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terça-feira, 5 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15940: Memória dos lugares (338): Cuntima, no meu tempo (ex-1º cabo Vitor Silva, CART 3331, "Os Tigres de Cuntima", 1970/72) - Parte I


Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Cuntima > CART 3331 (1970/72) >"Um dos três obuses [14 cm] que existiam em Cuntima". [Um dos artilheiros que por lá passou foi o Humberto Nunes, ex-alf mil art, 23.º Pel Art, Gadamael e Cuntima, 1972/74; ver aqui o seu álbum de Cuntima]



Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Cuntima > CART 3331 (1970/72) >"Vista panorâmica de Cuntima. Uma povoação com gentes de várias origens (não faltavam os comerciantes libaneses e os gilas)". [Outro camarada nosso que esteve em Cuntima foi o ex-fur mil António Bartolomeu, da CCAÇ  2592 / CCAÇ 14, Cobtuboel, Aldeia Fomosa e Cuntima, 1969/71; diz ele, "em Cuntima éramos um misto de guarda-fiscal e de polícia de fronteiras... Por ali passava um dos corredores do Oio"; a CCAÇ 14 foi rendida pela CART 3331].


Guiné > Região do Oio > Setor de Farim >  Cuntima > CART 3331 (1970/72) > "Posto avançado nº 9. Estive lá de serviço no dia 31 de maio de 1971, no que foi considerado o maior flagelamento IN a Cuntima. As tropas do IN vieram mesmo ao arame farpado".



Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Cuntima > CART 3331 (1970/72) >"Cuntima: reservatórios de água, as duas professoras ao fundo e a casa do agente da PIDE/DGS" [Vd. fotos de 2016, do Patrício Ribeiro (*)]


Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Cuntima > CART 3331 (1970/72) > "Instalações civis ocupadas pela tropa".




Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Cuntima > CART 3331 (1970/72) > "Todas as manhãs,  bem cedo, Cuntima tinha visitantes do Senegal. Uns para fazerem comércio, outros para partir mantenhas com familiares e amigos e muitos outros para serem assistidos no Posto de Socorros pelo Médico e Enfermeiros da Companhia. Estas duas bajudas senegalesas prestaram-se para a fotografia,  à distância conveniente, da máquina e dos militares".



Guiné > Região do Oio > Setor de Farim > Cuntima > CART 3331 (1970/72) > "À hora do petisco"... [Outro camarada desta companhia, e que esteve também em Cuntima,  é o Gumerzindo Silva, ex-soldado condutor auto, hoje a viver na Alemanha]

Fotos e legendas: © Vitor Silva (2008). Todos os direitos reservados.


Vitor Silva, ex-1º cabo, membro da nossa
Tabanca Grande (desde 2007)
Breve historial da CART 3331 (Os Tigres de Cuntima, Cuntima, 1970/72):

(i) Mobilizada pelo RAP 2 (Vila Nova de Gaia);

(ii) chega à Guiné a 19 de dezembro de 1970;

(iii) no dia 21 de dezembro embarca na LDG Alfange com destino ao Centro de Instrução Militar de Bolama, para treino de adaptação ao mato e 2.ª parte da Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO);

(iv) a 25 de janeiro de 1971, de novo na Alfange, ruma para Farim onde chega no dia 28 de janeiro;

(v) em Farim participa em algumas ações no mato e na estrada Farim-Jumbembem;

(vi) a 20 de fevereiro, desloca-se em coluna auto, rumo a Cuntima, dependente do BCAÇ 2879, onde vai render a CCAÇ 14;

(vii) a ZA do subsector de Cuntima é extensa: delimitada a norte, numa extensão de aproximadamente 30 km, pela República do Senegal, a este pelo rio Corlá (Sare Dambé Badoral, Sitató, Sinchã Fogã e Sare Tombom), a oeste pela bolanha de Sinchã Massa e a sul pela bolanha de Sinchã Massa e bolanha do rio Norobanta e pelo marco 107;

(viii) na sua maioria a população é de etnia Fula, de religião muçulmana; havia uma pequena minoria Mandinga;

(ix) as acções do IN  irradiam sempre do Senegal, pelo tradicional corredor de Sitató;

(x) as acções contra as NT manifestam-se especialmente por ataques ou flagelações ao aquartelamento, implantação de minas na estrada Farim-Cuntima e, esporadicamente, às colunas de reabastecimentos;

(x) há duas unidades de quadrícula no sector, a CART 3331 e a CCAÇ 2547, ambas instaladas em Cuntima:

