Guiné > Região de Gabu > Canquelifá > Dezembro 9169 > O Abílio Duarte examinando os restos do T6
Foto (e legenda): © Ab+ilio Duarte (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Comentários ao poste P20973 (*):
Valdemar Queiroz [ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70]
É interessante verificar como se pode 'arranjar um abatido em combate', até parecia uma informação do PAIGC.
Eu, com o meu 4.º Pelotão cheguei a Canquelifá em 14 ou 15/12/1969. Fomo-nos juntar a outro Pelotão da nossa CART 11 reforçando a CART 2439 na defesa de Canquelifá que tinha sido fortemente atacada na semana anterior.
Quando lá cheguei já tinha acontecido [, em 4/12/1969,] o desastre com o T6 que resultou a morte do piloto Moutinho. Não me recordo de nenhuma conversa sobre o que aconteceu.
Recordo-me muitas vezes de Canquelifá por causa do meu amigo, já falecido, ex-fur.mil. Aurélio Duarte e da bonita tabanca com uma placa à entrada desejando 'Bem-Vindo às Termas de Canquelifá, com o desenho do repuxo e tudo.
Abílio Duarte, foto abaixo: ex-fur mil, CART 2479, mais tarde CART 11 e, finalmente, já depois do regresso à metrópole do Duarte, CCAÇ 11, a famosa Companhia de “Os Lacraus de Paunca” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70); está reformado como bancário do BNU - Banco Nacional Ultramarino]
Como já referi anteriormente, conheci este malogrado camarada, no dia do seu último aniversário e véspera do acidente.
Esteve connosco na nossa Messe, em Nova Lamego (Quartel de Baixo), onde o meu camarada Furriel Mecânico Pais de Sousa, era seu amigo.
Em relação aos comentários de agora, tenho a dizer o seguinte. Ele estava aquartelado no edifício do Batalhão, uns quarteirões mais acima, do nosso local. Não me apercebi que ele estivesse alcoolizado. Não acredito.
Os T-6, tinham ficado em Nova Lamego, toda a noite, e saiu no dia seguinte para Canquelifà, reabasteceu e voltou a levantar voo, tendo tido uma avaria, tentou regressar à pista e o avião despenhou-se, tendo ficado todo calcinado.
A outra versão que leio agora, estranho muito, pois estive em Canquelifá, por vários períodos (15 dias) em reforço da guarnição, e nunca ouvi comentar, que ele tenha sido atingido pelo inimigo.
Portanto, e até provas em contrário, para mim ele teve um problema no avião e não conseguiu aterrar em condições. Em anexo mostro uma foto onde eu estou vendo o T-6 destruído, e por lá ficou por muito tempo.
Espinho > Silvalde > Fevereiro de 1969 > CART 2479 / CART 11 > IAO, Instrução de Aperfeiçoamento Operacional > Uma "foto histórica" um "ninho" de lacraus, designação do pessoal da futura CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Piche) > O Cândido Cunha é o nº 3... Os restantes (cujas cabeças são visíveis); o Ferreira (vaguemestre) (10), o Abílio Pinto (11), o Manuel Macias (6), Pechincha (que era de operações especiais) (7) e o Abílio Duarte (5).
Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine.]
Cândido Cunha [, vd. foto acima]
O último voo do "T-6 1795" em Canquelifá
A causa da queda do T-6 em 4/12/1969, foi que, ao levantar voo ainda a baixa altitude, o nosso querido e malogrado piloto Alberto Moutinho, ao notar uma pequena falha e perda de potência no motor da aeronave, ao invés de tentar ganhar velocidade mantendo a altitude que já de si era perigosamente baixa, puxou para si o manche e, logo a aeronave caiu como uma pedra sobre uma tabanca, tendo uma velhota, que dela tinha saído, escapado por escassos metros.
Fomos dos primeiros a chegar ao avião envolto em chamas e vimos vários camaradas tentando partir a carlinga tentando retirar o querido e malogrado piloto. Entre eles o cozinheiro da 2439.
Copos, anti-aéreas e outras divagações, não. Por favor!
Abílio Duarte
Desconfiava que naquela altura havia lá gente da nossa Companhia, mas não tinha a certeza, se tu assististe à tragédia, é porque eu ainda não andava contigo e estava no 1º Pelotão, pois como sabes acabamos o nosso degredo no 3.º Pelotão.
