sábado, 26 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21695: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (31): O meu Natal no Hospital Amadora-Sintra... (Valdemar Queiroz)




Hospital Amadora-Sintra > 25 de dezembro de 2020 > O Natal do Valdemar Queiroz... que pediu ao Pai Natal que lhe recitasse, em voz bem alta,  o poema de António Gedeão,  "Dia de Natal"... 

O Pai Natal, com a freima do Natal, respondeu-lhe com mais modos: que tinha mais que fazer (, muitas criancinhas para atender...)  e que o nosso doente de dopcê já não tinha direito a brincar ao Natal, que passasse bem e que  fosse bater à porta do Blogue dos Camaradas da Guiné... E o Valdemar foi... porque sabe  que, aqui,  nunca se bate à porta tarde e a más horas...

Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de hoje, 26 dez 2020 13:49 , enviada pelo Valdemar Queiroz

Luís.

Bom Natal.

Um pouco atrasado, passei a noite e o dia de Natal nas urgências covid do Hospital Amadora-Sintra (HFF) a tratar da minha DPOC e, como estava relacionado com problemas respiratórios, fui parar aos covid...ados. 

Deu teste negativo, mais umas bombas e oxigénio e casa com ele.

Queria enviar o poema de "Dia de Natal", de António Gedeão, para o nosso blogue e agora, calhando, vai fora da Quadra Natalícia. (*)

O Renato Monteiro telefonou-me, e também tem DPOC e está retido em casa sem poder sair. É uma uma grande chatice esta dpocê

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

PS - Anexo o poema Dia de Natal, de António Gedeão e fostos da minha permanência nos covid...ados


Dia de Natal (**)

por António Gedeão

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos 
outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente acotovela, se multiplica em gestos esfuziantes,
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
E como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra  
–louvado  seja o Senhor!   o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha em pijama.

Ah!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão, in 'Antologia Poética'

(Cortesia do portal Citador)

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Notas do editor:


(**) O poema já aqui foi "recitado", há quatro anos atrás, pelo nosso camarada Alberto Branquinho:

19 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16848: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (4): Alberto Branquinho / António Gedeão (com o poema "Dia de Natal")

Guiné 61/74 - P21694: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (15): Os pobres pelicanos...


O pelicano branco ou comum [Pelecanus onocrotalus], 
selo da Guiné-Bissau.




1. Mais uma pequena história do Carlos Barros:

(i) ex-fur mil, 2ª C/BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74), "Os Mais de Nova Sintra", os últimos a ocupar o aquartelamento de Nova Sintra antes da sua transferência para o PAIGC em 17/7/1974;

(ii) membro da Tabanca Grande nº 815, tem 17 referências no nosso blogue; vive em Esposende, é professor reformado.

 
Os pobres pelicanos...

por Carlos Barros (*)



Carlos Barros, Esposende

Numa amanhã amena, o 3º grupo de combate e outros militares estavam a caminho de Lala para o reabastecimento mensal, com as viaturas em movimento na picada/estrada poeirenta e esburacada de Nova Sintra-Lala.

O terceiro grupo era comandado pelo alferes periquito Domingues, um militar que gostava da caça, e no inicio do estradão existiam árvores frondosas com dezenas de ninhos de Pelicanos com as suas crias.

O Alferes olhou para aquelas aves ruidosas e tomou uma inesperada decisão: pegou na G3 e começou a disparar “tiro a tiro” para as indefesas aves que começaram a cair,  atingidas mortalmente pelas balas, outras porém, tombaram feridas caindo estrondosamente no solo.

Eu, furriel Barros, e o meu companheiro Sousa Gonçalves, não gostamos nada daquela cena…

Enfim, histórias (tristes) da Guiné...

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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P21693: Os nossos seres, saberes e lazeres (430): Os primeiros Cistercienses de Vale Varosa: S. João de Tarouca (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Setembro de 2020:

Queridos amigos,
Aqui se reporta o primeiro itinerário cultural que alguém desenhou em Rio de Mel, concelho de Trancoso, era a primeira surpresa do dia, tudo se passaria em Vale Varosa, acontece que aqui se estivera uns bons anos antes, regressava-se para comparar.
É com manifesta alegria que se pode dizer que este país anda para a frente no respeito pelo seu património histórico, já vi este Mosteiro em pior estado, que não se duvide que é muitíssimo importante a sua visita, há vestígios da sua ligação à fundação da nacionalidade, a Ordem de Cister recebeu inúmeras doações e nos séculos XVII e XVIII aqui se construiu com pompa e não menos circunstância.
Deus permita que aqui se possa voltar dentro de alguns anos, para outra comparação ainda mais benfazeja.

