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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20283: Jorge Araújo: ensaio sobre as mortes de militares do Exército no CTIG (1963/74), Condutores Auto-Rodas, devidas a combate, acidente ou doença - Parte IV


Foto 1 – Mais uma imagem de explosão de mina anticarro, provavelmente accionada por viatura militar, situação que poderia suceder de forma absolutamente imprevisível, pondo em risco de vida todos os seus ocupantes, nomeadamente os condutores auto rodas.


Fonte: Centro de Documentação da Universidade de Coimbra (Arquivo electrónico),
   com a devida vénia.




  O nosso coeditor Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, 
CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior, 
indigitado régulo da Tabanca de Almada; 
tem 230 registos no nosso blogue.



ENSAIO SOBRE AS MORTES DE MILITARES DO EXÉRCITO, NO CTIG (1963-1974), DA ESPECIALIDADE DE "CONDUTOR AUTO RODAS": COMBATE, ACIDENTE DOENÇA – PARTE IV



1. – INTRODUÇÃO

Eis o quarto fragmento desta temática iniciada no poste P20126, que combina o interesse pessoal com a busca de outros elementos historiográficos emergentes na natureza da guerra. Assim sendo, prosseguimos com a divulgação e análise de mais alguns resultados apurados, tendo por objecto de estudo o universo das "baixas em campanha" de militares do Exército, e como amostra específica os casos de mortes de "condutores auto rodas", ocorridas durante a guerra no CTIG (1963-1974), identificados na literatura "Oficial" publicada pelo Estado-Maior do Exército.

2. – ANÁLISE DEMOGRÁFICA DAS MORTES DE MILITARES DO EXÉRCITO, NO CTIG (1963-1974), DA ESPECIALIDADE DE "CONDUTOR AUTO RODAS": COMBATE-ACIDENTE-DOENÇA (n=191)

Como temos vindo a referir, a análise demográfica incluída nesta investigação, e as variáveis com ela relacionada, foi feita a partir dos casos de mortes de militares do Exército durante a guerra no CTIG (1963-1974), da especialidade de "condutor auto rodas", identificados nos "Dados Oficiais", elaborados pela Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974), 8.º Volume; Mortos em Campanha; Tomo II, Guiné; Livros 1 e 2; 1.ª Edição, Lisboa (2001).


Quadro 1 – Distribuição de frequências das variáveis categóricas "em combate" ("contacto", "minas" e "ataque ao aquartelamento"), segundo a relação "ano" e "estação do ano". Considerou-se "Estação Seca", o período entre 1 de Maio e 15 de Outubro, e "Estação das Chuvas", o período entre 16 de Outubro e 30 de Abril.



Gráfico 1 – Distribuição de frequências acumuladas segundo a variável categórica "em combate", por "ano" e "estação do ano".


No que concerne à distribuição de frequências acumuladas relativas à "Estação do Ano" em que ocorreram mortes de condutores auto rodas do Exército, o estudo mostra que não existem diferenças significativas entre "época seca" e "época das chuvas".

São excepções os anos de 1964, 1966 e 1973. Em 1964, registaram 10 casos na "época seca" contra  2 casos na "época das chuvas". Igual tendência foi observada no ano de 1966 (10 contra 5). Em 1973, verifica-se uma tendência de sentido contrário, com 8 casos na "época das chuvas" contra 2 casos na "época seca".

Em suma, este estudo não nos permite concluir que a "estação do ano" tenha tido alguma influência quantos aos casos de mortes em análise.



Gráfico 2 – Distribuição de frequências acumuladas segundo a variável categórica "em combate - por contacto", por "ano" e "estação do ano".

Quanto à distribuição de frequências acumuladas "em combate - por contacto", relativas à "Estação do Ano", o estudo mostra que continuam a não existir diferenças relevantes entre "época seca" e "época das chuvas". São excepções, uma vez mais, os anos de 1964, 1966 e 1973. Em 1964, registaram 10 casos na "época seca" contra 2 casos na "época das chuvas". Igual tendência foi observada no ano de 1966 (7 contra 3). Em 1973, verifica-se uma tendência de sentido contrário, com 5 casos na "época das chuvas" contra 2 casos na "época seca".


3. – MAIS ALGUNS EPISÓDIOS E CONTEXTOS ONDE OCORRERAM MORTES DE CONDUTORES AUTO RODAS ["CAR"] POR EFEITO DE REBENTAMENTO DE "MINAS"

Neste terceiro ponto, continuamos a observar um dos principais objectivos deste trabalho onde, para além dos números, se recuperam algumas memórias, sempre trágicas, quando estamos em presença de perdas humanas… umas confirmadas ao nosso lado; outras, um pouco mais distantes. Seguimos, agora, com a descrição de mais três "casos" (de um total de trinta e três), enquadrados pelos contextos conhecidos. A principal fonte de consulta continua a ser o vasto espólio do blogue, ao qual adicionámos, ainda, outras informações obtidas em informantes considerados privilegiados.


