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domingo, 8 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26245: Os felupes que eu conheci (2): O Dudu veio para Portugal, obteve a nacionalidade portuguesa, era DFA, vivia em Torres Vedras (Eduardo Estrela, ex-fur mil, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71)


Eduardo Estrela (ex-fur mil at inf, CCAÇ 2592/CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71; vive em Cacela Velha, Vila Real de Santo António; membro da Tabanca Grande desde 29/2/2012 (foto à direita);

1. Comentário de Eduardo Estrela ao poste P26238 (*)



O nosso querido amigo Carlos Fortunato talvez não saiba mas o Dudu veio para Portugal, ou na sequência dos ferimentos recebidos em combate e/ou após a sua recuperação. Tinha uma placa metálica a reforçar a zona craniana a qual lhe alterava ligeiramente a face.

Tive o privilégio de privar com ele e o Ampanoa na Guiné pois foram connosco,  Ccaç 14, para a zona operacional de Cuntima. Posteriormente foram para o chão Felipe. 

Com o Dudu, que vivia na zona de Torres Vedras, ainda estive em vários almoços.

Conseguiu a nacionalidade portuguesa e tinha uma pensão de pouco mais de mil euros resultante das sequelas que transportava.
Eram muito boa gente.


(ii) Luís Graça:
 

Eduardo, é caso para dizer... o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca é... Grande!
 
Pois é, Eduardo, já me esquecia que vocês, CCAÇ 2592  (eu, CCAÇ 2590, o Carlos, CCAÇ 2591 e tu, CCÇ 2592, e mais 1700 e tal somos no T/T Niassa para a Guiné em 24/5/1969), tinham pessoal natural das etnias Mandinga e Manjaca e ainda um pelotão da etnia Felupe (a que pertenciam o Dudu e o Ampanoa).

A 2ª fase da instrução de formação foi no CIM de Bolama, mas o pelotão Mandinga foi no CIM de Contubooel, juntamente com os soldados das futuras CART 11 e CCAÇ 12 (a minha CCAÇ 2590)... 

Lembro-me do nosso camarada António Bartolomeu, furriel, de resto nosso grão-tabanqueiro. Nunca percebi por que é que houve esta segregação étnica, manjacos e felupes para um lado (Bolama), mandingas para outro (Contuboel)... 

Os mandingas eram do Leste, ficavam mais ao pé de casa, foi isso ?!

6 de dezembro de 2024 às 17:51 


(iii) Eduardo Estrela:

Tudo gento boa, Luís!

Algarvios, beirões, alentejanos, fulas, mandingas, manjacos,  transmontanos,  felupes, gente doutra cultura costumes e forma de comunicar.

Amigos!

Com eles aprendemos coisas que nos prendem à vida. Com eles aprendemos o respeito no  mundo e na sociedade mas mentes obtusas aniquilaram

A guerra,  para quê?

Puta que pariu a guerra!

Pódiamos ter escrito uma brilhante história de humanismo.

___________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de 6 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26238: Os felupes que eu conheci (1): O valente soldado Dudu: Bolama, 1969 (Carlos Fortunato)


sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26238: Os felupes que eu conheci (1): O valente soldado Dudu: Bolama, 1969 (Carlos Fortunato)

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Guiné > Arquipélago Bolama - Bijagós > Bolama > Centro de Instrução Militar > 1969 > O Carlos Fortunato, fur mil, CCAÇ 2591 / CCAÇ 13, e o recruta felupe Duda.


Foto (e legenda): © Carlos Fortunato (2003). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Seria uma pena o fabuloso "baú" do Carlos Fortunato, com as coisas & loisas da Guiné, se perder... Referimo-nos nomeadamente à página na Net, Guiné - Os Leões Negros, que esteve alojada no Sapo, até há uma dúzia de anos. Foi depois descontinuada (o "Sapo" tirou o tapete a quem "viajava" de borla...), mas felizmente foi salva, sendo capturada pelo  Arquivo.pt. 

De vez em quando eu  gosto de a revisitar e vou lá repescar algumas das "pérolas literárias" do Carlos  (fizemos juntos a viagem para a Guiné no T/T Niassa, em 24 de maio de 1969, ele foi para a futura CCAÇ 13, Bissorã, e eu para a CCAÇ 12, Bambadinca; regressámos, de novo, juntos, no T/T Uíge, em 17 de março de 1971; "sãos e salvos", e com o "bichinho" da Guiné; "Guiné - Os Leões Negros", uma página ou porta, que não é um blogue, criada em 2003, é, cronologicamente, mais antiga que o nosso blogue, de 2004).

Mas dos felupes eu não sei nada. Só conheci um, na 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga e Bambadinca, o João Uloma. Em boa verdade, era o felupe mais famoso do meu tempo. E poucos de nós andaram lá pelo seu chão, no noroeste da Guiné (São Domingos, Varela, Susana...). Está na altura de juntar alguns escritos sobre esta mítica etnia da Guiné, mal conhecida (e mal amada), que nos tempos que correm está seriamente ameaçada, pelas alterações climáticas e pela pressão demográfica, na sua identidade, modo de vida e território (*).

Há cerca de um centena de referências no nosso blogue aos Felupes.



Carlos Fortunato, em Bissau, 2006.   
Foto: Arquivo do Blogue Luís Graça
& Camaradas da Guiné



Os felupes que eu conheci (1) > O recruta Dudu, em Bolama, 1969




O recruta africano que surge na foto é Dudu, 2º comandante de um pelotão de milícias felupes, o 1º comandante chamava-se Ampánoa. 

Foram enviados para Bolama, para serem treinados por nós e integrado nas forças regulares, mas não irão integrar a nossa companhia, a CCAÇ 13, pois regressarão à sua região em Varela (região de Cacheu).

