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terça-feira, 28 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25572: Convívios (999): "Bambadinquenses" de 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12) reuniram-se no passado dia 25, em Vila Nogueira de Azeitão


Foto nº 1A  > Sentados: Humberto Reis (CCAÇ 12), António F. Marques (CCAÇ 12), Fernando Oliveira (CCS/BCAÇ 2852), João Gonçalves Ramos (organizador) (CCAÇ 12).
De pé: José Luís de Sousa (CCAÇ 12), (?), Joaquim Fernandes (CCAÇ 12), Otacílio Luz Henriques (CCS/BCAÇ 2852), Ismael Augusto (CCS/BCAÇ 2852), Mourão Mendes (CCS/BCAÇ 2852), (?), Patronilho  (CCAÇ 12), (?)(Cond CCAÇ 12), (?), (?)(Cond  CCAÇ12)


Foto nº 1B > Sentados: Fernando Calado (CCS/BCAÇ 2852), Gabriel Gonçalves (CCAÇ 12). Silvino Carvalhal (CCS/BCAÇ 2852) (que veio de V.N. Famalicão), e o José Manuel Amaral Soares, (CCS/BCAÇ 2852)


Foto nº 1 > Foto de grupo dos "bambadinquenses"

Foto nº 2A

Foto nº 2B


Foto nº 2 > Foto de grupo ("Bambadinquenses" + familiares)


Foto nº 3 > Très ex-furrieis da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12: José de Sousa (Funchal), António F. Marques (Cascais) e Humberto Reis (Alfragide) ... À direita, o irmão do Sousa (que vive no Continente)


Foto nº 4 > Da esquerda para a direita, o Fernando Oliveira, o Joaquim Fernandes, o José de  Sousa, o Humberto Reis, a esposa do Joaquim Fernandes, a Gina e o marido, António F Marques.

Vila Nogueira de Azeitão > 25 de maio de 2024 > 28º almoço-convívio do pessoal de Bambadinca de 1968/71 (BCAÇ 2852, CCÇ 12 e outras subunidades) > Antigos combatentes e suas famílias

Fotos gentilmente cedidas pelo Humberto Reis. tiradas por um fotógrafo da organização.  Edição e legendagem complementar:  Humberto Reis e Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)




1. Realizou-se no passado dia 25, em Vila Nogueira de Azeitão o 28º almoço-convívio do pessoal de Bambadinca de 1968/71 (BCAÇ 2852, CCÇ 12 e outras subunidades). A organização coube desta vez ao João Gonçalves Ramos (ex-sold radiotelegrafista, CCAÇ 12, 1969/71 (Contuboel e Bambadinca, jun 69/ mar 71).

O local do almoço e convívio foi o Restaurante Típico Manuela Borges, em Santo António da Charneca. O nº de particiapntes não cehgiu à meia centena, dos quais 19 antigos combatentes. Faltaram sobretudo os camaradas que vivem no Norte.

Alguns fotos, acima reproduzidas, ajudam-nos a recordar caras (e nomes) de outros tempos e de outros convívios, para quem, como eu, não pôde comparecer. Obrihgado ao Humberto Reis por ter partilhado com o nosso blogue as fotos e as legendas possíveis.

Diz.nos o Humberto Reis que os únicos "totalistas" (isto é, os que participaram nos 28 almoços-convívios, o primeiro tendo-se realizado em 1994, em Fão, Esposende), seriam agora o António F.  Marques e o Joaquim Fernabdes, ambos da CCAÇ 12.  Esperemos que para o ano o convívio seja em local nais acessível aos camaradas do Norte.
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Notas do editor:


(**) Último poste da série > 27 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25569: Convívios (998): Rescaldo do Almoço / Convívio dos combatentes, e respectivas famílias, da CCAÇ 2796 ("Os Gaviões de Gadamael"), levado a efeito no passado dia 18 de Maio de 2024, em Fátima (Cor Morais da Silva, CMDT da CCAÇ 2796)


terça-feira, 2 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19939: Efemérides (307): 0s 600 anos da Madeira e Porto Santo


Região Autónoma da Madeira > Funchal > Lido > Baía e ilhéu do Gorgulho > 2019


Foto (e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Ontem, 1 de julho de 2019, foi o Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, pelo que nos cabe saudar todos os nosos amigos e camaradas da Guiné que nos acompamham, neste blogue, quer vivam na região autónonma ou na diáspora madeirense.

Este ano celebram-se também os 600 anos da chegada dos primeiros portugueses aquele arquipélago.  Lê-se na página oficial dos 600 Anos da Madeira Porto Santo


(..) "1418, é o ano apontado como o ano da descoberta da Ilha do Porto Santo, circunstância ocorrida após uma tempestade em alto mar que desviou da rota uma embarcação que seguia pela costa africana. Gonçalves Zarco e a sua tripulação foram salvos por este pequeno bocado de terra ao qual batizaram de Porto Santo.

Um ano mais tarde, em 1419, avistou-se outro bocado de terra, o qual foi designado por Madeira, devido à abundância desta matéria-prima.

Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo são os três navegadores que aqui chegaram e aqui ficaram, cada um com a sua capitania. Porto Santo a Bartolomeu Perestrelo, Machico a Tristão Vaz Teixeira e, Funchal a Gonçalves Zarco, isto, alguns anos mais tarde, em 1440, após se ter dado início ao Ciclo do Povoamento, em 1425, por ordem do D. João I."


Descoberta, achamento, (re)descoberta,  chegada oficial,  ocupação, povoamento, colonização...Os termos não querem dizer exatamente o mesmo.  Há controvérsia, entre os historiadores, sobre quem foram os "primeiros" a chegar ao arquipélago da Madeira (sete ilhas e cerca de 3 dezenas de  ilhéus...). Nem isso é relevante. Estas ilhas atlânticas já eram referidas na Antiguidade Clássica. A história não pode nem dever ser "glorificadora",  comoo foi claramente durante o Estado Novo e a guerra colonial. Essa função pode competir à arte, à poesia, à literatura... Como foi o caso de "Os Lusíadas" (, canto V, 5/00):

"Passamos a grande Ilha da Madeira,
Que do muito arvoredo assim se chama,
Das que nós povoamos, a primeira,
Mais célebre por nome que por fama:
Mas nem por ser do mundo a derradeira
Se lhe aventajam quantas Vênus ama,
Antes, sendo esta sua, se esquecera
De Cipro, Gnido, Pafos e Citera."