3.10 - 05 DE FEVEREIRO DE 1966: A TERCEIRA BAIXA DE UM "CAR" POR MINA - O CASO DO SOLDADO AIRES DE JESUS FERREIRA, DA CCAÇ 674, ENTRE CANHÁMINA E CAMBAJÚ (BONCÓ)

A terceira morte de um condutor auto rodas, do Exército, em "combate", por efeito do rebentamento de uma mina anticarro, foi a do soldado Aires de Jesus Ferreira, natural de Pombal, Leiria, ocorrida no dia 05 de Fevereiro de 1966, sábado, no itinerário entre Canhámina e Cambajú, perto da Tabanca de Boncó.

Este acontecimento também ficou gravado, na cronologia historiográfica da guerra, como sendo o primeiro no território a Norte da Guiné (Bissau), a poucos quilómetros de Cambajú, localidade situada na fronteira com a República do Senegal.

Por curiosidade, este episódio ocorreu na região que viu nascer o nosso colaborador permanente, e grande amigo da «Tabanca Grande», Cherno Baldé, que, naquela data, teria cinco/seis anos e, daí, certamente, desconhecê-lo.

O contingente a que pertencia o soldado condutor Aires de Jesus Ferreira era a CCAÇ 674, Unidade mobilizada pelo Regimento de Infantaria 16 [RI 16], de Évora, do Cap Inf José Rosado Castela Rio. Chegou a Bissau em 13Mai64, tendo regressado ao Continente em 27Abr66, por ter concluído a sua comissão de serviço.

A missão operacional desta Unidade, representada na infogravura ao lado, iniciou-se com a deslocação, em 01Jul64, para Fá Mandinga, onde chegou como reforço do dispositivo e manobra do BCAÇ 506 [20Jul63-29Abr65; do TCor Inf Luís do Nascimento Matos]. 

Uma semana depois, em 08Jul64, assumiu a responsabilidade do subsector de Fajonquito, então criado na zona de acção [ZA] do seu Batalhão, e depois do BCAV 757 [23Abr65-20Jan67; do TCor Cav Carlos de Moura Cardoso], tendo destacado um Gr Comb para Canhámina, desde o início de Out64 até 21 do mesmo mês, seguidamente instalado em Cambajú até 03Abr66. 

Destacou ainda outro Gr Comb para Contuboel, desde finais de Out64 até à chegada da CCAV 705 [?] e consequente transformação em subsector.

Em 12Abr66, foi rendida no subsector de Fajonquito pela CCAÇ 1497 [26Abr66-04Nov67; do Cap Inf Carlos Alberto Coelho de Sousa (1º) e Cap Mil Inf Carlos Manuel Morais Sarmento Ferreira (2º)], por troca, recolhendo a Bissau, onde permaneceu temporariamente integrada no BCAÇ 1876 (26Jan66-04Nov67; do TCor Inf Jacinto António Frade Júnior), até à sua substituição pela CCAÇ 1565 [26Abr66-22Jan68; do Cap Mil Inf Rui António Nuno Romero (1.º), Cap Inf José Lopes (2.º) e Cap Mil Inf João Alberto de Sá Barros e Silva (3.º)], e subsequente embarque de regresso. É de referir que esta Companhia não tem História da Unidade (Ceca, 7.º vol; p331).

A única fonte bibliográfica que se conhece é o livro «O meu Diário, Guiné – 1964/1966 – Companhia de Caçadores 674, de Inácio Maria Góis. Edição do Autor. Gráfica Mineira, Aljustrel. Abril 2006 [P2286], conforme capa ao lado. 

Como já foi referido anteriormente, um dos objectivos desta série é adicionar valor histórico ao contexto onde se verificou cada uma das mortes de condutores auto rodas, por efeito do rebentamento de explosivos (minas e seus suplementos). Daí que, este ponto teria menos significado e importância, caso não aproveitasse o "caldo de cultura" que o Cherno Baldé ["Jubi", como classifica a sua infância em Fajonquito], nos tem presenteado ao longo dos anos, fazendo "engordar" o, já, notável espólio do blogue. Aconselho, por este motivo e por todos os outros não referidos, a "saborear" a sua leitura, um dos cinco sentidos da natureza humana. 

Porque era impossível resumir as suas narrativas, sob pena de se adulterar o sentido de cada explicação, o melhor método recaiu na citação de alguns dos muitos detalhes, aqueles que considerámos pertinentes para este contexto.

