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terça-feira, 25 de abril de 2023

Guiné 61/74 - P24249: Efemérides (386): Homenagem aos combatentes do concelho da Lourinhã, no dia 25 de Abril de 2023


Foto nº 1

Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5

Lourinhã > 25 de Abril de 1974 > 10:00> Monumentos aos Combatentes do Ultramar > Homenagem aos combatentes do concelho que passaram pelos três teatros de operações da guerra do ultramar / guerra colonial, dos quais 20 faleceram em combate. Os seus nomes foram evocados pelo nosso camarada e amigo Jaime Bonifácio Marques da Silva (Foto nº 2). Um coroa de flores foi depositada na base do monumento. Usaram da palavra o presidente da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste o camarada Castro (fotos nº 3 e 5) e ainda o presidente do município, João Duarte (foto nº 4). Na foto nº 5, à esquerda, o ex-alf mil José Levy Soeiro, que pertencia à CCAÇ 3, em rendição individual, ao tempo da batalha de Guidage (já o convidei a integrar o nosso blogue; natural de Lisboa, vive no concelho da Lourinhã há mais de 20 anos; é amigo do nosso camarada A. Marques Lopes)

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2023. Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:

Último poste da série> 23 de abril de  2023 > Guiné 61/74 - P24244: Efemérides (385): Convite para participação na homenagem aos antigos combatentes da guerra do ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, vivos e caídos em campanha, dia 29 de Abril de 2023, que contará com uma represenção do nosso Blogue

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22148: Efemérides (347): AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã, evoca os 47 anos da revolução do 25 de Abril e o final da Guerra Colonial (Jaime Silva, ex-alf mil, pqdt, BCP 21, ANGOLA, 1970/72)

O nosso  amigo e camarada Jaime [Bonifácio Marques da] Silva, natural de 
(e residente em) Lourinhã,  professor de educação física, aposemtado, 
e ex-autarca em Fafe, é membo da AVECO e da nossa Tabanca Grande;  
tem  mais de 6 dezenas de referências no nosso blogue.


AVECO evoca os 47 anos da revolução do 25 de abril 
e o final da Guerra Colonial,

por Jaime Silva (ex-alf mil paraquedista, BCP 21, Angola, 1970/72)


No dia 25 de abril 2021, pelas dez horas da manhã, um grupo de combatentes da Lourinhã comemorou os 47 anos da revolução de Abril e o final da Guerra Colonial.

O ato simbólico foi realizado junto ao monumento erguido em memória dos combatentes mortos na Guerra Colonial do concelho da Lourinhã, ato restrito a cerca de meia dezena de combatentes e alguns familiares, em virtude das restrições sanitárias impostas pelas DGS.

Usaram da palavra o Presidente da AVECO, Fernando Castro,  e Jaime Silva, ambos alferes milicianos que cumpriram uma comissão de serviço obrigatório em Angola.

No momento, foi realçada, não só a importância e o papel fundamental dos militares de Abril no derrube da ditadura e na implantação da democracia em Portugal, mas também reforçar como a revolução de Abril nos permite hoje, viver numa sociedade mais justa, aberta e desenvolvida, apesar das desigualdades sociais, particularmente para os mais pobres no acesso à saúde, educação, trabalho, cultura, desporto e lazer!

Mais ainda, foi relembrado como naquele tempo de ditadura a grande maioria da população do concelho vivia numa pobreza extrema a diversos níveis, por exemplo: os homens trabalhavam de sol a sol no campo, sem qualquer regalia ou apoio social; a jorna e a força dos braços era a única forma de sustento da família, sempre numerosa; os homens só ganhavam a jorna quando trabalhavam no campo e os invernos pareciam muito longos e chuvosos com largos períodos sem trabalho e sem “o pão para a boca” (como se dizia).


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos Combatentes do Ultramar >  2014 > Aspeto parcial do monumento, inaugurado em 2005

Foto (e legenda): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Ouvia-se muitas vezes as mulheres da aldeia dizer, quando falavam umas com as outras a lavar a roupa no rio:

- O “meu” já vai para um mês que só trabalhou três quartéis. Como é que a gente pode viver assim? Olha, vai para o “rol” da mercearia. O pior, é que, quando vendermos a seara, o ganho fica todo lá. Como é que os pobres podem levantar a cabeça! Estamos condenados!

Foi evocada a frase comum dos mais velhos quando perante a adversidade diziam: “o que é preciso é ter saúde e sorte, que Deus não dá tudo”, tal o estado de resignação da gente desafortunada!

