Guiné > Região de Tombali > Março de 1968 > CCAÇ 2317 (1968/69) > Após o Treino Operacional (1), a Companhia segue rumo ao Sul da Província. Poucos dias em Guileje, para então nos coagirem a ir para as cercanias do "corredor da morte", a fim de se construir de raiz, um posto militar fixo, em Gandembel e Ponte Balana A primeira etapa foi por via fluvial e até Cacine, a bordo de uma LDG.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2317 (1968/69) > Durante a permanência em Guileje, foi-se recolhendo algum material para a construção de Gandembel/Ponte Balana. É o caso do aproveitamento de palmeiras, de cujos espiques se extraíam os cibes Na foto, um aspecto do abate das palmeiras.
Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2317 (1968/69) > Na fase de carregamento dos cibes.
Foto: © Idálio Reis (2007). Direitos reservados.
II Parte da história da CCAÇ 2317, contada pelo ex-Alf Mil Idálio Reis (ex-alf mil da CCAÇ 2317, BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana 1968/69) (1). Texto enviado em 5 de Fevereiro de 2007. Subtítulos do editor do blogue.
Meu caro Luís:
Porque já estás na posse das fotos, e das suas legendas, ficam ao teu critério para emoldurar os textos. Envio-te um novo capítulo, que se refere à nossa passagem por Guileje. Pode ser que para a semana, comece os capítulos sobre Gandembel.
Até lá, um afectivo abraço do Idálio Reis.
Assunto: Em Guileje, a guerra não se fez esperar, e dolosamente começou a insinuar as suas facetas mais pérfidas, com as ocultas ciladas montadas na vastidão dos nossos olhares e a espreitarem o horror a todo o instante.
Caros companheiros Luís e demais Tertulianos.
A 19 de Março [de 1968], arribávamos a Cacine, após uma viagem feita de noite, com uma paralisação forçada da LDG nas águas do Geba, devido ao acentuado efeito cíclico e oscilante das marés.
De Cacine a Guileje
Mal despontou o dia seguinte, já com os nossos haveres arrumados na véspera, foi determinado que cada grupo de combate tomasse as suas posições nas viaturas postadas à nossa espera. Não havia que perder tempo, pois que a distância a percorrer era relativamente longa, e ter-se-ia que partir do princípio que a picada estaria livre dos riscos próprios que as colunas de reabastecimento em geral induzem, tanto mais que tinha sido sujeita a uma vigilância nocturna das NT.
Esta ligação de Cacine a Guileje, com um traçado quase paralelo e muito próximo da fronteira da Guiné-Conacri, poderia ser perspectivada em dois troços, com um ponto intermédio junto a Ganturé, nas imediações do entroncamento para Gadamael-Porto.
O primeiro deles, o mais longo, muito raramente era utilizado, visto que a grande generalidade dos reabastecimentos eram transportados rio Cacine acima, por lanchas de desembarque de menor capacidade, até a esse aquartelamento. Apesar de tudo, a tropa periquita foi convenientemente alertada para os perigos que supitamente poderiam ocorrer, a provirem da mata densa em que se embrenhava a picada (em pleno maciço florestal de Cantanhez, de uma encantadora beleza paisagística).
E assim, nessa única vez que utilizámos este troço, tudo decorreu na maior das normalidades. Em contraste, no que se refere ao tramo final, já a coluna perdeu francamente o seu ritmo, pois que a precaução a tomar obrigava a um apuro mais atento, onde a floresta perdia alguma densidade, e a agressiva presença local do PAIGC impunha a um outro procedimento de maior cautela.
Recomendava-se pois que o seu trajecto se fizesse de forma apeada. Com o avançar do dia, o tórrido calor tornava-se sufocante, e o cansaço ia-se apoderando, com as fardas novas a empaparem-se de suores que se vertiam em contínuo gotejo, apesar de a falta de água não ser sentida, pois que uma cisterna-atrelado nos acompanhava (para que efeito?).
Em Guileje, com a CART 1613, do capitão Corvacho e do sargento Neto
Já vencida quase toda a distância, havia um outro entroncamento — o cruzamento de Guileje —, que nos fazia rodar à esquerda e andados um pouco mais de 3 quilómetros, uma grande coluna de viaturas, entrava ao princípio da tarde adentro do arame farpado do aquartelamento, sede de uma CART já com algum tempo de comissão, comandada pelo Capitão Eurico Corvacho (2).
Guileje oferecia sofríveis condições de alojamento, o bastante para os lassos corpos serenarem e para se saciar a fome acompanhada de uma bebida afrescada no frigorífico, para logo a fadiga da jornada rogar descanso.