Interpretação: as lhas gregas, no Mediterrâeno,  como  Cipro (Chipre), Gnido, Pafos e Citera, estavam para os poetas clássicos como as ilhas atlânticas, com a Madeira em destaque, passam a estar para a poesia europeia, renascentista. E  amor de Vénus era a medida de todas as coisas...E não é pro acaso que nós a chamamos "Pérola do Atlântico".

Do ponto de vista geológico. a ilha da Madeira é mais nova (c. 7 milhões de anos, da idade miocéncia a holocénica) do que a ilha do Porto Santos (é do Miocénico Inferior, c. 18  milhões de anos)... Umas "criancinhas", quando comparadas com a "minha terra": a formação Lourinhã é do Jurássico Superior (c. 150 milhões de anos).

A portugalidade e a madeirensidade dos madeirenses, essas, têm 600 anos. E a efeméride precisa de ser comemorada (*). Neste(s) dia(s) não esqueçamos que os nossos camaradas madeirenses e porto-santenses que morreram pela Pátria, entre 1961 e 1974, na(s) guerra(s) colonial(ais). Cerca de duas centenas.




Região Autónoma da Madeira > Funchal > Sé do Funchal. >  Detalhes do Políptico da Capela-mor da Sé do Funchal (1512-1517), do Mestre da Lourinhã e ajudantes, composto por doze painéis, e que faz parte do retábulo do altar-mor...

É considerada uma das raras obras retabulares da primeira metade do século XVI, no nosso país, que permaneceu intacta até aos nossos dias. 

Dos doze panéis, há pelo menos 4 que, pelas suas caterísticas técnicas, temáticas e estilísticas, são atribuídas especificamente ao Mestre da Lourinhã,  sendo as restantes pintadas pelos seus ajudantes. Este pintor,  cuja ainda identidade se desconhece,  tem no núcleo museológico da Misericórdia da Lourinhã, duas  das suas obras-primas, o São João  em Patmos (c. 1510)  e o São João Baptista no Deserto (c. 1515... 

Tive o privilégio de há um mês, no Funchal,  observar, "in loco", este esplendoroso conjunto de trabalhos da pintura portuguesa do séc. XVI, uma provável encomenda régia, resultado da riqueza criada pelo ciclo do açúcar, o "ouro branco"...

O cultivo da cana-de-açúcar foi introduzido no arquipélago da Madeira, por finais da primeira metade do século XV. A produção de açúcar em larga escala permitiu  a sua exportação para portos da Flandres, através de Lisboa,  numa primeira fase e depois diretamente.  O consumo de açucar  começou a vulgarizar-se na Europa quinhentista, com implicações  na alimentação humana, na gastronomia, na medicina e na farmácia.  Em consequência do comércio do "ouro branco", aumentou  a importação também,  para o arquipélago, de bens "sumptuários" (, obras de pintura, escultura, ourivesaria, etc.),  satisfazendo as necessidades e exigências de "status" da elite local que enriqueceu  com a economia açucareira.

De novembro de 2017 a março de 2018, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, a exposição "As Ilhas do Ouro Branco" permitiu conhecer melhor "as elites comitentes locais através das suas encomendas – obras de pintura, escultura ou ourivesaria – provenientes da Flandres, do continente e até do Oriente. Numa última sala, expõem-se as mais destacadas obras-primas encomendadas, sintetizando, com particular brilho, a riqueza do património madeirense dos séculos XV e XVI, resultante do esplendor cultural proporcionado pelo ciclo económico do 'ouro branco'. Marcando o arranque das Comemorações dos 600 Anos do Descobrimento da Madeira e Porto Santo, esta embaixada cultural do arquipélago em Lisboa é constituída por 86 obras de arte."


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Por outro lado, alguns camaradas da Guiné, da nossa Tabanca Grande, a começar pelos nossos editores Luís Graça e Carlos Vinhal,  têm uma "relação especial" com a Madeira,  tendo formado companhia ou batalhão no Funchal (Carlos Vinhal) ou tendo combatido, no teatro de operações da Guiné, com camaradas oriundos do arquipélago da Madeira (Luís Graça).

No meu cso, recordo-me de, no regresso a casa, em março de 1971, o T/T Uíge ter parado no Funchal o tempo suficiente para nós irmos, em grupo (em bando!), cantar e dançar o bailinho da Madeira na famosa Rua do Comboio, em casa do Sousa, a mesa farta, e à volta uma alegre e numerosa família madeirense, jovial, simpatiquíssima, alegre, de que guardei para sempre a melhor memória...



Região Autónoma da Madeira > Funchal > 2 de Janeiro de 2008 > A Rua do Comboio (também conhecida por Caminho de Ferro: Vd. fotos antigas do Funchal)...onde morava, em 1971, a família do José Luís de Sousa. Por aqui passava até aos anos 40 do séc. XX o Caminho de Ferro do Monte (vulgarmente conhecido como Comboio do Monte ou Elevador do Monte), uma ferrovia de via única em cremalheira que ligava o Pombal, no Funchal, ao Terreiro da Luta, no Monte  numa extensão de quase 4 km.

A família do Sousa, o nosso Zé da Ila - era assim que o tratavamos, afectuosamente - , os seus numerosos manos e manas, ainda hoje os associo, a todos, por um qualquer automatismo da memória, ao filme Música no Coração...

Foi um momento único e mágico na viagem do nosso regresso a Lisboa...Vocês, amigos e camaradas da Guiné, não imaginam a alegria que foi, naquela casa, o regresso do mano Sousa, vivinho da costa, devolvido aos pais e irmãos, rodeado por todos os cacimbados dos seus camaradas, os furriéis e alferes da CCAÇ 12 (**).




Região Autónoma da Madeira > Funchal > Rua do Bispo > 31 de Dezembro de 2008 > O ex-fur mil at inf José Luís Sousa, da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), mais conhecido entre os seus camaradas da Guiné pelo petit nom de Zé da Ila, mediador de seguros com escritório na centralíssima Rua do Bispo... Tropecei literalmente com ele, nas minhas férias madeirenses de fim de ano de 2008...

