sábado, 9 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24935: S(C)em comentários (21): A caça nos impérios coloniais europeus... ou um certa visão etnocêntrica dos velhos "africanistas"


Congo ex-Belga (hoje República Democrática do Congo) > c. nos 20 > "Troféus de caça"... ou uma certa  visão europocêntrica de África. 

Fotos de Victor Jacobs (digitalizadas e editadas por LG.). 

Fonte: Louis Franck - Le Congo Belge, Tome I.  Bruxelles: La Renaissance du Livre.  1928. p. 152...  

Angola > c. anos 30 > "A Exma. Esposa  do Coronel Félix montada num búfalo-pacaça, que, minutos antes, ela própria abatera a tiro de rifle"  (Joaquim António da Silva Félix era ofcial do exército, coronel, industrial, agricultor e publicista, dono da fazenda Glória, colabordor do Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, que congregava parte da "intelligentsia" do colonialismo republicano, radicada no Brasil)

Fonte: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 8, janeiro e março de 1934, pág. 35.

__________

Nota do editor:

Guiné 61/74 - P24934: Os nossos seres, saberes e lazeres (604): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (132): Férias em região duriense, uma rota de aldeias vinhateiras (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 27 de Setembro de 2023:

Queridos amigos,
Já era tempo, como beneficiário dos Serviços Sociais da Administração Pública, de me meter numa excursão, 5 dias num autocarro para conhecer algumas aldeias vinhateiras, programa centrado em Tabuaço. No primeiro dia dizia-se que o almoço era livre, fomos lançados no Palácio de Gelo, em Viseu, andava nas entranhas deste gigantesco centro comercial e não me saía da mente o romance "A Caverna", de José Saramago, aqui só falta um tempo egípcio, a reconstituição da Batalha de Aljubarrota e da Guerra da Restauração, quanto ao mais tudo é possível. É o que Marc Augé chama o não-lugar, como uma estação ferroviária, um terminal de aeroporto, um espaço intermédio entre um sítio e um outro, sempre com funcionalidades, e no caso vertente prepondera a multifuncionalidade.. Daqui até Tabuaço há oportunidade de percorrer o Douro e os seus socalcos, um êxtase, um tempo magnífico, vinha à espera de ver as parras já acastanhadas, está tudo esverdeado, aqui e acolá quem vindima acena e nós correspondemos. E segue-se o primeiro passeio em Tabuaço, a vila é maltratada nos guias e nas referências a centros históricos, vinha a salivar para visitar o mosteiro românico de S. Pedro das Águias, faz parte da Rota do Românico, nada, em sua substituição na manhã seguinte o belíssimo passeio a Barcos, a igreja matriz é impressionante. Confesso que estou a gostar muito desta rota das aldeias vinhateiras.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (132):

Férias em região duriense, uma rota de aldeias vinhateiras (1)

Mário Beja Santos

Os funcionários públicos, no ativo ou reformados, podem ser beneficiários dos Serviços Sociais da Administração Pública. Há refeitórios, locais de convívio, ações de formação, programas de férias. Pela primeira vez inscrevi-me num turno de férias intitulado Rota das Aldeias Vinhateiras, saída de Lisboa para Tabuaço, visita a Barcos, Favaios, Trevões, S. João da Pesqueira, Salzedas, e no último dia voltar a flanar. Ida em camioneta de excursão da Mafrense, tempo de amesendar em Viseu num não-lugar e depois Tabuaço, um hotel com refeições e pernoita. À cautela, muni-me de um livro sobre vindimas de Miguel Torga, outro de João Araújo Correia, meti no saco o livro de fotografias sobre o Douro, da autoria de António Barreto, e andei a espiolhar os tesouros artísticos de Portugal. Já em Tabuaço, na Loja Interativa de Turismo apanhei um folheto sobre os centros históricos do Norte de Portugal, pouca coisa, uma referência à igreja matriz, propostas de visita ao Museu Abel Botelho, aldeia vinhateira de Barcos, e uma chamada curiosa a um relógio de nome Rijomax, considerado o relógio mais completo do mundo. Posto isto, começámos a percorrer a vila, tem um pouco mais a ver do que vem mencionado na brochura dos centros históricos do Norte de Portugal, como se procura exemplificar.