Adversários temíveis os felupes, possuem elevada estatura e grande robustez física. São referidos como praticantes do canibalismo no passado, são coleccionadores de cabeças dos seus inimigos que guardam ou entregam ao feiticeiro, e usam com extraordinária perícia arcos com setas envenenadas.

 

Embora se assegure que o canibalismo pertence ao passado, não era essa a opinião das restantes etnias, as quais referem igualmente que estes fazem os seus funerais à meia noite, pendurando caveiras nas copas das árvores, e dançando debaixo delas.

O felupe é conhecido como pouco hospitaleiro para com as restantes etnias, pelo que existe da parte destas um misto de animosidade e desconhecimento.

Os felupes são igualmente grandes lutadores, fazendo da luta a sua paixão. Este desporto tão vulgarizado nesta etnia, prende-os, empolga-os, constituindo o mais desejado espectáculo.

Este grupo de felupes é famoso pela sua combatividade, a qual não conhece fronteiras, fazendo incursões frequentes no Senegal.

O felupe da foto, Duda, ficaria gravemente ferido após o seu regressos a Varela, segundo me contou num encontro que tive com ele em Bissau. Um estilhaço de roquete entrou-lhe na cabeça pela testa, num inesperado encontro frente a frente e a curta distância com uma patrulha do PAIGC, em que se atirou para o chão para evitar o disparo do guerrilheiro que lhe apareceu pela frente. Apesar de atingido pelo estilhaço, não falhou o tiro com a sua bazuca, acertando em cheio no guerrilheiro.

Disse-me que já sabia que lhe ia acontecer algo mau, pois dias antes alguém tinha colocado sal no chão à saída da sua porta, e ele tinha-o pisado quando saiu.

As notícias que chegaram depois da independência é que foram todos mortos pelo PAIGC.

[ página que foi descontinuada, por estar alojada no "Sapo", tendo sido "capturada" e "salva" pelo Arquivo.pt; era administrada pelo nosso camarada Carlos Fortunato, ex-fur mil, CCAÇ 2591 / CCAÇ 13 (Bissorã, 1969/71). 

Texto publicado originalmente
publicado em 24/02/2003, e revisto em 21/07/2006 por Carlos Fortunato. ]


(Seleção, revisão/ fixação de texto, título: LG)


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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 29 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26211: S(C)em Comentários (53): O drama dos felupes, que estão a perder o seu chão e a sua identidade, afetados pelas alterações climáticas (Cherno Baldé)... E que agora perderam uma grande amiga, a antropólogia Lúcia Bayan , falecida no passado dia 26

domingo, 20 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26062: Humor de caserna (78): o velho, a "bajuda fugidona" e a justiça salomónica do alferes Mota (Carlos Fortunato, ex-fur mil, CCAÇ 13, Bissorã, 1969/71)


Guiné > Região do Oio > Carta de Bula  (1953) > Escala 1/50 mil  > Posição relativa de Manga... e ainda Bula, Binar,  Choquemone (a vermelho, base do PAIGC), Nhamate, Changue, Unche, Ponta Cuboi  e João Landim...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)


Carlos Fortunato, em Bissau, 2006.   
Foto: Arquivo do Blogue Luís Graça
& Camaradas da Guiné

Humor de caserna > o velho, a "bajuda fugidona" e a justiça salomónica do alferes Mota  
A construção dos aldeamentos e aquartelamentos que realizámos, acabou por nos trazer outro tipo de problemas, além dos de índole militar, pois à falta de outra autoridade ou apoio, a população recorria aos militares pedindo ajuda.  Assim além de sermos os construtores de aldeias e aquartelamentos, éramos muitas vezes professores nas escolas primárias, médicos, policias, juízes, etc.

Um dos casos caricatos passou-se com o alferes Matos sedeado em Manga, quando lhe apareceu um velhote a pedir ajuda porque tinha comprado uma bajuda, e ela agora andava a fugir-lhe, mas tinha-a encontrado ali, e ela recusava-se a voltar com ele.

O velhote falava convicto de que os militares o iriam ajudar, pois isso fazia parte dos seus usos e costumes há muitos anos, e nem sequer imaginava que houvesse outros lugares em que as coisas não fossem assim.

Uma visita à tabanca onde estava a bajuda, confirmou a decisão desta em não regressar com o "marido" para o "harém".


Guiné > Região do Oio > Binar >
Manga > 1970 > A bajuda balanta

O alferes Matos tomou então uma decisão ao estilo de Salomão, que tinha dado uma espada a duas mulheres para cortarem ao meio um bebé, pois ambas diziam ser seu, e que acabou por dá-lo à que preferiu que a outra ficasse com ele a fazer tal coisa... 

Assim deu uma catana ao velhote, e disse-lhe que podia levar a bajuda, depois de cortar uma enorme árvore que ali existia com aquela catana.

O velhote ainda experimentou tentar cortar a árvore, mas logo se convenceu que os anos de vida que tinha não eram suficientes para a obra, e foi-se embora a resmungar contra a tropa, perante a alegria da bajuda.