Na altura fiquei  com o contacto da sua empresa: José Luís Sousa - Mediação de Seguros, Lda, R. Bispo 36, 1º - B, Funchal, Madeira 9000-073, Tel: 291200410... Presuno  que ele já deve estar reformado...

Ele mudou de mail, mas eu registei o endereço numa folha de jornal... que foi parar ao cesto dos papéis... O José Luís era/é  um profissional competentíssimo na área dos seguros. Tive o prazer de conhecer o filho, com quem trabalhava. Era/é, além disso, um homem de muitas contactos: num ápice arranjou-me um transitário e um sucateiro de automóveis, dois contactos precisosos para o meu sobrinho, médico, que estava a mudar-se para o Porto, depois de um ano de trabalho no Serviço Regional de Saúde.

O Sousa foi meu duplo camarada, além de ter sido e continuar a ser um querido amigo: formámos companhia em Santa Margarida (CCAÇ 2590/CCAÇ 12), fizémos a guerra juntos, dormimos no mesmo quarto (eu, ele, o Tony Levezinho, o Humberto Reis, o Marques, o Joaquim Fernandes) em Bambadinca, de julho de 1969 a março de 1971...

Ele era o mais educado, o mais afável, o mais calmo, o mais polido, o mais correcto, de todos nós: um verdadeiro gentleman funchalense... possivelmente com costela britânica... A preocupação em afirmar-se como funchalense, levava-o a falar sem dizer os lhês... para evitar a armadilha do cerrado sotaque madeirense... Daí ter ficado conhecido como Zé da Ila... Era além disso um dos nossos tocadores de viola e baladeiros, ajudando a tornar menos penosas as nossas noites entre duas saídas para o mato.

Pertencia a uma numerosa e simpática família que morava na Rua do... Comboio. Uma família encantadora e prendada onde, rapazes e raparigas, tocavam e cantavam... É essa imagem que eu ainda guardo, da primeira vez que pisei a terra madeirense, no regresso da Guiné. O Uíge, em Março de 1971, parou umas horas no porto do Funchal, o que nos permitiu participar na festa de recepção que a família e os amigos do José Luís de Sousa lhe quiseram oferecer, a ele e aos demais camaradas metropolitanos da CCAÇ 12 que regressavam a casa, em rendição individual... 

Nunca mais esqueci o insólito nome da rua... que me pareceu mais íngreme e mais estreita na altura do que agora... (e seguramente com menos casas). Do comboio já não havia vestígios... Tratava-se de um elevador que ligava a baixa do Funchal ao Monte, começando na Rua das Dificuldades e escalando a Rua do Comboio... A linha foi extinta em 1943, se não me engano.

Recordei esta história na visita ao valiosíssimo e belíssimo Photografia - Museu 'Vicentes', instalado no antigo estúdio fotográfico de Vicente Gomes da Silva (1827 – 1906)...

Por outro lado, ligam-me à Madeira outros laços,  afetivos e profissionais... Tenho lá ido em trabalho e em lazer, desde o início dos anos 90 do sécuo passado, e feito bons amigos: por exzemplo, o Rui, a Cristina, a Sara, a Teresa, o Francisco, a Catarina...  Sem esquecer o meu cirurgião ortopedista, e camarada da Guiné,o Francisco Silva, que já me operou a um joanete e me fez uma artroplastia total da anca...

Last but the least, vou ter, vamos ter, eu e a Alice, uma neta madeirense, uma Clarinha...

Por estas muitas e boas razões brindo um Madeira à Madeira e a Porto Santo!...Ao passado, ao presente e sobretudo ao futuro!


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Notas do editor:


sábado, 30 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P16034: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (5): Capelas, igrejas e nichos religiosos no mato: fotos de António Santos, Arlindo Roda, Benjamim Durães, Carlos Silva, Jorge Pinto, Mota Tavares, Zé Neto (1929-2007)


Foto nº 1 >  Zona leste > O fur mil at inf, Arlindo T. Roda, da CCÇ 12 (1969/71), no interior de  um capela ou igreja,  não sabemos exatamente onde... Bambadinca ? Bafatá ?  Já não nos lembramos do interior da capela de Bambadinca (que também servia de capela mortuária)...

Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados.



Foto nº 2 > Exterior da capela de Bambadinca. À porta o fur mil Arlindo T. Roda

Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados.



Foto nº 3 > Exterior  da capela de Bambadinca ... Aquartelamento e posto administrativo de Bambadinca. Foto de Benjamim Durães  ex-fur mil op esp, Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72).

Foto: © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados.



Foto nº  4 >  Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Março de 2007 > O anterior da capela onde, entre outros, rezaram missa capelães como o Horácio Fernandes (CCS/BCAÇ 2852, maio/dezembro de 1969) e o Arsénio Puim (CCS/BART 2917, 1970/71).

Foto: © Carlos Silva (2007). Todos os direitos reservados.




Foto nº 5  >  O Arlindo Roda, no interior de um aquartelamento que ainda não conseguiimos identificar... Não é o Xime... Será Xitole, Saltinho... ?

Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados.


Foto nº  5 > O fur mil at inf José Luís Sousa, também da CCAÇ 12, natural do Funchal, na capela do mesmo aquartelamento não identificado (foto nº 4)

 Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados


Foto nº  6 >  Nicho construído em Mansambo pela CCAÇ 2404 (Binar e Mansambo, 1968/70). A CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 substituiu  a CART 2339, "Os Viriatos" (Mansambo) entre novembro de 1969 e maio de 1970... Foi, por sua vez, rendida pela CART 2714 ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (1970/1972).

 Foto: © Arlindo Roda  (2010). Todos os direitos reservados



Foto nº  7 > Igreja de Bafatá

Foto: © José Fernando dos Santos Ribeiro (2013). Todos os direitos reservados.




Foto nº  8 > Igreja de Nova Lamego. "Graça, Cunha e eu" (António Santos, ex-sol trms, Pelotão de Morteiros 4574/72, Nova Lamego, 1972/74)

Foto (e legenda): © António Santos  (2006). Todos os direitos reservados.




