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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26698: In Memoriam (544): Carlos Matos Gomes (1946-2025): o último adeus, anteontem, no cemitério do Alto de São João ... O Hélder Sousa representou condignamente a Tabanca Grande.





Lisboa > 25 de abril de 2020 (?) >  Carlos Matos Gomes (1946-2025) e a filha Carla. Cortesia da página do Facebook do nosso camarada, que se despediu da Terra da Alegria no passado dia 16. A notícia da sua morte, dada pela sua filha, teve mais de 2,5 mil comentários e cerca de 500 partilhas.
 
Tinha 4,3 mil amigos no Facebook, 230 em comum. Era amigo do Facebook da Tabanca Grande, mas não integrava o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Mensagem do Hélder Sousa, nosso colaborador permanente, provedor do blogue da Tabanca Grande:

Data - 17 abr 2025 18:07

Assunto -O funeral de Carlos Matos Gomes

Caros amigos

Na passada terça-feira foi indicado que o velório desse nosso camarada decorria das 19:00 às 23:00, salvo o erro.

Mas não fui lá, pois estive na tomada de posse dos elementos eleitos para os diversos Órgãos  da minha Ordem profissional, a OET (Ordem dos Engenheiros Técnicos), onde também preenchi um cargo.

Isso decorreu na Sala Macau da Fundação Oriente. Finda a cerimónia, seguiu-se um jantar.

No dia seguinte, tinha sido divulgado que as exéquias iriam ter lugar às 11:00, mas depois veio uma informação que seria a partir das 13:00, finda a qual o corpo seguiria para o Crematório do Cemitério do Alto de S. João.

Desloquei-me então para Lisboa e fui direto ao Cemitério, aguardando por lá, em conversas de circunstância com algumas pessoas presentes, a chegada do caixão, o que ainda demorou algum tempo e sob um tempo de chuviscos.

Foi formada uma guarda honra que disparou três salvas à entrada do caixão. Essas salvas foram de algum modo impressionantes dado o "teto baixo", o que fez ecoar fortemente na parada do Alto de S. João.

Da entrada ao Crematório é uma pequena distância, percorrida atrás da viatura.

Houve uma "encomendação" por intermédio de um oficial padre (não registei a sua patente mas creio que major). Finda a mesma, tomou a palavra o coronel Vasco Lourenço, fazendo o elogio fúnebre e exaltando as qualidades e o contributo que o coronel Matos Gomes deu para a Democracia e depois o Dr. João Soares, na qualidade de "civil", amigo pessoal, relembrando também peripécias vividas em comum.

No final cantou-se a "Grândola, Vila Morena" e depois o Hino Nacional.

Ao despedir-me da filha, disse que estava ali em meu nome e também em nome do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Boa "passagem" para vós.

Abraços, Hélder Sousa

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Nota do editor:

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26684: In Memoriam (543): Carlos Matos Gomes (1946-2025): velório, dia 15, terça, a partir das 19h, na Capela da Academia Militar, funeral no Alto de São João, quarta, pelas 11h


Foto nº 1


Foto nº 2

~
Foto nº 3


Foto nº 4

Guiné-Bissau > Bissau > Fortaleza da Amura > 7 de Março de 2008 > Amura: um lugar repleto de história(s)

Fotos e legenda: © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Visita no âmbito do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1 a 7 de Março de 2008), no último dia do evento. Na foto nº 1, o cor cav 'cmd' na situação de reforma, Carlos Matos Gomes (1945-2025), um homem do MFA da Guiné e um conhecido e talantoso autor de romances de guerra como Nó Cego, Soldadó ou Fala-me de África (que assina sob o pseudónimo literário de Carlos Vale Ferraz)... É também não menoso notável historiógrafo da guerra do ultramar / guerra colonial, coautor, juntamente com Aniceto Afonso, de diversas publicações.

 Na foto, por detrás do Matos Gomes, vê-se o edifício, em ruína, da antiga 2ª Rep do QG/CCFAG, a famosa Rep Apsico, onde trabalhou Otelo Saraiva de Carvalho e Ramalho Eanes... e que tutelava o popular PIFAS (Programa de Informação das Forças Armadas) que fazia concorrênmcia a não menos famosa "Maria Turra" (a Rádio Libertação, do PAIGC; que emitia a partir de Conacri).

Nas fotos nºs 2, 3 e 4 , vemos o Matos Gomes a servir de cicerone ao Paulo Santiago e a mim próprio. Entre os edifícios históricos, há o do antigo Com-Chefe (foto nº 4). Foi aí que um grupo de conspiradores entrou de rompante no gabinete do Com-Chefe, e deu voz de prisão ao General Bettencourt Rodrigues, na manhã de 26 de Aril de 1974, o chamado golpe de Estado do MFA na Guiné. Portanto, foi na Amura e não no palácio do Governador que tudo aconteceu...

Desse grupo de oficiais revoltosos faziam parte: ten-cor eng trms Mateus da Silva, ten cor eng trms Maia e Costa, maj 'comd' Raul Folques,  maj pqdt Mensurado, cap art  Simões da Silva, cap enf trms Sales Golias, cap 'cmd' Carlos Matos Gomes, cap 'cmd0 Batista da Silva, Cap 'cmd' graduado Zacarias Saiegh, cap ten Pessoa Brandão (Armada ) e cap mil José Manuel Barroso.

O Carlos Matos Gomes, na altura capitão do Batalhão de Comandos da Guiné (a par do maj Raul Folques e do cap grad Zacarias Saiegh) foi um dos protagonistas do 25 de Abril neste palco da história recente dos nossos dois países.. Voltaria lá, à Amura, 34 anos depois...

Hoje, na Amura, repousam os restos mortais de Amílcar Cabral e de outros "combatentes da liberdade da pátria", como Osvaldo Vieira, Domingos Ramos, Tina Silá, Pansau Na Isna, 'Nino' Vieira e Rui Djassi.
 

