Foto nº 9 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 (1970/72) > K3 > Jantar de inauguração da messe de oficiais e sargentos. Da esquerda para a direita; Furriéis Milicianos Chambel Prates, JoãoTavares, João Serralha, Manuel Moutinho, Alf Mil Ramires, 1º Sargento Leão, Alferes Milicianos Vitor Junqueira, Cândido Pereira, Furriéis Milicianos Alfredo Silveira, [elemento não identificado], Enf Almerindo Carvalho, Manuel Tavares [, elemento não identificado], e, de costas, 2º Sargento Manuel Mexia
Foto nº 8 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 (1970/72) > K3 > Elementos da CCaç 2753 na margem sul do Rio Cacheu: em 1º plano Alf Mil Ramires, José Carvalho, Vitor Junqueira, Fur Mil A. Silveira e Pedro; em 2º plano, Fur Mil António Tonhá e 1º Cabo Cond [Ildeberto] Medeiros
Fotos (e legendas): © José Carvalho (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Álbum fotográfico do José Carvalho >
CCAÇ 2753 - ”Os Barões” e o K3 (II e última parte) (*)
[ José Carvalho: (i) ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753
(Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72);
(ii) médico veterináruio;
(iii) vive no Bombarral]
A companhia, também apelidada “Os Açorianos" [Foto nº 8, acima], enceta um conjunto de trabalhos na área da reabilitação das edificações, melhorando consideravelmente a zona da cozinha, da cantina, casernas e construindo a messe de oficiais e sargentos, com zona de refeições e bar. [Foto nº 9, acima]
Também deixámos um espaço com piso cimentado, dedicado à prática do voleibol e ainda a escola ficou com a “cara lavada”.
Em Maio de 71, o COP 6 passa a ser comandado por um homem e militar notável, o Major de Cavalaria António Valadares Correia de Campos.
Operacionalmente, “Os Barões” tinham já angariado um estatuto de boa reputação operacional, nas diversas situações em que estiveram envolvidos, pelo que, com o novo comandante do COP 6, foram-lhe atribuídas missões mais exigentes e complexas.
Durante a permanência no K3, a companhia realizou múltiplas operações em conjunto, particularmente com a 27ª Companhia de Comandos, mas também com forças paraquedistas [, BCP 12], a CCaç 2732 e outras.
Realizou várias operações, helitransportadas, igualmente por via fluvial com desembarques de LDM, em vários locais na margem sul do rio Cacheu.
No conjunto destas operações, “Os Barões” não registaram qualquer vítima mortal, tendo um ferido grave (mina A/P) e alguns ligeiros. O IN sofreu considerável número de baixas confirmadas, bastantes feridos, destruição de acampamentos, várias capturas de armamento, até de combatentes e de população sob o seu controlo.
Vários foram os louvores do Comando e, numa das operações face aos resultados obtidos, com número assinalável de baixas ao IN, com captura de elevada quantidade de armamento (armas e munições), destruição de várias moranças, celeiro e recuperação de população controlada pelo IN, deslocou-se ao terreno, o General Comandante Chefe, António de Spínola, para felicitar o comandante das forças da CCAÇ 2753.
Do jornal "Nhau" publicaram-se somente 5 números, todos enquanto permanecemos no K3 e hoje sorrio quando observo a frase "Visado pela censura", seria provavelmente uma pequena provocação...
Admitindo o Comandante Chefe encontrar, ao comando das NT, um oficial de patente mais elevada, ficou surpreso quando o Alf Mil Vitor Junqueira se lhe apresentou como comandante das forças no terreno, naquele dia. Em muitas outras situações de sucesso, este valente e corajoso oficial miliciano foi o actor principal! [O Vitor Junqueira é membro da nossa Tabanca Grande desde a primeira hora, vive em Pombal, tem cerca de 90 referências no nosso blogue.]
A companhia revelava um elevado espírito de corpo, grande capacidade operacional, elevada disciplina em combate e uma sólida camaradagem entre os seus elementos.