 Na minha intervenção lembrei também, a propósito da atual crise provocada pela Covid - 19 que, por volta do ano de 1955, quando andava na escola, houve no concelho um surto de varíola (“bexigas doidas”, como era designado pelo povo). 

No Seixal, a minha aldeia, foi uma “arrazia”. Ocorreu até um episódio em que um dia o delegado de saúde do concelho da Lourinhã, Dr. José Carvalho, ali se deslocou para consultar uma criança nossa colega de escola, chamado pelo pai que era pescador e como pertencia ao sindicato dos pescadores, era o único que tinha direito a consulta médica para a filha. 

Entretanto uma mulher que, mal viu o médico entrar na casa do nosso vizinho, alertou as outras mães para a sua presença e mal o Dr. Carvalho ultrapassou a soleira da porta, foi confrontado com este alarido todo. Não teve outro remédio de, mesmo ali, e em plena rua, observar o estado das outras crianças, todas, já, em tronco nu. Eu fui uma delas! O médico foi embora… e as nossas mães lá nos continuaram a tratar com o único e milagroso remédio (o mercúrio crómio) que tinham às mãos para curar as “bexigas doidas”.

A segunda parte da cerimónia os combatentes evocaram o fim da Guerra Colonial e os seus longos e pesados treze anos de duração. Recordaram que mais de um milhão de portugueses foram mobilizados para combater em África e cujas consequências se saldou em mais de oito mil mortes, cento e vinte mil feridos, quatro mil estropiados e, estima-se que, cerca de cem mil combatentes ficaram a sofrer de stress pós traumático de guerra.

 Lembraram e nomearam todos os jovens do concelho da Lourinhã que tombaram durante a Guerra,  em Angola (9), na Guiné (6) e em Moçambique (5) e recordou-se, particularmente, o 1.º combatente da Lourinhã a morrer na guerra em consequência dos ferimentos que recebeu em combate. 

Trata-se do Soldado Atirador Joaquim Alexandre Neto Martins, natural dos Casais de Porto Dinheiro em 12.6.1961. Pertencia à Companhia de Caçadores n.º 105 do Batalhão de Caçadores n.º 96. Foi mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 7 em Leiria. Faleceu no Hospital Central de Luanda,  vítima de ferimentos em combate. Ficou sepultado no cemitério Novo de Luanda, uma vez que a “Pátria”, nessa altura, não suportava as despesas com a trasladação dos corpos, cabendo às famílias suportar esses custos.

A cerimónia encerrou com a colocação de uma coroa de flores junto ao Monumento e com a leitura de um poema de Manuel Alegre que cumpriu uma comissão de serviço como Alferes Miliciano no Norte de Angola e cuja mensagem traduz de uma forma sublime o que cada um de nós, combatentes em Angola, Guiné ou Moçambique, sentíamos naquele “tempo de combate”.

 "Nambuangongo meu amor” 

[por Manuel Alegre]


“Em Nambuangongo tu não viste nada
não viste nada nesse dia longo longo
a cabeça cortada
e a flor bombardeada
tu não viste nada em Nambuangongo.

Falavas de Hiroxima tu que nunca viste
em cada homem um morto que não morre.
Sim nós sabemos Hiroxima é triste
mas ouve em Nambuangongo existe
em cada homem um rio que não corre

Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto
em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece
em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu
não sabes mas eu digo-te: dói muito.
Em Nambuangongo há gente que apodrece

Em Nambuangongo a gente pensa que não volta
cada carta é um adeus em cada carta se morre
cada carta é um silêncio e uma revolta.
Em Lisboa na mesma isto é a vida corre.
E em Nambuangongo a gente pensa que não volta

É justo que me fales de Hiroxima.
Porém tu nada sabes deste tempo longo longo
tempo exatamente em cima
do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima
com a palavra morte em Nambuangongo” 
(e, acrescentaria eu, em Mueda, Guileje ou Gadamael).