1. Mensagem da filha do nosso camarada, Carla Lickfold Matos Gomes (que tem mais informação sobre o pai, na sua página pessoal no Facebook):

Aos amigos que nos quiserem acompanhar nas despedidas do meu pai, algumas informações: 

  • O velório estará aberto ao público em geral, terça-feira, a partir das 19h e até às 23 na Capela da Academia Militar. 
  • As cerimónias fúnebres serão na quarta-feira pelas 11h, com missa de corpo presente, de onde partirá para o Cemitério do Alto de São João para ser cremado.
 
Grata a todos pelas vossas mensagens, bem sei do privilégio de ter tido este pai. Foi para mim uma honra acompanhá-lo na doença até esta fase final que encarou com a bravura, humor inteligente e força que lhe era tão característica até ao último minuto. Falámos de política até ao fim. Vamos ter muitas saudades dele.

Fonte: Página do Facebook de Carlos Matos Gomes, domingo, 13 de abril de 2025, 19:48

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26683: In Memoriam (542): Carlos Matos Gomes (1946-2025), membro do MFA no CTIG, cor cav 'cmd', ref, escritor e historiógrafo, e grande amigo da Tabanca Grande

domingo, 13 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26683: In Memoriam (542): Carlos Matos Gomes (1946-2025), membro do MFA no CTIG, cor cav 'cmd', ref, escritor e historiógrafo, e grande amigo da Tabanca Grande



Carlos Matos Gomes, cor cav 'cmd', ref; capitão de Abril; escritor, historiógrafo (Vila Nova da Barquinha, 1946 - Lisboa, 2025). Ia completar 79 anos em 24 de julho. Do seu CV militar destaque-se: fez part do curso de cadetes de 1963 na Academia Militar; oficial dos 'comandos', passou pelos 3 TO, com destaque para  Moçambique, onde participou na operação “Nó Górdio” (1970); esteve no CTIG  de julho de 1972 a fins de junho de 1974, participando em diversas operações com o Batalhão de Comandos da Guiné (por ex., a Op Ametista Real, 1973);  pertenceu à primeira Comissão Coordenadora do Movimento dos Capitães na Guiné; foi membro da Assembleia do MFA em 1975;


Guiné-Bissau > Bissau > 7 de Março de 2008 > Simpósito Internacionald e Guileje (Bussau,. 1-7 de março de 2008) > Visita à Fortaleza da Amura > Amura: um lugar repleto de história e de histórias... Visita no âmbito do Simpósio Internacional de Guileje, no último dia do evento. Na foto, o coronel de cavalaria do Exército Português, Carlos Matos Gomes, na situação de reforma, um homem do MFA da Guiné e um celebrado autor de romances de guerra como "Nó Cego", "Soldadó" ou "Fala-me de África" (que assina sob o pseudónimo literário de Carlos Vale Ferraz); a seu lado, o catalão Josep Sánchez Cervelló (n. 1958), professor universitário, em Tarragona, especialista em história sobre o 25 de Abril e a descolonização portuguesa...

Por detrás, o edifício, em ruína, da antiga 2ª Rep do Comando-Chefe, a famosa Rep Apsico, onde trabalhou Otelo Saraiva de Carvalho e Ramalho Eanes. Matos Gomes, na altura capitão dos comandos, foi um dos protagonistas do 25 de Abril neste palco da história... Recorde-se que a Amura é hoje o panteão nacional da Guiné-Bissau, onde repousam os restos mortais de Amílcar Cabral e de outros heróis da pátria guineense, como Osvaldo Vieira, Domingos Ramos, Tina Silá, Pansau Na Isna ou Rui Djassi.

Foto e legenda: © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. O Paulo Santiago deu-me a desoladora notícia, esta manhã: morreu o Matos Gomes. E confirmei, de imediato,  na sua página do Facebook:
 
"A todos os amigos e seguidores do meu pai, Carlos Matos Gomes, é com profunda tristeza que informo que faleceu hoje, 13 de Abril, no Hospital Cuf Tejo. Partiu sereno e com músicas de Abril. Direi por aqui todos os pormenores sobre as cerimónias que se seguem. Grata a todos pelo carinho e admiração que tinham por ele."


2. Comentário do editor LG: 

Morreu o Matos Gomes, um amigo e camarada da Guiné que tinha na Tabanca Grande muitos e bons amigos. Fico desolado por mais esta perda da nossa comunidade de antigos combatentes. (*)

Já não o via há largos anos, mas também nunca fomos íntimos. Propus o seu nome, como participante, ao Pepito, organizador do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008) (**). Viajámos juntos e estivemos juntos nesse evento. Estive também com ele nalgumas sessões de lançamentos de livros e conferências.

Não, não fazia parte da Tabanca Grande, pelas razões que ele próprio, em vida, apresentou. Nem eu agora, à revelia da sua vontade, vou "dar-lhe honras de Tabanca Grande"... Tem mais de 100 reeferências no nosso blogue.  Foi uma "espécie de marginal-secante", interagindo connosco sempre que entendia oportuno ou que nós o solicitávamos...

Era um espírito muito livre,  independente, rebelde, culto e crítico. E um combatente com uma grande folha de serviço. Capitão de Abril, escritor, historiógrafo, "influencer"...  Confesso que não o seguia no Facebook,  como de resto não sigo ninguém em especial.

Li, dele, para além das obras de  historiografia militar, dois livros que considero incontornáveis para quem quiser conhecer melhor a nossa geração a quem coube fazer a(s) guerra(s) da descolonização, mas também a paz e o 25 de  Abril: "Nó Cego" (1983), romance, escrito sob o pseudónimo Carlos Vale Ferraz  e "Geração D: da Ditadura à Democracia" (2024).  O "Nó Cego" é já uma clássico da literatura portuguesa. E a "Geração D" também a li de um fôlego...