Um abraço do
Mário


Os primeiros cistercienses de Vale Varosa: S. João de Tarouca

Mário Beja Santos

Toda esta digressão a Vale Varosa inicia-se em Rio de Mel, concelho de Trancoso, aqui vive um amigo dileto, um companheiro de trabalho durante décadas, instituiu-se o rito da visita anual, sempre surpreendente, abarca a cultura megalítica, paisagens frondosas, castelos que vêm da fundação da nacionalidade, aldeias históricas, templos religiosos classificados como monumentos nacionais, só em Rio de Mel é que conhecemos o itinerário, sempre surpreendente. E pomo-nos a caminho, estrada fora somos informados que vamos para Vale Varosa, primeiro o Mosteiro de S. João de Tarouca, depois amesendamos, de seguida segue-se para a ponte fortificada Ucanha, não há tempo para ir ao Convento de Santo António de Ferreirim, seguir-se-á o mosteiro de Santa Maria de Salzedas, regresso a Rio de Mel, a inevitável merenda, presunto, bacalhau e queijo, bons vinhos e doçaria. E regressaremos a Manteigas.
Muitos comentários no decurso da viagem, o que definha, o que floresce, o que estagna. E assim se chega a S. João de Tarouca, o primeiro Mosteiro Cisterciense implantado em Vale Varosa, data de 1140, é a nacionalidade na sombra tutelar de D. Afonso Henriques. Desse século XII há vestígios, a Ordem era rica e houve bons patronos ao longo dos séculos, daí as ampliações dos séculos XVII e XVIII, passou a ter dimensões colossais, com a extinção das ordens religiosas deu-se a pilhagem da pedra e é um verdadeiro mistério não se ter assaltado e desviado riqueza que vamos contemplar. Houve escavações arqueológicas entre 1998 e 2007, que abrangeu a igreja e as ruínas de dependências monásticas, é a empreitada que demorará muito tempo e que custará fortunas. Só que este monumento nacional justifica. Como vamos ver.
Começa a visita pela visualização de um belo vídeo e uma exposição de achados arqueológicos. A fachada da igreja comprova as profundas alterações dos séculos XVII e XVIII, à vista desarmada não se vê nada do século XII, as surpresas vêm no interior do templo.
Aqui sim, temos a sobriedade cisterciense recamada de azulejaria esplendorosa, belas madeiras, imagens valiosas, um Altar-Mor impressionante, gosta-se de toda esta harmonia, os corredores laterais abonam essa impressão, os ângulos das colunas são de cortar o fôlego. Ora vejam.
As Salas Capitulares, regra geral, dispõem de estadão, em contraste chocante com os princípios fundadores destas ordens mendicantes, que o foram enriquecendo ao longo dos séculos. É preciso contemplar longamente este tipo de luxo ostensivo para perceber como provocaram invejas brutais e animosidade das populações. Não se chegou por mero acaso à extinção das ordens religiosas em 1834, a despeito dos inenarráveis crimes culturais perpetrados.
Este quadro icónico de S. Pedro que viajou até à Europália de 1991 é de Gaspar Vaz e será também de Grão Vasco, há um outro aparentado em Viseu, é deste que eu mais gosto, não só pelo conjunto dentro da moldura, os aspetos aparentemente colaterais que deixam avantajar este padre da Igreja o primeiro Pontífice, assim imaginado séculos depois, com indumentárias daquela contemporaneidade, impressiona a força do olhar, a postura que marca a dignidade da função, a conjugação harmoniosa das explorações. É impressionante, só por ele vale a pena vir a S. João de Tarouca.
Quem aprecia escultura tem aqui espécimenes raros, releva destas composições barrocas o vigor da fé, espelhado na Mater Dolorosa, neste caso.
A azulejaria de S. João de Tarouca é de uma enorme riqueza. Surpreendente é este túmulo, dá-se a informação de que tem mais de 15 toneladas, grandiosidade não lhe falta, trata-se de D. Pedro Afonso, filho bastardo de D. Dinis, Conde de Barcelos, os pormenores escultóricos da caçada patentes na caixa tumular possuem uma dinâmica que nos deixa de boca aberta.