Lourinhã, 27 de abril 2021

Jaime Silva


CONCELHO DA LOURINHÃ
RELAÇÃO DOS COMBATENTES FALECIDOS NA GUERRA DO ULTRAMAR
ANGOLA

NOMES
POSTO
FREGUESIA
FALECIMENTO
Joaquim Alexandre Neto Martins
Soldado
Ribamar/C.P. Dinheiro
12.06.1961
João Cláudio Fernandes
Soldado
Atalaia
05.07.1963
Leonel Lourenço dos Santos
Soldado
Marteleira
10.08.1963
João António Fonseca Martins
Soldado
Lourinhã
14.01.1964
Joaquim Domingos Santos Oliveira
Soldado
Reguengo Grande
24.05. 1964
Frutuoso Brás Ferreira
1.º Cabo
Reguengo Grande
30.08.1964
João dos Santos Correia
Soldado
Pena Seca
07.07 1970
Arsénio Bonifácio da Silva
Soldado
Seixal
04.09.1972
Henrique Luís Rodrigues
Soldado
Pena Seca
01.03.1973

MOÇAMBIQUE

NOMES
POSTO
FREGUESIA
FALECIMENTO
Manuel Filipe Henriques
1.º Cabo
Casal das Barrocas
02.10.1967
Henrique Lino Antunes Marques
Furriel
Marteleira
07.02.1968
Avelino augusto Corado
Soldado
Paço
30.10.1969
Jorge Maceira Santos
Soldado
Reguengo Grande
26.09.1970
Israel António Onofre
Alferes
Moita dos Ferreiros
11.01.1972

GUINÉ

NOMES
POSTO
FREGUESIA
FALECIMENTO
José António Canôa Nogueira
Soldado
Lourinhã
23.01.1965
José Henriques Mateus
Soldado
Areia Branca
09.07.1966
Albino Cláudio
Soldado
Ribamar
23.07.1968
Alfredo Manuel Martins Félix
Soldado
Toxofal
26.01.1970
Carlos Alberto Ferreira Martins 
Soldado
Toledo
15.04.1971
José João Marques Agostinho
1.º Cabo
Reguengo Grande
05.05.1973

Fonte: Jaime Silva (2014). vd. poste P13118

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Nota do editor:

Último poste da série> 25 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22035: Efemérides (346): No Dia Mundial da Árvore, lembrando o castanheiro do Barriguinho a que cheguei fogo involuntariamente (Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf)

sábado, 29 de junho de 2019

Guiné 61/74 - P19929: Convívios (904): AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, 7 de julho próximo, no Moledo, Lourinhã




Convite da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã. Corrija-se a ementa: onde se lê "Sebre-mesa: Arrôs doce" deve ler-se "Sobremesa: Arroz Doce". O convívio vai ser no Moledo, Lourinhã (*). O monumento aos combatentes do ultramar, ali erigido, data de 23 de janeiro de 2005 (**)

Contactos:

Rua dos Bombeiros Voluntários - Centro Coordenador dos Transportes - Piso 1 – Sala 2
2530-147 LOURINHÃ

Telef: 261469457

Correio electrónico: avecombatentes@gmail.com

Página do Facebook: Aveco - Lourinhã.




Lourinhã > Moledo > 2 de Agosto de 2010 > Passei por lá, numa manhã cinzenta de verão, mas gostei do monumento erigido em 2005, em terra que foi de amores ardentes mas perigosos e clandestinos, os de Pedro e Inês... Gostei do singelo monumento aos combatentes da(s) guerra(s) do ultramar, não apenas os mortos mas também os vivos... Não apenas os de Angola, Guiné e Moçambique... mas também os que passaram por Cabo Verde, durante a II Guerra Mundial, e mais tarde pela Índia (e a propósito, em Dezembro de 2011, farão 50 anos a invasão e a ocupação, por tropas da União Indiana, dos territórios de Goa, Damão e Diu)...

Curiosamente, nesta pequena e bonita freguesia do concelho da Lourinhã, distrito de Lisboa, situada no planalto das Cesaredas, nenhum combatente morreu, ao que eu saiba, por doença, acidente ou combate em África, durante a guerra colonial (1961/74)... Na "Rocha do Moledo", ficou gravado um poema de um camarada da APVG - Associação de Veteranos de Guerra, que pela foto não consigo identificar...

Aqui fica a minha homenagem aos camaradas do Moledo, e a todos os demais, do nosso Portugal e da nossa diáspora, numa altura do ano em que costumamos lembrar e evocar os nossos queridos mortos... LG


Foto (e legenda): © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16533: Convívios (771): III Encontro de Paraquedistas, Bombarral, 2 de outubro de 2016, comemorativo dos 60 anos da criação das tropas paraquedistas em Portugal (1956-2016).


III Encontro de Paraquedistas, Bombarral, 2 de outubro de 2016, comemorativo dos 60 anos da criação das tropas paraquedistas em Portugal (1956-2016).

Inciativa com apoio da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste,l com sede na Lourinhã, e Associação de Pára-quedistas Tejo Norte, com sede em Oeiras, além do município do Bombaral.