Deixemos, porém, aos nossos leitores, e sobretudo aos camaradas que o conheceram melhor do que eu, a honra (e o dever...) de o lembrar aqui.

Como fundador, administrador e editor deste blogue (que já tem mais de 20 anos)), recordo dois apontamentos da autoria do Carlos Matos Gomes que sempre nos deu força e motivação para continuar a manter vivo, ativo, proativo, produtivo e saudável o nosso blogue. Temos para com ele mais esta dívida, a de gratidão.


(i) Mensagem enviada aos editor Luís Graça e Carlos Vinhal:

Data - segunda, 23/04/2012, 18:32
Assunto -Parabéns

Meus caros amigos, estive a ver as fotos da festa da Tabanca (Grande) (**). Queria deixar aqui os meus parabéns, mas também expressar a admiração pelo convívio e pela sã troca de afetos e memórias entre aqueles que passaram pela Guiné no cumprimento do serviço militar. 

Todos ficamos enriquecidos ao visitar esta Tabanca. Em especial ao Luís Graça e aos editores, o meu bem hajam e o estímulo para que continuem. Para todos os que aqui partilham os seus segredos, os seus pensamentos, os seus sentimentos vai o meu obrigado pelo que me têm ensinado. 

Um grande abraço para todos do Carlos Matos Gomes

(ii)  Mensagem, de 17 de janeiro de 2010,  do cor cav ref Carlos Matos Gomes, conhecido estudioso e analista da guerra colonial, investigador e também romancista e argumentista (autor de, entre outras obras, sob o pseudónimo, do romance "Nó Górdio", 1983). (***)


Meu caro Luís, a propósito de uma resposta minha ao post do Jorge Félix relativo ao vídeo da viagem pelo Rio Cacheu Acima , fizeste-me uma proposta de integrar esta Tabanca, que me fez reflectir com serenidade antes de ter responder.

A primeira reacção foi: é claro que sim!... Preencho todos os requisitos, tenho ali (na Tabanca) tantos amigos, conhecidos. O local é bem frequentado, isto é, a frequência é de boa gente, são boas as intenções e a finalidade dos que frequentam a Tabanca. 

Une-me aos que aqui se reúnem recordações de lugares e de tempos e ainda o afecto pela terra da Guiné e das suas gentes. Nada a obstar, antes pelo contrário, tudo me levaria a sentir-me, além de honrado, disponível para integrar este grupo como membro de pleno direito.

Mas… vamos aos mas…

Sou leitor e frequentador assíduo e muito interessado da Tabanca. Tenho um juízo sobre esta Obra. Penso, sem qualquer lisonja, para a qual tenho espinha demasiado rígida e a boca demasiado dura, que este blogue é algo de extraordinário. Um daqueles casos que nos aquecem a esperança e nos incham a alma.

É extraordinário a vários títulos: pela ideia de reunir antigos combatentes num espaço democrático (o que quer dizer de livre expressão de cada um e de obrigatório respeito por todos e cada um dos outros), onde relatassem as suas experiências de há 30/40 anos, revivessem a sua grande aventura dos 20 anos, restabelecessem contactos, amizades e camaradagens, recordassem através da escrita e da imagem os lugares, os acontecimentos e as pessoas com quem partilharam os seus tempos da guerra, que servisse até de veículo de ajuda.

É extraordinário porque tem mantido o diálogo entre pessoas com diferentes visões da guerra e das situações num elevado nível de tolerância, mesmo quando o calor provoca reacções mais ásperas.

É extraordinário porque o colectivo do blogue conseguiu criar um "espírito de corpo" entre os tabanqueiros, que se reveem nas histórias, nos convívios que se vão multiplicando, nas acções que se desenvolvem, seja de solidariedade e ajuda ao povo da Guiné, seja a camaradas em dificuldades, seja ainda a familiares que procuram reconstituir as histórias de parentes seus na guerra.

O bloque e a Tabanca são um espaço de pureza e generosidade.

A pureza do blogue e dos seus tabanqueiros tem a ver com aquilo que é a sua matriz, a sua característica fundadora, o seu ADN: o blogue serve para relatar, contar, descrever, para transmitir emoções, para despejar pesos acumulados.

O blogue é a camaradagem, o que desaconselha grandes reflexões, análises e explicações. Deve continuar assim. É a sua força.

Ora eu, pelos rumos que a minha vida tomou, se ainda mantenho a minha generosidade, perdi a pureza de reviver a guerra colonial. Isto é, eu bebo do blogue, leio o que os homens da minha idade e da minha geração que passaram pelos locais por onde eu passei escrevem sobre ela, tento perceber como, em termos coletivos, a minha geração viveu este período da nossa História. Cada pequena descrição, ou relato, ou fotografia, ou filme, que cada um coloca é para mim um objecto de análise. 

Não tenho, pois, a pureza indispensável para me intrometer neste ambiente, não me sentiria confortável a fazer de mais um, quando afinal eu era e sou o que está a observar.

Um dos muitos factores de interesse do blogue é ser, além de um extraordinário local de convívio para os antigos combatentes da Guiné, uma futura fonte de conhecimento para a História da guerra colonial. 

E este conhecimento assenta em informações, por vezes únicas, sobre determinados acontecimentos e só isso já seria muito e bom serviço, mas o mais importante é que este blogue vai permitir aos historiadores e aos interessados do futuro pela História de Portugal, pela história colonial, pela história das forças armadas portuguesas e pela História da Guiné uma visão muito real sobre os actores que estiveram no terreno.

Raramente, na história em geral e na história militar em particular, é possível aceder ao sentimento, ao pensamento dos homens comuns que a fizeram. Este blogue dota os futuros estudiosos desse precioso elemento que é o de lhes fornecer o relato em primeira mão do soldado, do sargento, do subalterno, do capitão que estavam no mato, a bordo de navios, nos aviões.