Assim, quanto à localização de Cambajú, para onde seguiu, em Outubro de 1964, um Gr Comb da CCAÇ 674, como reforço do destacamento de milícias aí colocado para assegurar a defesa da sua população e das suas rotinas, "estava situada mesmo na linha de fronteira com o Senegal, o que lhe emprestava um certo ar cosmopolita onde se cruzavam pessoas de várias origens e destinos e um certo movimento de vaivém de pessoas e mercadorias com as suas três ou quatro casas comerciais, algumas pequenas boutiques e contrabando pra cá e pra lá das duas fronteiras" (Cherno Baldé; poste P4567).

Por outro lado, o ano de 1965, é a "altura em que a guerra para a independência se alastrava rapidamente e aterroriza as aldeias daquela área e obrigava a uma concentração maior da população em certos locais com algumas garantias de defesa e protecção militar, Contuboel, Saré-Bacar, Cambajú e Fajonquito constituíam as praças-fortes da área.

"Foi nesse ano, com cinco/seis de idade, como refere Cherno Baldé, "que vi pela primeira vez homens  brancos, armados e equipados para a guerra, que se instalaram em Cambajú, onde o pai era empregado de uma casa comercial… a primeira visão foi de terror e fascínio. 

"Quando chegaram as viaturas, estávamos a jogar no largo da zona comercial que também fazia de paragens para as carroças que traziam mercadorias. Foi o barulho dos motores que nos alertou, como habitualmente, corremos atrás dos veículos, e foi nessa altura que reparamos no insólito. As pessoas que estavam sentadas em cima dos veículos, todos vestidos com o mesmo tipo de tecido, um chapéu que se estendia de trás para a frente da mesma cor na cabeça e uma arma entre as pernas, completamente imóveis, não eram pessoas normais, como estávamos habituados a ver. Eram brancos, meu Deus do céu, tão branquinhos que se podia ver o sangue vermelho rubro a correr nas veias. (…)

"No dia seguinte, através do meu amigo e colega Samba, fiquei a saber que tudo não passara de um susto injustificado pois aqueles sujeitos eram soldados portugueses vindos directamente de Portugal, o que queria dizer nossos amigos e aliados."  (Cherno Baldé; poste  P4580).

Outros aspectos, desenvolvidos nos seus escritos, podem ser consultados em «Memórias do Chico, menino e moço»,  de Cherno Baldé. Obrigado!


3.11 - O CASO DO SOLDADO 'CAR' ARMÉNIO MOUTINHO DA COSTA, DA CART 1661, EM 07.OUT.1967, ENTRE PORTO GOLE E BISSÁ

A morte em "combate" do soldado condutor auto rodas Arménio Moutinho da Costa, natural de Gondim, Maia, em 7 de Outubro de 1967, sábado, no Hospital Militar 241, em Bissau, ocorreu um dia depois da viatura que conduzia ter accionado uma mina anticarro, incendiária, na estrada entre Porto Gole e Bissá.

Pertencia à CART 1661 (02Fev67-19Nov68) que, no espaço de três semanas, ficara sem dois condutores auto rodas, o primeiro - o soldado Manuel Pinto de Castro, em 16Set67 - caso abordado no poste anterior [P20217, ponto 3.8], e três viaturas, para além de outras baixas, entre feridos e mortos.

Para a descrição deste doloroso acontecimento, recorremos, de novo, à análise de conteúdo do livro (Diário do autor) do camarada Abel de Jesus Carreira Rei «Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968», edição de autor. Lousa. 2002, conforme capa ao lado.

Refere que Setembro e Outubro de 1967 vão ser dois meses negros para a CART 1661, onde o primeiro morto da companhia ocorre ao oitavo mês de comissão, em 16Set67, por efeito da explosão de uma mina anticarro, no cruzamento da estrada para Mansoa, quando uma coluna auto, saída de Porto Gole, ia ao encontro de forças de Bissá com o objectivo de lhes fazer a entrega de géneros alimentícios.

Depois, a 5 de Outubro de 1967, 5.ª feira, uma outra viatura, na estrada Porto Gole - Bissá, faz accionar outra mina anticarro, originando mais uma baixa mortal e duas dezenas de feridos. No dia seguinte, ou seja em 06Out67, 6.ª feira, uma nova mina anticarro, esta incendiária, é accionada perto do local da mina anterior, provocando alguns mortos e feridos, entre eles o soldado Arménio Moutinho da Costa que foi evacuado para o HM 241, juntamente com os seus camaradas com ferimentos graves, em particular queimaduras provocadas pela explosão. Dos evacuados, seis acabariam por falecer em Bissau nos dias seguintes, enquanto dois pereceram no Hospital Militar Principal, em Lisboa, a 14 e 23 do mesmo mês.

Para que conste na historiografia desta ocorrência, elaborámos um quadro detalhado dos onze mortos provocados pelas duas minas anticarro, accionadas a 5 e 6 de Outubro de 1967, no cruzamento de Mansoa, no itinerário entre Porto Gole e Bissá, de que foram vítimas os seguintes militares da CART 1661.




