, é porque o Idálio teria de encontrar alguém que nos fizesse esse favor, e comecei a auscultar alguns antigos companheiros (1) para cantarolar esse brilhante hino, que depois enviarei à edição do Blogue para tratamento e difusão.
Só um apenas... O hino já existia quando os pára-quedistas foram para Gandembel. Quando estes chegaram a Gandembel, já milhares de saídas de morteiro o alferes Reis tinha ouvido. Por enquanto o autor da CCAÇ 2317 é anónimo, ainda que os resultados das sondagens que este assunto me fez mover, aponte para um dos nossos que jamais vimos após o regresso. E não sei do seu paradeiro, porque as minhas buscas têm sido infrutíferas.
Esperemos então pelo hino cantado pelo companheiro António Almeida, com sotaque à tripeiro.
Cordiais abraços
do Idálio Reis
__________
Notas de L.G.:
(1) Vd. posts de:
26 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2133: Guileje: Simpósio Internacional (1-7 de Março de 2008)(4): Hino de Gandembel, quem se lembra da música ? (Pepito / Luís Graça)
30 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CDII: O Hino de Gandembel (José Teixeira / Luís Graça)
(2) Vd. posts de:
16 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1530: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (1): Aclimatização: Bissau, Olossato e Mansabá
9 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1576: Fotobiografia da CAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (2): os heróis também têm medo´
12 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1654: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (3): De pá e pica, construindo Gandembel
2 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1723: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (4): A epopeia dos homens-toupeiras
9 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1743: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (Idálio Reis) (5): A gesta heróica dos construtores de abrigos-toupeira em Gandembel
23 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1779: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (6): Maio de 1968, Spínola em Gandembel, a terra dos homens de nervos de aço
21 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1864: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (7): do ataque aterrador de 15 de Julho de 1968 ao Fiat G-91 abatido a 28
8 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1935: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (8): Pára-quedistas em Gandembel massacram bigrupo do PAIGC, em Set 1968
19 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1971: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (9): Janeiro de 1969, o abandono de Gandembel/Balana ao fim de 372 ataques
18 de Setembro de 2007>Guiné 63/74 - P2117: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (10): O terror das colunas no corredor da morte (Gandembel, Guileje)
(3) Vd. posts de:
25 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2129: Quero depositar um ramo de flores em Gandembel (José Teixeira)
14 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXVI: O meu diário (Zé Teixeira) (fim): Confesso que vi e vivi
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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