Eu, pelo facto de ter enveredado muito cedo pelo trabalho de análise da guerra colonial, sou alguém que polui essa fonte.

 Se aceitasse pertencer à Tabanca e aceder ao teu convite, estava a seguir o meu instinto e a fazer o que eu gostaria, mas não estava a prestar um bom serviço à Tabanca (tenderia a apresentar análises e a fazer interpretações que gerariam tensões e desviariam a atenção dos puros tabanqueiros), nem estava a prestar um bom serviço ao futuro estudo da guerra colonial, pois introduziria factores de distorção na análise. Estava a fazer o que gostava, mas não o que devo,

É por tudo isto que aqui tentei resumir e sem ter a certeza de ter sido claro que, meu caro Luís, te peço para me deixares neste lugar de entreportas, a vaguear pela Tabanca como um estrangeiro adotado, respeitando os usos e os costumes, falando quando me autorizarem, ou quando me pedirem, saudando os que assumem a responsabilidade de manter o fogo aceso, o gado alimentado, os fracos protegidos. Sendo agradecido pelo muito que o vosso labor me proporciona, pelo que aprendo e pelas amizades que criei.

Um grande abraço

Carlos Matos Gomes.

NB: Desculpa a extensão da resposta, mas não consegui resumir e devia-te, e a todos os membros da Tabanca, uma explicação séria, sem falsas humildades, mas principalmente sem deixar qualquer mal-entendido sobre a recusa a partilhar um espaço como este que, reafirmo, honra todos os que a ele pertencem e me honraria a mim também, se não fossem as razões que tentei expressar.

[ Revisão / fixação de texto, título: L.G.]

 
(iii) Comentário de L.G., com data de 24/1/2010:

Carlos:

Em meu nome e dos demais editores, o Carlos, o Eduardo e o Virgínio, bem como de todos os demais amigos e camaradas da Guiné que se reconhecem neste blogue, agradeço as palavras que dizes a nosso respeito e que são um estímulo, público, para continuar...

Às vezes, as nossas forças também fraquejam e a gente tem dúvidas, legítimas, sobre o caminho a seguir... Tu bem sabes, da longa e dura experiência dos três TO por onde passaste, a começar pela Guiné, como as picadas pareciam não ter fim... As tuas palavras são um doce bálsamo para as dores do caminho e um bom tónico para prosseguir, apesar de alguns conflitos, incompreensões e escaramuças que, inevitavelmente - e por que não, saudavelmente - surgem neste percurso comum...

E queremos prosseguir, não exactamente por sentido de "missão" (não somos heróis nem iluminados, somos apenas 'common people'), mas pela simples razão de termos criado, quase sem o querer, uma comunidade de desvairadas gentes que têm, como menor denominador comum, uma experiência de guerra e o conhecimento, vivido, de uma terra...

A guerra colonial e a Guiné-Bissau (ou o discurso sobre) não são monopólio de ninguém, nem sequer mesmo dos guineenses... Este período da história comum de portugueses e guineenses está longe de estar encerrado. Vamos continuar a esforçarmo-nos por manter este espaço plural e aberto, e cultivar nosso espírito de partilha, de tolerância e de discrição.

Dito isto, entendo inteiramente as razões por que gostarias de, mas não podes nem deves, aceitar o meu/nosso convite para integrar a Tabanca Grande. 

És uma figura pública, um autor com obra feita sobre a história e a ficção da guerra colonial, não queres com a tua presença inquinar ou enviesar as fontes subterrâneas que alimentam este blogue... É de um grande honestidade intelectual: tu não queres ser o eucalipto que seca tudo em seu redor, os poilões, os bissilões, as cabaceiras, o mangal... da nossa Tabanca Grande.

Em contrapartida, deixa-me aceitar a tua proposta de seres uma espécie de marginal-secante, alguém que está fora e está dentro, que intersecta dois sistemas... Não propriamente esse "estrangeiro adotado" de que falas, mas sim alguém que ocupa esse "lugar de entre.portas, a vaguear pela Tabanca (...), respeitando os usos e os costumes, falando quando me autorizarem, ou quando me pedirem, saudando os que assumem a responsabilidade de manter o fogo aceso, o gado alimentado, os fracos protegidos"...

Carlos, aparece sempre que te der na real gana, entra e sai: não precisas de bater à porta...

Como bem sabes, nesta Tabanca Grande não há moranças com portas nem janelas, não há bunkers nem abrigos, não há portas de armas nem cavalos de frisa, não há cercas de arame farpado, nem muito menos campos de minas e armadilhas... No dia em que nos impuserem tal, serei eu o primeiro a escolher a picada do exílio...


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Notas do editor:


(**) Vd. poste de 25 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9800: Tabanca Grande: oito anos a blogar (10): Parabéns! (Carlos Matos Gomes / António Vaz)

sábado, 29 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26628: In Memoriam (541): Leopoldo Correia (1941-2024), ex-fur mil, CART 564 (Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65)... Faleceu aos 83 anos (Paulo Correia)




Leopoldo Correia (1941-2024)



O Leopoldo Correia era o único representante da CART 564 (1963/65) na Tabanca Grande. Organizou, com o Júlio Santos, ex-1º cabo escriturário, pelo menos um dos convívios do pessoal (em 2011).


1. De Paulo Correia,  filho do nosso camarada Leopoldo Correia, recebemos a triste notícia do seu falecimento, aos 83 anos  (*):


Data - sexta, 28/03/2025, 20:49 

Boa noite, Sr Luis;

Peço desculpa estar a incomodar sem o conhecer mas estive a ver o seu blogue e encontrei registos do meu pai Leopoldo Correia e li num dos seus comentários que já não contactava o meu pai há já algum tempo, por isso o estou a contactar para lhe dar algumas informações, ele faleceu a 10/04/2024 após ter tido em AVC em junho de 2023 e ter ficado com bastantes sequelas que o impossibilitava de falar, andar, escrever ou ler, foi um fim difícil para uma pessoa bastante activa.