Foto (e legenda): © Carlos Fortunato (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Fonte: Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13 > Binar > 1970 > A bajuda fugidona
[ página que foi descontinuada, por estar alojada no "Sapo", tendo sido "capturada" e "salva" pelo Arquivo.pt; era administrada pelo nosso camarada Carlos Fortunato, ex-fur mil, CCAÇ 2591 / CCAÇ 13 (Bissorã, 1969/71). Texto publicado originalmente
publicado em 15/04/2006, e revisto em 21/07/2006 por Carlos Fortunato. ]

(Seleção, revisão/ foxação de texto, título: LG)

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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26043: Humor de caserna (77): O "cubano" que afinal era... "russo" (Carlos Fortunato, ex-fur mil, CCAÇ 13, Bissorã, 1969/71)



2001 > O ex-furriel Teodoro, 
da CCAÇ 13 (Bissorá, 
1969/71)


Humor de caserna > O "cubano" que afinal era... "russo"



Um dos aquartelamentos perto de nós anuncia pelo rádio a captura de um grupo do PAIGC incluindo um cubano... 

Na verdade,  era o nosso camarada furriel Teodoro, mais conhecido por "Russo", que tinha saído com quatro soldados balantas para comprar vacas.

Ele bem dizia que não era cubano e mostrava que não trazia nenhuma Kalashnikov, mas apenas uma G3, mas com aquela barba à Fidel de Castro, aquela cor bronzeada, de calções, com um ar de turista, ninguém acreditava que não fosse cubano.

Sempre bem disposto, este nosso camarada algarvio, desta vez ficou mesmo "marafado" com os "periquitos", pois tinha ido ao seu encontro amigavelmente e estes tinham-no prendido.

Na verdade foram várias as vezes que estas confusões aconteceram, chegámos mesmo até a disparar uns contra os outros, entre nós,

Foi assim: ao reabrirmos a estrada para Nhamate, enviamos um pelotão pelo lado esquerdo da mesma e outro pelo direito, a estrada era o ponto de referência, só que a determinada altura a vegetação comeu a estrada, e os dois grupos começaram a aproximar-se um do outro, pensando que se tinham desviado da estrada.

Quando se encontraram, o mato não permitiu o reconhecimento imediato e ambos abriram fogo, contudo ao perceberam que só ouviam o som das G3 logo concluíram que estavam frente 
a frente. Um contacto pela rádio esclareceu tudo.

A vegetação no mato é tão densa que podemos passar a um metro de distância do inimigo e não o vermos, assim às vezes é só um vislumbre, e as reacções têm que ser rápidas.

(Seleção,  revisão / fixação de texto, título: LG)
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Fonte:  Guiné - Os Leões Negros > CCAÇ 13 > Binar > 1970 > O Cubano capturado (página que foi descontinuada, por estar alojada no "Sapo", tendo sido "salva" pelo Arquivo.pt; era administrada pelo nosso camarada Carlos Fortunato, ex-fur mil, CCAÇ 2591 / CCAÇ 13 (Bissorã, 1969/71).  Texto publicado originalmente em 24/02/2003, e revisto em 21/07/2006. 

Foto (e legenda): © Carlos Fortunato (2003). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Notas do editor:

Últiumo poste da série > 6 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26014: Humor de caserna (76): O Piteira , alentejano de Bencatel, "voando sobre um ninho de cucos, na prova de "slide" em Lamego (José Ferreira, "Memórias Boas da Minha Guerra", vol. I, Lisboa, Chiado Editora, 2016, pp.43-49)

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25484: O nosso livro de visitas (222): Jorge Camilo Handem, o novo diretor executivo da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau)

Guiné-Bissau > Bissau > c. 2006 > Pepito (1949-2014) e o Carlos Fortunato, ex-fur mil trms da CCAÇ 13, "Os Leões Negros" (Bissorã, 1969/71) e presidente da direção da ONG Ajuda Amiga)... Impossível não evocar, mais uma hoje, o nosso querido Pepito (que, além de líder histórico da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, também era um grande...sportinguista) (*)


Foto (e legenda): © Carlos Fortunato (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Jorge Camilo Handem, o novo diretor executivo da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau, no Bairro do Quelelé


Data - terça, 23/04/2024, 19:45 
Assunto - OND AD

Luís Graça,

NA ONG AD, depois de muitos e longos anos de instabilidade institucional, os sócios decidiram eleger uma nova direção em 2022 com o objetivo de retomar as dinâmicas a que sempre nos acostumou.

Por isso solicitamos o envio de mensagens para o seu atual Diretor Executivo (Jorge Camilo Handem, jorgito.handem@gmail.com), que está a trabalhar juntamente com a Isabel Levy e a Catarina Schwarz (filha do Pepito).

Mais uma vez reiteramos a vossa colaboração de sempre. O nosso amigo Patrício Ribeiro nos chamou a atenção à cerca das diversas publicações que retiraram da nossa página que atualmente encontra-se em ativo, ao contrário de alguns anos a trás.

Abraço
Jorge Handem (**)

2. Comentário do editor LG:

Olá, Jorge, penso que já nos conhecemos do tempo do Simpósio Internacional de Guileje, março de 2008. Convivi com alguns de vocês no Bairro do Quelelé, nessa altura. 

De qualquer modo, ainda há dias o Cherno Baldé nos disse aqui que ele e tu (vamo-nos tratar por tu, que é muito mais simples) estiveram juntos, no estrangeiro, a fazer a vossa licenciatura, na segunda metade dos anos 80. Por outro lado, sei  que o teu nome sempre esteve associado, deste o tempo do Pepito, à equipa de cofundadores e colaboradores da AD (cuja origem remonta a 1992, se não erro).

Em meu nome e em nome da Tabanca Grande queremos "partir mantenhas contigo", convidar-te a integrar o nosso blogue (prenchendo, se possível, o "lugar vazio" deixado pelo nosso querido Pepito, à sombra do nosso poilão), e desejar-te boa sorte,  muita coragem, arte e engenho no governo da "nova" AD, felizmente ressuscitada como a Fénix.