3.12 - O CASO DO SOLDADO 'CAR' ADELINO DAS DORES RODRIGUES PEREIRA, DA CCAÇ 2316, EM 05.JUN.1968, ENTRE GANDEMBEL E GUILEJE

A morte em "combate" do soldado condutor auto rodas Adelino das Dores Rodrigues Pereira, natural de Campia, Vouzela, ocorreu em 05 de Junho de 1968, 4.ª feira, por efeito do rebentamento de um engenho explosivo, no decurso da «Operação Boa Farpa – 05 e 06 de Junho'68», missão que incluía a escolta a duas colunas entre Aldeia Formosa - Gandembel - Guileje - Gandembel, locais da região de Tombali, no Sector S2.

Para além da baixa mortal do Adelino das Dores Rodrigues, membro da CART 2316 (Jan68-Nov69), verificou-se, ainda, a morte do Alf Mil Inf Álvaro Ferreira do Vale Leitão, natural de Taveiro, Coimbra, da CCAÇ 2317, pelo mesmo motivo.

Para a elaboração deste subponto foram utilizadas, como principais fontes de consulta, as Oficiais publicadas pelo Estado-Maior do Exército, elaboradas pela Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974), 6.º Volume, Aspectos da Actividade Operacional, Tomo II, Guiné, Livro 2, 1.ª Edição, Lisboa (2015), p171, e o livro de Idálio [Rodrigues Ferreira] Reis: «A C.Caç.2317, Na Guerra da Guiné. Gandembel / Ponte Balana». Edição do autor. Fev/2012
.

«OPERAÇÃO BOA FARPA» - 05 E 06 DE JUNHO DE 1968

A operação em título foi programada pelo BART 1896 [18Nov66-18Ago68], sob a liderança do TCor Art Celestino da Cunha Rodrigues. Esta Unidade ao render o BCAÇ 1861 [23Ago65-17Abr67; do TCor Inf Alfredo Henriques Baeta], em 05Abr67, assumiu a responsabilidade do Sector Sul 2 [S2], com sede em Buba e englobando os subsectores de Sangonhá, Gadamael, Cameconde, Guileje, Aldeia Formosa e Buba e ainda uma companhia em Mejo [CCAÇ 2316], até 28Mai68, para actuação continuada no corredor de Guileje. Em 09Abr68, foi criado o subsector de Gandembel, e, em 12Jun68, a sua zona de acção foi reduzida da área de Aldeia Formosa, que foi atribuída à responsabilidade operacional do COSAF [Comando Operacional do Sector de Aldeia Formosa], então criado. 

Esta operação de dois dias – 5 e 6 de Junho'68 – visava garantir a segurança a uma coluna com dois itinerários diferentes ligando Aldeia Formosa a Gandembel e Guileje a Gandembel. Cada um dos trajectos contava com apoio aéreo. 

Para cumprir os diferentes objectivos, foram mobilizadas as seguintes forças:

► 1GC/CART 1612 [18Nov66-18Ago68], do Cap Art Orlando Ventura de Mendonça. Esta Unidade seguiu em 13Dez66 para Bissorã, a fim de efectuar a segurança e protecção dos trabalhos de reabertura do itinerário Bissorã-Bula, ficando na situação de reforço do BCAV 790 [28Abr65-08Fev67; do TCor Henrique Alves Calado (1920-2001); atleta olímpico] e depois do BCAÇ 1876 [26Jan66-04Nov67; do TCor Inf Jacinto António Frade Júnior], tendo ainda efectuado diversas operações nas regiões de Insumeté, Insantaque e Iusse, entre outras. (…) 

Em 18Nov67, por rotação com a CCAÇ 1591 [01Ago66-09Mai68; do Cap Inf Luís Carlos Loureiro Cadete], assumiu a responsabilidade do subsector de Aldeia Formosa, tendo destacado Grs Comb para instalação, por períodos variáveis, em Colibuia, Cumbijã, Chamarra e Porto Balana. Em 13Jul68, foi substituída no subsector de Aldeia Formosa pela CCAÇ 2382 [06Mai68-03Abr70; do Cap Mil Art Carlos Nery de Sousa Gomes de Araújo] e recolheu a Bissau até ao embarque de regresso. (Ceca; 7.º vol; p 210).

► CCAÇ 2316 [24Jan68-08Nov69], do Cap Inf Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (1.º), Cap Inf António Jacques Favre Castel-Branco Ferreira (2.º); Cap Art Octávio Manuel Barbosa Henriques (3.º) e Cap Cav José Maria Félix de Morais (4.º). Esta Unidade, inicialmente colocada em Bissau, como subunidade de reserva do Comando-Chefe, deslocou dois Grs Comb para Bula em 01Fev68, a fim de efectuar o treino operacional e colaborar na segurança aos trabalhos da Estrada Bula-João Landim, sob orientação do BCAV 1915 [14Abr67-03Mar69; do TCor Cav Luís Clemente Pereira Pimenta de Castro]. A partir de 18Fev68, toda a subunidade foi destacada para Bula. 