Prazo para inscrições: até 28 de setembro de 2016
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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de setembro de  2016 > Guiné 63/74 - P16515: Convívios (770): Encontro do pessoal da CCAÇ 2797 e Pel Canh S/R 2199 (Cufar, 1970/72), dia 8 de Outubro de 2016, no Porto (Luís de Sousa)

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Guiné 63/74 - P16343: Convívios (764): Moledo, Lourinhã, 14 de agosto de 2016: encontro de combatentes, 5º aniversário da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste... Estamos todos convidados!

 

Cartaz pormocional do convívio da AVECO - Associação dos Veteranos do Oeste, da autoria do nosso amigo e camarada António Basto. Moledo da Lourinhã é uma terra fascinante, a 70 km de Lisboa que merece uma visita. (*)

Foi aqui, em Moledo [, do baixo latim "Moletu(m)", rochedo], que Pedro e Inês fizerem o seu ninho de amor. Inês teve aqui um palácio, entretanto demolido no séc. XVI. Tem igreja renascentista e é a povoação do país com mais esculturas por metro quadrado (**), Os seus moinhos de vento, de oprigem árabe, também são um motivo de atração. Tem igualmente monumento aos combatentes do Ultramar. Fica situado  no planalto das Cesaredas.




Lourinhã > Moledo > Arte Pública > 25 de agosto dfe 2015 > Inês, peça de Joana Alves, em pedra da região... E o nosso editor com a mãosinha... "na mama firme da bajuda".

Foto (e legenda): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados


1. A  AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com o NIPC 510 083 617,  tem  sede na Rua dos Bombeiros Voluntários, Edificio do Centro Coordenador de Transportes, Piso 1, Sala 2, Lourinhã, e é  uma Instituição Particular de Caracter Cultural e Social.

Foi constituida por escritura pública de 16 de dezembro de 2011.

É uma Associação que agrega antigos combatentes (Veteranos) da Guerra Colonial e das Missões de Paz, de todos os Ramos das Forças Armadas.

2. Tem como objetivos principais:

(i) o apoio social, médico e jurídico, a defesa de direitos e das justas reivindicações de todos os associados, e a obtenção de assistência específica aos ex-combatentes e seus familiares,  portadores de deficiência por perturbação pós-stress traumática de guerra (PTSD);

(ii) promoção de actividades lúdicas e culturais para os seus associados e familiares.

(iii) não tem fins lucrativos e  é independente de ideologias políticas, étnicas, religiosas e económicas.

3. Contactos: 

AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste [brazão à direita]

Rua dos Bombeiros Voluntários - Centro Coordenador dos Transportes - Piso 1 – Sala 2
2530-147 LOURINHÃ

Telefone: + 351 261 46 9457

domingo, 19 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16215: Convívios (755): AVECO- Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste , nas festas do concelho da Lourinhã (23 a 26 de junho de 2016)... Mas também a banda de música Melech Mechaya (a 25, sábado, 23h30)


Cartaz promocional da Tasca do Combatente, da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã, no âmbito das Festas do Concelho da Lourinhã (de 23 a 26 de junho de 2016)

Parabéns à nossa AVECO
E à Tasca do Combatente,
´Tá bem giro o boneco,
Vamos lá todos dar ao dente!

(refrão)

Vamos lá todos dar ao dente,
Sejas cabo ou general,
Branco ou tinto, p'ra toda a gente,
Que o Santo  não te leva  a mal.

Que o Santo  não te leva  a mal,
Lourinhã é sua terra,
Deu a volta a Portugal,
Veio cansado da guerra.

Veio cansado da guerra,
D' África ou colonial,
Deixou de estar na berra,
Só quer a paz... celestial.

Só quer a paz celestial,
O nosso são Joãozinho,
Mas aqui tem um rival,
Que é um tal santo Antoninho.

Que é um tal santo Antoninho,
Brejeiro e folgazão,
Depois de morto foi soldadinho,
Santo protetor da Nação.

Santo protetor da Nação,
E dos nossos veteranos,
A quem desejo, do coração,
Muita saúde, muitos anos.

Parabéns à nossa AVECO
E à Tasca do Combatente,
´Tá bem giro o boneco,
Vamos lá todos dar ao dente!

(refrão)

Letra: Luís Graça (2016)


2. Destaque, no âmbito das Festas do Concelho da Lourinhã (de 23 a 26 de junho de 2016), para a atuação da banda musical Melech Mechaya, dia 25, sábado, às 23h30.  (Ver aqui página no grupo no Facebook.)