(xi) para além da ocupação e defesa do Sector, a sua missão principal é evitar a infiltração do IN para dentro do TO da Guiné;

(xii) a CART 3331 regressa, num avião dos TAM,  à Metrópole no dia 25 de novembro de 1972, com orgulho do dever cumprido;

(xiii) vai ter três comandantes: cap mil Art Manuel Sena Boleo, cap inf Mário José Fernandes Jorge Rodrigues, e cap mil art Armando Pimenta Cristóvão.
__________________

Nota do editor:

terça-feira, 21 de julho de 2009

Guiné 63/74 - P4718: Efemérides (23): Em 20 de Julho de 1969, eu estava no Uíge em pleno oceano, a caminho de Farim... (Carlos Silva, BCAÇ 2879)

Lisboa, 19 de Julho de 1969> Edifício da Estação Marítima Rocha Conde de Óbidos, um típico edifício do Estado Novo, da autoria do Arq Pardal Monteiro (1897-1957), com pinturas murais do Almada Negreiros (1893-1970)(*)... >

Partida, no T/T Uíge, do pessoal do BCAÇ 2879 e do BCAV 2876, com destino à Guiné... Nesse dia a Apolo 11 ia a caminho da Lua (um pouco mais longe que a distância entre Lisboa e Bissau, cerca de 400 mil Km, em números redondos...), aonde chegaria (e alunaria) a 20, domingo... com regresso à Terra, a 24, quinta-feira...

O T/T Uíge, com o pessoal do Batalhão dos Cobras (onde ia incluído o nosso camarada e amigo Carlos Silva) levou um pouco mais de tempo que a Apolo 11... Chegou a Bissau e desembarcou, na sexta-feira, dia 25, diz a história do BCAÇ 2879. Não sei se, ao longo da viagem, os nossos camaradas se aperceberam do feito, que era para a humanidade, este "passo de gigante", parafraseando a célebre frase mstrong, as primeiras palavars do primeiro homem a pôr a pata na lua ("That's one small step for man; one giant leap for mankind": Como há alguém chamou a atenção, o astronauta queria dizer: a small step for a man, um pequeno passo para um homem, ele, Neil Armstrong, mas um salto de gigante para o Homem, a humanidade, a espécie humana: one giant leap for mankind... Tal como os portugueses, há mais de 500 anos, dobrando o Bojador e indo muito para além da dor, do sangue, suor e lágrimas dos pequenos/grandes heróis anónimos que foram os nossos antepassados). (LG)

Foto: © Carlos Silva (2009). Direitos reservados (Com a devida vénia...)


Navio Uíge> c. 20 de Julho de 1969 > De pé, da esquerda para a direita: Alf Sampaio, Cap Vasco Lourenço, Alf Carmo Ferreira, da CCaç 2549; Cap Covas de Lima, da CCaç 2547; de cócoras, da esquerda para a direita: Alf João Casanova e Alf Gil André, da CCaç 2548; Alf Carvalho, da CCaç 2549; e Alf João Rebelo, da CCaç 2548. Foto do Alf Gil André.

Foto (e legenda): © Carlos Silva (2009). Direitos reservados (Com a devida vénia...)

1. Resposta do Carlos Silva à pergunta, "Camaradas, onde é que vocês estavam em 20 de Julho de 1969 ?" (**)... O Carlos é o autor do sítio Guerra na Guiné 63/74, por Carlos Silva... (A página mais completa sobre as unidades que passaram pela Região de Farim, nomeadamente entre 1969 e 1971). Foi Fur Mil na CCAÇ 2548 / BCAÇ 2879 (Jumbembem, 1969/71)...

É também conhecido como o Régulo de Farim, um grande amigo da Guiné e dos guineenses. Advogado, é um dos fundadores e dirigentes, com o Carlos Fortunato, da Ajuda Amiga - Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento. (**)


Luís: Aqui vai a resposta à tua pergunta:

Lisboa, sábado, 19-07-69

Embarque do Bat Cav 2876 e do meu Bat Caç 2879

Domingo, 20-07-69, Uíge, em pleno Oceano

Uma das fotos do VL [Vasco Lourenço, comandante da CCAÇ 2549,] também está no último livro dele, Interior da Revolução.

Também podes ver no Blogue, num dos Postes do Bat Caç 2879, [o Batalhão dos Cobras] (**)

Um abraço
Carlos Silva

_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. nota histórica sobre a Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos, "o nosso pórtico de entrada na Guiné", no sítio do IPPAR - Instituto Português doPatrimónio Arquitectónico:

"Projectada a partir de 1934 e construída entre 1945 e 1948, a Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos insere-se no programa de modernização dos serviços do Porto de Lisboa.