Em 20Mar68, seguiu para Mejo, a fim de reforçar os meios do BART 1896, tendo substituído a CCAÇ 1622 [18Nov66-18Ago68; do Cap Mil Inf António Egídio Fernandes Loja], em 22Mar68. De 25Abr68 a 15Mai68, na sequência da «Operação Bola de Fogo», para ocupação e construção do aquartelamento respectivo, deslocou parte dos seus efectivos para Gandembel, em reforço da sua guarnição. 

Em 28Mai68, mantendo dois Grs Comb no destacamento de Mejo assumiu a responsabilidade do subsector de Guileje, no mesmo sector do BART 1896, e depois do BCAÇ 2834, e, de 29Ago68 a 07Dez68 do COP 2, tendo substituído a CART 1613 [18Nov66-18Ago68; do Cap Mil Grad Art Fausto Manteigas da Fonseca Ferraz (1.º) e Cap Art Eurico de Deus Corvacho (2.º)].

Em 23Jan69, o destacamento de Mejo, sob o qual o inimigo exercera forte pressão e fortes ataques no final do ano anterior, foi extinto e os Grs Comb recolheram a Guileje. (…) (Ceca; 7.º vol; p 107).

► 1GC/CCAÇ 2317 [24Jan68-04Dez69], do Cap Inf Jorge Barroso de Moura (1.º) e Cap Inf António José Claro Pinto Guedes (2.º). Esta Unidade, inicialmente colocada em Bissau, como subunidade de reserva do Comando-Chefe, seguiu por fracção, em 01Fev68 e 18Fev68, para Bula, a fim de efectuar a adaptação operacional sob orientação do BCAV 1915. Em 02Mar68, deslocou-se para Mansabá, a fim de reforçar o BCAV 1897, com vista à realização da «Operação Alma Forte», na região de Tancroal, recolhendo a Bissau, em 17Mar68. Em 20Mar68, foi deslocada para Guileje, sendo atribuída ao BART 1896 e depois ao BCAÇ 2834 e, de 20Ago68 a 07Dez68, ao COP 2, a fim de reforçar a guarnição local.

A partir de 09Abr68, tomando parte da operação «Bola de Fogo» assumiu a responsabilidade do subsector de Gandembel, então criado, procedendo à ocupação e construção do aquartelamento daquela localidade. Em 29Jan69, por evacuação dessa guarnição e a consequente extinção do subsector de Gandembel, recolheu temporariamente a Aldeia Formosa, no sector do BCAÇ 2834. A partir de 08Fev69, foi atribuída ao COP 4, instalando-se em Buba, para colaboração na segurança e protecção aos trabalhos da Estrada Buba-Aldeia Formosa e onde se manteve até 14Mar69, após o que seguiu para Nova Lamego. (…) (Ceca, 7.º vol; p 108).

► PRecFox 1165 [17Jan67-01Nov68], do Alf Mil Cav Michael Winston Schnitzler da Silva. (únicos dados encontrados)Fox 2022 [15Jan68-23Nov69] (Únicos dados encontrados)

► Para além das Unidades acima, participaram, ainda, o PCaç 51; PCaç 69 e 2 PBAÇ 1, com apoio aéreo. 



Infogravura do mapa da região de Tombali, onde decorreu a «Operação Boa Farpa»

Desenrolar das acções (síntese)

[A referida no 6.º Volume, Aspectos da Actividade Operacional, p 171 – CECA]
"Em 05 e 06Jun [1968] – «Operação Boa Farpa». Forças da CArt 1612, CCaç 2316, 1 GC/CCaç 2317, PCaç 51, PCaç 69, 2.º e 3.º PBAC 1, 1 PRecFox 1165 e PRecFox 2022, com o apoio aéreo, realizaram uma escola a uma coluna entre Aldeia Formosa-Gandembel-Guileje-Gandembel, S2.
Em 05 [Junho], no itinerário Guileje-Gandembel, a NT foram emboscadas, por duas vezes.

No regresso a Guileje, as NT sofreram outra emboscada, neutralizaram sete fornilhos e accionaram um engelho explosivo, sofrendo dois mortos [Adelino das Dores Rodrigues, condutor auto rodas da CCAÇ 2316, e Álvaro Ferreira do Vale Leitão, alferes da CCAÇ 2317], cinco feridos e danos em duas viaturas." 

[A referida por Idálio Reis, no seu livro (pp 163-164) acima citado]

● Antecedentes: 

Gandembel/Ponte Balana continuava a precisar de mais alguns materiais de construção, para acabar definitivamente com as casernas-abrigo, em especial para o reforço das suas coberturas, a fim de os seus homens se protegerem da inclemência das chuvas, e principalmente da deflagração de uma qualquer granada de morteiro. Ainda restava em Guileje, algum desse material, e também lá se encontrava um Gr Comb para regressar ao seio da nossa Companhia. A parte restante do material, os víveres e outros meios logísticos, poderiam aparecer do lado de Aldeia Formosa.