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Nota do editor

Último poste da série de 19 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21661: Os nossos seres, saberes e lazeres (429): Recordações da casa dos espetros (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21692: In Memoriam (378): Isabel Levezinho (Lisboa, 1952 - Oeiras, 2020), esposa do Tony Levezinho (ex-fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)... A sua memória fica inscrita, a título póstumo, no lugar nº 824, sob o fraterno e simbólico poilão da Tabanca Grande (Luís Graça)



Vila do Bispo > Sagres > Martinhal > 25 de abril de 2020 > O Tony e a Isabel Levezinho comemorando uma data que lhes era muito querida, na companhia do neto Diogo, filho da Rita (, por ser menor, não o incluimos na fotografia).


Foto: © Tony Levezinho  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 



1. Na véspera de Natal, às 14h25, liguei para o meu amigo e camarada Tony Levezinho, com um estranho pressentimento... Queria tanto desejar que ele e a sua querida Isabel pudessem ainda passar juntos o mais que provável último Natal das suas vidas em comum, numa história de amor de mais de meio século... 

Do outro lado da linha, ele respondeu-me com a voz calma e amável que sempre que lhe conheci: "Estava justamente a escrever-te para vos comunicar que nossa querida Isabel deixou de sofrer, acaba de fechar os olhos esta manhã"..

A nossa primeira reação, humaníssima, é uma mistura de sentimentos contraditórios, que vai da incredubilidade à raiva face ao triunfo da morte...Ficamos sem jeito, do outro lado da "linha", face à amarga e tristíssima notícia da morte (mesmo que "anunciada") de alguém do nosso círcuço de amizades... 

Mas a verdade, brutal,  é que a nossa querida Isabel Levezinho sucumbia, ao fim de uns meses, no combate desigual contra a doença que a atingira...  Debalde foram mobilizados todos recursos de que o nosso sistema de saúde possui. Face ao inevitável, a Isabel, num gesto enorme de dignidade e lucidez, optou por recusar a medicina paliativa e morrer em casa, ao lado do seu companheiro de uma vida. Não lhe faltaram, nestas últimas semanos, cuidados domiciliários, médicos e de enfermagem que ajudaram a humanizar os últimos monentos da sua vida. Morreu em casa ao lado daqueles que ela amava rpofundamente.

A Isabel era esposa do meu "mano" Tony Levezinho, mãe da Rita e do Nuno, avó do Diogo. 

Tinha ainda há poucos meses,  neste ano da desgraça de 2020, acabado de celebrar  as suas bodas de ouro de casada. Contou-nos, a mim e à Alice, (quando a fomos visitar, já doente, na casa no Tagus Park, em Oeiras, em 28 de setembro passado) que se tinha sentido tão feliz pela "escapadinha" que a levara, a ela e ao marido,  a Viseu, à magnífica Pousada de Viseu, uma prendinha dos seus filhos Rita e Nuno.

Lembro-me de ela ter casado, ainda muito novinha, aos 18 anos (feitos em 30/7/1970),  com o Tony quando ele veio de férias à "metrópole", no verão de 1970. Era então uma jovem (e promissora) ginasta do Académico da Amadora. 

Soube, e isso recordá-lo ainda há pouco tempo, que ela queria ir para a Guiné com o amor da sua vida. Felizmente que não chegou a poder concretizar essa generosa (mas romântica e nada aconselhável) intenção: a segunda metade do ano de 1970 foi também muito dura para os homens da CCAÇ 12. 

Somos, de longa data, eu, a Alice, a Joana e o João, amigos da família e durante anos vizinhos da Amadora. O Tony e a Isabel deram-nos o prazer da sua companhia e a prova da sua amizade em vários momentos das nossas vidas, Tenho pena de não ter aqui, à mão, nenhuma foto da sua participação na festa dos meus 70 anos, em 2017, organizada, de surpresa, pela Alice, no Hotel do Vimeiro, em 2017.  Foi o único casal, dos meus camaradas da Guiné, que a Alice convidou, por sua iniciativa própria. Também não tenho nenhuma da sua participação num ou noutro dos convívios da malta de Bambadinca (1968/71).