Foto  nº 9 > Capela de Guileje, na Região de Tombali, construída pela CART 1613 (1967/68) > Guileje foi "terra de fé e de coragem".. Foto do nosso saudoso cap art ref Zé Neto (1929-2007).

Foto (e legenda): © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  (2016). Todos os direitos reservados.


Foto nº 10 > Zona leste > Região de Gabu > Capela de Buruntuma > O arquiteto e mestre de obras foi o Mota Tavares, nosso camarada do BCAÇ 1856 (Nova Lamego, 1965/67) que nos mandou fotos da "sua" capela... Anda à procura do militar que está nesta foto... mas ele próprio nunca mais deu notícias

Foto: © Mota Tavares (2016). Todos os direitos reservados.



Foto nº 11  > Região de Quínara, Fulacunda >  3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Soldados construindo a capela cristã (pormenor) em terra de beafadas e muçulmanos.

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2013). Todos os direitos reservados.



1. Capelas no mato... Símbolos da religiosidade do soldado português... Não havia aquartelamento (ou até mesmo destacamento) que não tivesse a sua capela ou capelinha... Ou um nicho religioso, geralmente mariano, para orar, debaixo de um poilão (como o da foto nº 6: "Senhora, protege a CCAÇ 2404").

Ao longo da guerra (1961/74),  improvisaram-se arquitetos, engenheiros, pedreiros, carpinteiros, trolhas, decoradores, etc.,  para erguer estas construções efémeras onde o soldado português erigia as mãos ao céu, e rezava, sozinho ou em grupo...  Muitas vezes não havia capelão, ou quando o havia ficava na CCS do batalhão, a dezenas de quilómetros de distância...

Temos diversas fotos publicadas no blogue, e outras mais estão disponíveis na Net. Mas gostávamos que nos mandassem mais exemplares, com a devida legenda: local, data, autor...

Entretanto, pede-se ajuda para legendar (ou completar a legendagem de) as fotos nºs 1, 5 e 6. O Arlindo Roda mandou-nos as fotos, em devido tempo (2010),  mas sem legenda. E não está contactável: presumo que ainda viva em Setúbal. É natural dos Pousos, Leiria. O nosso obrigado a ele e aos restantes fotógrafos.

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13962: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXVII: Boas vindas à equipa da RTP que foi gravar as mensagens do Natal de 1969: Benvindos!... Jamgarte!... Welcome!... (José Luís Sousa, ex-fur mil, 1º Pelotão)






1. Continuação da publicação das "histórias da CCAÇ 2533", a partir do documento editado pelo ex-1º cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, de fotografias). (*)

Hoje a história vem na página 90, e é  contada pelo ex-fur mil José Luís Simões (também do 1º pelotão):  tem por título "o especialista"... Mais um exemplo  do nosso sentido de humor, posto à prova nas condições adversas em que se desenrolaram as nossas "comissões de serviço" no TO da Guiné...  ( LG)
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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13893: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXVI: O finório e o 1º sargento (José Luís Sousa, ex-fur mil, 1º pelotão)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10826: A minha CCAÇ 12 - Anexos (II): Quem se lembra destes camaradas guineenses da 1.ª Secção do 3.º GComb? (António Mateus / Luís Graça)


Foto nº 1 


Foto nº 2


Foto nº 3

Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > junho/julho de 1969 > uma secção do 3º Gr Comb da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12), em frada nº 3, durante a instrução de especialidade do pessoal de recrutamento local. (*)

Em primeiro plano, na foto nº 1, da esquerda para a direita,  os 1ºs cabos Carlos Alberto Alves Galvão [, vive na Covilhã, foto nº 2], que  irá integrar mais tarde a 1ª secção ; e  António Braga Rodrigues Mateus [, durante muito tempo sem morada conhecida, hoje sabemos que vive em Guifões,  Matosinhos] , que irá pertencer à 2ª secção (**).

A 1ª secção era comandada pelo saudoso Fur Mil Luciano Severo de Almeida, natural do Montijo, enquanto a 2º secção tinha comandante o nosso querido amigo Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal, reformado, e grande damista, e um dos nossos fotógrafos de Bambadinca ]... A 3ª estava entregue ao madeirense, fur mil José Luís Vieira de Sousa.

O comandante do 3º Gr Com era o alf mil inf Abel Maria Rodrigues, Passei por este grupo de combate, como aliás passei por todos, tapando "buracos" (feridos, doentes, desenfiados, de férias...). Mais pelo 3º e pelo 4º do que pelo 1º e pelo 2º. Eu era o furriel "pião das nicas", dizia-me o capitão, e eu nunca soube se, na boca dele, a expressão  era elogio, se era gozo... Foi no 2º Gr Comb que tive o meu batismo de fogo (setembro de 1969), e no 4º que apanhei com uma anticarro (janeiro de 1971). Enfim, não vem ao caso, agora, a minha história...

Os soldados africanos das fotos acima reconheço-os a todos, mas tenho dificuldade, de momento, em identificá-los pelos nomes. Uns eram mais putos e brincalhões, outros mais sérios e reservados, com mais dificuldade em falar português. Tenho hoje uma pena enorme de não ter muitas mais fotos dos nossos camaradas guineenses (da CCAÇ 12 e de de outros unidades africanas), e de não poder identificá-los um a um. O mais provável é que apenas um destes seis meus camaradas guineenses estejam ainda vivo,  talvez o mais jovem (o terceiro a contar da esquerda, na foto nº 2), ainda com cara de criança, jovial, alegre, reguila, de quem me lembro tão bem, e com saudade. Seria o Sambel ?

