Amadora > Auditório da Academia Militar > Sessão de lançamento do livro "A Retirada de Guileje" (Lisboa, DG Edições, 2008), do cor art ref Continho e Lima, em 13/12/08, 17h. O livro foi apresentado pelos, jornalista Eduardo Dâmaso e general Loureiro dos Santos.
Coutinho e Lima (1935-2022) ex-cap art cmdt CART 494, Gadamael (1963/65), ex-Adjunto da Repartição de Operações do COM-CHEFE das FA da Guiné (1968/1970) e ex-major art, cmdt do COP 5, Guileje (1972/73)
Foto (e legenda): LG (2008)
Mas na passada segunda feira, já tínhamos recebido um mail, às 22h12, da Maria Isabel Lima, com a triste notícia e que só agora li por estar acamado:
Sr. Professor: eu sou a M. lsabel Coutinho e Lima. Quero comunicar-lhe, que meu marido, depois de algum sofrimento desde o dia 25 de Setembro, faleceu hoje, cerca das 18horas
O Carlos já mandou à viúva, D. Maria Isabel Courinho e Lima, por email os pêsames da Tabanca Grande:
Foto de origem desconhecida, editada por nós, e gentilmente cedida pelo Pepito, fazendo parte do acervo fotográfico do Projecto Guiledje ( © AD - Acção para o Desenvolvimento ).
O Coutinho e Lima tem mais de uma centena de referências no nosso blogue. Era uma pessoa afável e um bom minhoto. Gostava de me convidar, a mim e à Alice, para jantar no dia dos seus anos, a 15 de setembro. Ele tinha casa em Benfica, éremos quase vizinhos. E a esposa, Maria Isabel, era (é, felizmente está viva) simpatiquíssima. E tinha muito orgulho na decisão do marido de salvar centenas de vidas, em 22 de maio de 1973. Ainda fomos a um ou dois jantares de aniversário. Mas a altura não era das mais convenientes para nós: estávamos habitualmente na Lourinhã, em setembro. Às vezes falávamos ao telefone. Disse-me há tempos que andava a escrever a história da sua CART 494 (Gadamael, 1963/65). Com a sua morte, perdemos também um manancial de memórias sobre a Guiné do tempo da guerra de 1961/74.
Na sexta-feira, 23, o corpo seguirá para Vila Fria, Viana do Castelo, onde será rezada uma outra missa pelas 16h00 e o funeral será logo a seguir.
Muito obrigada
Maria Isabel Lima
___________
Nota do editor:
Último poste da série de 26 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23817: In Memoriam (463): Rui Alexandrino Ferreira (1943-2022)... Um excerto do livro "Quebo" (2014): Recordando os tristes acontecimentos que ensombraram Aldeia Formosa, na noite de Consoada de 1971, "se não a pior, uma das mais trágicas da minha vida"
"Lamentamos profundamente a perda do marido. Sabíamos que estava a passar menos bem mas não esperávamos esta triste notícia. A tertúlia deste blogue associa-se à sua dor e envia-lhe as mais sentidas condolências, extensivas a toda a família. Pedimos o favor de nos enviar, quando souber, os pormenores das exéquias fúnebres. Ao dispor, Carlos Vinhal".
Alexandre Coutinho e Lima - A retirada de Guileje: 22 de maio de 1973: a verdade dos factos (rev. texto Maria Filomena Folgado. - 4ª ed. - Linda-a-Velha : DG Edições, 2010. - 473 pp.)
Guiné > Região de Tombali > Guileje > 22 de Maio de 1973 > A retirada, dramática mas ordeira, das tropas portuguesas, por decisão, à revelia do Comando-Chefe, do major Coutinho e Lima, comandante do COP5. Segundo informação do Nuno Rubim (de quem não notícas "há séculos" !) a primeira unidade a ir para Guileje foi um Grupo de Combate reforçado da CART 494, em jan / fev de 1964. A Companhia estava a instalar o quartel em Gadamael. Só mais tarde é que um grupo da CART 495, em final de fevereiro desse ano, foi reforçar a guarnição até à chegada das primeiras forças da CCAÇ 726, em 31 de Outubro, permanecendo ainda algum tempo em sobreposição.