2. A notícia da sua morte deixa-nos devastados. Escrevi ao Tony, há poucas horas, o seguinte: 

"Tony, meu mano. O luto é um processo duro e difícil que todos temos de fazer quando perdemos alguém que nos é muito querido. Acabar de perder a tua companheira de uma vida, mãe dos teus filhos Rita e Nuno, avó do teu neto Diogo.

"Nestas ocasiões, tudo o que os amigos pode,m dizer e fazer é pouco para preencher o vazio que estás a sentir. Mas vais superar esta perda como superaste outras na vida. És um homem forte e racional. Como teu amogo do peito, e amigo da família, gostaria de poder estar aí contigo, eu e a Alice,  neste momento fifícil por que estás a passar. Tens o nosso 'ombro amigo'. Sei que já estavas, com tempo, a preprar-te para o pior. Infelizmente não poderei estar aí contigo este fim de semana  a derradeira homenagem à nossa querida e doce Isabel. Falei com o Humberto e sei que a cremação é no próximo domingo. Como já sabes, aqui no Norte, a barra também está pesada e estamos a dar o apoio possível a um familiar que também está doente (...).

"Sei que a Isabel era uma mulher discreta e avessas às luzes da ribalta, mas o mínimo que eu lhe posso fazer, como teu camarada, amigo e mano, é editar-lhe este poste de homenagem póstuma e propor a sua entrada na nossa Tabanca Grande, ficando a sua memória inscrita no lugar nº 834, à sombra do nosso poilão (*)... Já estão lá, há tempos, outras companheiras de camaradas nossos como a Teresa Reis (1947-2011). do Humberto Reis, de resto outra boa amiga da Isabel.

"A Isabel era uma pessoa discreta, serena, doce e afável cujo sorriso, bondade e amizade vamos guardar, nas nossas memórias, para o resto das nossas vidas. Mas agora é preciso reconfortar (e ser solidário na dor com) os vivos. Tony, Rita, Nuno, Diogo...mesmo à distância, estamos aí convosco no pior Natal das vossas vidas!".. Vê se descansas um pouco, Tony. Um chicoração fraterno, meu, da Alice, da Joana e do João,  para ti, a Rita, o Nuno e o Diogo."

PS1 - Citando um dos meus poetas preferidos, Ruy Belo, que ainda teve tempo e lucidez para se despedir da "terra da alegria", "é triste ir pela vida como quem / regressa e entrar humildemente por engano / pela morte dentro".

PS2 - O Tony tem página no Facebook e mais de 6 dezenas de referências no nosso blogue. Foi fur mil at inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). Ele e a Isabel estavam reformados da Petrogal. E possuíam, em Vila do Bispo, Sagres, Martinhal, uma casa adorável onde recebiam os amigos, sempre de coração aberto.




Vila do Bispo > Sagres > Martinhal > Julho de 2014 > Da esquerda para a direita, o Humberto Reis, o José Manuel Rosado Piça, a Isabel Leveziuho, a Leonor, a esposa do Piça, e a Joana, na altura companheira do Humberto.  (**)

Foto: © Tony Levezinho (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


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Notas do editor:


Guiné 61/74 - P21691: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (30): Joaquim Luís Mendes Gomes, ex-Alf Mil Inf e José Câmara, ex-Fur Mil Inf


1. Mensagem natalícia do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) com data de 24 de Dezembro de 2020:

Estrela de Natal

Entre miríades de estrelas,
Brilha no céu uma, no oriente.
Um clarão de esperança
Que ilumina o mundo inteiro. Para sempre.


O cobre de esperança imperecível.
Incendiou-o, à humanidade,
Com o fogo da imortalidade.
Tudo perecerá com o tempo.
Menos a alma.
Sopro de vida.
O Criador a fez à sua imagem.
Um menino nasceu em Belém.
Na noite de Natal.
Veio resgatar o homem da pena aplicada ao Adão e Eva.
Pela sua desobediência à vontade do Criador.
Um mistério por desvendar...


Berlim, 24 de Dezembro de 2020
14h14m
Jlmg


********************

2. Mensagem natalícia do nosso camarada José Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 25 de Dezembro de 2020:

“Natal é a ternura do passado, o valor do presente e a esperança de um futuro melhor”, assim escreveu alguém.