Os que constam das fotos acima (vd. em detalha, as fotos nº 2 e 3) parecem-me ser os da 1ª secção que era constituída pelos seguintes elementos (***):

Fur Mil Luciano Severo de Almeida [, viva no Montijo, já falecido]
1º Cabo 02920168 Carlos Alberto Alves Galvão [, vive na Covilhã]
Soldado Arvorado 82108769 Totala Baldé (Fula)
Sold 82108569 Sambel Baldé (Fula)
Sold 82108969 Mauro Baldé (Ap LGFog 8,9) (Fula)
Sold 82110369 Jamalu Baldé (Mun LGFog 8,9) (Fula)
Sold 82109169 Malan Baldé (Fula)
Sold 82109569 Iéro Jau (Ap Dilagrama) (Fula)
Sold 82110969 Samba Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (Fula)
Sold 82109969 Malan Nanqui (Mamdinga)


O 1º cabo.metropolitano,  da secção era o Carlos Galvão, que eu vejo desde 1992, e que não nos lê... nem nos ouve. O mesmo se passa com o Arlindo Roda (que vive em Setúbal). Talvez o nosso camarada e grã-tabanqueiro, transmontano, Abel Rodrigues, ex-Alf Mil, e comandante deste 3º Gr Comb nos possa dar uma ajuda...

 Quanto ao Carlos Galvão, já tem sido aqui por diversas recordado como o homem que cometeu a proeza de ser ferido duas vezes no decurso da mesma operação (Op Boga Destemida, Fevereiro de 1970). Penso que não haverá muitos casos destes ao longo da guerra...


Já aqui apresentei, em abril passado, o meu camarada da CCAÇ 12, António Mateus , de seu nome completo António Braga Rodrigues Mateus, de quem não tinha notícias desde 1971... Depois de ter estado emigrado em França. fixou-se em Guifões, Matosinhos onde é vivizinho do Albano Costa, e tem hoje o seu negócio próprio.  [, foto à esquerda].

Nasceu em 18 de novembro de 1947. É casado com a Laura, tem uma filha. E fez-nos chegar, através do email do seu genro, Emanuel Azevedo (mais conhecido por Tito), as fotos da praxe, bem como as que publicamos acima.

O António Mateus foi gravemente ferido na Op Pato Rufia, em 7 de setembro de 1969, e evacuado para o HM 241. No meu caso, foi o meu batismo de fogo. Eu estava perto dele.



Já falei com o António ao telefone, duas ou três vezes, recordando os nossos velhos tempos da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, e finalmente pude revê-lo e abraçá-lo em Monte Real, no dia 21 de abril de 2012, no nosso VII Encontro Nacional.

Depois de regressar do hospital, em data que já não posso precisar (talvez finais de 1969, princípios de 1970), o António Mateus foi integrado na força que defendia o destacamento do reordenamento de Nhabijões, composto por militares da CCAÇ 12, da CCS do BCAÇ 2852 (e depois do BART 2917) e outros. Creio que ficou lá o resto da comissão.

Estava lá quando acionámos duas minas A/C à saída de Nhabijões, no fatídico dia 13 de janeiro de 1971.

Fotos: © António Mateus (2012). Todos os direitos reservados.
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Notas do editor

(*) Primeiro poste da série > 3 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10615: A minha CCAÇ 12 - Anexos (I): Sansacuta, tabanca fula em autodefesa no sul do regulado de Badora, onde estive em março de 1970 e onde um dia recebi, do vaguemestre, um lata 5 kg de fiambre dinamarquês... que tive de consumir e repartir pelos putos em escassas horas (Luís Graça)

(**) 20 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9775: Tabanca Grande (331): António Mateus, de Guifões/Matosinhos, ex-1º Cabo At Inf, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), nosso tabanqueiro nº 550

(***) 21 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6447: A minha CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971) (1): Composição orgânica (Luís Graça)

(...) 2ª Secção
Fur Mil 07098068 Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal]
1º Cabo 17625368 António Braga Rodrigues Mateus [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82108369 Mamadú Jau (Ap Dilagrama) (F)
Soldado 82109369 Malan Jau (Ap Mort 60) (F)
Sold 82100769 Amadú Candé (Mun Mort 60) (F)
Sold 82108869 Quembura Candé (F)
Sold 82109769 Sherifo Baldé (F)
Sold 82115369 Ussumane Jaló (FF)
Sold 82110169 Madina Jamanca (F)

3ª Secção
Fur Mil 06559968 José Luís Vieira de Sousa [, natural do Funchal, agente de seguros]
1º Cabo 12356668 José Jerónimo Lourenço Alves [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82108469 Sajo Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (F)
Soldado 82109669 Cherno Baldé (Mun Metr Lig HK 21) (F)
Sold 82109469 Sanuchi Sanhã (Ap LGFog 3,7) (F)
Sold 82109269 Sori Jau (Ap Dilagrama) (F)
Sold 82110569 Mamadu Embaló (F)
Sold 82110769 Chico Baldé (F)
Sold 82115169 Demba Jau (F)
Sold 82108669 Cutael Baldé (F)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9930: A minha CCAÇ 12 (24): Agosto de 1970: em socorro da tabanca em autodefesa de Amedalai, terra do nosso hoje grã-tabanqueiro J. C. Suleimane Baldé (Luís Graça)


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) > Fotos do álbum do Arlindo Roda, ex-fur mil at inf, 3º gr comb > O autor, no cais do Xime, ao pôr do sol. Aqui era a porta de entrada do leste... Aqui chegavam navios da marinha, em especial as LDG, além dos barcos e batelões civis, ao serviço do exército... O rio era navegável até Bambadinca. Aqui no Xime teria cerca de 400 metros de largo, entre as duas margens.



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) > O cais do Xime... Havia um aquartelamento na margem esquerda, guarnecido por uma companhia de quadrícula, além de um Pel Art (obus 10.5). Havia ainda uma tabanca. Na margem direita, situava-se a povoação do Enxalé,  outrora importante. Nesta altura havia lá um destacamento (guarnecido por 1 gr comb do Xime).



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) > O cais do Xime, na margem esquerda... O mistério do Geba, o fascínio dos rios e braços de mar da Guiné: o que havia para além daquele cotovelo, a montante e a jusante ? Gostavamos de imaginar que para além do Xime, a ponta Varela, a foz do Corubal, Porto Gole, Bissau, o Atlântico, o Tejo, o regresso a casa... Como diz o nosso Álvaro de Campos / Fernado Pessoa, "todo o cais é uma saudade de pedra"...


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) > O cais do Xime, na margem esquerda... Homens e viaturas esperando o desembarque da LDG, vinda de Bissau, com tropas frescas...