"Concebida numa estrutura de betão armado, apresenta um primeiro andar reservado aos passageiros e o piso térreo destinado aos serviços do cais. Composta por dois corpos, a Gare apresenta um vestíbulo principal e uma ampla nave. O terraço-varanda prolonga-se na direcção nascente para além das linhas do edifício.

"Como acontecera com a Gare Marítima de Alcântara, também aqui Pardal Monteiro chamou José de Almada Negreiros para animar com pinturas murais as paredes do do grande vestíbulo. Modernamente desenhada, esta Gare apresenta fachadas rasgadas por envidraçados pontuados com pequeno óculos. Aqui as linhas curvas conjugam-se em harmonia com os valores ortogonais de estruturas numa volumetria proporcionada e com sentido de escala. Sandra Vaz Costa, 2001" (...)


(**) Vd. poste de 20 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4713: Efemérides (17): 20 de Julho de 1969... O dia em que o primeiro homem pisou a Lua (Rui Felício, CCAÇ 2405, Samba Cumbera)

Último poste da série Efemérides: 12 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4673: O mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande (15): Ingoré e Gandembel na feira de Custóias, Matosinhos (José Teixeira)

(***) Vd. postes de:

8 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2417: Tabanca Grande (51): Carlos Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Jumbembem 1969/71) Guiné 63/74 - P1976: Tabanca Grande (27): Carlos Silva, mais um 'apanhado do clima' (CCAÇ 2548, Jumbembem)

Vd. também poste de 23 de Maio de 2009 >Guiné 63/74 - P4402: Convívios (133): BCAÇ 2879 e Outras Unidades (Farim, 1969/71), convivem em Castelo Branco, 30 de Maio (Carlos Silva)

(****) Vd. postes da série História do BCAÇ 28769, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras:

15 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2440: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes para Farim: O Batalhão dos Cobras (1) (Carlos Silva)

20 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2464: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (2) (Carlos Silva)

24 de Janeiro>Guiné 63/74 - P2477: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim : O Batalhão dos Cobras (3) (Carlos Silva)

30 de Janeiro de 2008> Guiné 63/74 - P2491: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (4) (Carlos Silva)

1 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2496: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (5) (Carlos Silva)

10 de Fevereiro > Guiné 63/74 - P2520: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (6) (Carlos Silva)

11 de Fevereiro de 2008 >Guiné 63/74 - P2525: História do BCAÇ 2879, 1969/71: De Abrantes a Farim: O Batalhão dos Cobras (7) (Carlos Silva)

sábado, 23 de maio de 2009

Guiné 63/74 - P4402: Convívios (135): BCAÇ 2879 e Outras Unidades (Farim, 1969/71), convivem em Castelo Branco, 30 de Maio (Carlos Silva)



Almoço de Confraternização

Oficiais, Sargentos, Praças e Familiares

38º Aniversário da Chegada – 22º Encontro

Unidades Sector de Farim - Guiné 1969/71

Bat. Caç. nº 2879 e Outras Unidades

30 de Maio de 2009

Restaurante: Sª de Mércoles – Santuário Nossa Senhora de Mércoles – 6000 Castelo Branco

Telefones: 272 331 273 ou 965 087 612 – Sr Abílio


PROGRAMA


Hora de chegada - Concentração e cavaqueira no parque do Restaurante.
10h00 – Passagem de fotos e filmes da viagem à Guiné, caso se arranje vídeo e projector.
12h 30 - Serão servidos os aperitivos no espaço apropriado.
13h 30m - Almoço.


EMENTA


ENTRADAS: Salgados, queijo, enchidos e presunto, martin, vinho, águas, sumos.
PRATOS: 1 Bacalhau à Braga – 2 Cachaço assado com ananás.
SOBREMESA: Salada de frutas e tigelada.
BEBIDAS: Vinho Tinto, Branco, águas, sumos, digestivo, café.
FINAL: Bolo do Batalhão acompanhado de espumante.

Preço por pessoa: 22,00 € - crianças dos 6 aos 10 anos € 10,00


CONFIRMAÇÕES ATÉ AO DIA 26 DE MAIO DE 2008


Agradecemos uma rápida resposta, (...) com vale postal ou cheque, para qualquer dos camaradas indicados no verso, uma vez que temos de confirmar as presenças no restaurante com a devida antecedência e....! porque a rapaziada da organização também quer conviver.