No outro dia, o Comandante da [nossa] Companhia transmitia secamente aos seus 4 alferes, as suas directrizes:
(i) Que a permanência por Guileje seria de poucos dias, o suficiente para dar azo a trazer de Gadamael algumas infraestruturas e materiais de construção, a fim de serem transportados para um local próximo do corredor de Guileje, onde se iria fazer um quartel de raiz.
(ii) Que tal implantação, correspondia a uma resolução que se revestia de enorme transcendência no xadrez da estratégia militar da Província, tanto mais que assentava no objectivo de impedir o inimigo de utilizar uma das suas mais importantes fontes de reabastecimento com proveniência da Guiné-Conacri.
(iii) Que estava em planeamento uma grande operação militar, para onde e durante algum tempo, iriam ser canalizados grandes contingentes de tropa, tendentes à obtenção de um sucesso rápido, para nos libertar para os trabalhos de carácter imediato.
(iv) Que durante a curta estadia de Guileje, far-se-iam colunas de reabastecimento a Gadamael com uma grande frequência, com os grupos em rotação, quer em integração, ou em missão de segurança, a que se juntavam a CART 1613 e a CCAÇ 2316.
(v) Que dada a existência de haver logo à saída para o Mejo, de grandes quantidades de palmeiras que formavam óptimos cibes, se tornava importante fazer o seu máximo aproveitamento.
O contexto desta reunião era o de emitir uma ordem, e inscientes das tramóias que nos iam urdindo, estávamos prontos para o seu cumprimento. E assim, durante esta breve temporada, a Companhia viu-se envolvida numa grande azáfama.
Manter aberto corredor de Guileje
Por suposto, era de fácil dedução, para o forte núcleo guerrilheiro do PAIGC, que esta movimentação desusada das NT não lhe era a mais conveniente, dado que num intervalo de apenas 3 dias, uma outra Companhia do Batalhão — a CCAÇ 2316 —, se veio a sedear no aquartelamento do Mejo. Hoje, torna-se fácil reconhecer que, desde logo, houve um recrudescimento imediato do seu poderio bélico na zona, já quase sob o seu controlo territorial, e que, ante a situação que ora se lhe deparava, obviamente não convir-lhe-ia de todo menosprezá-la.
O raio de acção das NT já era restrito, procurando a todo o transe garantir os acessos a Gadamael-Porto, Guileje e Mejo. As ligações de Guileje para Aldeia Formosa já estavam interditas, assim como do Mejo para Bedanda (desde quando?), o que claramente denunciava uma situação de grande isolação e fragilidade para as tropas aqui acantonadas.
No decorrer desta permanência por Guileje, as colunas a Gadamael-Porto eram realizadas correntemente. Para além da estrada ser bastante perigosa, que obrigava à sua picagem na ida, e que amiúde era atravessada por traiçoeiras abatises, havia que fazer o carregamento das viaturas, na base de materiais em geral pesados e colocados à custa de um esforçado trabalho braçal, e de modo a que o regresso se fizesse com a maior rapidez possível. Não cabiam espaços para tempos perdidos.
Quanto à protecção na volta da coluna, 1 ou 2 grupos de combate saíam apeados do aquartelamento, a fim de montarem emboscadas nas imediações do cruzamento de Guileje até à passagem da coluna.
Um encontro fatal, o nosso baptismo de fogo
No fatídico dia 28 [de Março de 1968], coube ao meu grupo ir manter protecção a uma dessas colunas. Ao princípio da tarde, após uma manhã no corte de algumas palmeiras, deslocámo-nos até ao cruzamento, onde após dispor os meus homens emboscados ao longo do traçado da curva, vim a tomar lugar junto à secção da bazuca.
Ainda que não fosse audível o ruído dos motores, alguns dos homens que formavam o U aberto da curva, foram alertados pelo bulício de gente a andar, o que os fez pressupor que seriam alguns militares que vinham em missão de avanço relativamente à coluna.
A visão da estrada era plena. Contudo, começou-se a notar que havia alguém a entrar na mata, mas eram homens de tez não negra que apareciam à cabeça da fila. Já estes se encontravam a uma distância de pouco mais de uma dezena de metros dos homens em posição mais avançada, postados ao vértice da curva e onde se encontrava a secção da metralhadora, quando a visão de alguns autóctones e a diferenciação cromática da vestimenta, veio a comprovar que se estava ante um grupo inimigo. Numa aproximação frontal, só quase a secção da metralhadora é testemunha deste facto.