Congratulamo-nos pelas boas notícias que recebemos de ti (incluindo o bom andamento das obras de recuperação da vossa sede), e aceitamos o desafio de retomar os contactos e as boas relações que mantivemos convosco até à morte do Pepito. (Depois houve um hiato de praticamente 10 anos, que queremos agora recuperar.) 

Vai dando notícias. E dá notícias também cá da gente aos teus companheiros e amigos, incluindo a Isabel Levy e  a Catarina Schwarz, sem esquecer o nosso correspondente e camarada Patrício Ribeiro, nosso e vosso amigo de Bissau.
_________

Notas do editor:

(*) Vd. poste e 15 de junho de  2021 > Guiné 61/74 - P22283: (De)Caras (172): Pepito, o amigo sportinguista (Carlos Fortunato, ex-fur mil trms CCAÇ 13, "Os Leões Negros", Bissorã, 1969/71, e presidente da direção da ONGD Ajuda Amiga)

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25331: S(C)em Comentários (31): Os reordenamentos no desenvolvimento socioecnómico das populações (Luís Graça)


Guiné > Zona Leste > Região de  Bafatá  > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Destacamento de Nhabijões   > O 1º  cabo António Mateus, no  espaldão da bazuca 8.9. Um grupo de combate, constituído por "inválidos de guerra", de várias subunidades, defendia o reordenamento de Nhabijões que era tão grande (mais de 300 casas) que era praticamente impossíve garantir a sua efetiva defesa e sobretudo impedir que a população continuasse a manter contactos com os seus "parentes no mato"...

Foto do álbum do 1º cabo aut inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, António Mateus, que  foi gravemente ferido na Op Pato Rufia, em 7 de setembro de 1969, e evacuado para o HM 241. Eu estava a escassos metros dele. 

Depois de ter estado emigrado em França. fixou-se em Guifões, Matosinhos onde é vizinho do Albano Costa, e tem hoje o seu negócio próprio.

Depois de regressar do hospital, em data que já não posso precisar (talvez finais de 1969, princípios de 1970), o António Mateus foi integrado na força que defendia o destacamento do reordenamento de Nhabijões, composto por militares (em geral, com algum "handicap" físico, resultante de ferimentos em combate ou acidente) da CCAÇ 12, da CCS / BCAÇ 2852 (e depois do BART 2917) e outros (como o Pel Caç Nat 52). Creio que ficou lá o resto da comissão. Também eu passei por lá, por Nhabijões...  E na Op Pato Rufia estava a seu lado. (LG)


Foto: © António Mateus (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]




Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Nhabijões > 1970 > CCS/BART 2917 (1970//2) >

"Trocando a espada pelo arado", ou melhor, a G3 pela pá, a pica e a enxada... Pessoal da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) nos trabalhos do reordenamento de Nhabijões, um conjunto de aldeias sob duplo controlo, junto ao Geba Estreito, pertencente ao posto administrativo de Bambadinca, sede do Sector L1, Zona Leste. 

Foto de finais de 1970 gentilmente cedida pelo Luís Moreira, ex-alf mil sapador da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72). O Moreira será vítima de mina A/C em 13 de Janeiro de 1971. Fazia parte da equipa do reordenamento de Nhabijões. A CCAÇ 12 também deu meia dúzia de elementos, que foram receber formação específica em Bissau, no BENG 447.
 
Foto: © Luís Moreira (2005)Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]




Guiné > Zona Leste > Região de  Bafatá  > Setor L1 (Bambadinca) >  Destacamento e reordenamento de  Nhabijões > CCAÇ 12 (1969/71) /BART 29187 /1979/72)  >1970 > Luta balanta, presenciada por militares destacados para protecção do reordenamento (à esquerda, o fur mil  Henriques, da CCAÇ 12, de calções, tronco nu e óculos escuros... Ao fundo, a nova tabanca, reordenada).

Foto do arquivo pessoal de Humberto Reis (ex-fur mil at inf, op esp,  CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]



1. Em geral, todos os reordenamentos implicavam sempre algum tipo de violência e conflitualidade, de parte a parte, das NT, das populações "reordenadas" e do PAIGC a quem a população era subtraída...

A minha única experiência foi o reordenamento de Nhabijões, um dos maiores, senão o maior do CTIG, no setor L1 (Bambadinca)...Nunca fiz parte da equipa do reordemanento, mas estive lá destacado com um Gr Comb, pelo menos uns tempos... E apanhámos lá com duas minas A/C...em 13/1/1971... Mas já antes, a partir do final de  1969, no início do estudo do reordenamento, ao tempo do BCAÇ 2852 (1968/70), fazíamos patrulhamentos deste vasto núcleo populacional disperso. 

Hoje gostava de ter tido informação detalhada sobre a concepção, planeamento e implementação do reordenamento de 6 núcleos populacionais de Nhabijões (um mandinga e cinco  balantas)...

Tenho dúvidas sobre a "metodologia" usada pelas NT e a administração civil para levar a bom termo o reordenamento...Mas é altura de recordar aqui os princípios definidos na brochura "Os reordenamentos no desenvolvimento sócio-económico das populações". Província da Guiné, Bissau: QG/CCFAG [Quartel General do Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné]. Repartição AC/AP [Assuntos Civis e Acção Psicológica]. s/d.

(...) "Não devendo em princípio existir um carácter de obrigatoriedade quanto à deslocação das populações das suas tabancas para um aldeamento, a não ser que o interesse comunitário superiormente o determine, há que empregar meios persuasivos quando se encontre alguma resistência."

(...) Esquematicamente vemos, assim:

(i) Antes da construção:

- Auscultação das populações (indirecta, directa);
- Auscultação e elucidação do Chefe da Tabanca;
- Auscultação e elucidação do Guarda de "Irã";
- Auscultação e elucidação das autoridades religiosas islâmicas.