O recinto das festas é no Estádio do Sporting Clube Lourinhanense. A entrada é livre. Que não falta a alegria e a sã camaradagem aos nossos veteranos do Oeste e seus amigos e familiares. Boas festas populares para todos os nossos leitores!
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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de junho de  2016 > Guiné 63/74 - P16209: Convívios (755): Grande ronco no 31ºConvívio Anual da CART 3494 em Arcozelo – Vila Nova de Gaia (Sousa de Castro)

sábado, 11 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16192: Efemérides (230): O 10 de junho de 2016, em Belém: um herói vivo, cor inf cmd Raul Folques e um grupo de grã-tabanqueiros que não costumam faltar a este convívio de antigos combatentes, entre outros, António Fernando Marques, Arménio Estorninho, Carlos Silva, E. Magalhães Ribeiro, Fernando Jesus Sousa, Francisco Silva, João Carlos Silva, Joaquim Nunes Sequeira, José Nascimento, Mário Fitas, Miguel & Giselda Pessoa, e Silvério Lobo


Foto nº 1 > Um herói vivo, o cor inf comando ref Raul Folques, com os seus 76 anos, condecorado em 9/10/2015 com o Grau Oficial, com Palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Recorde-se, de acordo com o respetivo sítio Oficial, na Net,. que a "Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito é a mais importante Ordem Honorífica portuguesa", destinando-se "a galardoar méritos excecionalmente distintos no exercício das funções dos cargos supremos dos órgãos de soberania ou no comando de tropas em campanha. Da mesma forma, premeia feitos excecionais de heroísmo militar ou cívico e atos ou serviços excecionais de abnegação e sacrifício pela Pátria e pela Humanidade."


Foto  nº 2 > Mário Fitas e Raul Folques


Foto nº 3 > Raul Folques com duas crianças a quem o pai fez questão de apresentar e mostrar um "herói vivo", português, de Portugal... Na escola, já não se fala de heróis, muito menos vivos, e muito menos da "guerra do ultramar"... Temos dificuldade em lidar com o nosso passado recente em relação ao qual vai demorando o aparecimento de uma terceira via, mais suave, mais assertiva, mais despojada de emoções, entre  as duas leituras, redutoras e extremadas do "10 de junho", do nosso espectro político-ideológico, a da extrema direita (discreta nas habitualmente presente neste espaço simbólico)  e a da extrema esquerda (completamente ausente)...


Foto nº 4 >  O nosso coeditor e "ranger" Magalhães Ribeiro, membro, este ano, da organização do XXIII Encontro Nacional de Combatentes... Um dos "últimos soldados do império",  que continua a ser um combatente dedicado e generoso.


Foto nº  5 > O Magalhães Ribeiro, de Matosinhos, nunca falta ao 10 de junho em Belém... Não me lembro de nunca o ter visto nos anos anteriores, mesmo sendo eu presença irregular nestes eventos que, confesso, me deprimem, desde sempre: este ano já éramos menos, até por causa da ponte (longa, de 6ª feira a 2ª feira, em Lisboa)... 

Cada vez seremos menos, e daqui a dez anos, vamos todos em cadeira de rodas, os que tiverem o privilégio ou a sorte de lá chegar... Recordo sempre o provérbio popular que diz: "Muita saúde e pouca vida, que Deus não dá tudo"... Não foi Deus que disse que "a sorte protege os audazes". Usemos (,mas não abusemos de) a  sorte...

Entretanto, o mundo  pulou e avançou e já ninguém terá pachorra para ouvir falar da "guerra do ultramar".... Esta é que é a verdade "nua e crua"... Até lá, daqui a 10 anos, compete-nos continuar a viver, a sobreviver e a mostrar, aos mais novos, que fomos uma grande geração... que soube fazer a guerra e a paz!... Fizemos a guerra, os nossos representantes tinham que saber fazer a paz... Não a fizeram, não quiseram ou não a souberam fazer, tivemos nós, afinal,  que saber fazer a guerra e a paz... 

Quem, daqui a 100 anos, nos vai acusar de quem fomos incompetentes nos dois tabuleiros? Camaradas, não nos compete fazer parte do tribunal da história... Fomos nós que a fizemos, a história, não nos compete escrevê-la... Mas não cedamos à chantagem daqueles que nos querem calar, à esquerda, ao centro ou à direita... Acho que é isso que estas fotos querem dizer...