NB: A confirmação é obrigatória até à data indicada, devido à característica da ementa.

Quem aparecer de “ pára-quedas “ no próprio dia, sujeita-se às consequências.


CONTACTOS:


Manuel Augusto da Silva Mota [ C.C.S ]
Rua Júlio Dinis, 36 1º Esqº
3700 S. João da Madeira
Telef: 256 831 341 casa 256 828 777 escritório
Telem. 917 784 037 - 917 184 836
___________________________________________
Jorge Pinheiro Silva Fernandes [ C.Caç. 2547 ]
R. D. Bernardo Holstein Beck, 1
2925 Vila Nogueira de Azeitão
Telef. 210 803 314 / 916 054 415
_________________________________________

Carlos José Pereira da Silva [ C. Caç. 2548 ]
Rua de Timor, 2 R/c Dto - 1170-372 Lisboa
Telef: 21 815 2897; Fax: 21 815 3470, escritório
Telem. 966 651 820
e-mail: carsilva.advogado@sapo.pt
______________________________________________
David Gonçalves de Oliveira [ C. Caç. 2549 ]
Urb. Portela, Lt. 65, 9º Dto.
2685 Sacavém
Telem. 914 107 731


OBS: O Santuário e Restaurante ficam na direcção da Estação da CP e da Escola Agrícola.



NOTA: A convocatória está no SITE.



segunda-feira, 17 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2657: Cuntima nos tempos da CART 3331 (1970/72) (Vítor Silva)

A CART 3331 em Cuntima (1970/72)

Texto e imagens de Vítor Manuel Silva, o novo membro da nossa Tabanca Grande ,

A CART 3331 foi mobilizada para a Guiné pelo RAP 2, Vila Nova de Gaia. Composta por 158 militares era comandada pelo Capitão Miliciano Art Manuel Sena Boléo. A Formação era chefiada pelo 1º Sargento de Art Manuel Joaquim Moreira Dias.

Esta dividia-se nas seguintes secções:
- Comando
- Alimentação
- Manutenção Auto
- Sanitária
- Reabastecimento e Manutenção de Armamento.

A 1ª parte da Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO) foi feita no RAP 2.
A Companhia embarcou no Cais da Rocha do Conde de Óbidos para a Guiné no dia 14 de Dezembro de 1970, a bordo do navio Uíge.


O Vítor Silva no Uige, em pleno Atlântico, a caminho da Guiné.

A CART Chegou à Guiné no dia 19 de Dezembro de 1970. No dia 21 de Dezembro embarcou na LDG Alfange com destino ao Centro de Instrução Militar de Bolama. O pessoal fez treino de adaptação ao mato, iniciando a 2ª parte da Instrução de Aperfeiçoamento Operacional.
A 25 de Janeiro de 1971, de novo na Alfange, a Companhia deslocou-se para Farim onde chegou no dia 28 de Janeiro. Aí participou em algumas acções no mato e na estrada Farim-Jumbembem.

A 20 de Fevereiro a CART 3331 deslocou-se em coluna-auto, rumo a Cuntima, dependente do BCAÇ 2879, onde rendeu a CCAÇ 14, durante a qual tomou conhecimento directo com a Zona de Acção (ZA).

Guiné > Zona Leste > Cuntima > A Avenida Central (também conhecida por Av do Senegal).
Enfim, estávamos em pleno teatro da Guerra.

O terreno

O terreno, aliás como de uma maneira geral em toda a Guiné, é plano. Convém no entanto referir que Cuntima é ligeiramente mais elevada que o restante terreno da Z.Z. Daí, talvez o antigo nome de Colina do Norte?

A nossa Z.A. era muito extensa. Delimitada a Norte, numa extensão de aproximadamente 30km, pela República do Senegal, a Este pelo rio Corlá (Sare Dambé Badoral, Sitató, Sinchã Fogã e Sare Tombom), pela bolanha de Sinchã Massa e a Sul pela bolanha de Sinchã Massa e bolanha do rio Norobanta e pelo marco 107.

O sector era servido pela estrada Farim-Cuntima, por onde eram feitos os reabastecimentos.

Inimigo

O IN não se encontrava instalado nem tinha bases dentro da nossa Z.A. Irradiava sempre do Senegal, pelo tradicional corredor de Sitató. De uma maneira geral evitava os contactos.
As suas acções contra as NT manifestaram-se especialmente por ataques ao aquartelamento, implantação de minas na estrada Farim-Cuntima e, esporadicamente às colunas de reabastecimentos.