Desde já agradeço ter postado as fotos que ele tirou na Guiné e lhe enviou e pelos respectivos créditos.

Cumprimentos
Paulo Correia


2. Comentário do editor LG:

É mais uma triste notícia, a partida de outro veterano da guerra da Guiné, o Leopoldo Correia (ex-fur mil, CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65).

Eis como o Leopoldo Correia se apresentou à Tabanca Grande em 2012 (**):

(...) "Sou alfacinha desde 14/3/1941, mas por motivos de saúde e pela situação do após guerra, emigrámos para Estarreja, terra natal de meu pai. 

Lá cresci e me fiz gente, tirei o Curso Industrial de Electricidade na Escola Industrial Infante Dom Henrique, no Porto, o que me deu a oportunidade de entrar na CNE (Companhia Nacional de Eletricidade) (hoje REN - Redes Energéticas Nacionais) e em 1963 ser incorporado no curso de Sargentos Milicianos em Mafra e Tavira, seguindo para a Guiné em outubro do mesmo ano.

Fiz parte da CART 564 que na Guiné, como companhia independente, teve um ano os seus militares espalhados por diversas zonas.

Pela minha parte, estive em Nhacra, Binar, Teixeira Pinto, Mansoa." (...) (**)


Apurámos, pelas duas ou três vezes vezes que falámos ao tefefone, que o Leop0ldo Corrreia: 

(i) era um homem das sete partidas: depois da "peluda", viveu em Angola, trabalhou na Diamang;

(ii) voltou para o "Puto', trabalhou na EDP, por exemplo na Central Termoelétrica do Barreiro onde fez amizade com amigos e conterrâneos meus, o Carlos e o Hugo Furtado (que andou comigo na escola primária);

(iii) na Guiné, também conheceu, entre outros, o Fernando Rendeiro, comerciante de Bambadinca a cuja casa fui algumas vezes almoçar, no tempo em que lá estive (julho de 69/março de 71)...

(iv) falou-me da viúva do Rendeiro, mandinga, Auá Seid (entretanto já falecida) e dos filhos (que o comerciante de Bambadinca, natural da Murtosa, nunca nos mostrava mas de quem falava com tanto carinho e orgulho: tinha uma filha a tirar direito, em Coimbra, que depois seguiu a carreira da magistratura)...

(v) vivia em Águas Santas, Maia.

Para o filho,Paulo Correia e demais famílía, aqui ficam os nossos votos de pesar por esta perda do seu pai, e nosso camarada e membro da Tabanca Grande desde 2012 (**). Tem 27 referências no nosso blpogue.

Oportunamente selecionaremos algumas das fotos quer nos mandou o Leopoldo, e que já publicámos no blogue.

_________________


(**) Vd. poste de 1 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9840: Tabanca Grande (334): Leopoldo Correia, ex-Fur Mil da CART 564 (Guiné, 1963/65)

sábado, 15 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26585: In Memoriam (540): Mário Vitorino Gaspar (1943-2025), ex-fur mil art, MA, CART 1659, "Zorba" (Gadamael e Ganturé, 1967/68)... O funeral é hoje, às 15h45, no Cemitério de Camarate, Loures

 

Mário Gaspar (1945-2025)

1. Mais uma notícia profundamente triste, que nos chega ao conhecimento, através da página do Facebook do Carlos  Pedro Marques Gaspar, filho do nosso camarada Mário Gaspar, com data de ontem, sexta, de manhã:

É com profundo pesar que comunico a morte do meu pai Mário Vitorino Gaspar e que as cerimónias fúnebres terão início hoje, a partir das 17h, com velório na Igreja do Campo Grande (Igreja dos Santos Reis Magos - Paróquia do Campo Grande).(*).

Amanhã, sábado, às 15h45, será realizada a despedida final no Cemitério de Camarate.

Obrigado.

Fonte: Página do Facebook de Carlos Pedro Marques Gaspar




Mário Gaspar
2. O Mário Vitorino Gaspar, ex-fur mil art,  minas e armadilhas, CART 1659, "Zorba" (Gadamael e Ganturé, 1967/68), integrava a Tabanca Grande desde  8/12/2013 (*). 

Tem 144 referências no blogue (**). Eis uma breve nota biográfica:

(i) nasceu a 9 de abril de 1943  na freguesia de Santa Maria, em Sintra;

(ii)  foi alistado em 27/7/63 e incorporado em 3/5/65, de acordo com a sua caderneta militar;

(iii) viveu em Alhandra desde os 3 anos; "vila industrial, foi aí que aprendi a ser Homem, embora tenha estudado no então famoso Externato Sousa Martins, em Vila Franca de Xira";

(iv) "desde os meus treze anos namorei com uma sueca, linda boneca, Ingrid Margaretha Gustavsom: Alhandra foi a minha Universidade, tive como Professores Sábios Avieiros e os Operários";

(v) à vila de Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira, estão ligados os nomes de grandes portugueses como Afonso de Albuquerque (Alhandra, 1452 -Goa, 1515), o médico Sousa Martins (Alhandra, 1843- Alhandra, 1897) (que o povo transformou em santo) ou o escritor Soeiro Pereira Gomes (Baião, 1909 - Lisboa, 1949), autor de "Esteiros" (1941) (obra ilustrada por Álvaro Cunhal, e dedicada aos "filhos dos homens que nunca foram meninos");