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) > O cais do Xime, na margem esquerda > Dois furrieis (o Roda e o madeirense Zé Luís de Sousa, mais o condutor do Unimog 411, cujo nome já não recordo... (Talvez algum camarada da CCAÇ 12 me possa ajudar!).


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) > O Arlindo Roda na ponte do Rio Udunduma, afluiente do Rio Geba, onde havia um destacamento permanente... A defesa desta ponte (sabotada em 28 de maio de 1969, por ocasião do ataque a Bambadinca) era vital  para o trânsito na estrada Xime-Bambadinca... Era desde então defendida permanentemente por um grupo de combate (o9ra da CCAÇ 12, ora de outras subunidades como os Pel Caç Nat).


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) > 'Refeitório' e 'sala de estar' do destacamento da ponte do Rio Udunduma. Pessoal do 3º gr comb: sentados  à esquerda, identificao o fru mil Arlindo e o alf mil Abel Rodrigues...



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (julho de 1969 / março de 1971) >  Mais uma bonita paisagem: o porto fluvial de Bambadinca, no Geba Estreito... O Arlindo aparece na foto à civil... Aqui fazia-se a cambança para Finete e Missirá, os únicos destacamentos que tínhamos no Cuor... Bolanha de Finete em frente. 

Imagens de diapositivos digitalizados. Álbum do Arlindo Roda, ex-fur mil at inf, 3º gr comb, CCAÇ 12 (1969/71). Edição e legendagem: L.G.

Fotos: © Arlindo Teixeira Roda (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.



A. Continuação da série A Minha CCAÇ 12 (*)
por Luís Graça








Fonte: História da Companhia de Caçadores 12 (CCAÇ 2590): Guiné 1969/71. Bambadinca: CCAÇ 12. 1971. Policopiado, pp. 38/39. [ Documento escrito, datilografado e reproduzido a stencil por L.G.]

2. Comentário de L.G.:

Havia sinais de que, no setor L1, já estávamos todos cansados da guerra, os combatentes de um lado e do outro... E ainda faltavam quatro anos, quatro longos anos,  para acabar este conflito absurdo...  A CCAÇ 12 tinha tido uma intensa atividade operacional, na época das chuvas, coincidindo com o final da comissão de serviço do BCAÇ 2852 (1968/70). 

Os novos senhores de Bambadinca (BART 2917, 1970/72) estavam desejosos de mostrar serviço... Como a gente dizia, em linguagem de caserna, vinham de Lisboa "com a tusa toda"!... De forma que a desgraçada da minha companhia, de intervenção ao setor L1, não tinha mãos (nem pés) a medir... 

Do lado do PAIGC, comemorava-se, sem grande entusiasmo, as efemérides revolucionários: no dia 3 de agosto de 1970, o grupo de roqueteiros de Ponta Varela, cumprindo ordens do comissário político, atacaram em pleno dia a LDG... Sem consequência para o navio da marinha, mas há que reconhecer que sempre era uma ação temerária, dado o poder de fogo da LDG... Uma coisa é atacar um barquinho civil cujo armador não tem as quotas em dia... Outra coisa é enfrentar a resposta da LDG, dotada de duas peças Boffors, antiaéreas, de 40 mm...  

Para celebrar a revolta do cais do Pidjiguiti, no já longínquo 3 de agosto de 1959, a guerrilha local também flagelou o Enxalé e Mansambo... Mas tínhamos informações sobre problemas intestinos a nível do bigrupo que residia na área do Poindon / Ponta do Inglês...  Foi preciso vir, em agosto de 1970,  gente do Cuor, de Madina/Belel, dar uma maozinha do subsetor do Xime (vd. croquis do setor, em baixo)...

Mesmo no mês da maior pluviosidade na Guiné, não tivemos direito a qualquer descanso. Importantes tabancas fulas, em autodefesa e guarnecidas com pelotões de milícias, como Amedalai (onde hoje vive o nosso grã-tabanqueiros J.C. Suleimane Baldé) e Dembataco foram atacadas, com agressividade, obrigando a entrada em ação do nossos piquetes... Fora disso, era a chuva e a rotina dos dias, repartidos pelos destacamentos de Nhabijões, Bambadincazinho (MIssão do Sono), ponte do Rio Udunduma, sem esquecer as colunas logísticas, os patrulhamentos ofensivos e outros exercícios que nos obrigavam a fazer para manter a boa forma... Mas nuvens negras espreitava-nos no fim da estação... (LG).



Guiné > Zona Leste > Croquis do Sector L1 (Bambadinca) > 1969/71 (vd. Sinais e legendas).

Fonte: História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971




Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Subsetor do Xime > Detalhe > Carta do Xime (1955) (Escala 1/50 mil)... Lugares que continuam no nosso imaginário..


Infografias: © Luís Graça (2005). Todos os direitos reservados

domingo, 13 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7935: Álbum fotográfico de Vitor Raposeiro (Bambadinca, 1970/71) (6): O Joaquim Pina (Silves), o Arlindo Roda (Setúbal), o José Luís de Sousa (Funchal)... furriéis da CCAÇ 12 (1969/71)


Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  BART 2917 (1970/72) >  Na parada de Bambadinca, junto às instalações do comando, quartos e messes de oficiais e de sargentos.. Foto provavelmente de inícios de 1971... Reconheço, à direita, de óculos, o meu querido amigo José Luís de Sousa que tive o prazer (inesperado) de reencontrar na Rua do Bispo, no Funchal, há dois anos atrás... Era Fur Mil da CCAÇ 12. Os restantes seriam furriéis da CCS/BART 2917 de cujo nome não me consigo lembrar... Talvez o Benjamim Durães me possa dar uma ajuda, para além do Sousa (se me estiverem a ler...). 



Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  BART 2917 (1970/72) > Um dos quartos dos sargentos... Na foto reconheço, o Vitor Raposeiro em primeiro plano, o Pina (à direita) e o Arlindo Roda (à esquerda)... O Roda vive hoje em Setúbal tal como o Vitor. O Pina (Joaquim João dos Santos Pina)  julgo que continua na sua terra, Silves. Era ilusionista amador e tocador de viola. Bom rapaz, afável, discreto. Foi ferido em combate, e evacuado para o HM 241 em 14 de Janeiro de 1970, na decurso da Op Borboleta Destemida, na região do Xime). Pertencia ao 1º Gr Comb, comandado pelo Alf Mil Op Esp Francisco Magalhães Moreira (que era o homem de confiança do Cap Inf Carlos Brito, substituindo-o na intensa actividade operacional a que esteve sujeita a CCAÇ 12... O que é feito de ti, Moreira ?... Constou-me que arrumaste de vez o dossiê da guerra. Nunca mais te vi, depois de 1994, ano em que realizou o nosso primeiro encontro, em Fão, Esposende).