Em Outubro de 1971 o Comandante da Companhia, Cap Mil Art João Domingos da Rocha Cupido, escreve no número 4 do jornal da companhia, "Nhau", o porquê da designação de “Os Barões”.
Assim escreve a dada altura:
”(...) Ao longo de já catorze meses de comissão, não há dúvida que os soldados da 2753, pela forma como reagiram a todo o esforço que lhe foi pedido, como reagiram a todas as contrariedades, como encararam com toda a confiança as missões mais arriscadas, mostraram bem as suas qualidades, mostraram bem a sua nobreza, mostraram bem que merecem o nome de “Os Barões, mas a nobreza, nobreza de carácter, acarreta obrigações, cria responsabilidades. Eis pois o lema da companhia: A Nobreza Obriga”
Uma página (a 2 ?) da "Nhau", revista da CCAÇ 2753", nº 4, outubro de 1971. Diretores: alf mil Carvalho, fur mil Silveira... Destaque o editorial "Noblesse Oblige", assinado pelo cap mil J. Cupido.
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Foto nº 10 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 (1970/72) > Madina Fula > O Alf Mil José Carvalho (à esquerda) com o Cap Mil Art João Cupido, na véspera da mudança da CCaç 2753 para o K3, na estrada, em frente ao destacamento de Madina Fula.
Durante a permanência de “Os Barões” no K3, o IN perdeu alguma iniciativa ofensiva, malgrado as informações de reforços de efectivos e armamento pesado, na região do Morés, reagindo sempre fortemente às frequentes penetrações das NT, em zonas de refúgio e acampamentos.
Saliquinhedim, por sua vez, sofreu algumas flagelações com morteiro 82 e canhão S/R, a última das quais no dia 1 de Janeiro de 1972.
Foto nº 11 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 (1970/72) > K3 > Início da noite de 31 de Dezembro 1971 > 1º Srgt Leão, Fur Mil Chambel Prates, Fur Mil Mec Auto Francisco Godinho, Fur Mil Pedro, Sold. Corneteiro (barman da messe) Manuel dos Santos, [, elemento não identificado], eu, Fur Mil José Faia e, ao fundo Sold Reis.
O IN reagiu á provocatória noite de passagem de ano, em que um grupo da CCaç 2753 foi festejar o Novo Ano, na zona de Madina Fula, com disparos de armas ligeiras, após o “Toque de Silêncio”, executado pelo nosso corneteiro, o saudoso Manuel dos Santos. [Foto nº 11]
A artilharia de Farim, resolvia estas situações, com as nossas indicações, dos prováveis locais de origem dos ataques.
Na fotografia com que termino este álbum, estou com vários elementos do meu pelotão na parada, com uma gazela abatida, a quando da realização de uma coluna auto a Mansabá.[Foto nº 12]
O animal atravessou a estrada, umas dezenas de metros à frente da primeira viatura (, uma Berliet, ) onde eu ia, e com um único tiro de G3, incrédulo, vi o animal tombar, a cerca de 100 metros da estrada. Recuperada e colocada na viatura, ainda mais incrédulo fiquei quando verifiquei que a bala tinha
atingido a gazela no pescoço, junto à base do crânio. Garanto que não é história de caçador…
Foto nº 12 > Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 2753 (1970/72) > K3 > Alguns elementos do 2º Pelotão. A partir da esquerda: Roberto Mendonça, eu, Barbosa, Santos Carvalho, [, elemento não identificado], [elemento não identificadio], ”Faial”, Freitas, [elemento não identificadi], Grilo, Bettencourt e José Estrela
Em finais de Fevereiro de 1972 deixámos o K3 e novo desafio esperavanos em Mansabá!
Bombarral, José Pimentel de Carvalho, 2020
[, médico veterinário e novo membro da Tabanca Grande, nº 807]
_____________Nota do editor:
(*) Vd. último poste da série > 29 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21703: Álbum fotográfico de José Carvalho (2): A CCAÇ 2753, ”Os Barões”, e o K3 (Parte I)
(*) Vd. último poste da série > 29 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21703: Álbum fotográfico de José Carvalho (2): A CCAÇ 2753, ”Os Barões”, e o K3 (Parte I)