Edifício da Câmara Municipal, uma bela casa apalaçada, mete respeito, estou no jardim da Loja Interativa de Turismo, antes de entrar no edifício uma surpresa, vou mostrar.
Simples e tocante homenagem aos combatentes do concelho de Tabuaço, placa bem tratada neste espaço público
Cabeça de guerreiro de período da Idade do Ferro, granito, proveniente da freguesia de Vale de Figueira. Já percorri duas exposições de artistas locais, fico mais entusiasmado com esta cabeça de guerreiro, vou agora à antiga biblioteca de uma escola que foi criada para formar agricultores, obras de um filantropo local, Macedo Pinto, a biblioteca, conforme nos foi informado, tem um espólio apreciável de publicações ímpares, há estudiosos que vêm expressamente ao local para as apreciar; agora a biblioteca tem serviços camarários, mas as estantes perfilam-se, metem respeito, fazem parte de um ideal antigo de querer agricultores esclarecidos, lavradores cultos.
Estante da biblioteca onde se guarda o acervo de obras sobre agricultura, algumas delas de incalculável valor, obra do filantropo Macedo Pinto
A principal atração turística é o Rijomax, o tal relógio mais completo do mundo, obra de Amândio José Ribeiro que foi relojoeiro e ourives em Tabuaço, no ano em que faleceu vendeu o seu Rijomax à autarquia. O que nos diz a brochura atinente: “Rijomax é o nome dado pelo seu construtor ao exemplar de relojoaria mais completo, complexo, exótico e insólito que se conhece. O seu construtor levou mais de 28 anos a dar corpo ao seu extraordinário invento que tem deixado perplexos técnicos estrangeiros que se deslocam a Tabuaço para observarem tão misteriosa máquina. O relógio indicava os movimentos aparentes do Sol e da Lua, segundos, minutos, 24 horas, hora universal, hora lunar, assinala anos bissextos. Indicava o nascer e o pôr do Sol, quando crescem e decrescem os dias, assinalava o dia e a noite com escala diária de quantas horas e minutos têm o dia e a noite. Marcava os equinócios, os solstícios e as fases da Lua com luz que recebia do dito Sol. Indicava as semanas e os dias da semana; os meses, os dias dos meses e quantos dias faltavam para o fim do mês; os anos, os dias dos anos e quantos faltavam para o fim do ano, as estações e os dias das estações; os signos e os dias dos signos; os semestres, os trimestres e a indicação de em que dia da semana começa cada mês, e outra se o ano fosse bissexto; as datas das fases da Lua e a mudança de tempo. Tinha, ainda, indicação dos números do ciclo solar, do Número Áureo, da Epacta, letra dominical, as eras cronológicas, os dias da era de Cristo e os séculos. Assinalava os feriados, os dias dos Santos e as festas móveis, possuía barómetro, possuía termómetro e mostrador dos pontos cardiais. Despertava por música à escolha, por campainha, e acendia a luz a toda a hora desejada. Falava, dizendo quantas horas são e dava uma saudação em vocabulário religioso; tem, ainda, um aparelho que chamava o dono da casa.” E chama-se a atenção para outras curiosidades: Amândio José Ribeiro dedicou mais 16 mil horas de trabalho à formação do relógio, entre 1945 e 1973; possui mais de 16 mil algarismos e letras e 45 mostradores, e está programado para funcionar durante 10 mil anos. Olhei para isto tudo como boi para palácio, maravilhei-me, é certo, estou contente por conhecer o Rijomax e admiro quem o criou.
Amarinhando em direção aos céus, mesmo em frente à loja interativa de turismo de Tabuaço
Há, felizmente, renovação de casario com caráter, pena que as franjinhas lá para o telhado não sejam substituídas…
Fachada do Museu Abel Botelho, o autor de O Barão de Lavos, natural de Tabuaço e falecido em Buenos Aires
Que bom, ver uma casa típica restaurada a preceito, que utilidade terão hoje os sobrados?
Um restauro, com cuidados e desvelos

Regresso ao hotel, dez à mesa e self-service, adorei as entradas, a orelha de porco, o grão com lascas de bacalhau e as saladas, seguiu-se uma sopa de repolho, deliciosa, fingi que comi o prato principal, atirei-me às uvas. Já no quarto, fui estudar o programa da manhã seguinte, a aldeia vinhateira de Barcos, a igreja matriz é monumento nacional, recomenda-se a visita à Mata da Forca, à Casa da Colegiada, à Casa da Roda dos Expostos, ao antigo Paço do Concelho. Fico a saber que há aqui aldeias vinhateiras que foram sede de concelho, como é o caso de Favaios, que visitaremos à tarde. Ainda espero em Tabuaço visitar templo religioso que consta da rota do românico, o mosteiro românico de São Pedro das Águias, regressarei a Lisboa frustrado, preferiram levar-nos ao Miradouro do Fradinho, 350 degraus para cima e outros tantos para baixo, vista esplêndida, o Fradinho nada tem de especial, foi uma das desolações do programa.
Altar-mor da Igreja de Barcos
Pormenor do teto da Igreja de Barco
Outro pormenor do teto da Igreja Matriz de Barcos
Bem singela esta Sagrada Família

A igreja matriz de Barcos, ou de Nossa Senhora da Assunção, é um templo de origem medieval em torno do qual se desenvolveu o povoado. A igreja é romano-gótica, tem planta retangular, de nave única e uma capela-mor maneirista, conheceu intervenções, como é óbvio, mas mantém vários elementos da construção original, como os portais, o remate em cachorrada da nave, os arcossólios no seu interior, silhares com marcas de canteiros e cachorros românicos na sacristia. No interior são dignos de menção a cobertura de maceira na nave e em falsa abóbada de berço de madeira, com caixotões pintados na capela-mor. É uma verdadeira beleza. A parede da capela-mor encontra-se revestida por azulejos originais com ornamentos vegetais de azul sobre fundo branco. Vale ainda a pena referir que na cobertura os caixotões (em número de 28) guardam pinturas alusivas à vida de Cristo e da Virgem.
Depois houve passeio a esta aldeia que foi concelho em 1263 e 1855, há edificações medievais, modestas casas de cariz vernacular. Enfim, voltaria sem dificuldade amanhã a Barcos. Segue-se almoço e guarda-se silêncio sobre o que vem a seguir.