Eu ainda hoje não consegui descobrir, porque é que passei do 1.º para o 3.º. Uma vez perguntei ao nosso falecido Capitão o porquê, e ele muito alentejano me disse "é a guerra Duarte... é a guerra".
Abraço, velho Lacrau. Por onde nós andamos... e ainda vamos por aí, depois de caganeiras, paludismos e toda a merda que havia, estamos agora em casa de prevenção. As voltas que a vida dá.
PS - Meu Caro Coronel Miliciano Lukas Titio, gostei que aparecesses aqui neste nosso blogue. Como diz o Valdemar, tu estiveste lá, nos piores dias da nossa CART 11, em Canquelifá. Bem hajas, abraço.
2. Segundo António Martins Matos [, ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74[, "na zona de Canquelifá nunca houve AAA. Houve Strelas, mas isso já foi em 1974."
O António J. Pererira da Costa, por seu turno, confirma:
"Concordo com a afirmação do António Martins Matos. Nessa altura, o PAIGC dispunha de ZSU-23-4, mas só no Quitafine (próximo de Cacine). Creio que já não seriam muitas. A FAP tinha-as destruído uma a uma (cap pilav Jesus Vasquez e outros)." (*)
Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 14 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20972: FAP (119): O último voo do "T-6 1795" e a morte do Fur Mil Pil Alberto Soares Moutinho, em 4/12/1969. O acidente dever-se-á a pouco depois da descolagem o avião ter embatido com a ponta da asa numa árvore, despenhando-se de seguida (Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12)
Vd. também poste de 13 de Maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20968: FAP (118): O último voo do «T-6 1795» em Canquelifá, e a morte do fur mil pil Alberto Soares Moutinho, em 4/12/1969 (Jorge Araújo)
O último voo do "T-6 1795" em Canquelifá
A causa da queda do T-6 em 4/12/1969, foi que, ao levantar voo ainda a baixa altitude, o nosso querido e malogrado piloto Alberto Moutinho, ao notar uma pequena falha e perda de potência no motor da aeronave, ao invés de tentar ganhar velocidade mantendo a altitude que já de si era perigosamente baixa, puxou para si o manche e, logo a aeronave caiu como uma pedra sobre uma tabanca, tendo uma velhota, que dela tinha saído, escapado por escassos metros.
Fomos dos primeiros a chegar ao avião envolto em chamas e vimos vários camaradas tentando partir a carlinga tentando retirar o querido e malogrado piloto. Entre eles o cozinheiro da 2439.
Copos, anti-aéreas e outras divagações, não. Por favor!
Abílio Duarte
Desconfiava que naquela altura havia lá gente da nossa Companhia, mas não tinha a certeza, se tu assististe à tragédia, é porque eu ainda não andava contigo e estava no 1º Pelotão, pois como sabes acabamos o nosso degredo no 3.º Pelotão.
Eu ainda hoje não consegui descobrir, porque é que passei do 1.º para o 3.º. Uma vez perguntei ao nosso falecido Capitão o porquê, e ele muito alentejano me disse "é a guerra Duarte... é a guerra".
Abraço, velho Lacrau. Por onde nós andamos... e ainda vamos por aí, depois de caganeiras, paludismos e toda a merda que havia, estamos agora em casa de prevenção. As voltas que a vida dá.
PS - Meu Caro Coronel Miliciano Lukas Titio, gostei que aparecesses aqui neste nosso blogue. Como diz o Valdemar, tu estiveste lá, nos piores dias da nossa CART 11, em Canquelifá. Bem hajas, abraço.
2. Segundo António Martins Matos [, ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74[, "na zona de Canquelifá nunca houve AAA. Houve Strelas, mas isso já foi em 1974."
"Concordo com a afirmação do António Martins Matos. Nessa altura, o PAIGC dispunha de ZSU-23-4, mas só no Quitafine (próximo de Cacine). Creio que já não seriam muitas. A FAP tinha-as destruído uma a uma (cap pilav Jesus Vasquez e outros)." (*)
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Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 14 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20972: FAP (119): O último voo do "T-6 1795" e a morte do Fur Mil Pil Alberto Soares Moutinho, em 4/12/1969. O acidente dever-se-á a pouco depois da descolagem o avião ter embatido com a ponta da asa numa árvore, despenhando-se de seguida (Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12)
Vd. também poste de 13 de Maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20968: FAP (118): O último voo do «T-6 1795» em Canquelifá, e a morte do fur mil pil Alberto Soares Moutinho, em 4/12/1969 (Jorge Araújo)