Convido-vos a meditarem comigo sobre o que foi e é as nossas vidas, nas nossas relações com os outros e com as nossas instituições.
Mais importante que tudo, convido-vos a acreditar firmemente que os nossos melhores dias de vida ainda serão aqueles que estão na nossa frente.


O Menino nasceu no dia 25 de Dezembro de Dezembro, mas a Sua mensagem, a da Natividade, é de todos dias!

Convosco ficam os meus votos de um Feliz Natal e Bons Anos.
Que a saúde seja sempre vossa companheira e daqueles que vos são queridos.

Com amizade e respeito, um abraço amigo do
José Câmara

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Nota do editor

Último poste da série de 25 de Dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21689: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (29): O Natal agridoce de 2020... (E um "In Memoriam" à Isabel Levezinho que acaba de deixar a "Terra da Alegria") (Luís Graça)

Guiné 61/74 - P21690: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (32): A funda que arremessa para o fundo da memória

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Dezembro de 2020:

Queridos amigos,
Annette aproveitou a estadia em Liège para organizar mais apontamentos, são papéis que vêm pelo correio, alguns deles não passam de garatujas, fotografias a preto e branco ou de um verde descolorido, estamos em maio de 1969, Missirá renasce, entrou-se na época das chuvas mas ainda não foge, há muita gente doente, é a malária e a canseira, e é nesse contexto que vai acontecer aquilo que Paulo Guilherme envia com o título "a emboscada da minha vida". Sempre ouvi dizer que não se devem fazer emboscadas à noite, e muito menos em território inimigo. Era bem provável que os guerrilheiros em Madina e Belel pensassem que ele ficara bem intimidado vendo uma boa parte de Missirá em cinzas. Tanto que não aconteceu que houve esta emboscada, desta vez foi Madina e Belel que receberam a mensagem. Acontece que daqui até novembro se andará num carrossel de peripécias, de um modo geral bem dolorosas, um furriel aparecerá semi-enlouquecido, flagelações em cadeia, o ritmo das idas a Mato de Cão não abranda, só em novembro, altura em que o porto do Xime estará operacional. Haverá entretanto uma mina anticarro e numa manhã, quando Paulo Guilherme sair do seu abrigo será formada toda a sua tropa, vêm informar o nosso alfero que iniciaram a vida militar em 1966, andaram sempre nesta canseira, querem repouso. Pura ilusão, mal sabem o que lhes espera na chamada intervenção a zona de Bambadinca.
Mas isso é história para contar com mais vagar, não nos precipitemos.

Um abraço do
Mário


Esboços para um romance – II (Mário Beja Santos):
Rua do Eclipse (32): A funda que arremessa para o fundo da memória

Mário Beja Santos

Mon adoré Paulo, que bom, dentro de três dias aqui estarás na minha companhia, a encher a minha vida, a tonificar-lhe o sentido de que eu já desistira de procurar. Imagina, e isso tem interesse para ti, a Comissão Europeia encomendou-nos um trabalho, viemos três dias a Liège para uma conferência promovida pela Confederação Europeia de Sindicatos, o tema que está a ser abordado tem a ver com os desafios para o mundo trabalho pelo impacto da computorização, já decorreram dois dias de trabalho, amanhã é o último. É bem curioso, penso que em 1986 esta mesma confederação promoveu uma conferência, creio que de um só dia, sobre a cibernética, o que ela iria trazer de novo para a tecnologia, e nessa altura, tirando os oradores, os representantes dos trabalhadores que nela participaram mostraram-se profundamente céticos, não haveria grandes alterações, sobreviriam os escritórios, os balcões dos bancos, as agências de viagens. Como se iludiram! Tenho aproveitado estas noites frias de janeiro para ordenar a documentação mais recente que me enviaste, voltei a ler os papéis anteriores e garanto-te que me tocou muito aquela inquirição do coronel que te visitou em Missirá por tu teres reclamado da punição de dois dias de prisão simples.