(continua)

____________

Nota do editor

Último poste da série de 2 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24909: Os nossos seres, saberes e lazeres (603): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (131): Querubim Lapa, mago da cerâmica azulejar, mas irrefutável pintor e desenhador neorrealista (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24933: Convivos (975): Tabanca de Faro: 7.º almoço-convívio dos ex-combatentes do concelho de Faro na Guiné-Bissau, em 18/11/2023 (José Anónio Viegas)







Faro > Tabanca de Faro > 18 de novembro de 2023 > 7.º almoço-convívio dos ex-combatentes do concelho, que passaram pelo TO da Guiné

Fotos (e legenda): © José Manuel Viegas (2023). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso veterano José António Viegas 
(ex-fur mil do Pel Caç Nat 54, Enxalé, Missirá, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68;  um dos animadores das tabancas algarvias; tem  57 referências no blogue):

Data - sexta, 8/12/2023, 19:17

Assunto - 7.º almoço da Tabanca de Faro

Realizou-se o 7.º encontro da Tabanca de Faro no dia 18 de Novembro, com uma presença muito razoável.

Depois de se ter realizado a cerimônia junto ao monumento dos Combatentes caídos nas 3 frentes, seguiu-se o almoço no Hotel Aeromar, na Praia de Faro.

Ab,
Zé António Viegas
__________

Nota do editor:

Último poste da série de 11 de outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24747: Convívios (974): Rescaldo do XXVIII Convívio dos Antigos Combatentes da Guiné, da freguesia de Guifões - Matosinhos, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro em Baião (Albano Costa)

Guiné 61/74 - P24932: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte III: Primeiro, Santo Tirso, a seguir, Portalegre e logo... Santarém (onde fiz a minha formação pedagógica)


Santarém > Escola Industrial e Comercial de Santarém >  c. 1978/79 > "A nossa obra maior: Um 'supercomputador'...  Com esta mesa didática (construída de raiz por estes 5 “estarolas” ) se simulavam todas as operações em instalações elétricas.




Santo Tirso > c. 1975/76 > Foto de grupo:  o Joaquim Costa (algures) mais os seus colegas professores (e destes, quantos não terão passado também pela Guiné?!)

Fotos (e legendas): © Joaquim Costa (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.Continuação da nova série do Joaquim Costa:, "E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas"... (*)

(i) ex-fur mil at armas pesadas inf, CCAV 8351, "Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74);

(ii) membro da Tabanca Grande desde 30/1/2021, tem cerca de 7 dezenas de referências no blogue;

(iii) autor da série "Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74)" (de que se publicaram 28 postes, desde 3/2/2021 a 28/7/2022) , e que depois publicou em livro ("Memórias de um Tigre Azul - O Furriel Pequenina", por Joaquim Costa; Lugar da Palavra Editora, 2021, 180 pp);

(iv) tirou o curso de engenheiro técnico, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto;

(v) foi professor do ensino secundário, tendo-se reformado como diretor da escola secundária de Gondomar;

(vi) minhoto, de Vila Nova de Famalicão , vive em Rio Tinto, Gondomar;

(vii) tem página no Facebook.


E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa)  - Parte III:  

Primeiro, Santo Tirso, a seguir, Portalegre,  e logo... Santarém (onde fiz a minha formação pedagógica)


Depois de Portalegre segue-se Santarém, para fazer a minha formação pedagógica na Escola Industrial e Comercial de Santarém (c. 1978/79, LG).

Era um CF constituído por professores de várias formações e grupos disciplinares.
Reconheço que foi um ano muito enriquecedor. Formadores de excelente qualidade, grande camaradagem e entreajuda com os mais de 30 estagiários oriundos de todo o país, com muitos jantares (muita sopa da pedra) em conjunto já que a maioria só regressava a casa ao fim de semana. 

Aqui se estudou até à exaustão a Teoria Cognitiva de Piaget e a taxonomia dos objetivos educacionais de Bloom (Taxonomia de Bloom).

Os seis elementos do meu grupo disciplinar, no qual se incluía o orientador, eram todos do Porto e viviam na mesma casa. Mais parecia uma segunda recruta.
Foi um ano de muito trabalho, com muita colaboração, mas também alguma competição. A nota final do estágio podia ditar, no concurso para efetivo, ficar longe ou perto de casa. O trabalho começava às oito da manhã e muitas vezes só terminava de madrugada.

Poucas vezes jantávamos fora já que o ordenado era curto, como tal o jantar era feito em casa. Cada um tinha a sua especialidade: mm sabia cozinhar, outro tinha jeito para as compras, outro para as limpezas (as casas de banho era rotativo) e quem não tinha jeito para nada lavava a loiça.

O especialista da cozinha não deixava nada ao acaso, pois na quantidade de água no arroz, do tempo de cozedura ou quantidade de sal utilizava sempre uma fórmula matemática com o auxílio de uma régua de cálculo (os engenheiros gostavam mais das réguas de cálculo do que das primeiras "texas").

Este foi um ano em que o arroz faltou em quase em todo o país pelo que o especialista das compras, por sugestão do merceeiro, levou arroz integral. O cozinheiro aplicou a fórmula habitual para a quantidade de água, tempo de cozedura e quantidade de sal. Já o bife tinha "voado" e o arroz ainda não tinha chegava à mesa, pelo que, fomos à cozinha ver o que se estava a passar com o cozinheiro. Vimo-lo todo vermelho, com o suor a cair-lhe da testa dentro da panela e a régua de cálculo feita em pedaços no chão num canto da cozinha. Quanto mais água punha na panela mais ela desaparecia e o arroz sempre duro...

Um belo dia comemos na cantina algo que não nos caiu bem, pelo que decidimos fazer para o jantar uma canja de galinha. O cozinheiro colocou tudo na panela, aplicando as suas fórmulas com a ajuda da régua de cálculo (já colada com fita cola) e foi arejar um pouco já que se sentia um pouco indisposto. Os restantes elementos começaram a mexer a canja e (sem régua de cálculo) concluíram que a porção das pevides de massa era muito pouca pelo que a cada "mexidela" lá ia mais um mão cheia de pevides para a panela. 