(ii) Durante a construção;

- Garantir a autoridade constituída;
- Garantir, tanto quanto possível, os interesses da localização dos aglomerados correspondentes às antigas tabancas, dentro do plano urbanístico;
- Respeitar os usos e costumes das populações:
- Colaborar no transporte de todos os haveres das populações deslocadas;
- Interessar as populações na construção das casas, escolas, postos sanitários, etc., permitindo e desenvolvendo o sentimento de posse." (...)



2. Veja-se o que o Carlos Fortunato aqui (*) escreveu sobre o reordenamento de Nhamate, que começou a ser construido por volta de 1970:

(...) "A nossa missão junto da população foi calma, em geral mostrou-se afável e colaborante, embora fosse clara a tristeza por abandonarem a sua antiga casa. Notou-se alguma influência da guerrilha, pois dois elementos da população (guerrilheiros?) chegaram a desafiar abertamente a nossa autoridade, um acabou por ser preso e o outro por ser morto, depois destes incidentes, as relações com a população foram sempre excelentes.

(...) Este reordenamento tinha não só o objectivo de retirar a população do controlo do PAIGC, mas também de reforçar a defesa nesta zona, dado que com os novos foguetões 122mm, seria fácil à guerrilha atingir Bissau a partir daqui.

(...) Esta acção obrigou o PAIGC a retirar da zona, o que fez de má vontade ... e com muita saudade, a julgar pelas visitas a Nhamate, cuja defesa estava a cargo do alferes Pimenta, outro dos rangers que integravam a companhia." (...)


___________


(**) Último poste da série > 3 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25330: S(C)em Comentários (30): Os reordenamentos no desenvolvimento socioeconómico das populações (Cherno Baldé, Bissau)

terça-feira, 2 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25327: As nossoas geografias emocionais (24): Nhamate, no sector Oeste 1, Bissorã, em 1970, ao tempo da CCAÇ 13, "Leões Negros"


Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Sector O1 (Bissorã) > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 > Tratava-se de um reordenamento em construção. A população tinha sido subtraída ao controlo do PAIGC. As NT, por sua vez,  tiveram que dar início à construção de  um aquartelamento de raíz. Os primeiros construtores foram os "Leões Negros", o pesssoal da CCAÇ 13. Vivia-se em tendas.  

Foto do álbum do Adriano Silva, ex-fur mil da CCaç 13, disponível no portal, criado pelo Carlos Fortunsto, Leões Negros > CCAÇ 13 > Binar > Os construtotres. (Editada e reproduzida com a devida vénia...)


Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Sector O1 (Bissorã) > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 > Vista parcial do destacamento. Foto de Adriano Silva (2003).



Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Sector O1 (Bissorã) > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 > "Fabrico de tijolos de lama, para construção das novas habitações para a população". Foto do álbum de Adriano Silva (2003).



Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Sector O1 (Bissorã) > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 >  "Ajuda no transporte da população e a sua bicharada, para as novas tabancas, construídas com o seu apoio". Foto (e legenda) do Carlos Fortunato (2003).
 


Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Sector O1 (Bissorã) > Nhamate > CCAÇ 13 >1970 > "Almoçando - Furriéis Ribeiro (?), Adriano e Rocha. Foto de Adriano Silva, legenda de Carlos Fortunato (2003).



Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Sector O1 (Bissorã) > Nhamate > CCAÇ 13 > 13/03/1970 > "Panhard no novo aquartelamento de Nhamate construído pela CCaç, 13". Foto e legenda: Carlos Fortunato (2003).
 
Fotos (e legendas): © Carlos Fortunato (2003). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné > Região do Oio > Carta de Bula  (1953) > Escala 1/50 mil  > Posição relativa de Bula, Binar,  Choquemone (a vermelho, base do PAIGC), Nhamate, Manga, Changue, Unche, Ponta Coboi (que em 1970 pertenciam ao subsetor de Nhamate, e tinham sido retiradas ao controlo IN).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (


1. Não temos muitas referências a Nhamate [a leste de Binar: vd. carta de Bula]. São apenas uma dúzia. Recentemente admitimos na Tabanca Grande o Victor Carvalho, que foi um dos nossos camaradas que passou por lá: era fur mil enf, da CCAÇ 2658.

Esta subunidade do BCAÇ 2905 foi para Nhamate, em março de 1970, para substituir a CCAÇ 13, "Leões Negros", a que pertenceu o nosso Carlos Fortunato, hoje presidente da direção da ONGD Ajuda Amiga.

Em 14mar70, e até 18jun70 a CCAÇ 2658 assumiu a responsabilidade do  subsector de Nhamate, com dois pelotões destacados em Manga e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 2861, com vista à execução dos trabalhos de reordenamento das populações daquela área.

Quem também esteve em Nhamate, em 1971,  foi a  CART 3330, comandanda pelo  cap art José Joaquim Vilares Gaspar, mais conhecido por Gasparinho (o seu humor cáustico não deixava ninguém indiferente: chamava a Nhamate o "abarracamento").

2. O Carlos Fortunato, ex- fur mil arm pes inf, MA, CCAÇ 13 (Bissorã, 1969/71), tem talvez o melhor sítio na Net sobre companhias individuais que passaram pelo CTIG. Infelizmente foi descontinuada  (por estar alojad a no servidor do Sapo) a sua preciosa página  sobre os "Leões Negros". 

Fomos recuperar uma crónica sua (publicada em 24/02/2003, e revista em 21/07/2007), justamente sobre Nhamate: "Os construtores - 3/2/1970". (O nosso camarada está nesta altura na Guiné-Bissau, no âmbito das suas funções de presidente da direção da ONGD Ajuda Amiga, deve regressar a meio do mês de abril, vai para ele um especial alfabravo.)