Impressiona-me nos documentos que me mandaste agora aquela emboscada junto de um local, espero estar a dizer bem, de nome Sinchã Corubal, não muito longe de uma base da guerrilha chamada Madina. Tinhas anteriormente verificado haver trilhos que passavam perto de Chicri e de Mato de Cão, decidiste fazer um patrulhamento tendo aproveitado a vigilância em Mato de Cão. Registaste nos teus papéis a data de 27 de maio de 1969. Tu e os teus homens fizeram uns bons quilómetros dentro da mata densa, sempre flanqueando o trilho descoberto e posicionaram-se do lado de cá da bolanha de Sinchã Corubal, depois de teres conversado com toda a gente quanto à eventualidade de aparecer um grupo do lado de lá ou do lado de cá, como se processaria a retirada, quem desencadearia o fogo e outros pormenores. Interessou-me muito o que tu escreveste sobre a descrição da noite, o murmurar das águas, o ouvires os pequenos ruídos de quem mordiscava e levava o cantil à boca, as luzes ao longe da povoação do Xime, a passagem de animais, os estalos da matéria viva no arvoredo, o pesado silêncio da noite, quase um convite para passar pelo sono e delegar a vigilância noutro. E tu dizes nos teus papéis que sentes ainda o ciciar ao ouvido de um teu bazuqueiro, de nome Mamadu Djau que te pôs pressão no ombro e te alertou que estava a ver avançar do outro lado uma coluna na vossa direção.

Passou-se a palavra para todo o grupo, tu deitaste-te no meio da picada, ladeado por dois bazuqueiros, atrás, protegidos por morros de bagabaga, os apontadores de dilagrama, quando tu disparasses começaria a fuzilaria. Tu descreves o clima de tensão, o ver aqueles vultos a avançar num passo cadenciado, sabe-se lá se a olhar para todos os lados, tu sentias-te como se estivesses numa porta da floresta, com aquele espaço imenso pela frente de capim, ouvindo as passadas cada vez mais próximas, um restolhar que a natureza obrigava, talvez aqueles corpos sentissem a aspereza do capim molhado. Tu falas numa zona de morte, quem avança em tua direção está a escassas dezenas de metros, continuam a ser vultos, não sabes quantos, e na mansuetude da mata dás o sinal da guerra aberta, desfechas uma rajada em direção àquele grupo, estrondeiam as armas, ouvem-se gritos do lado de cá e do lado de lá, tu não sabes se a coluna recua ou se toda aquela gente se atira ao solo, certamente que por ali ciranda o terror, tal o impacto da surpresa, o mais certo é que a coluna esteja em fuga. É um fogo impressionante, o que tu escreveste, sabes hoje que foram minutos que demoraram horas, quem vinha naquela coluna não teve capacidade de resposta e tu lanças um grito para o ar a anunciar a retirada, desta feita dentro do próprio trilho usado pela gente que habita em Madina e Belel.

Correm afogueados, de vez em quando mandas fazer alto, queres saber se estão todos, o que é confirmado. Enquanto anoto que organizo os teus apontamentos não deixo de me impressionar com a familiaridade com que tu tratas os lugares, é impossível que não tenhas posto os pés em todos aqueles sítios, vocês vão a correr de Saliquinhé para Gambana, à direita podiam ir até Finete, mas não, sobem pela velha estrada que pode ir até Missirá ou até mesmo ao Gambiel, infletem na curva de Canturé, fazem uma pausa, há por ali laranjais e passados uns minutos uma nova correria até à outra curva de Canturé, daqui seguem a Gã Gémeos, passam pela ponte de Sansão, já perto de Missirá avisam-se os sentinelas de que vamos entrar e tu escreves que foi impressionante a receção, militares e população aguardam-vos na porta de armas, todos sorriem, é fácil perceber que toda aquela tempestade de fogo vos correu de feição, regressam sem feridos nem mortos. Escreverás ainda que esta emboscada noturna teve o condão de acirrar os ânimos, o inimigo não abrandará as hostilidades, haverá uma chusma de pequenas flagelações, depois de uma muito grande que custou vidas às gentes de Madina e Belel.