Quando o cozinheiro chegou, gritou furioso: "quem esteve a mexer na panela? Vão ser todos obrigados a comer esta mistela!"

 E assim foi, todos comemos a canja de galinha às fatias e de faca e garfo.

Como fazíamos várias noitadas na escola, fomos avisados por colegas mais antigos que o guarda noturno, para além de uma grande pancada, fazia a ronda sempre de pistola (#), pelo que o devíamos informar sempre que ficássemos a trabalhar até de madrugada. Assim sempre fizemos. Contudo, numa altura em que se estava a esgotar o tempo para apresentar um trabalho de equipa, pedimos a chave ao chefe dos funcionários para trabalharmos na escola num dia feriado. Era nossa intenção trabalhar só da parte da manhã, mas a coisa complicou-se e arrastou-se pela noite dentro.

Embrenhados no trabalho nem nos lembramos do guarda noturno. Era uma da manhã quando ouvimos passos ao longe, ficamos brancos como um fantasma, pois o homem caminhava na nossa direção como nos filmes de terror. Ficamos sem saber o que fazer. Se gritássemos,  assustávamos o homem e ainda levávamos um balázio, se não nos dessemos a conhecer a coisa ainda poderia piorar. 

Entretanto ouve-se um tiro (##) e,  ato contínuo, todos começamos a gritar (eu fui o único que se deitou no chão - ainda reflexos dos tempos de Guiné): "Somos nós, Sr. João, não dispare pelo amor de Deus!". 

O homem lá nos reconheceu, também ficou aliviado, mas nós ficamos sem conseguir falar durante uns bons minutos.

Joaquim Costa
____________

Notas do autor:

(#) Todas as escolas, mais antigas, ainda têm no seu inventário uma pistola e um carregador cheio de balas, guardado a sete chaves no cofre (fala quem sabe!)

(##) O homem de facto usava a pistola carregada e pronta para disparar, mas o tiro foi de uma pistola de feira, de fulminantes, que também usava como primeira abordagem à situação.
____________


Vd. também poste de 20 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24865: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte I: Santo Tirso, o dono da "tasca"

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24931: Notas de leitura (1647): O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 5 de Dezembro de 2023:

Queridos amigos,
Quanto mais se aprofunda o caudal de acontecimentos ocorridos no tempo da governação Arnaldo Schulz mais cresce a convicção da injustiça que a historiografia comete observando infundada e repetidamente que tudo quanto se passou antes da chegada de Spínola foi um encadeado de negligências e decisões mal tomadas. Veja-se neste episódio que hoje ponho à vossa consideração as dificuldades em ter meios aéreos suficientemente capazes para fazer contraponto à intensidade da guerrilha: os nossos esperados aliados recusavam equipamento, era o seu modo de dizer que não contassem com eles para a nossa guerra em África; e a péssima relação estabelecida entre a retaguarda e a frente, nada a tempo e horas; e como os autores relevam, tudo se escrevia de Bissau para Lisboa, ninguém ignorava que tínhamos equipamentos obsoletos e que o PAIGC gradualmente nos ia passando a perna, até chegarmos aos dramas de 1973 e à incapacidade de resposta, basta recordar que não tínhamos arma compatível com o morteiro 120. Mas a historiografia mantém o mantra de que foi necessário chegar Spínola para pôr tudo em ordem...

Um abraço do
Mário



O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974
Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (2)


Mário Beja Santos

Deste segundo volume d’O Santuário Perdido, por ora só tem edição inglesa, dá-se a referência a todos os interessados na sua aquisição: Helion & Company Limited, email: info@helion.co.uk; website: www.helion.co.uk; blogue: http://blog.helion.co.uk/.

Contracapa do segundo volume

Capítulo 1: Um Comando “Desconfortável”

Recapitulando as questões-chave enunciadas pelos autores no início da sua obra, torna-se evidente que tanto o Comandante-Chefe como o Comandante da Zona Aérea tinham a noção exata que nos meios aéreos postos à disposição da frente da Guiné eram poucos e de funcionamento deficiente, eles relevam a questão das peças de substituição que chegavam tardiamente, a despeito de pedidos sucessivos, e o exemplo mais flagrante é dado pelo Dakota, havia três, mas só um em pleno funcionamento. E a questão dos recursos humanos também se revelava crucial.

De 1966 a 1967, a Zona Aérea só podia contar com 40 pilotos para preencher 52 lugares na tripulação, e mesmo assim era uma melhoria significativa relativamente a 1963. “Dada a intensa atividade naquele teatro” informava Schulz o Ministro da Defesa, Manuel Gomes de Araújo, em março de 1967, “a falta de pilotos implica um desmesurado trabalho para os operacionais”. Esta escassez de pessoal devia-se a mau planeamento, cronogramas de rotação inoportunos e uma relutância geral entres os pilotos para se voluntariarem para o serviço na Guiné, tudo conjugado com más remunerações.