Guiné > Zona Leste > Sector L1  > Bambadinca >  BART 2917 (1970/72) > Bar de sargentos... O Vitor, à civil, de camisola preta; e o Sousa (CCAÇ 12), fardado, à direita... No meio em segundo plano, o nosso barman (um 1º cabo da CCS/BART 2917) que tanto nos aturou e muita sede nos matou... Já não me lembro do seu nome... Os outros dois furriéis, o 1º e o 3º sentados no bar, também não me lembro dos seus nomes.




Fotos: © Vitor Raposeiro (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

1. Continuação da publicação de uma selecção das  fotos do álbum do Vitor Raposeiro (ex-Fur Mil, Radiotelegrafista, STM, de rendição indiviual, que passou por Aldeia Formosa, Bambadinca, Bula e Bissau, 1970/72) (*). 

[ Fotos: Selecção / edição / legendagem: L.G.]

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Nota de L.G.:

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3702: Memória dos lugares (15): Funchal, uma ponte entre Lisboa e Bissau (Luís Graça)

Região Autónoma da Madeira > Funchal > Rua do Bispo > 31 de Dezembro de 2008 > O ex-Fur Mil José Luís Sousa, da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), mais conhecido entre os seus camaradas da Guiné pelo petit nom de Zé da Ila, mediador de seguros com escritório na centralíssima Rua do Bispo... Tropecei literalmente com ele, nas minhas férias madeirenses de fim de ano...

Já agora ficam com o contacto da empresa: José Luís Sousa - Mediação de Seguros, Lda, R. Bispo 36, 1º - B, Funchal, Madeira 9000-073, Tel: 291200410... Ele mudou de mail, mas eu registei o endereço numa folha de jornal... que foi parar ao cesto dos papéis... O José Luís é um profissional competentíssimo na área dos seguros. Tive o prazer de conhecer o filho, com quem trabalha. É, além disso, um homem de muitas contactos: num ápice arranjou-me um transitário e um sucateiro de automóveis, dois contactos precisosos para o meu sobrinho, médico, que estava a mudar-se para o Porto, depois de um ano de trabalho no Serviço Regional de Saúde.

O Sousa foi meu duplo camarada, além de ter sido e continuar a ser um querido amigo: formámos companhia em Santa Margarida (CCAÇ 2590/CCAÇ 12), fizémos a guerra juntos, dormimos no mesmo quarto (eu, ele, o Tony Levezinho, o Humberto Reis, o Marques, o Joaquim Fernandes) em Bambadinca, de Julho de 1969 a Março de 1971...

Ele era o mais educado, o mais afável, o mais calmo, o mais polido, o mais correcto, de todos nós: um verdadeiro gentleman funchalense... possivelmente com costela britânica... A preocupação em afirmar-se como funchalense, levava-o a falar sem dizer os lhês... para evitar a armadilha do cerrado sotaque madeirense... Daí ter ficado conhecido como Zé da Ila... Era além disso um dos nossos tocadores de viola e baladeiros, ajudando a tornar menos penosas as nossas noites entre duas saídas para o mato (**).

Pertencia a uma numerosa e simpática família que morava na Rua do... Comboio. Uma família encantadora e prendada onde, rapazes e raparigas, tocavam e cantavam... É essa imagem que eu ainda guardo, da primeira vez que pisei a terra madeirense, no regresso da Guiné. O Uíge, em Março de 1971, parou umas horas no porto do Funchal, o que nos permitiu participar na festa de recepção que a família e os amigos do José Luís de Sousa lhe quiseram oferecer, a ele e aos demais camaradas metropolitanos da CCAÇ 12 que regressavam a casa, em rendição individual...
Nunca mais esqueci o insólito nome da rua... que me pareceu mais íngreme e mais estreita na altura do que agora... (e seguramente com menos casas). Do comboio já não havia vestígios... Tratava-se de um elevador que ligava a baixa do Funchal ao Monte, começando na Rua das Dificuldades e escalando a Rua do Comboio... A linha foi extinta em 1943, se não me engano.

Recordei esta história na visita ao valiosíssimo e belíssimo Photografia - Museu 'Vicentes', instalado no antigo estúdio fotográfico de Vicente Gomes da Silva (1827 – 1906)...


Região Autónoma da Madeira > Funchal > Praça do Município > 26 de Dezembro de 2008 > O belíssimo empedrado, de motivos geométricos, com dois tipos de pedra, branca (calcáreo) e preta (basalto). É esteticamente um dos sítios que eu mais aprecio na cidade. Nesta praça situam-se alguns dos edifícios mais emblemáticos da cidade: o museu de arte sacra, a Igreja de São João Evangelista do Colégio do Funchal (ou dos Jesuítas) (magnificamente reabilitado em 2001), o edifício setecentista da Câmara Municipal... Só é pena que não seja uma zona inteiramente pedonal...

Região Autónoma da Madeira > Funchal > Freguesia de Santa Luzia > 2 de Janeiro de 2009 > Um bando de pombos (incluindo muito possivelmente a... Pomba da Paz) sobrevoam a vivenda onde está localizada (no lado esquerdo) a residência privada da família de Alberto João Jardim, o presidente do Governo Regional da RAM...

Foto tirada, com zoom, do meu apartamento dce férias, sito numa transversal à Rua da Levada de Santa Luzia, com uma vista fabulosa sobre a cidade e a baía do Funchal... É uma imagem com grande simbolismo e nela deixo transparecer os meus melhores votos para os meus amigos madeirenses, para o povo madeirense e para os seus representantes...