Nos últimos papéis que mandas, as surpresas não acabaram naquela emboscada noturna, pude constatar. Estamos a 28 de maio, quem voltou a patrulhar Mato de Cão nesse dia foi o furriel Casanova, dormiste umas horas, entregaste-te a afazeres domésticos. Não te sai da cabeça qual será o tipo de reação das forças do PAIGC. Não paraste um instante naquele dia, acompanhaste as aulas, vistoriaste as munições e o depósito de víveres, e durante a tarde andaste com militares e população civil a fazer uma capinação na região de Sansão. Anoiteceu, fizeste o expediente corrente com o furriel Pires, prolonga-se a época das chuvas, há uma nova vaga de doentes de malária, apareceu um soldado milícia com sinais de elefantíase, fizeram-se abates à carga de cantis extraviados. Veio o cozinheiro Umaru Baldé anunciar o jantar, pediste mais cinco minutos para ir tomar um duche. E o que se segue é o mais movimentado instantâneo da guerra que vem nos teus papéis. Vens embrulhado numa toalha e estacas, ouvem-se os sons cavos de um bombardeamento não muito longe, os disparos eliminam a noite, é um estranho fogo, parece mesmo pirotecnia de fim de ano, tiros atirados para o ar enquanto ribombam morteiradas em cadeia, a sinfonia de metralhadoras, é uma flagelação impressionante e tu pensas que te estão a destruir Finete, aquela flagelação é demolidora. Usumane Baldé, a quem tu chamas o teu soldado prussiano ouve as tuas imprecações e responde: “- Ah, nosso alfero, eles vão partir Finete todinha!”. Tu gritas e pedes voluntários, não vais deixar Finete ficar destruída, o motorista Setúbal já faz rodar um Unimog 404 na parada, sobem para a caixa vinte voluntários e vai começar uma corrida desenfreada para ir ajudar Finete. Fico-me por aqui porque o registo que tu deixas é enorme, jamais te passou pela cabeça o estarrecedor do episódio seguinte.

Meu adorado Paulo é nesse ponto que ficam organizados os apontamentos desde agosto de 1968 até estes dias de maio de 1969. Foi o papel que tu me reservaste e que alterou as nossas vidas. Impossível, sim, impossível, abandonar esta tarefa, sabendo que ela foi a alavanca da iluminação que trouxeste para os meus dias e para as minhas noites. Obrigado por tudo, meu homem de Lisboa. Amanhã ao fim do trabalho, regresso à Rua do Eclipse, em menos de duas horas estou em Bruxelas. Vou brunir a nossa casa. Espero-te à porta de Zaventem, já sei a hora da tua chegada. Despeço-me com a boa notícia de que já reservei a nossa estadia em Lier, iremos passear pela Campina, alugamos facilmente as bicicletas e podemos percorrer aqueles canais maravilhosos, iremos a Antuérpia, tenho todo o gosto em voltar ao Museu de Rubens, e tenho a maior satisfação em irmos, como tu sugeres, a Groningen, que também aprecio muito. Vem depressa, tens muito amor à tua espera. Bien à toi, Annette.

(continua)

Duas imagens de Liège
Lier, Bélgica
O Grande Hotel nos tempos áureos
O Grande Hotel reduzido a uma ruína
Edifício do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa na década de 1960
O rio Geba, deslumbrante a qualquer hora do dia
Os rios dão tudo, transportam-nos longe, é só preciso um tronco escavado
A natureza é sempre empolgante, pronta a surpreender-nos
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Nota do editor

Último poste da série de 18 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21657: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (31): A funda que arremessa para o fundo da memória

Guiné 61/74 - P21689: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (29): O Natal agridoce de 2020... (E um "In Memoriam" à Isabel Levezinho que acaba de deixar a "Terra da Alegria") (Luís Graça)






Tabanca de Candoz, 19 de dezembro de 2020 > O solstício do inverno faz parte do ciclo da vida. (O inverno, no hemisfério norte, começa a 21 de dezembro.) 

Foto (e legenda): ©  Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


O Natal agridoce de 2020

por Luís Graça



Nos nossos lares, este ano, o Natal

Vai ter quase tudo o que manda a tradição,

Mas vai, de certo, faltar o essencial:

Não o bom bacalhau, mas o... chicoração!


Vai ser agridoce o Natal da pandemia,

Sem a presença da família alargada:

Pode a mesa ser farta, mas estará vazia,

Em faltando a alegria da criançada.


Companheiros, que raio de tempo é este!,

Estamos vivos, é certo, mas ameaçados,

P’la Covid, o nome moderno da Peste.



Feitos para, na terra, viver e amar,

Há nove meses confinados e mascarados,

Também desta haveremos de... nos safar!
 