(vi) durante a pandemia de Covid-19, o Mário foi  também um dos nossos bons e fiéis companheiros, mandando-nos quase todos os dias emails, alimentando o nosso blogue com imenso material, desde poemas a vídeos, mesmo que muito desse material  não fosse publicável, por razões editoriais (por exemplo, tudo o que era referente à atualidade política, social e cultural);

(vii) foi também um exemplo, corajoso, de um camarada nosso que, apesar dos seus inúmeros problemas de saúde nos últimos anos, conseguiu remar contra a maré da infelicidade, e ensinar-nos a maneira como podíamos envelhecer,  ativa, proativa, produtiva e saudável:  escrever no nosso blogue ou em boletins como  "O Olhar do Mocho", era  um dos muitos meios que ele apontava, e que praticava;

(viii)  trabalhou  perto de 30 anos na Dialap - Sociedade Portuguesa de Lapidação de Diamantes, SA : "éramos nós, Portugueses, os Melhores Lapidadores de Diamantes do Mundo, e a Dialap talvez a maior Empresa de Portugal";

(ix) era DFA - Deficiente das Forças Armadas;

(x) foi cofundador e dirigente da APOIAR -  Associação de Apoio aos Ex-Combatentes Vítimas do Stress de Guerra.

O último mail que recebemos dele,  foi no dia 9, há seis dias. A Tabanca Grande apresenta à família os votos de pesar pela morte do seu familiar, e nosso amigo e camarada Mário Gaspar. Que descanse finalmente em paz.


 
Capa do livro de memórias que publicou em vida, em 2014, 
com prefácio do psiquiatra dr. Afonso de Albuquer

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segunda-feira, 10 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26569: (In)citações (263): Palavras de homenagem e de agradecimento da família do Valdemar Queiroz da Silva (1945-2025): "Perdi um pai mas encontrei muitos tios! (José da Silva) | "Pai, como você diria de uma forma muito teatral, no final de uma boa garrafa de vinho: Deste..? Deste já não há mais! " (Maaike da Silva)






1. Mensagem José da Silva, filho do nosso já saudoso e sempre querido Valdemar Queiroz (1945-2025) (*), seguida do texto que a esposa, neerlandesa, Maaike da Silva, leu na cerimónia fúnebre, no sábado à tarde, no Cacém (**):


Data - domingo, 9/03/2025 23:18  

Boa noite,  sr. Graça.

Escrevi um pequeno texto de agradecimento que, se possivel, gostava que publicasse no blog.
Repito os meus agradecimentos pelos ultimos dias, sr. Graça.
Cumprimentos,
Zé da Silva


Caros camaradas,

Alguém deve de ter dito um dia que quando algo perde, algo de novo se encontra. Essa é a ideia com que fiquei dos atribulados e emocionantes dias que se passaram. As palavras que foram chegando através de emails, mensagens e dos diversos post no blog da Tabanca Grande, deram força e acima de tudo transmitiram uma amizade por parte dos camaradas do meu pai. 

Durante a cerimónia funebre de sábado dia 8 de março, um camarada disse (e peço desculpa mas não me recordo quem foi...) " Desde que nos lembramos de alguém, esse alguém está sempre presente", e é assim que o meu pai estará sempre presente. Basta nos lembrar dele. 

Contaram-se histórias e aventuras ( eu nem sabia que o meu pai tinha veia para locutor de rádio....) mas tenho que confessar do que mais gostei de ouvir foi o orgulho que o meu pai tinha do seu filho e especialmente dos seus netos.

Perdi um pai mas encontrei muitos "tios"!

Muito, muito obrigado por parte do filho, da nora e dos netos do Valdemar Queiroz.

Bem haja a todos e ficou a promessa de um até uma próxima oportunidade.


2. Texto da esposa do José da Silva, Maaike da Silva:


Meu querido pai,

Sento-me aqui em Colares a olhar para o salgueiro chorão que está aqui em frente à casa. O salgueiro chorando como metáfora para a montanha-russa dos últimos dias. Sinto-me especialmente triste pelo período difícil que teve. Mas,  quando olho atentamente para os ramos do salgueiro chorão, vejo a nova vida de uma primavera se aproximando e, ao mesmo tempo, também sinto gratidão pelos anos que pude conhecê-lo. 

Muitas lembranças passam pela minha mente. Lembro-me do nosso primeiro encontro, do casamento com o seu filho e do leitão que levou na bagagem de mão no avião. Uma bela história que continua a ser contada anos depois. Memórias dos primeiros anos, quando as crianças ainda eram pequenas. 

Que avô orgulhoso você sempre foi para nossos filhos, fez quilómetros de material de filme e fotos durante as férias . O suficiente para nos enviar nos meses seguintes. 

Lembro-me dos anos em que se sentava à nossa mesa com a mãe e a avó Joana durante a época natalícia. Belas lembranças ..... 

As histórias e anedotas que você poderia transmitir como nenhum outro. Os guardanapos que foram dobrados em tops de biquíni. Isso para a grande hilaridade dos netos e de nós.

 Apesar de a sua saúde se ter deteriorado ao longo dos anos, manteve-se positivo. Mesmo quando já não podia estar connosco durante as férias, que grande tristeza e perda. A sua forma de se manter em contacto connosco, enviando emails com vídeos da história de Portugal, fotos e filmes de seus netos que você fez durante a temporada de Natal e férias. Sempre em contato,  sem raiva e deceção. Isto apesar de também ter dado tristeza por a distância ser tão grande. 

Sempre cheio de interesse pelos netos, especialmente quando você tem um smartphone, o contato entre você e os netos se tornou mais rápido e fácil. Nos anos seguintes quando as crianças cresceram e puderam ir para Portugal de forma independente e visitar os avós. Você poderia viver e reviver essas tais visitas por meses. 

Muitas vezes desejei e esperei que fosse diferente, que pudéssemos viver mais juntos. No entanto, a vida correu de outra maneira. O lar é onde está o coração e você sempre estará no meu coração. 