Região Autónoma da Madeira > Funchal > Av Arriaga > 26 de Dezembro de 2008 > Animação de rua com um grupo etnográfico da RAM > Hoje a região é muito mais do que o estereotipado bailinho da Madeira... Os quase 35 anos de poder autonómico e democrático permitiram mudar a face sócio-económica da ilha...

No passado, e nomeadamente durante a guerra colonial, Lisboa usou e abusou da pobreza, da dependência, da insularidade, da estigmatização e da idiossincrasia do homem madeirense... Aqui se formaram muitas companhias madeirenses (sic), enquadradas por oficiais e furriéis milicianos do Continente, algumas das quais foram mobilizadas para o pior cenário da guerra do ultramar, a Guiné... Simples coincidência ?

Por outro lado, o porto do Funchal terá servido, tal como no passado da exploração marítima da costa ocidental africana, como um ponto intermédio, tanto na ida como na vinda, de apoio aos navios de transporte de tropas de e para a Guiné... O Funchal era quase de paragem obrigatória... Não sei se por razões técnicas, se por outras razões... Como se recordam, ensinavam-nos, na escola primária, que a Madeira (tal como os Açores) fazia parte das ilhas adjacentes (sic). Este conceitoi de adjacência (em relação ao território continental, mas distinto dos outros territórios ultramarinos, em África e na Ásia) re,omnta à Constituição de 1822 e esteve em vigor até 1975 (vd. artigo da Wikipédia sobre as Ilhas Adjacentes). 500 anos de dupla insularidade têm hoje, naturalmente, um preço político...

Região Autónoma da Madeira > Funchal > Porto do Funchal > 2 de Janeiro de 2009 > Uma pequena embarcação costeira passa, airosa e ligeira, junto a um dos gigantes navios de cruzeiro que demandam quase quotidianamente estas paragens (cerca de 3 centenas por ano)... No presente caso, o Costa Serena, um nome também com simbolismo nesta Ilha e neste início de ano de 2009... Foto tirada com zoom, do meu apartamento de férias, donde assisti ao feérico, estonteante, luxuosísismo e mundialmente famoso fogo de artifício de Fim de Ano (10 minutos, 1 milhão de euros). O 2008 foi também o 500º aniversário da cidade do Funchal.

Região Autónoma da Madeira > Funchal > 31 de Dezembro de 2008 > O mais tristemente famoso rottweiler da Madeira!... Encontrei-o e fotografei-o perto do novo Centro Comercial, o Dolce Vita, uma construção polémica, de grande volumetria, no centro da cidade, que chegou a estar embargada, mas que parece ter ganho os favores dos funchalenses, como local de compras, de convívio e... de parqueamento automóvel (Tem 3 pisos subterrâneos que estão sempre cheios).

Região Autónoma da Madeira > Funchal > Porto do Funchal > 2 de Janeiro de 2008 > A Rua das Dificuldades... O histórico comboio (a cremalheira), que ainda hoje faz parte do imaginário dos funchalenses, partia daqui , em direcção ao Monte e ao Terreiro da Luta (a estação terminal)... Tinha menos de 4 quilómetros de extensão. Esteve em actividade entre 1893 e 1943.

Região Autónoma da Madeira > Funchal > Porto do Funchal > 2 de Janeiro de 2008 > A Rua do Comboio (também conhecida por Caminho de Ferro: Vd. fotos antigas do Funchal)...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2009). Direitos reservados.

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Notas de L.G.:

(*) Vd. último poste desta série > 30 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3545: Memória dos lugares (14): Bambadinca, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, 1969/71 (Gabriel Gonçalves)

(**) Refiro-o num dos meus poemas:

(...)

Mais prosaicamente,
na Guiné
o dia dos teus anos é
uma rodada
de uísque ou de cerveja
pr’os teus camaradas
no bar de sargentos.
No fundo,
o teu dia é um pretexto
para a autocomiseração,
para um voo até
às galáxias da metafísica,
que é sempre melhor, chiça!,
que ouvir
o silvo de uma granada,
em teu redor,
que é coisa bem mais real
e mortífera,
é a quilha
do barco da morte.
Com sorte,
talvez o amável Zé da Ila,
de nós todos o menos reguila,
pegue na viola
e te cante
a Pedra Filosofal

Talvez cantemos todos juntos,
às tantas da noite,
africana,
pestífera,
mortal,
e suficientemente alto,
com as nossas vozes guturais,
para que Eles, os gajos,
nos oiçam, mesmo ali ao lado,
no bar dos oficiais…

Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E sempre que um homem sonha,
A vida pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança…

Vd. poste de 5 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1047: Alá não passou por aqui (Luís Graça)

Vd também poste de 8 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P945: 'Gente feliz com lágrimas': o Zé da Ilha, o furriel Sousa, madeirense, da CCAÇ 12

(...) Recordo-me de, no regresso a casa, em Março de 1971, o Uíge ter parado no Funchal o tempo suficiente para nós irmos, em grupo (em bando!), cantar e dançar o bailinho da Madeira na famosa Rua do Comboio, em casa do Sousa, a mesa farta, e à volta uma alegre e numerosa família madeirense, jovial, simpatiquíssima, alegre, de que guardei para sempre a melhor memória...

A família do Sousa, o nosso Zé da Ila - era assim que o tratavamos, afectuosamente - , os seus numerosos manos e manas, ainda hoje os associo, a todos, por um qualquer automatismo da memória, ao filme Música no Coração...

Foi um momento único e mágico na viagem do nosso regresso a Lisboa...Vocês, amigos e camaradas da Guiné, não imaginam a alegria que foi, naquela casa, o regresso do mano Sousa, vivinho da costa, devolvido aos pais e irmãos, rodeado por todos os cacimbados dos seus camaradas, os furriéis e alferes da CCAÇ 12...

Voltei a encontrar o Sousa em 1994, em Fão, Esposende, e logo a seguir na sua terra natal... Fui depois várias vezes ao Funchal, por motivos profissionais, e nomeadamente nos últimos meses, mas confesso que não tive o mínimo de tempo para o procurar... Até pela simples razão de ter perdido o seu contacto telefónico... Vejo que o Sousa continua a trabalhar nos seguros...

Mais assíduo e mais amigo tem sido o Humberto Reis que nunca deixa de procurar o Zé Luís quando vai à Madeira (...).