"O chaimite 'Bula' prepara-se para transportar o ex-Presidente do Conselho que, entretanto, setinha renido incondicionalmente ao General Anónio de Spínola,Presidente da Junta de Salvação Nacional" (Flama, separata, 10/5/1974, p. III)
"Para os populares aglomerados nas imediações do Largo do Carmo tudo serviu para observar a ação das Forças Armada: estátuas, árvores,blindados". (Flama, separata, 105/1974, pág. II)
Flama, separata, 10/5/1974, pág. II
Capa da separata da Flama: revista semanal de actualidades, nº 1366, A
ano XXXI, 10 de maio de 1974, XXXII páginas.
Flama documento : 25 de Abril : o virar da página
"Manter a população ao corrente da evolução dos acontecimentos foi preocupação constante do general Spínola". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. IV)
"O generaql Spínola, com as individualidades que formam a Junta, no momento em que lia perante as câmaras de televisão a histórica declaração". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. V)
"Os generais Costa Gomes e António de Spínola". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. V)

Aeroporto de Lisboa (Flama, separata, 10/5/1974, pág. VI)
"O Terreiro do Paço e o aeroporto de Lisboa foram dos dois pontos estratégicos a ser ocupados pelas tropas do Movimento das Forças Armadas. A população transitou calmamente junto aos carros blindados, manifestando total conpreensão e civismo". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. VII)
(Flama, separata, 10/5/1974, pág. VII)
(Flama, separata, 10/5/1974, pág.VIII)
(Flama, separata, 10/5/1974, pág. IX)
"Foi longa a noite, mas às primeiras horas do dia já a esperança reinava entre os militares. Depois veio o povo disse o seu 'sim' apoteótico. O Governo caía às mãos dos militares". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. IX)
(Flama, separata, 10/5/1974, pág. IX)
"Primeiro foi a ocupação (militar), depois a proclamação (popular). Estas foram as duas imagens de uma revolta que, em poucas horas, mudou a face de um país e fez reacender as esperanças de um povo desconhecedor, na sua quase totalidade, dos direitos democráticos".(Flama, separata, 10/5/1974, pág. X)

(Flama, separata, 10/5/1974, pág. X)
1. Tínhamos prometido voltar a esta edição (histórica) da "Flama" (*), revista semanal de actualidades que se publicou até 1976.
Alguns de nós recebiam e liam na Guiné esta revista, a par de outras como a "Vida Mundial", e dos jornais diários, de Lisboa e Porto, mais a " Bola"...Um ou outro mais "politizado" assinava a "Seara Nova", o "Comércio do Funchal", o "Notícias da Amadora", o "Jornal do Fundão"... E, excecionalmente, algumas revistas estrangeiras.
A "Flama" era uma revista simpática, que sabia conjugar o "light" com os assuntos mais sérios, "respeitada", origtinalmente ligada à Igreja Católica, mas nem por isso menos sujeita à sanha e arbitrariedade dos "coronéis da censura"... Soube "refrescar-se", e adaptar-se aos sinais de mudança no mundo e na sociedade portuguesa. Era também lida pelo público feminino, com escolaridade de nível médio ou superior. E conseguiu uma notável qualidade técnica e estética em muitas edições.
Recorde-se que a "Flama" tinha nascido em 1937, da iniciativa de um grupo da JEC - Juventude Escolar Católica, com a benção de Salazar e do Cardeal Cerejeira. Era então marcadamente "masculina", e de teor "confessional" ou "religioso". Começou a redefinir-se a partir de 1944... Em 1967, apresentava-se como "semanário de atualidades de inspiração cristã" (sic)... Em 1974 era simplesmente uma "revista semanal de atualidades"... Custava 10 escudos o número avulso (17$50, em Angola, 20$00 em Moçambique) (*)
Dizem os estudiosos da história do jornalismo português, que foi também um marco importante no panorama da comunicação social portuguesa, nos últimos anos do Estado Novo: era uma revista em parte feita por mulheres e para as mulheres, mas também foi escola para conhecidos jornalistas da nossa praça.
Era dirigida, desde 1964 até ao fim, por um intelectual católico, com prestígio, o dr. António dos Reis Rodrigues (1918-2009), nascido em Ourém, concelho a que pertence Fátima. Padre, será, em 1966, nomeado bispo auxiliar de Lisboa, sob o título de bispo de Madarsuma, capelão-mor das Forças Armadas (1967-1975)., etc.. Entre 1947 e 1963 tinha sido capelão e professor na Academia Militar (ensinava ética e deontologia militares). Foi também procurador à Câmara Corporativa, na legislatura de 1961/65.
Foi também com o António dos Reis, enquanto diretor, que a revista conheceu o seu apogeu e sucesso da "Flama". Foi também ele que "virou" e "fez virar" a página da revista (seguramente sob a pressão dos seus jornalistas que, em 17 de maio de 1974, elegeram, "democraticamente" e "por voto secreto", um "conselho de redação")... Mas também com ele e a nacionalização da banca, que a revista conheceu a snetença de morte.
Com o 25 de Abril de 1974, os jornalistas portugueses, libertos do lápis azul da censura, tiveram que "reaprender" a pensar e a escrever...(Não só os jornalistas, como todos nós.) E a prova disso é a separata que o semanário "Flama" dedica, tardiamente, em edição de 10 de maio de 1974, ao histórico dia de 25 de Abril. É sobretudo um trabalho de fotojornalismo, com relativamente pouco texto (para além da declaração histórica do MFA, lida nesse dia perante as câmaras da televisão pelo presidente da Junta de Salvação Nacional, gen Spínola)...
Infelizmente não sabemos quem são os autores individuais da fotos,quer a preto, quer a cores, mas quisemos fazer aqui uma seleção desse documento, quer para os nossos camaradas que nessa data estavam ainda na Guiné, quer para os outros que não tiveram, na altura, oportunidade de ler este número especial da "Flama".
A reportagem é assinada coletivamente por António Amorim, Alexandre Manuel, Fernando Cascais, e Dionísio Domingos (texto), e António Xavier, António Vidal e Carlos Gil (fotografia). (O deparatmento de fotografia da "Flama" era considerado pioneir0.)
A revista vai ter, de resto, uma vida efémera no pós-25 de Abril: encerrou em 2 de setembro de 1976, por decisáo unilateral e arbitrária da administração, ligada à banca.
(Seleção, revisão / fixação de texto, reedição das imagens: LG)