Reproduzimos, então,  com a devida vénia, alguns exertos desse texto e algumas fotos:


Reordenamento e aquartelamento de Nhamate > 
Os Leões Negros, construtores

por Carlos Fortunato

(...) Colocar as populações em zonas protegidas por aquartelamentos, era a política seguida na altura, embora a população fosse livre para cultivar onde entendesse, deixava de estar dispersa pelo mato.

A península do Encherte oferecia boas condições para este objectivo, devido ao facto de estar rodeada por bolanhas, o que dificultava ao PAIGC o acesso à população.

A nossa missão implicava:

  • abertura de estradas;
  • construir os 3 novos pequenos aquartelamentos;
  •  ajudar na construção das novas casas para a população;
  • ajudar a mover a população para a península (transportando os seus haveres nas viaturas);
  • e destruir as antigas tabancas.

(...) Esta política,  levada a cabo por toda a Guiné, obrigava à existência de grande número de efectivos para defender e controlar as populações, os quais o General Spinola solicita constantemente, mas que nunca iria obter, acabando parte da populações por ficar sujeita a um duplo controlo, nosso e do PAIGC.

O PAIGC, sem preocupações de defender qualquer zona de território, quando atacado em força numa zona, dispersava-se, mas regressava mais tarde, quando a força atacante retirava.

Após a morte de Amílcar Cabral em 1973, a estratégia do PAIGC mudou, pois além das habituais flagelações, este passou a concentrar elevado número de forças contra determinados aquartelamentos junto à fronteira, com a intenção da sua destruição/conquista, a chegada dos mísseis terra-ar foi fundamental para esta estratégia, pois garantiu-lhe a protecção necessária contra a aviação. Esta alteração colocou em causa a politica de defesa, pois deixava os pequenos aquartelamentos muito expostos.

A nossa missão junto da população foi calma, em geral mostrou-se afável e colaborante, embora fosse clara a tristeza por abandonarem a sua antiga casa. Notou-se alguma influência da guerrilha, pois dois elementos da população (guerrilheiros?) chegaram a desafiar abertamente a nossa autoridade, um acabou por ser preso e o outro por ser morto, depois destes incidentes, as relações com a população foram sempre excelentes.

(...) Este reordenamento tinha não só o objectivo de retirar a população do controlo do PAIGC, mas também de reforçar a defesa nesta zona, dado que com os novos foguetões 122mm, seria fácil à guerrilha atingir Bissau a partir daqui.

(...) Esta acção obrigou o PAIGC a retirar da zona, o que fez de má vontade ... e com muita saudade, a julgar pelas visitas a Nhamate, cuja defesa estava a cargo do alferes Pimenta, outro dos rangers que integravam a companhia.

O PAIGC possuía naquela zona um bigrupo (cerca de 60 homens), bem como armas pesadas, e o nosso controlo da zona obrigava-o a retirar, pois ficava sem a sua base de apoio (alimentação). É provável que para efectuar estes ataques, este bigrupo tivesse sido reforçado com guerrilheiros de outras bases, nomeadamente da sua principal base no Choquemone.

Sabendo que as nossas defesas naquela altura eram fracas, o PAIGC lançou ataques em força, tentando quebrar a nossa determinação, mas o nosso moral sempre foi muito alto, o comando muito determinado, e a eficácia da nossa resposta surpreendente (parecia que sabíamos onde eles estavam), pelo que foram sempre obrigados a retirar apressadamente, levando as suas baixas.

 (...) Logo no primeiro ataque a Nhamate, a 3/2/1970, talvez o mais violento, apesar de termos as nossas defesas muitos deficientes, os guerrilheiros foram obrigados a retirar rapidamente e com várias baixas, graças a um estudo cuidado do terreno, onde foram identificados os melhores locais de ataque, e estudada a precisa regulação dos morteiros, para os anular, o que permitiu uma rápida e eficiente resposta, tendo nós apenas sofrido um ferido ligeiro.

A guerrilha manteria a sua pressão ofensiva nos dias seguintes, atacando Nhamate a 12/2/1970, Manga a 13/2/1970 (onde estava o 2º pelotão aquartelado), e de novo Nhamate,  em  17/2/1970, sempre com pouco sucesso, e retirando com baixas.

(...) Spínola fez uma visita à CCaç 13, o heli desceu em Nhamate, e ele deslocou-se depois de panhard até Unche. (...)

Carlos Fortunato

Publicado em 24/02/2003, e revisto em 21/07/2007, por Carlos Fortunato (O seu Web portal: http://portalguine.com.sapo.pt também foi descontinuado: pode ser agora consultado no Arquivo.pt , neste URL:

https://arquivo.pt/wayback/20131106043122/http://portalguine.com.sapo.pt/index.html

(Seleção, revisão / fixação de texto, para efeitos de publicação deste poste: LG)

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segunda-feira, 1 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25325 Ser solidário: (267): Vamos ajudar a ONGD Ajuda Amiga (NIPC 508617910), consignando-lhe 0,5% do IRS de 2023 (Relativamente ao IRS de 2022, recebeu cerca de 4,5 mil euros)




11 de janeiro de 2024 - ONGD Ajuda Amiga  > Armazém AA > Caixas com ajuda humanitária e apoio ao desenvolvimento iniciam o caminho para a Guiné-Bissau

Fonte: Cortesia de Ajuda Amiga

 

 1. Notícias de 2024, tendo  por origem a página na Net da ONGD Ajuda Amiga:


(...) Em 11-01-2024 foram enviadas para a Guiné-Bissau 90 volumes com 1,5 t de bens, que serão distribuidos pelos membros da Ajuda Amiga em março e abril de 2024.