Foto nº 6 > O Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes, representado pelo nosso grã-tabanqueiro (nº 608)  Joaquim Nunes Sequeira... Pela 23ª vez, levando o guião do Núcleo de Sintra. A seu lado, o nosso "gandulo" Mário Fitas.


Foto nº 7 > João Carlos Silva, ex-1º cabo especialista MMA, da FAP (BA 6, Montijo, 1979/82), que nos dá a honra de se sentar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande, desde 22/2/2009.  Aqui com o  guião da AEFA - Associação dos Especialistas da Força Aérea.

Também encontrei o Victor Barata,  fundador, administrador e editor do blogue Especialistas da BA 12, Guiné 1965-74, e nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, mas infelizmente esqueci-me de tirar uma foto com ele (e o irmão)... Transmitiu-me uma ideia que fica aqui registada: as relações entre os especialistas MMA, da BA 12, Bissalanca, com os pilotos, nomeadamente dos Fiat G-91,  eram boas, mas poderiam ter sido excelentes... É uma opinião.  Mas eu poderia dizer o mesmo: a distância (social), no Exército, entre os combatentes e os seus comandantes (nomeadamente a nível de batalhão) era, em  geral, muito grande e talvez perniciosa.

 Os nossos oficiais superiores, nomeadamente no exército, nunca perceberam que essa distância podia comprometer, irremediavelmente, o desempenho operacional. Com a exceção de Spínola, ao nível dos generais, e talvez das tropas especiais (BCP 12, fuzileiros, etc.), ninguém, percebeu ou estava interessado em perceber isso; que um líder é aquele que vai à frente, mostrando o caminho...

Nunca tive um comandante de batalhão que me mostrasse o caminho, e a única vez em que um tenente coronel alinhou ao meu lado, no mato, fui eu, fomos nós, que lhe mostrámos o caminho. Esse oficial superior chamava-se Polidoro Monteiro, mas contavam-se pelos dedos os líderes militares, os grandes comandantes operacionais, como o Raul Folques, o Alpoim Calvão ou o capitão Comando graduado Bacar Jaló ou o ten cor pqdt Araújo e Sá...  Ao nível dos graduados subalternos, milicianos (oficiais e sargentos), a seleção e a formação não terão sido menos desastrosas... Em suma, fomos todos entregues aos bichos... Ou melhor, e para não ser tão radical: às vezes, eu tive a sensação de que estávamos entregues aos bichos...


Foto nº 8 > A banda da GNR - Guarda Nacional Repúblicana, que abrilhantou a cerimónia


Foto nº 9 > Aspeto parcial dos participantes e do Monumento aos Combatentes do Ultramar


Foto nº 10 > O casal mais "strelado" do mundo: o Miguel e a Giselda Pessoa (atrás, de óculos)


Foto nº 11 > Da direita para a esquerda; o Francisco Silva, o "nosso" cirurgião ortopedista, o algravio Arménio Estorninho (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, CCAÇ 2381, Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70),  mais outro camarada que veio com ele. e que esteve em Porto Gole com o Jorge Rosales (lamentavelmente, não fixámos o seu nome)


Foto nº 12 > Ao centro o Mário Fitas, nas pontas o José Nascimento (CART 2520) e o Arménio Estorninho (CCAÇ  2381)




Foto  nº 13 > O Silvério Lobo, mais um camarada da sua companhia (de quem também não fixei o nome mas que, segundo o Hèlder Sousa, é o Lino Rei, de Pinhal Novo)


Foto nº 13 > O José do Nascimento e o Arménio Estorninho, dois camaradas  do Barlavento algarvio, mais exatamente de Lagoa, que também é a terra do António Camilo. 


Foto nº 14  > O Fernando de Jesus Sousa,  bedandense,  DFA... > Depois de uma livro aubiográfico vai lançar um de poesia proximamente, lá para novembro,,,


Foto nº 15 > Carlos Silva e António Fernando Marques



Foto nº 16 > Luís Graça e António Fernando Marques, dois velhos camaradas da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71)


Foto nº 17 > O guião da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã


Foto nº 18 > Em primeiro plano, o António Basto, um dos dirigentes da AVECO


Foto nº 19 > Acabadas as "hostilidades", reconfortada a alma, matadas as saudades, é preciso alimentar o corpo: o piquenique da malta da AVECO.

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso, Monumento aos Combatentes do Ultramar > XXIII Encontro Nacional de Combatentes >  10 de junho de 2016 > Alguns camaradas com quem falei e a quem fotografei...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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