A Zona Aérea protestava sistematicamente com a falta de aeronaves adequadas. Os oficiais superiores queixavam-se repetidamente do escasso potencial de transporte de helicópteros, da falta de uma plataforma para ataque rápido, transporte aéreo inadequado para aquele teatro de operações e uma anémica capacidade de bombardeamento. A grave deficiência notada sobre as hélices foi resolvida com a introdução do helicóptero Alouette III, foram atribuídos à Zona Aérea, em março de 1966, em número de nove. No tocante ao transporte aéreo de asa fixa na Guiné, as forças portuguesas enfrentaram uma contradição operacional peculiar. O pequeno tamanho da Guiné, com a prevalência de florestas e pântanos, com fortes chuvas sazonais e inundações de marés, obrigavam as forças portuguesas a confiar nos meios aéreos, tanto para os transportes como para as operações. Na estimativa do Coronel Abecasis, o transporte aéreo era a única opção em 85% do território, a disponibilidade de meios existentes ficava aquém das necessidades, eram elementos que constaram do relatório do comandante militar em outubro de 1966, o que significava que as operações de reabastecimento não podiam ser realizadas com a devida oportunidade devido à falta de capacidade de transporte aéreo, o que exigia ao fretamento de aeronaves civis; na verdade, a Zona Aérea recrutava rotineiramente aviões dos Transportes Aéreos da Guiné Portuguesa, até se ter encontrado uma solução com a compra de aeronaves de transporte Noratlas, mas só ficaram disponíveis a partir de 1971; por isso, as tropas portuguesas tinham que confiar na variedade de embarcações de carga, para além da imprescindível colaboração dos meios da Marinha.

Igualmente preocupante era o facto do C-47 Dakota ter recebido a tarefa adicional de colaborar em bombardeamentos. De 1965 a 1966, os três Dakotas, equipados com suporte de armas improvisados e uma mira rudimentar foram utilizados como bombardeiros noturnos em operações, como foi o caso da Operação Resgate de 1965. A despeito de todos os esforços, a escassez de opções para usar meios de ataque era notória. E esta deficiência tornou-se mais evidente quando forem retiradas duas aeronaves de patrulha marítima P2V-5 Neptune; estes aviões, também usados como bombardeiros improvisados voltaram para Portugal em 1966 por exigências norte-americanas. Para restaurar esta capacidade, Lisboa procurou adquirir 25 bombardeiros médios English Electric Canberra B.2, que o Governo britânico recusou vender quando Lisboa se recusou a garantir que os bombardeiros não seriam usados nos seus conflitos coloniais. Portugal procurou obter nos EUA 24 bombardeiros B-26 Invader, excedentes da Segunda Guerra Mundial, também Washington recusou devido às suas próprias restrições sobre a venda de armas em Lisboa. Procurou-se através de um fornecedor privado norte-americano comprar aeronaves, 7 D-26 foram entregues a Portugal, mas a operação foi interrompida pelas autoridades dos EUA, só 2 foram usados na Guiné e apenas durante escassos meses.

Em consequência desta incapacidade de adquirir bombardeiros médios, a Zona Aérea ficou dependente de caças táticos e aeronaves de ataque ligeiro no seu esforço ofensivo, a questão mais aguda que se punha no início de 1966 era a falta de uma plataforma de jatos para ataques rápidos. No início da guerra, três anos antes, o Comando Aéreo pôde empregar até 8 caças F-86F Sabre e T-6 Texan, mas em 1964 venceu a pressão norte-americana para retirar os F-86F, o que deixou o lento e antiquado T-6 como o único recurso de ataque rápido ao dispor da Zona Aérea, Schulz tinha a noção da importância do Comando Aéreo na sua estratégia, nomeadamente a capacidade da FAP a fornecer apoio de fogo às forças de superfície, ele concordava com os comandantes aéreos que os T-6, por si só, eram insuficientes para estas missões. O T-6 teve a sua origem na década de 1930, não foram concebidos como aviões de guerra, não tinham a blindagem, tanques de combustível autovedantes e outras características de aeronaves de combate. Em 1964, já se reconhecia que os T-6 se revelavam cada vez mais vulneráveis face à melhoria constante dos dispositivos antiaéreos do inimigo, como Schulz revelou ao Ministro da Defesa, Gomes de Araújo.

Os pilotos portugueses reclamavam quanto às metralhadoras do T-6 que frequentemente ficavam encravadas devido à idade e ao desgaste, isto enquanto o inimigo, conhecedor da velocidade lenta da aeronave barulhenta, sabia como quebrar o contacto com as nossas forças antes dos T-6 chegarem ao local. No outono de 1966 limitava-se a utilização do T-6 em missões de escolta, dando apoio às colunas terrestres e ao tráfego fluvial, faltava uma aeronave adequada para fazer temer o PAIGC nas emboscadas e outros ataques de bate e foge.

Para resolver a lacuna na capacidade ofensiva, procurou-se adquirir variantes de F-86, construídas no Canadá. A Luftwaffe, da Alemanha Ocidental, tinha recentemente retirado a Canadair CL-13 Sabre Mk.6 substituindo-os por F-104. Ciente destas conversações, Washington mostrou-se inflexível e fez de lobby para impedir o seu uso na África portuguesa, e mesmo o Canadá manifestava relutância em satisfazer o pedido português: o Canadá recusou a venda apesar das garantias portuguesas que a aeronave “deveria ser utilizada em território português e estrita e exclusivamente em missões defensivas”. Ainda se pensou em afetar à Base de Bissalanca os F-86 sediados em Monte Real, mas considerou-se que tal medida abriria hostilidades com os EUA. A FAP procurou recorrer novamente à República Federal da Alemanha para remediar o seu défice de caças de ataque. Como parte de um acordo com Bonn, Lisboa negociou o uso da Base Aérea n.º 11 (Beja) à Luftwaffe. Adicionalmente, foi proposta a compra de novos caças leves Fiat G.91-R4 fabricados sob licença na Alemanha Ocidental. Tratava-se de uma aeronave originalmente destinada para a Grécia e a Turquia, fora rejeitada por essas nações que preferiam o design norte-americano, e foram oferecidos a Portugal a um preço vantajoso, acordado em 8 de outubro de 1965. Como parte do esforço de aquisição, denominado Projeto Feierabend, nove pilotos da FAP e um contingente de pessoal de manutenção foram tirar um curso na Alemanha, antes da chegada dos primeiros oito G.91. No final de março de 1966, as primeiras quatro aeronaves mandadas chegaram à Guiné por mar, e o no dia 6 de maio, o Tenente-Coronel Hugo Damásio testou o primeiro Fiat na Base Aérea n.º 12. Em meados do verão, 7 G.91 estavam já montados e um oitavo ficou ao serviço em novembro.