Tabanca da Madalena, Vila Nova de Gaia, 

24 de dezembro de 2020, 8h00


PS - Na véspera de Natal, depois de ultimar este soneto, tive a amarga e  tristíssima  notícia da morte (se bem que "anunciada") da nossa querida Isabel Levezinho, vítima de doença prolongada. Era esposa do meu "mano" Tony Levezinho, mãe da Rita e do Nuno, avó do Diogo. 

Tinha ainda celebrado neste ano da desgraça de 2020 as suas bodas de ouro de casada. Lembro-me de ter ela casado, ainda muito novinha, aos 17 ou 18, com o Tony quando ele veio de férias à "metrópole", em meados de 1970. Era então uma jovem (e promissora) ginasta do Académico da Amadora. Soube, só há pouco tempo (quando a fomos visitar, já doente, na casa no Tagus Park, em Oeiras, em 28 de setembro passado), que ela queria ir para a Guiné com o amor da sua vida. Felizmente que não chegou a poder concretizar essa generosa (mas romântica e não aconselhável)  intenção: a segunda metade do ano de 1970 foi também muito dura para os homens da CCAÇ 12. 

Somos, de longa data, eu,  a Alice, a Joana e o João, amigos da família e durante anos vizinhos da Amadora. O Tony e a Isabel deram-nos o prazer da sua companhia e a prova da sua amziade em vários momentos das nossas vidas. A notícia deixa-nos devastados. O nosso pensamento está com ela e com os nossos amigos neste Natal que mais do que "agridoce", é amargo. 

A Isabel era uma pessoa discreta, serena, doce e afável cujo sorriso, bondade e amizade vamos guardar, nas nossas memórias,  para o resto das nossas vidas. Mas agora é preciso reconfortar (e ser solidário na dor com) os vivos. Tony, Rita, Nuno, Diogo...mesmo à distância, estamos aí convosco no pior Natal das vossas vidas!

Citando um dos meus poetas preferidos, Ruy Belo, que ainda teve tempo e lucidez para se despedir da "terra da alegria",  "é triste ir pela vida como quem / regressa e entrar humildemente por engano / pela morte dentro".

[O Tony tem página no Facebook e mais de 6 dezenas de referências no nosso blogue.]

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Guiné 61/74 - P21688: Parabéns a você (1914): Ismael Augusto, ex-Alf Mil Manut do BCAÇ 2852 (Guiné, 1968/70)

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Nota do editor

Último poste da série de 24 de Dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21683: Parabéns a você (1913): Fernando Jesus Sousa, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/71)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21687: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (28): Manuel Resende (régulo da Tabanca da Linha) / António Manuel Salvador (Holanda) / António Ramalho (V. F. Xira)

1. Mensagem de camarada Manuel Resende (ex-alf mil da CCaç 2585/BCaç 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71), régulo da Magnífica Tabanca da Linha:


Data - terça, 22/12, 23:15 
Assunto - Boas festas




Aos amigos de coração Luis Graça e Alice Carneiro,  desejo um feliz Natal e um novo ano isento de virus. Esta coisa está a dar cabo dos nossos grupos. É que sem convivência vamo-nos esquecendo, e cada vez o Condor... aperta mais. 

Pergunto eu, será que ainda vamos ter convívios? Vamos todos de bengala... 

Grande abraço extensivo a toda a família e aos todos os membros da Tabanca Grande
Manuel Resende




(ex-1.º Cabo Enfermeiro, CCAÇ 4740
Os Leões de Cufar, Cufar , 1972/74):

Data - segunda, 21/12, 12:51
Assunto - Luís, com um forte abraço aqui da Holanda

Luis, descobri esta foto de 1971, tirada em Elvas no terceiro turno do mesmo ano, esperando que alguém se reconheça na mesma. Só desejo que estejam todos vivos, gozando de uma boa saude. Para todos aqueles desejo um Santo Natal e um risonho 2021 . 




3. Mensagem de António R
amalho [, natural da Vila de Fernando, Elvas, a viver em Vila Franca de Xira, foi fur mil at da CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), membro da Tabanca Grande, com o nº 757: tem mais de duas dezenas de referências no nosso blogue]


Um Santo e Feliz Natal e um 2021 com muita Paz e saúde para todos vós, familiares e amigos, são os nossos votos.

António Ramalho e família

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Nota do editor:

ÚLtimo poste da série > 24 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21686: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (27): Rui Chamusco, cofundador e líder da ASTIL - Associação dos Amigos Solidários com Timor Leste