● O que se seguiu:

"E a 5 de Junho [de 1968], partem duas colunas de ambas as origens, e que para efeitos de protecção, foi lançada a «Operação Boa Farpa». A proveniente de Aldeia [Formosa], vem e regressa no mesmo dia, sem incidentes. Contudo, a de Guileje, com a participação da CCAÇ 2316, é sujeita a fortes ataques, por força de emboscadas envolvidas com o rebentamento de fornilhos, que vêm a provocar dois mortos e mais de uma dezena de feridos evacuados para Bissau, para além da destruição de uma viatura; há a registar o rebentamento de onze fornilhos a todo o comprimento da coluna, além da deflagração de mais minas antipessoais, e a visão de uma série de fios eléctricos que conduziam a sete fornilhos, o que levou a que alguns militares, em acto brutal de desespero, onde tudo é oprimente, a tentar cortá-los com os dentes.

Desta fatídica coluna, a nossa Companhia [CCAÇ 2317] perde o seu 3.º elemento, o alferes Álvaro Vale Leitão, que é atingido mortalmente na cabeça por fragmentos de um fornilho (…)."


Infogravura da foto de Luís Guerreiro, ex-Fur Mil do 4.º Gr Comb da CART 2410 ("Os Dráculas" – Gadamael, Ganturé e Guileje, 1968/70), referente a uma coluna de Gadamael para Guileje (subida depois do cruzamento), realizada em 19Mar1969 – P5637, com a devida vénia. A meio da imagem, à esquerda, é possível identificar uma viatura destruída por efeito de uma explosão que, tudo leva a crer, seria a que é referida na descrição acima.

[Continua]

Fontes Consultadas:

Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 8.º Volume; Mortos em Campanha; Tomo II; Guiné; Livro 1; 1.ª edição, Lisboa (2001); pp 23-569.

Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 8.º Volume; Mortos em Campanha; Tomo II; Guiné; Livro 2; 1.ª edição, Lisboa (2001); pp 23-304.

Outras: as referidas em cada caso.

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

11Out2019

© Jorge Araújo (2019). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
____________

Nota do editor:

Último poste da série de 8 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20217: Jorge Araújo: ensaio sobre as mortes de militares do Exército no CTIG (1963/74), Condutores Auto-Rodas, devidas a combate, acidente ou doença - Parte III

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16541: Estórias do Zé Teixeira (42): Tempestades (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf)


Foto: © AD - Bissau

Em mensagem do dia 28 de Setembro,  o nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), enviou-nos mais uma das suas estórias.

Meus caros amigos!
Na esperança que as férias vos tenham dado força anímica para continuarem com o belo projeto de dar a conhecer Guerra colonial aos vindouros, junto mais um texto que reflete um estranho momento vivido nos primeiros dias de Guiné.

Fraternal abraço do
Zé Teixeira


Estórias do Zé Teixeira

42 - Tempestades

Naquela tarde de junho, Luís caminhava, debaixo de um sol abrasador, em bicha de pirilau. Ressoava-lhe na mente as ordens rigorosas ditadas pelo Alferes Andrade, comandante do seu grupo de combate, que saía, pela primeira vez isolado, para uma missão de patrulhamento e emboscada até a madrugada do dia seguinte. “Arma apontada para a direita, arma apontada para a esquerda! Dois metros de distancia ao camarada da frente! Olho bem aberto e ouvidos atentos! Silêncio absoluto na marcha!” E tu “doutor”, dirigira-se diretamente a ele, "levas material que chegue para algum que lhe dê uma caganeira?! Não te esqueças da maca!"

Luís pensava com os seus botões. Ora eu preocupado em levar a bolsa bem cheia de material de primeiros socorros e ele a pedir-me medicamentos para a caganeira! Hum! Cheira-me a merda!... E ainda só passou um mês!

A marcha seguia lenta. Corpos a derreter deixavam que o suor encharcasse a camisa, as calças e até as cuecas. A água do cantil já se evaporara, ao deslizar pela secura das gargantas.

Malditas melgas! Gritava em silêncio. Eram pequenas, de asas arredondadas, mas tão chatas que o punham maluco. Embrulhavam-se nas gotas de suor que escorria pelo rosto provocando cócegas irritantes. Penetravam nos olhos e no nariz, zumbiam junto dos ouvidos, penduravam-se nas orelhas, nos braços… e eram tantas, meu Deus!

A cerrada mata dificultava a passagem, por entre as grossas árvores que tentavam alcançar um longínquo céu, enleadas por agressivos arbustos e lianas verdejantes.