General Venâncio Deslandes, secretário-adjunto do secretário-geral da Defesa Nacional, ao tempo (Arquivo do Ministério da Defesa)
Espaldões da Base Aérea N.º 12 (Arquivo Histórico da Força Aérea)
Vista aérea da Base Aérea N.º 12 em meados da década de 1960 (Coleção de José Nico)
Um Noratlas pertencente à Esquadra 92 “Os Elefantes”, sediada em Angola (Coleção Chris England)
Um Dakota (Coleção Virgílio Teixeira)
Um P2V-5 Neptuno e um F-86 Sabre na Ilha de Sal, Cabo Verde (Coleção Touricas)

(continua)
____________

Notas do editor:

Poste anterior de 1 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24905: Notas de leitura (1640): O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (1) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 8 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24930: Notas de leitura (1646): Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (1931-1939) - Parte VI: A maioria dos colaboradores eram militares e administradores coloniais, além de escritores

Guiné 61/74 - P24930: Notas de leitura (1646): Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (1931-1939) - Parte VI: A maioria dos colaboradores eram militares e administradores coloniais, além de escritores





Lourenço Marques, c. 1930 > "Ontem e hoje"...


Lourenço Marques > 1930 > O S.S. "Durham Castle" carregandoo primeiro embarque de frutas, na ponta-cais do novo armazém frigorífico de Lourenço Marques

Fonte: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 3,  dezembro de 1932, pp. 62-63


1. Quem eram estes homens (e uma ou outra mulher, como a escritora  e "africanista" Maria Archer, 1899-1982) que colabravam no Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, e que nos seus escritos defendiam a política colonial republicana e mostravam um entusiasmo incontido pelo futuro de Angola e Moçambique ? 

O investigador brasileiro Marcelo Assunção (#) deu-se ao trabalho, na sua tese de doutoramento, de procurar identficá-los e listá-los pelas suas funções ao tempo da República (derrubada pelo golpe militar de 28 de Maio de 1926) e pela sua profissão. Na sua amostra, tem a seguinte composição (n=82)
  • 13administradores;
  •  6 militares;
  •  36 escritores;
  • 18 administradores e militares;
  •  5 administradores e escritores
  •  0 militares e escritores
  •  4 administradores, militares e escritores
Vê-se que havia uma forte proporção de  militares ou/e gestores coloniais entre os sócio-correspondentes da Sociedade:

 "A maioria escrevia sobre o mundo colonial a partir das suas próprias experiências nas colónias."

"Diversos membros da Sociedade faziam parte não só de organizações colonialistas responsáveis pela produção de um saber colonial defensor do Império, mas também estiveram na vanguarda, ainda em tempos da República, do processo de pacificação e de campanhas militares (...).

"Norton de Matos, João de Almeida, J. R. da Costa Júnior, Paiva Couceiro e outros militares que participaram ativamente desses processos foram membros e publicavam diversos artigos no Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (...). Mesmo aqueles que não participaram diretamente das campanhas militares,  foram em sua maioria gestores responsáveis por funções estratégicas na instauração de infraestruturas, visando a modernização das colónias entre os anos 1910-30." (Assunção, 2017, pp. 16/17).


Henrique Galvão (Barreiro, 1895 - São Paulo, 1970): "Licenciado em Matemática, antigo Governador do Distrito da Huila, antigo Diretor das Feiras de Amostras de Luanda e Lourenço Marques, Diretor da Exposição Colonial do Porto (1934)".



Exposição colonial do Porto, 1934: "uma aldeia lacustre da Guiné"


Exposição colonial do Porto, 1934:  "Uma visiat de Sua Excia. o Snr. Doutor Armindo Rodrigues Monteiro, digníssimo Ministro das Colónias, e de sua comitiva, durante as obras da Exposição:


Alguns ddos colaboradores do Boletim eram escritores brasileiros como José Lins do Rego (1901-1957) ou Gilberto Freyre (1900-1987). Outros são homens que vão continuar a colaborar com o Estado Novo, como Armindo Monteiro (1886 - 1955)  (ministro das Colónias,1931-1935; embaixador de Portugal em Londres, 1937-1943), Henrique Galvão, Craveiro Lopes (presidente da República, 1951-1958), etc., mesmo que depois se tenham afastado de Salazar, ou entrado em rota de colisão com o regime, como foi o caso de Henrique Galvão que, enquanto deputado por Moçambique, à Assembleia Nacional, denunciou o trabalho forçado, em 1947.

O Boletim começou a sofrer pressões por parte do Estado Novo, logo em 1935, acabando por ser inviablizado em 1939. Era de distribuição gratuita, sendo financiado pela publicidade e outras receits.  Os anunciantes eram brasileiros e portugueses (incluindo, por exemplo, as empresas de navegação).