A CART 494 era comandada pelo então Capitão Coutinho e Lima, "que assim fica para sempre ligado ao início e fim de Guileje" (sic) ...
A CART 494 era comandada pelo então Capitão Coutinho e Lima, "que assim fica para sempre ligado ao início e fim de Guileje" (sic) ...
Foto de origem desconhecida, editada por nós, e gentilmente cedida pelo Pepito, fazendo parte do acervo fotográfico do Projecto Guiledje ( © AD - Acção para o Desenvolvimento ).
A decisão, à revelia do Com-Chefe, gen Spínola, de retirar Guileje, em 22 de maio de 1973, foi a decisão mais dramática e porventura mais difícil da sua vida. E destruiu a sua carreira militar. Estebe um ano preso em Bissau. Depois de passar à situação de reforma, Coutinho e Lima fez questão de contar, por escrito, a sua versão os factos, o que fez com coragem, frontalidade e dignidade. O seu livro, lançado em 2008, teve pelo menos 4 edições.
Dos muitos postes publicados no nosso blogue, chamo a atenção para o poste P267 (dois vídeos e 25 fotos) em que a população de Guileje, trinta e cinco anos depois (por ocasião do Simpósio Internacional de Guileje, em março de 2008), homenageou o Cor Art Ref Coutinho e Lima
Dos muitos postes publicados no nosso blogue, chamo a atenção para o poste P267 (dois vídeos e 25 fotos) em que a população de Guileje, trinta e cinco anos depois (por ocasião do Simpósio Internacional de Guileje, em março de 2008), homenageou o Cor Art Ref Coutinho e Lima
O Coutinho e Lima tem mais de uma centena de referências no nosso blogue. Era uma pessoa afável e um bom minhoto. Gostava de me convidar, a mim e à Alice, para jantar no dia dos seus anos, a 15 de setembro. Ele tinha casa em Benfica, éremos quase vizinhos. E a esposa, Maria Isabel, era (é, felizmente está viva) simpatiquíssima. E tinha muito orgulho na decisão do marido de salvar centenas de vidas, em 22 de maio de 1973. Ainda fomos a um ou dois jantares de aniversário. Mas a altura não era das mais convenientes para nós: estávamos habitualmente na Lourinhã, em setembro. Às vezes falávamos ao telefone. Disse-me há tempos que andava a escrever a história da sua CART 494 (Gadamael, 1963/65). Com a sua morte, perdemos também um manancial de memórias sobre a Guiné do tempo da guerra de 1961/74.
À família enlutada, esposa, filhos e netos endereçamos os nossos votos de profundo pesar.
2. Entretanto, cerca das 23 horas do dia, recebemos uma mensagem da senhora Dona Maria Isabel Lima com os pormenores das cerimónias fúnebres do seu malogrado marido.
As cerimónias religiosas meu marido decorrerão na próxima quinta-feira, dia 22. Da parte da tarde haverá uma missa de corpo presente pelas 17h00 na Capela da Academia Militar, em Lisboa, na Rua Gomes Freire.
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2. Entretanto, cerca das 23 horas do dia, recebemos uma mensagem da senhora Dona Maria Isabel Lima com os pormenores das cerimónias fúnebres do seu malogrado marido.
As cerimónias religiosas meu marido decorrerão na próxima quinta-feira, dia 22. Da parte da tarde haverá uma missa de corpo presente pelas 17h00 na Capela da Academia Militar, em Lisboa, na Rua Gomes Freire.
Na sexta-feira, 23, o corpo seguirá para Vila Fria, Viana do Castelo, onde será rezada uma outra missa pelas 16h00 e o funeral será logo a seguir.
Muito obrigada
Maria Isabel Lima
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Nota do editor:
Último poste da série de 26 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23817: In Memoriam (463): Rui Alexandrino Ferreira (1943-2022)... Um excerto do livro "Quebo" (2014): Recordando os tristes acontecimentos que ensombraram Aldeia Formosa, na noite de Consoada de 1971, "se não a pior, uma das mais trágicas da minha vida"