Lá no alto, os jagudis com o seu manto preto, que lhe dava um certo ar de “gato pingado” vigiavam atentamente, enquanto a passarada fazia ouvir a sua orquestra canora que ecoava suavemente aos seus ouvidos.

Num repente fez-se silêncio total. Os jagudis, como que por encanto, sumiram-se do céu. Os pássaros calaram-se e até as melgas e mosquitos desapareceram. Surge uma suave brisa que se transforma em vento agreste. O céu começa a turvar-se, enquanto se ouve ao longe um ruído estranho. Uma espécie de ronco contínuo que aumenta em cada segundo que passa. Será o mar? Talvez o rio Cacheu que galgou as margens e vem ao nosso encontro, pensou temerariamente o Luís.
Nota que o sol se embrulhou nas nuvens negras e desapareceu, deixando o grupo numa aterradora escuridão. Sente um medo miudinho que lhe estremece o corpo todo e lhe faz arrepiar o cabelo.

Olhava para os colegas que o seguiam - ele ia a meio da coluna, junto ao alferes - e vê olhos perscrutando o ambiente, carregados de medo, tal como ele.

Um raio enorme e ruidoso, seguido um trovão que faz tremer a terra e os corpos acorda-o dos seus pensamentos negativos, para o assustar ainda mais. Segue-se outro… e outro… e outro… tantos e tão rápidos que era impossível contá-los. Cruzam-se e entrecruzam-se no ar iluminado os céus enquanto a terra estremece abalada com o ribombar dos violentos trovões que se seguem a cada raio. Sente-se num outro mundo… talvez no fim do mundo.

Se calhar, o nosso alferes tinha razão. Já deve haver muito cu bem borrado! Pensou e riu-se interiormente, pensando em si.

Chamou todos os santinhos do céu seus conhecidos para o acudir, a si e aos camaradas que o acompanhavam, não esquecendo a Santa Bárbara, advogada das trovoadas, a quem a sua mãezinha rezava de joelhos. Queimava, em sua honra, alecrim benzido no domingo de ramos, sempre que a trovoada - e não era nada que se comparasse a esta - aparecia lá no alto do monte onde nascera. Também ela tinha medo da trovoada!

Ah! Se ela, a mãezinha aqui estivesse, sentir-se ia bem mais seguro… e rezou, pedindo a Deus que não o deixasse partir, sem voltar a ver a sua santa mãe.

O ronco, espécie de rugido continuo, que ouvira ao longe, momentos antes, aumentara com o vento que chegou a grande velocidade para não perder este espetáculo com “periquitos” cagados de medo a viverem uns momentos tão deslumbrantes, como aterradores, com que a natureza os presenteara.

Pelos buracos invisíveis das nuvens negras que se avolumavam no céu, caíam longas pingas de água que o céu dispensava abundantemente. Suave bálsamo que a pele do Luís avidamente absorveu, para compensar o corpo do suor despendido na já longa marcha pela floresta.

Raios e trovões como nunca tinha visto. Um vento que rugia a avisar borrasca e agora a chuva a potes! E havia o inimigo por perto!

A marcha segue lenta, muito lenta, mas ninguém pára. Nem, quando um raio mais atrevido, ousa rasgar a meio uma gigantesca árvore, num esgar de dor que se ouve bem longe, transformando-a num archote de belo efeito pela luz que espalha naquela meia tarde, meia noite.

Assim como chegou, rápida e ruidosa, a tempestade se foi. A floresta ficou, de novo, entregue aos seus silêncios, mistérios e temores, com trinta e cinco homens no seu seio. Estranhos homens na cor, a forma de pensar e agir, caminhantes ao encontro de um mundo estranho, que os acolhia desta maneira.

A tarde perdia-se, mas ainda deu tempo deixar o sol secar no corpo a roupa que cobria o Luís e seus companheiros de aventura.
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16176: Estórias do Zé Teixeira (41): O sonho do João

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12462: Memória dos lugares (260): A estrada Mansambo-Bambadinca, no tempo das chuvas: fotos falantes II, de Torcato Mendonça (ex-alf mil, CART 2339, 1968/69)












Guiné > Região Leste > Estrada Mansambo - Bambadinca > CART 2339 (1968/69), Os Viriatos > Fotos Falantes II >  Nos idos de 61/74, do século passado, havia muitos troços de estrada, lá nessa terra verde-rubra,  que a gente nunca mais irá esquecer, por esta ou aquela razão, boa ou má: minas,  fornilhos, emboscadas, operações,  colunas logísticas, atascanços, avarias, acidentes, mortos, feridos, sorte, azar...

Quem nunca andou, no tempo das chuvas, a fazer  (ou a montar segurança a) colunas logísticas, nas picadas do leste da Guiné (e especial a sul de Bambadinca), nunca saberá dar valor a uma estrada alcatroada... Estas fotos falantes II do Torcato Mendonça não precisam de legenda:  era a estrada (?) Bambadinca - Mansambo - Xitole, na época das chuvas (que ia de maio a outubro)... Um inferno para viaturas civis e militares... Sim, porque se faziam comboios de dezenas de viaturas para se levar os comes & bebes e as munições par Mansambo, Xitole e Saltinho....Às vezes levavam-se dois dias para fazer 30 km...