 

Os bens enviados destinam-se a apoiar os projetos em preparação como é o caso do projeto de fornecimento de energia solar à Escola Casa do Sol da Missão Católica de Farim, a fim de poderem dar aulas durante a noite (angariação de fundos a decorrer), bem como a sustentabilidade do projeto da Escola Ajuda Amiga de Nhenque e ainda outros projetos como escolas e jardins de infância.


Além destes bens para diversas instituições referidas anteriormente, seguem também algumas caixas para os nossos voluntários locais carenciados, os quais são um apoio fundamental nestas distribuições.

 

Elementos da Ajuda Amiga seguirão (o Carlos Fortunato, o Carlos Rodrigues, o Luís Campos...) em março e abril de 2024 para a Guiné-Bissau (a expensas suas) para fazerem a distribuição. (...)


Os relatórios de 2023, 2022 e 2021 (relatório de actividades, financeiro e do conselho fiscal) podem ser consultados na página oficial da Ajuda Amiga. 



CONSIGNAÇÃO DE 0,5% DO IRS em 2024

 

A consignação dos 0,5% do IRS é uma receita muito importante para a Ajuda Amiga, tendo recebido em 2023 a importância de 4.466,48 €, referente à consignação dos 0,5% do IRS. Aqui fica o nosso muito obrigado a todos esses doadores.(*)

 

A Ajuda Amiga agradece sensibilizada este vosso gesto solidário, e apela para que mobilizem outras pessoas para esta declaração solidária, para tal basta indicar no campo 11 da declaração o NIF da Ajuda Amiga e uma cruz no IRS como a seguir se indica.

 

A nossa principal prioridade é o ensino, e a consignação do IRS é um gesto que irá permitir aos nossos voluntários, que nada pedem para si ou para as suas despesas nos projetos, poderem criar infraestruturas para que as crianças tenham uma escola onde possam aprender a ler e a escrever, criando deste modo as condições básicas para o ensino, pois sem ele não há desenvolvimento, nem a difusão da língua portuguesa. (**)

 

 

11

Consignação de 0,5% do IRS

Entidades Beneficiárias

Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública (art.º 32, n.º 6 Lei n.º 16/2001)

NIF

508617910

IRS

X

 


2. A Ajuda Amiga – Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento, é uma organização não governamental, apartidária, laica e dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, e financeira, com o NIPC 508617910, sendo uma pessoa colectiva de direito privado, sem fins lucrativos, as suas atividades são desenvolvidas na Guiné-Bissau e em Portugal.

A Ajuda Amiga encontra-se registada no Camões - Instituto da Cooperação e da Língua (entidade publica do Ministério dos Negócios Estrangeiros), como ONGD - Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, e por inerência reconhecida como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública.

3. Contactos da Ajuda Amiga:
 
Escritório: Rua do Alecrim, 8, 1º Dtº  2770 - 007 Paço de Arcos;

Sede: Rua Mário Lobo, nº 2, 2º Dtº  2735 - 132 Agualva – Cacém; 

ONGD - Organização Não Governamental para o Desenvolvimento Entidade com o Estatuto de Utilidade Pública;

Presidente da Direção: Carlos Fortunato (foto, à esquerda: ex-fur mil arm pes inf, MA, CCAÇ 13, Bissorã, 1969/71; técnico de informática reformado; ver aqui a composição dos órgãos sociais para o biénio de 2024/25)

NIPC 508617910 
E-mail:  ajudaamiga2008@yahoo.com 
Telemóvel 93 714 9143  

4. Donativos em dinheiro também podem ser enviados  para a  Conta da Ajuda Amiga:

segunda-feira, 25 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25306: Tabanca Grande (555): Victor Jesus Carvalho, ex-fur mil enf, CCAÇ 2658 / BCAÇ 2905 (Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Paunca, Mareué e Bissau, 1970/1971): senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 885


Victor Jesus Carvalho, ex-fur mil enf, CCAÇ 2658 / BCAÇ 2905 
(Teixeira Pinto, Nhamate, Galomaro, Paunca, Bissau, 1969/71)... 
Membro da Tabanca da Linha, passa a integrar também 
a nossa Tabanca Grande, com o nº 885. 

Foto: Manuel Resende (2024)


Foto nº 1  > O  fur mil enf  Victor Carvalho exercendo 
as suas funções em Nhamate 


Foto nº 2 


Fotonº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9


Foto nº 10

Guiné > Região do Cacheu > CCAç 2658 > Nhamate > 1970 > Fotos diversas, sem legendagem > O aquartelamento de Nhamate tinha instalações precárias, o BENG 447 andava ainda a desmatar e a construir o aquartelamento. 

Fotos (e legendas): © Victir Carvalho (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar (Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O Victor Carvalho, com quem o nosso editor Luís Graça esteve no 55º almoço-convívio da Tabanca da Linha, em Algés, no passado dia 14, mostrou-nos um lote das suas fotos, algumas com fraca qualidade. Tirámos cópia, com a nossa máquina fotográfica, de um seleção daquelas que nos pareciam melhores. A legendagem tem que ser, oportunamente, completada.

Ficámos a saber que é natural de Peniche, morando em Linda-A-Velha. Ficámos  com o seu número de telemóvel e endereço de email. 

O nosso editor convidou-o  a integrar a nossa Tabanca Grande, o que ele de imediato aceitou. É visita regular dos convívios da Tabanca da Linha. Não tem página no Facebook.

Vai sentar-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 885. 