De uma forma brutal, desencadeia-se um fogo muito intenso, que durará um interminável período, não mais de 10 minutos, mas que se finda de forma repentina. O tiroteio como que seca abruptamente, dando a parecer, que num ápice todas as munições se tinham esgotado.
Passada uma curta fracção de tempo, noto as figuras de alguns soldados a recuarem de forma aflitiva e desordenada, a denotarem fortes reacções de embaraço, agitando-se convulsivamente. E, num relance, um número infindo de vespas (abelhas bravias) iam-se espalhando, zunindo ao nosso encontro, ferrando impiedosamente alguns de nós.
O IN tinha debandado, dado que se confrontou com uma improvisada situação que não esperava de todo, de os lugares onde desejavam posicionar-se, já estarem ocupados. A utilização destes insectos, transportados em cunhetes de granadas de rockets, causava em qualquer contingente, um franco risco de uma integral debilidade bélica, pelo que para eventuais fugas, era uma arma de arremesso de enorme impacto. É que em geral determinava ao desconserto, pois que malevolamente rompia todos os comportamentos que um combatente em frente de guerra deverá sempre demonstrar, como: presença, personalidade, compenetração, frieza, segurança, audácia, solidariedade, etc.
Sofreram-se vivências de autêntico terror, medonhas, pois parece que inopinadamente surgia um desencontro sem controlo, e da intensidade que este baptismo de fogo envolveu e da perda da ordem provocada, cheguei a pensar que o nosso fim estava iminente. Inesquecíveis momentos de pavor e amargura.
Mas as armas inimigas pareciam ter-se calado em definitivo, e o grupo ordeiramente foi-se reorganizando, pela conduta dos comandos de secção.
O apontador da metralhadora veio dizer-me que o seu municiador tinha sido fortemente baleado, e estava morto. Eu próprio, também testemunhara o horror da morte do municiador da bazuca, no seu derradeiro suspiro; este, para se esquivar dos impactes de uma rajada de metralhadora, ter-se-á acolhido para o lado do apontador no preciso momento em que disparou. Fatal, com a parte anterior do tórax transformado em cinza.
Os outros, alguns deles com várias picadas, estavam todos bem. E seria necessário sair dali, o mais rapidamente possível.
Contudo, o municiador da metralhadora jazia alguns metros à frente, e o seu corpo já não estava visível. Era necessário proceder à sua recuperação, apesar de se antever que devia estar sob um manto de vespas.
Os heróis têm medo, mas há homens que em determinadas circunstâncias perdem a noção de todo o risco, e afrontam qualquer situação de ameaça sem nada temerem. A consciência do perigo é vivida no teatro da guerra, de forma diferente em cada um de nós, na imprecisão das reacções. Para o verdadeiro amigo, são infinitos os limites da tolerância, dado que um conjunto de emoções se nublam, sume-se a racionalidade e num sopro silente, uma irreal inconsciência freme, e nenhum escolho deixa de ser enfrentado.
A acção heróica do 1º cabo Carmo, de alcunha o Lamego
Com o casaco do camuflado a cobrir a cabeça, há um que sem dizer palavra dirige-se ao local onde o companheiro jazia, levanta-o sobre o ombro esquerdo e junta-se ao grupo que abandona o local. E, antes da coluna de reabastecimentos entrar, um grupo de combate da tropa periquita assome a Guileje em desespero, silenciadas as palavras, com os olhos marejados de lágrimas de pranto e de dor a libertarem-se em fios copiosos sobre o rosto abaixo, com 2 camaradas mortos.
Acabávamos de perder os primeiros dois elementos de um dilatado rol: o Domingos Costa, da freguesia de Olival em Vila Nova de Gaia e o Manuel Meireles Ferreira, de Pópulo, em Alijó.
Deste dramático embate, como testemunha de maior responsabilidade, desejaria salientar os seguintes aspectos:
(i) A aproximação frontal de poucos metros, como resultado de à frente do IN virem 3 ou 4 militares não indígenas, porventura de origem cubana, ludibria os homens que estavam emboscados, que tiveram de travar uma luta frente a frente, quase de corpo a corpo.
Se se pode reconhecer alguma inexperiência, ao não se discernir na aproximação o tipo de combatente, seja pelo cromatismo das fardas, seja pelo armamento empunhado, o que poderia ter acontecido? Da combinação de tantas situações, há uma que não me suscita grandes dúvidas: que o efectivo do grupo do PAIGC seria numeroso, e dada a forma precipitada como se retirou, o resultado da renhida refrega provocou-lhe também pesadas baixas.