O  regime de Salazar, para garantir o monopólio do discurso sobre as colónias e a política colonial, acabou por estrangular e silenciar o Boletim:  dificuldades consulares,  recusa em financiar iniciativas de propaganda colonial, no Brasil, pressão sobre os anunciantes, ordem do ministério do interior aos CTT para  apreender todos os exemplares do Boletim que chegavam a Portugal, com o argumento de que, sendo uma publicação periódica, de  cariz político, estava sujeito à censura prévia...

Tabela dos colaboradores do Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (##)

 

Colaboradores

Vinculo com a Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro – Profissão

 

Profissão e informações biográficas (###)

 

 

 

António Augusto Dias

Autor de artigo no boletim

Antigo Membro do Conselho Provincial de Angola

 

António Augusto Miranda

 

Sócio-Correspondente, Autor de artigo no boletim

 

Escritor

António de Sousa Amorim (também chamado de “António de Balfruda”)

1° Secretário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, Editor do Boletim, Autor de Artigo

Jornalista, Escritor

António Maria Godinho

Autor de artigo no boletim

Escritor

António Vicente Ferreira

Socio-Correspondente, Autor de artigos

Antigo Alto Comissário de Angola, Antigo Ministro das Finanças, Antigo Deputado, Membro do Instituto Colonial Internacional, Membro do Instituto Colonial Belga, Professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Militar, Escritor

Armindo Monteiro

Autor de artigo no boletim

Ministro das Colónias, Administrador Colonial, Militar

Arnaldo Cândido Veiga

Autor de artigo no boletim

Escritor, Médico

Artur Ramos

Autor de artigo no boletim

Etnólogo, Antropólogo, Escritor

Augusto Casimiro

Socio-Correspondente, Autor de artigos e de um livro sob o selo da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro

Militar, Antigo Governador do Congo, Antigo Secretário Provincial e Encarregado do Governo de Angola, Escritor e poeta

Armando Marques Guedes

Autor de artigo no boletim

Diretor de “O Primeiro de Janeiro”, Antigo Ministro das Finanças, Professor da Universidade Técnica de Lisboa

Brito Nascimento

Autor de artigo no boletim

Juiz de Direito

Caetano Gonçalves

Autor de artigo no boletim

Advogado, Escritor

Carlos Coimbra

Autor de artigo no boletim

Escritor, Historiador

Carlos Leal

Autor de artigo no boletim

Ator, Escritor

Carlos Malheiro Dias

Autor de artigo no boletim

Historiador, Escritor

Conde D’Aurora

Autor de artigo no boletim

Juiz do Trabalho, Escritor

Conde de Penha Garcia

Autor de artigo no boletim

Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, Diretor da Escola Superior Colonial, Membro do Instituto Colonial Internacional, Antigo Ministro das Finanças

Craveiro Lopes

Autor de artigo no boletim

Militar (General), Governador Geral do Estado da Índia

Delfim Costa

Autor de artigo no boletim

Alto Funcionário do Ministério das Colónias, Antigo Deputado

Diego Macedo

Autor de artigo no boletim

Escultor, Museólogo, Escritor

Domingo Cruz

Autor de artigo no boletim

Militar (Oficial da Armada), Antigo Deputado

Duarte leite

Autor de artigo no boletim

Escritor, Historiador, Diplomata

Edison Carneiro

Autor de artigo no boletim

Etnólogo, Antropólogo e escritor

Eduardo de Azambuja Martins

Autor de artigo no boletim

Militar (Coronel), Oficial do Estado Maior, Comandante do Regimento de Infantaria N°11

Eduardo Ferreira Viana

Autor de artigo no boletim

Governador Geral de Angola, Militar

Evaristo Moraes

Autor de artigo no boletim

Historiador, Escritor, Advogado

F. Alves Azevedo

Autor de artigo no boletim

Diplomado pela Escola Superior Colonial, escritor e publicista

Francisco das Dores Gonçalves

Diretor do Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, Autor de artigo no boletim

Jornalista, Escritor

Francisco Pinto da Cunha Leal

Autor de artigo no boletim

Engenheiro, Militar

Francisco Veloso

Autor de artigo no boletim

Advogado, Escritor, Gestor Colonial

Gabriel de Medina Camacho

Autor de artigo no boletim

Militar (Oficial da Armada), Antigo Ministro da Marinha e das Colônias


Gastão de Sousa Dias

Autor de artigo no boletim, Membro e Representante da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro em Angola

Militar (Oficial do Exercito), Professor do Liceu Nacional de Huila, Escritor

Gilberto Freyre

Autor de artigo no boletim

Antropólogo, Historiador, Escritor


Henrique Galvão

Autor de artigo no boletim

Militar (Tenente), Diretor da Revista Portugal Colonial, Governador de Huíla

Henrique Pires  Monteiro

Autor de artigo no boletim

Militar (Coronel do Estado Maior), Antigo Ministro do Comércio e Comunicações, Deputado, Membro da Revista Militar

Hugo Rocha

Autor de artigo no boletim

Jornalista, Escritor


Ismael Costa

Autor de artigo no boletim

Antigo Colono e publicista

J. M. Sarmento 

Beires

Autor de artigo no boletim

Diretor da “Seara Nova”, Antigo Oficial do Exército, Engenheiro

J. R. da Costa 

Júnior

Membro e Representante da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro em Portugal, Autor de artigo no boletim

Militar (Major), Escritor


Jacinto José Nascimento

Autor de artigo no boletim

Militar (Major), Diplomado Pela Escola Superior Colonial, Diretor da “Revista Militar”