Temos apenas 11 referências à CCAÇ 2658. O Rogério Ferreira, ex-fur mil at inf MA, era o único representante até agora desta subunidade (**)

Nhamate, subsetor do setor O1 (Bissorã ),  Zona Oeste,  também tem escassas referências (12) no nosso blogue.

De acordo com a "ficha de unidade", em 9 de março de 70, a CCÇ 2658 foi render a CCAÇ 13,  em Nhamate, passando a ter a responsabilidade desse subsetor.


Guiné > Região do Cacheu  > Binar > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 > Tratava-se de um reordenamento, tendo a população sido substraída ao controlo do PAIGC. As NT tiveram que construir um aquartelamento de raíz. Vivia-se em tendas e "buracos"...

"A nossa missão junto da população foi calma, em geral mostrou-se afável e colaborante, embora fosse clara a tristeza por abandonarem a sua antiga casa. Notou-se alguma influência da guerrilha, pois dois elementos da população (guerrilheiros?) chegaram a desafiar abertamente a nossa autoridade, um acabou por ser preso e o outro por ser morto, depois destes incidentes, as relações com a população foram sempre excelentes. Este reordenamento tinha não só o objectivo de retirar a população do controlo do PAIGC, mas também de reforçar a defesa nesta zona, dado que com os novos foguetões 122 mm, seria fácil à guerrilha atingir Bissau a partir daqui... " (Carlos Fortunato). 

Foto do álbum de  Adriano  Silva, ex-fur mil da CCaç 13 (Bissorã, 1969/71).

Foto (e legenda) : © Carlos Fortunato (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



2. Ficha de unidade > CCAÇ 2658 / BCAÇ  2905 

Identificação: BCaç 2905

Unidade Mob: RI 2 - Abrantes

Cmdt: TCor Inf Júlio Teófilo de Assunção Vila Verde | TCor Inf Alberto Alves Pinto Baptista
2.° Cmdt: Maj Inf Ernesto Farinha dos Santos Tavares
OInfOp/Adj: Maj Inf Noel da Silva Fernandes Aguiar

Cmdts Comp:

CCS: Cap SGE Albino Pedrosa Viana

CCaç 2658: Cap Mil Inf Hermenegildo Gomes Ribeiro

CCaç 2659: Cap Inf José Eduardo Miranda da Costa Moura

CCaç 2660: Cap Inf Luciano Ferreira Duarte

Divisa: "Firmes e Constantes"

Partida: Embarque em 3lJan70; desembarque em 06Fev70 | Regresso: Embarque em 02Dez71

Síntese da Actividade Operacional

Após sobreposição com o BCaç 2845, assumiu em 21Fev70 a responsabilidade do Sector 05, com sede em Teixeira Pinto e abrangendo os subsectores de Cacheu e Teixeira Pinto e a partir de 30Abr70 o subsector de Bachile, então criado. 

Em 28Jun71, os subsectores de Cacheu e Bachile foram retirados à sua zona de acção, passando ao Comando directo do CAOP I. 

Em 17 e 28Jun71 foram sucessivamente instaladas novas subunidades respectivamente em Bassarel e Carenque, e ainda em Chulame, este apenas de 26Jun71 a 20Ag071, então incluídas no subsector de Teixeira Pinto.

Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimentos, escoltas e de controlo e segurança dos itinerários, colaborando e fornecendo, ainda, todo o apoio logístico e administrativo à actividade operacional do CAOP (depois CAOP 1) e tendo como missão prioritária a orientação, coodenação e segurança dos reordenamentos das populações a sul do rio Costa (Pelundo) e a sua promoção económico-cultural.

Em 24Nov71, foi rendido no Sector 05 pelo BCaç 3863 e recolheu, seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
***

A CCaç 2658 seguiu em 13Fev70 para Teixeira Pinto e dois pelotões para Bachile, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 2572 até 28Fev70, após o que substituíu aquela subunidade na missão de reforço do sector do seu batalhão.

Entretanto, em 09Mar70, foi substituída pela CCaç 16 e foi deslocada para Nhamate a fim de render a CCaç 13. 

Em 14Mar70, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Nhamate, com dois pelotões destacados em Manga e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 2861, com vista à execução dos trabalhos de reordenamento das populações daquela área.

Em 18Jun70, foi substituída pela CCaç 2529 e seguiu em 22Jun70 para a zona Leste, a fim de reforçar os efectivos do Agr 2957, instalando-se em Galomaro e com três pelotões destacados em Paúnca, estes em reforço do COT 1, a partir de 23Jun70.

 Em 26Ju170, instalou-se em Paúnca, com destacamentos em Paiama e Saré Abdulai, ficando então na totalidade em reforço do COT 1.

Após deslocamento prévio de pelotões para Mareué, em 17Dez70 e meados de Jan71, assumiu, em 01Fev71, a responsabilidade do subsector de Mareué, então criado na zona de acção do BCaç 2893, mantendo, no entanto, dois
pelotões em Paiama até meados de Mai71 e depois apenas um até Jun71.

Após deslocamento, em 18Ago71, de dois pelotões para Bissau, foi rendida pela CCav 3405, em 05Set71, tendo seguido, em 08Set71, para Bissau, a fim de substituir a CCaç 2724 no subsector de Brá, ficando na dependência do COMBIS, com vista a garantir a segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 23Nov71, foi rendida pela CCav 2765 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º  112 - 2.ª Div/4.ª Sec, do AHM).

 Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 141/142

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Notas do editor

(*) Vd. postes de 


6 de janeiro de  2024 > Guiné 61/74 - P25040: Tabanca Grande (554): Alberto Pires, "Teco", natural de Angola, ex-fur mil da CCAÇ 726 (Guileje, out 64/ jul 1966): passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar n.º 883