População

Na sua maioria era de etnia Fula, de religião muçulmana. Apenas uma pequena parte era Mandinga.


Cuntima todas as manhãs bem cedo tinha visitantes do Senegal. Uns para fazerem comércio, outros para partir mantenhas com familiares e amigos e muitos outros para serem assistidos no Posto de Socorros pelo Médico e Enfermeiros da Companhia. Estas duas bajudas senegalesas prestaram-se para a fotografia à distância conveniente, da máquina e dos militares.


O Vítor (de bigode), um Camarada, a bajuda e o Pilão. Para a fotografia.


Cuntima vista, salvo erro, da pista.


Vista panorâmica de Cuntima. Uma povoação com gentes de várias origens (não faltavam os comerciantes libaneses).

Dia de festa na Tabanca. A alegria e o colorido das gentes Guineenses.
Cuntima: Poço de água utilizado pela população.

Cuntima: A Escola Primária.


Vendedores ambulantes (djilas) e a curiosidade da população e dos militares. O Vítor com um menino ao colo.


Cuntima. Reservatórios de água, as duas professoras ao fundo e a casa do agente da PIDE/DGS.


O ex-libris de Cuntima.



Cuntima. Vista aérea.

Nossas Tropas

Em virtude da nossa ZA ser muito extensa, a defesa e ocupação ficou a cargo de duas Companhias, a CART 3331 e a CCAÇ 2547, ambas instaladas em Cuntima. Para além da ocupação e defesa do Sector, a nossa missão dominante e primordial era evitar a infiltração do IN para dentro do TO.
O cumprimento fiel desta missão tornou-se bastante penoso para as NT, pois exigiu delas um trabalho aturado e um elevado grau de sacrifício. Poder-se-á mesmo dizer que a nossa missão foi bastante ingrata pois que foi prática e humanamente impossível fechar os corredores de infiltração numa extensão de fronteiras de 15 km.


Entrada em Cuntima, podendo ser visto o posto nº 1 e a 1ª Caserna, aquela que foi o Hotel do Vítor Silva durante os 23 meses que lá passou.


Um dos três Obuses que existiam em Cuntima.


Como é fácil de ver, para procedermos à contra-penetração usámos como dispositivo dominante as emboscadas sucessivas, quer diurnas quer nocturnas, nos corredores mais propícios e mais prováveis à infiltração.




Pois, elas existiam mesmo. Depois, os bocados chegavam ao aquartelamento envoltos em lençóis.
Para além da actividade principal, procedíamos a frequentes patrulhamentos e seguranças afastadas, diurnas e nocturnas (para evitarmos ataques ao aquartelamento) bem como numerosas operações, colunas e picagens.

Militar à porta de entrada de quem vinha do Senegal.


Sempre que necessário montávamos segurança aos trabalhos agrícolas da população, embora existisse um Pelotão de Milícias que nem sempre era suficiente.

Pessoalmente não me posso esquecer do ataque ao aquartelamento no dia 30 de Maio de 1971. Eu estava de Serviço ao Posto avançado nº 9.


Posto avançado nº 9. Estive lá de serviço no dia 31 de maio de 1971, no que foi considerado o maior flagelamento IN a Cuntima. As tropas do IN vieram mesmo ao arame farpado.

Cerca das 23 horas ouviu-se um barulho junto ao arame farpado. Pensámos que se tratasse de galinhas ou outro animal qualquer. Mas não! Eram mesmo eles que ali estavam. A 50 metros de nós. Foi uma coisa incrível que jamais esquecerei.
O Céu ficou completamente iluminado. Muitos feridos (alguns com gravidade, amputações, cegueiras...) e 3 mortos na População. Felizmente a nossa Companhia não teve qualquer baixa no pessoal.
(...)
A Psico de Spínola


Exemplar de salvo conduto. A Psico de Spínola.



O Vítor e a lavadeira.


O Vítor e o Hélder na Secretaria da Companhia.

A CArt 3331 regressou, num avião dos T.A.M, à Metrópole no dia 25 de Novembro de 1972, orgulhosa de ter cumprido o seu dever. Era o que eu pelo menos na altura pensava.

Pelos bons serviços prestados à Pátria, o Vítor Silva trouxe o apreço do Comandante Militar

o Guião e o crachá da CART 3331

e o livro da História da CART 3331
Fotos: © Vítor Silva (2008). Direitos reservados.
__________

Fixação do texto e sublinhados de vb: ver artigo de
6 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2245: Cancioneiro de Cuntima (Vitor Silva, CART 3331, 1970/72)