Pai, vou sentir sua falta. Levamos as histórias e memórias connosco para a memória coletiva da Família da Silva. E,  para terminar como você diria de uma forma muito teatralmente no final de uma boa garrafa de vinho: "Deste..? Deste já não há mais!"

Boa viagem meu pai

Até nos encontrarmos novamente
muitos beijinhos, tua filha Maaike.


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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:



sábado, 8 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26565: In Memoriam (539): Valdemar Queiroz (1945-2025), ex-fur mil, CART 2479 / CART 11 (1969/70): dezenas de camaradas quiseram despedir-se dele, no blogue e no facebook... O corpo é cremado amanhã de manhã, às 9h45, em Barcarena

1. Ao longo desta semana, desde que demos no blogue e no Facebook a notícia da morte do Valdemar Queiroz (Afife, Viana do Castelo, 1945-2025, Agualva-Cacém, Sintra), por mensagem do filho  (único) José da Silva, que vive nos Países Baixos, com data de 3 do corrente (*), foram muitas as mensagens de condolências que recebemos, sobretudo de camaradas da Guiné, muitos dos quais só o conheciam do blogue, incluindo algumas das nossas queridas enfermeiras paraquedistas (Maria Arminda Santos e Aura Teles). São dezenas os camaradas (incluindo dos EUA e do Brasil) que quiseram, à distância, despedir-se de um dos melhores de todos nós.

Aqui vai uma listagem das primeiras mensagens destes últimos dias, publicadas no Facebool da Tabanca Grande, das mais antigas (3, 4 e 5 do corrente) às mais recentes (6, 7 e 8, até às 22h00), e que acrescentamos às mensagens já publicadas no blogue. 

Seguramente que vão servir de alguma consolo ao seu filho, nora e netas e demais família, além dos amigos e camaradas do peito, sem esquecer os "Lacraus"  da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70).

O Valdemar não tinha página no Facebook, e devido à sua doença crónica, DPOC, na podia sair de casa, o seu convívio era com a "comunidade virtual" dos amigos e camaradas da Guin´+e, representrados neste blogue: limitava-se a escrever comentários,  embora com muita regularidade ao longo dos últimos anos,  e sobretudo com uma boa disposição desconcertante.

As suas últimas crises e internamentos no Hospital Amadora-Sintra deixavam infelizmente antever o pior. Não chegou a completar os 80 anos. De vez em quando eu telefonava-lhe para saber do seu estado de saúde, mas era penoso para ele, era só o tempo de ouvir a sua voz arfante e dar-lhe um olá.  Ficava tão grato por tão pouco!

Depois do velório hoje ao fim da tarde, na igreja do Cacém, o corpo vai ser cremado amanhâ, às 9h45, em Barcarena. Espero ainda a ir a tempo de dar uma grande abraço solidário ao filho, o Zé Silva, em nome da Tabanca Grande. (**)
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Domingos Robalo > Descanse em paz. Condolências à família.

Abilio Duarte > Descanse em paz. Grande amigo e camarada. A toda a sua família, os meus sinceros pêsames.

António Normando Asseiro > Paz à sua alma. Sentimentos à família.

Quina Carmelita > Que sua alma descanse em paz..

Carlos Barbosa > Descansa em paz, camarada.

Mendes Celso > Sinceros sentimentos à família e amigos. Até um dia, Camarada.

António Pimentel > Descansa em paz!

João Francisco Rato > Em sentido e continência paz a sua alma, descanse em paz camarada, condolências à família e amigos, da companhia 2351, Bat 2840.

José Teixeira > Profundos sentimentos de pesar. Descansa em paz,  camarada.

João Reis Melo > Sentidos pêsames a toda a família.

César Dias > Pêsames a todos os familiares e amigos. Descansa em paz camarada.

Manuel Mendes > Os meus sentimentos à família e que Ele descanse em paz.

Vasco David Sousa Santos > Paz a sua alma, sentidas condolências à Família, que descanse em paz.

José Luis Sousa > Sentimentos à Família e Amigos! Descanse em Páz Camarada!

Cherno Tamba Baldé > Triste notícia...! O nosso amigo Valdemar Queirós... Que sua alma repouse em paz, meus profundos sentimentos a familia e aos seus próximos.

Juvenal Sacadura Amado > Mandei comentário para o blogue mas ao que parece não chegou lá. Será pouco dizer que lamento o desaparecimento deste nosso camarada e quero enviar à familia o mmeu mais profundo voto de pesar . Que esteja em paz

Mário Bravo > Que descanse em Paz. Condolências à Família.

Artur Manuel Soares Soares  Que a sua alma descanse em paz. Condolências aos familiares.

Emidio Abreu  > Presente.

Ricardo Figueiredo  >  Sentidas condolências à Exma Família,amigos e camaradas.
Que descanse em paz.

Vitor Gomes Lincho > Os meus sentimentos a toda família

José Viegas > Descanse em Paz. Sentimentos à família

Carlos Filhó > Descansa que paz.

Manuel Correia > Nesta hora difícil a minha solidariedade com a família que descanse em paz até um dia camarada

Antonio Duarte > Um de nós que chegou ao fim. Sentidas condolências à família e amigos.

Joaquim Mexia Alves > Que descanse em paz.

Cristino Ourives > Paz á sua alma e condolências á família enlutada

Nicolau Esteves > Maís um que Deus leva para junto dê si. Meus sentimentos

Francisco Diogo Godinho > Descansa em paz camarada!.

Francisco Santos  > Portanto, do nosso BART2865. Não me lembro dele mas lamento muito a partida de mais este camarada e apresento as minhas condolencias á familia.

Joaquim Luis Fernandes  > Que descanse em Paz! Os meus pêsames à família enlutada.

Manuel Carvalho > Descansa em paz e até um dia meu valente camarada.
  