Jacinto Perreira Martins

Autor de artigo no boletim

Delegado de Saúde Pecuária

Jenipro da Cunha

de Eça

 

Sócio-Correspon-dente, Autor de artigo no boletim

Militar (Coronel), Antigo Vice-Presidente do Conselho do Governo de Angola, Antigo Encarregado do Governo Gera de Angola, Antigo Chefe do Estado de Angola

 

João Mimoso 

Moreira

Autor de artigo no boletim

Escritor

Joaquim António 

da Silva Félix

Autor de artigo no boletim

Militar (Oficial do Exército), Agricultor

Joaquim Saldanha

Autor de artigo no boletim

Administrador

José Crespo

Autor de artigo no boletim

Médico, Escritor, Membro do Instituto Histórico do Minho

José de Nascimento Jacinto

Autor de artigo no boletim

Militar (Major), Diplomado Pela Escola Superior Colonial, Diretor da “Revista Militar”

José de Sousa Faro

Autor de artigo no boletim

Antigo Governador Geral de Angola, Antigo Governador de São Tomé e Príncipe

José Gonçalves

Autor de artigo no boletimMilitar (capitão)

José Lins

do Rego

Autor de artigo no boletim

Escritor, Romancista

José Osório de

Oliveira

Autor de artigo no boletim

Escritor, Gestor Colonial, Chefe da Divisão de Propaganda da Agência Geral das Colônias

José Pereira

Barbosa

Autor de uma carta para o boletim

Governador do Distrito de Moçâmedes, Administrador Colonial


Júlio Lemos

Sócio-Correspondente, Autor de artigo no boletim

Historiador, Secretário do Instituto Histórico do Minho, Membro da Real Academia Galega, Membro da Academia de Estudios Historico Sociales

Leão Ramos

Membro Honorário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (Patrono) Autor de artigo no boletim

Escritor

Luís Augusto Ferreira Martins

Autor de artigo no boletim

Militar (General), Antigo Diretor da Escola Central de Oficiais, Presidente da Comissão dos Padrões da Grande Guerra, Escritor

Luís Fonseca

Autor de artigo no boletim

Engenheiro Civil


Luiz António de Carvalho Viegas

Autor de artigo no boletim

Governador da Guiné, Militar

Manuel Alves Correia

Autor de artigo no boletim

Padre, Missionário, Escritor

Manuel Pereira Figueira

Autor de artigo no boletim

Chefe do Gabinete do Ministério das Colónias

Manuel Peres

Autor de artigo no boletim

Historiador, Escritor, Diretor do Observtório Meteorológico da Ajuda de Lisboa, Escritor, Colonialista


Márcio Pimentel Ermitão

Autor de artigo no boletim

Militar (Capitão de Infantaria), Advogado

 

Maria Archer

Autora de artigos no boletim

Escritora, antropóloga e etnóloga.

 

Mário de Andrade

Autor de artigo no boletim

Escritor

 

Mário Gonçalves Viana

Autor de artigo no boletim

Jornalista, Advogado, Escritor

 

Monteiro Grilo

Autor de artigo no boletim

Diretor dos Serviços de agropecuária de Quelimane

Moreira Guimarães

Autor de artigo no boletim

Militar, Engenheiro, Professor


Nascimento Moura

Autor de artigo no boletim

Publicista, Diplomado Pela Escola Superior Colonial

Norberto Gonzaga

Autor de artigo no boletim, Membro da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro

Escritor, Historiador

Norton de Matos

Membro Honorário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (Patrono), Autor de artigo no boletim

Militar, Antigo Governador e Alto Comissário de Angola

Nuno Simões

Membro Honorário da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro (Patrono) Autor de artigo no boletim

Advogado, Escritor, Antigo Diretor da “Revista Atlântida”


Paulo Braga

Autor de artigo no boletim

Escritor, Jornalista

Renato Mendonça

Autor de artigo no boletim

Professor, Linguista, Escritor

Ricardo Severo

Autor de artigo no boletim

Militar (Capitão), Governador de São Tome e Príncipe

Rodrigo de Abreu Lima

boletim – Antigo Deputado, Ex-Secretário

Antigo Deputado, Ex-Secretário da Província do Interior de Angola

Ruela Pombo

Autor de artigo no boletim

Etnólogo, Missionário, Diretor da revista “Diogo Cão”


Salestiano Correia

Autor de artigo no boletim

Militar (Tenente-Coronel)

Serafim Lopes Rodrigues

Autor de artigo no boletim

Engenheiro Civil, Antigo Colono de Angola

Souza Melo

Autor de artigo no boletim

Escritor

Tito D’Albergaria

Autor de artigo no boletim

Administrador

Theóphilo Duarte

Autor de artigo no boletim

Militar (tenente)

Vicente Henrique de Varela Soares

Autor de artigo no boletim

Militar (Alferes de Infantaria)

Virgílio Saraiva

Autor de artigo no boletim

Escritor


(#) Fonte: Considerações finais. In: ASSUNÇÃO, Marcelo, F. M. - A sociedade luso-africana do Rio de Janeiro (1930-1939): uma vertente do colonialismo português em terras brasileiras. 2017. 324 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017, pp. 321/323.

Disponível em formato pdf em: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/6960

(##) O autor, Marcelo Assunção (#), só cita os  que usou no seu trabalho, a lista seria muito maior se fossem colocados todos.

(###) Essas informações foram coletadas não só no boletim, mas também em sites e links de revista, a saber: 

(Seleção, revisão e fixação de texto, negritos: LG) (com a devida vénia...)
___________