Mansambo, Xitole e Saltinho e todas as tabancas dos respetivos subsetores só podiam ser abastecidos por terra, a partir de Xime e Bambadinca... O troço Mansambo-Xitole esteve inclusive interdito, por razões de segurança, durante largos meses, sendo reaberto com as Op Belo Dia I e II, em agosto e setembro de 1969.

Fotos: © Torcato Mendonça (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]

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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12429: Memória dos lugares (259): Ainda a Ilha das Galinhas e a sua "colónia penal e agrícola", criada em 1934 (José António Viegas, ex-Fur Mil do Pel Caç Nat 54, 1966/68)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10794: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (3): a zona ribeirinha de Bambadinca alagada, no tempo das chuvas (1968 ou 1969)



Foto nº 98

Foto nº 81


Foto nº 88



Foto nº 88-A


Foto nº 88-B


Foto nº 77


Foto nº 91


Foto nº 87

Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > A zona ribeirinha de Bambadinca, na margem esquerda do Rio Geba (Estreito), alagada no tempo das chuvas... Foto provavelmente de meados de 1968 ou 1969... Em meados de 1970, no tempo da CCS/BART 2917 (1970/72),  já havia um novo troço de estrada ligando por fora (isto é,  contornado o planalto onde se situava o aquartelamento e o posto administrativo de Bambadinca)  a estrada do Xime com a de Bafatá.

Na foto nº 98, aparece um dos ícones de Bambadinca, a fonte, raramente fotografada por quem lá esteve ou por lá passou... Iremos dedicar um próximo poste a esta fonte, de que eu mal me recordo, e que não tenho a certeza se funcionava, no meu tempo (CCAÇ 12, 1969/71).

Na foto nº 91, vê-se melhor a rampa, ao fundo, que dava acesso ao aquartelamento de Bambadinca (lado oeste, ou seja, a entrada de quem vinha do Rio Geba, Cuor, Bafatá...). Por aqui passaram centenas de viaturas e milhares de homens, vindos do Xime a caminho do leste (e vice-versa, do interior do leste para o Xime, com passagem e paragem obrigatórias por Bambadinca).

Na foto nº 88-A, se não me engano, vê-se a carrinha, a casa e a "tasca" do Zé Maria - tasca onde eu e alguns "petisqueiros" da CCAÇ 12 (como o Tony Levezinho e o Humberto Reis) íamos, com frequência, comer uns camarões tigres do Rio Geba (a 50 pesos o quilo, o equivalente a uma queca ou a garrafa de uísque novo!) e beber uns canecos (**)... As  restantes casas já não consigo identificá-las... Do lado direito da rampa, quando se subia para o quartel e posto administrativo, havia a casa e o estabelecimento comercial do Rendeiro, outro comerciante branco, que era das nossas relações (íamos lá de vez em quando comer um chabéu de galinha). Do paradeiro Zé Maria nunca mais soube nada. Do Rendeiro,  vim a saber há meses que já morreu (com uma proveta idade e uma numerosa descendência).

Na foto nº 87, também se não me engano, descortina-se o Rio Geba ao fundo...Havia um cruzamento:  à esquerda, seguia-se para o porto fluvial de Bambadinca e para o entreposto da Intendência; e à direita, começava a estrada alcatroada para Bambadinca... Peço aos meus contemporâneos de Bambadinca para confirmaram ou corrigirem as legendas... E , mais uma vez, obrigado ao José Carlos Lopes pela cedência destas fotos. Pormeti-lhe fazer bom uso delas.... Já tenho o seu email (além dos contactos telefónicos) e espero, um dia destes, trazê-lo, de bom grado, para a nossa Tabanca Grande...  LG

Fotos: © José Carlos Lopes (2012). Todos os direitos reservados.
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Notas do editor:

(*) Postes anteriores da série >

10 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10782: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (2): Quem seria o "anjo do céu" que veio na DO 27, nº 3331, buscar feridos a Bambadinca ? Pede-se a ajuda do Humberto Reis, do João Carreira Martins, do Abel Rodrigues, da Giselda Pessoa, da Maria Arminda, da Rosa Serra, do Jorge Narciso...


8 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10774: Álbum fotográfico do ex- fur mil José Carlos Lopes, amanuense do conselho administrativo da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (1): Embarque de vacas no porto de Bambadinca

(**) Vd. poste de 17 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6408: (Ex)citações (72): A dolce vita de Bambadinca: Os lagostins do Zé Maria, pescados pelo barqueiro do Enxalé em "zona vermelha"... (Luís Graça)