Um comunicado veiculado pelo PAIGC, contudo, não deixa transparecer este último aspecto, porquanto refere: «No dia 28 de Março [de 1968], um contingente colonialista que tentava fazer um reconhecimento na estrada Ganturé-Guileje, é violentamente atacado pelas NF. Pondo-se em debandada, o IN abandonou no terreno 8 cadáveres e uma importante quantidade de munições».
(ii) Havia um determinado tipo de armamento que equipava cada grupo de combate, inteiramente desajustado para situações ofensivas, como o caso do famigerado lança granadas foguete 8,9. A deslocação das NT, que se fazia mormente em zonas florestadas, poucas hipóteses ofertava na utilização desta arma, pouco ou nada maleável, com granadas de grande peso e a requerer alguma perícia no carregamento, e com um insatisfatório grau de eficácia.
O abandono da maldita bazuca 8,9 em acções ofensivas
A morte do municiador blevou a que a abandonasse em definitivo, guardando-a somente para situações de ordem defensiva. Em sua substituição, foi-me entregue um lança granadas de muito menor porte (julgo que o calibre era de 3,7, que a gíria intitulava de lança-rockets), arma bastante ligeira, e em que uma série de granadas podiam ser levadas numa bolsa-carregadora transportada sobre o dorso. E também fazia uso do dilagrama, que talvez tivesse sido a melhor invenção que tivesse ocorrido em Portugal, em termos de armamento militar, ainda que obrigasse a uma redobrada atenção no seu manuseamento, o que me fazia escolher 1 ou 2 soldados destinados unicamente para esta arma.
(iii) O homem que procedeu à façanha de ir buscar o companheiro morto, jamais o revi: O cabo Carmo. Era conhecido pela sua alcunha — o Lamego. Retenho dele, numa estatura meã, um ser simples, rude, duro, em permanente busca de afectos, donde emanava uma amizade sã e leal, que comprazia equitativamente por cada companheiro. E apesar de todas as contrariedades, denotava ser um homem feliz, e das peripécias de um itinerário em frente de guerra quase constante, parecia esquecer por inteiro as que mais nos ensombravam.
Um certo dia, já a mais de meio tempo de Gandembel, saiu legislação com efeitos de retroactividade, que determinava que uma família com um filho morto em combate, nenhum outro seria mobilizado, ou seja, o nosso Lamego, com um irmão falecido em Angola, poderia regressar ao Continente, pois a sua comissão, por força da lei, considerava-se terminada.
O que foram fazer a este homem! Talvez o pior, pois que de modo algum queria regressar. Neste momento, está à minha frente, em choro convulsivo, rogando-me para não o deixar ir embora. Hoje, recordo com uma enternecida emoção, o que foi a sua sentida despedida da Companhia, mas muito principalmente do seu Grupo, com que ele costumava brincar, por tudo e por nada, talvez porque em criança não tivesse tido tempo nem gente bastantes para o fazer. Um serrano beirão de gema, como poucos, e quanta falta nos fizeste, sabes?
Este primeiro infortúnio, que nos roubou 2 companheiros, foi um choque de uma carga emotiva extremamente pesada, transparecendo nos mais fracos e sensíveis, o alquebro das situações transidas, mas que a brutalidade da guerra recomendava a que fossem superadas por um persuasivo e sereno efeito moderador.
O dia seguinte era só amanhã, e tinha de revelar em pleno a sua presença. E assim correspondemos a esse apelo, fazendo tombar mais uma série de palmeiras. E os vivos continuaram a teimar nesta odisseia, ao livre arbítrio do destino.
A continuação pelo Tombali ainda continuou por mais alguns dias, onde recordo ao cerrar de uma noite, um ataque ao aquartelamento com alguma intensidade. Pareceu-me contudo, que o sistema defensivo de Guileje era eficaz, pronto na resposta e os abrigos ofereciam bastante segurança.
E o dia 8 de Abril [de 1968] chegava. Iniciava-se uma grande (incandescente!) operação militar de nome Bola de Fogo (3), que nos havia de conduzir algures à região do Forreá, mais especificamente a um fatídico sítio, que se veio a apelidar de Gandembel/Ponte Balana.
E até mais logo.
Um cordial abraço do Idálio Reis.
______________
Notas de L.G.:
(1) Vd. post de 16 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1530: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (1): Aclimatização: Bissau, Olossato e Mansabá
(2) CART 1613 (Guileje, 1967/68). Vd. memórias do nosso camarada Zé Neto > post de 25 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DLXXXV: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto) (Fim): o descanso em Buba
(3) Vd. post de 16 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXLIV: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto) (9): a Operação Bola de Fogo
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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