José Inácio Leão Varela > Sentimentos para a família Que descanses em paz 

António Duque Marques > Que a sua alma descanse em paz . Sentidas Condolências aos Familiares e Amigos .
 
José Marcelino Martins > Condolências.

David Guimaraes > Paz à sua alma

Paulo Raposo > Presente

Joaquim Garrett > Paz à sua alma condolências à família e amigos chegados
Guiné 1968/1970.

Maria Arminda Santos >Que a sua alma descanse em paz. Os meus pêsames à sua familia e amigos

Hélder Valério de Sousa > Embora esperado, embora inevitável, dói. Que possa descansar em paz. O meu lamento e os meus sentimentos aos familiares e amigos.

Candido Martins > Paz à sua alma.

Eduardo Valentim > Que Descanse em Paz, Sentidos Pesâmes à Familia e Amigos.

Lib Farias Correia > Paz a sua alma

José M. L. Fernandes  > Condolências aos familiares...

Mário Lourenço > Os meus sentimentos á família, e a toda a Tabanca Grande Luís Graça ,um bom colaborador, que a terra lhe seja leve .

Joaquim Costa > Sinto que perdi um amigo que nunca conheci pessoalmente. Uma empatia que nasceu ao primeiro comentário no blogue. Sermos do Minho e paixão por Viana, e em particular por Afife ajudou. Descansa em paz meu bom amigo.

Almiro Gonçalves > As condolências á família enlutada.

João Carlos Sousa Silva > Sentidos pêsames aos familiares e amigos. Que descanse em Paz,

António Galinha Dias > Sentidos pêsames! Descanse em paz.

Luis Bateira > Sentidos pêsames a toda a família. Paz para a sua alma.

Jose Camara  Condolências. Um abraço transatlântico de solidariedade.

Vitor Machado > Que a sua alma descanse em paz.

Serodio Manuel > Os meus sentimentos à família.

Camilo Santos Santos > Os meus sentimentos a família.

Luis Dylan > Que possa a sua alma estar em paz. Sentidos pêsames para a família e amigos.

Fernando Santos  > Sentidos pêsames a toda a família. Que a sua alma descanse em paz.
Um abraço de amizade.

Fernando Castelo Branco > Descanse em paz e sentidas condolências á Família e amigos.

Jose Quintas > Paz à sua alma.

Aura Teles > Paz à sua alma.

Carlos Silva  Que o Valdemar descanse em paz. Estive em casa dele e já estava com dificuldades de respirar e lá estavam as botijas com oxigénio. Teve uma vida de sofrimento. As minhas condolências à família.

Jose Camara > Condolências. Abraço transatlântico solidário.

Joaquim Pinheiro Brasuca  > Paz á sua alma.... Sentidos pêsames aos familiares e amigos.. 

António Marques  Sentidos pêsames à família e amigos

José Moreira > Meus sentimentos à família e amigos que com ele conviveram.

Manuel Alheira > Que descanse em Páz...

Belmiro Sousa > Requiescat in pace!

José Almeida > Descansa em paz cndulemclsa a família

Orlando Santos Pinela > E mais um camarada , descansa em- Pas-,os meus sentimentos para toda a Família.

Jose dossantos Fernandes > Descansa em paz companheiro.

Adriano Moreira Admor > Que descanse em paz. Condolências.

João Pereira da Costa  > Que descanse em paz. Condolências a famimia

Antonio Duarte > Os meus pêsames à família e amigos Tabanca Grande Luís Graça. Deixam saudades as suas intervenções. Em 1973 tive na Ccaç 12, militares que tinham sido formados pelo Valdemar e ou tinham vindo transferidos da Ccaç 11. Vai em paz camarada.

Antonio Rodrigues > Sentidos pêsames a toda a Família enlutada e amigos! Que descanse em paz!

António Sebastião Figuinha > Os meus pêsames. Que descanse em paz.

António Marques > Mais um herói que parte sentidos pêsames à família e amigos

Candido Cunha > ... rua do Bom Pastor nº 1, Agualva/Cacém.

Domingos Robalo  > RIP. Condolências à família. Um camarada que nos deixa.

Andrade Castilho > Descansa em paz, camarada.

Nicolau Esteves > Vai com Deus guerreiro. Já cumpriste tua missão,  meus sentimentos para a família e amigos.

Carlos Pinheiro > Os meur sentimentos à familia enlutada e aos amigos da Tabanca Grande Luis Graça, Descansa em paz camarada.

Jose Quintas > Paz à sua alma.

Carlos Pereira Costa > Os meus pêsames á familia , até um dia camarada , descansa em paz .



2. No blogue, há mensagens de condolèncias de (ou referência a) os seguintes amigos e camaradas:


Abílio Duarte
António Branquinho
António Carvalho
António Graça de Abreu
António Murta
António Rosinha
Cândido Cunha
Carlos Vinhal
Cherno Baldé
Eduardo Estrela
Fernando Ribeiro
Hélder Sousa
Humberto Reis
João e Vilma Crisóstomo
João Carlos Abreu dos Santos
Joaquim Costa
José Martins
José Saúde
Juvenal Amado
Luís Graça
Manuel Luís Lomba
Manuel Macias
Portal UTW - Dos Veteranos da Guerra do Utramar
Virgílio Teixeira
Zé Manuel Cancela
Zé Teixeira

(Houve também um ou outro comentário anónimo, de leitores que não se identificaram, certamenmte por lapso)
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(**) Último poste da série > 8 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26562: In Memoriam (538): Valdemar Queiroz (1945-2025): o último adeus, hoje, na igreja do Cacém, a partir das 17h30... A cremação será amanhã, às 9h45, no Centro Funerário de Barcarena (mensagem do filho, José Valdemar do Vale Pereira Queiroz da Silva, que vive nos Países Baixos)