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terça-feira, 8 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26662: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXIII: Mais fotos de Mansabá, novembro de 1970

 


Foto nº 1 > Coluna Mansabá-Mansoa



Foto nº 2A e 2 _ Coluna Mansabá Mansoa - Mansabá  



Foto nº 3 > Mansabá _ Obus 8.8


Foto nº 4 >  Mansabá > Espaldão e obus 8.8



Foto nº 5 > Mansabá > Mesquita


Foto nº 6  > O Padre Zé Neves com um grupo de "djubis" junto à mesquita


Foto nº 7 > Mansabá > O mercadinho local


Foto nº 8 > Mansabá > Junto à messe dos oficiais > O impedido João Carlos Freitas, já falecido



Foto nº 9 >  Mansabá > 11OUT1970 > Participação de miliares e civis  na missa de sufrágio por alma do alf mil art  MA, Armando Couto, da CART 2372, vitima de mina IN (1)




Foto nº 10 e 10A  >  Mansabá > Participação de militares na missa de sufrágio por alma do alf mil art  MA, Armando Couto, da CART 2372, vitima de mina IN
 

Foto nº 11 > Mansabá > Os putos

Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá >Novembro de  1970> Fotos do álbum do Padre José Torres Neves, capelão

Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1, Mensagem do Ernestino Caniço (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá e Mansoa; Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, Bissau, fev 1970/fev 1971, hoje médico, a residir em Tomar; fez amizade com o Zé Neves, e este confiou-lhe o seu álbum fotográfico da Guiné, que temos vindo a publicar desde março de 2022; são cerca de duas centenas de imagens, provenientes dos seus diapositivos, digitalizados; uma coleção única, preciosa.( Ele tem sido zeloso e diligente guardião do álbum fotográfico da Guiné, do padre missionário José Torres Neves, merecendo os dois os nossos melhores elogios e saudações.)

Curiosamente, o Ernestino Caniço também teve um irmão no CTIG na mesma altura (foi fur mil cav, tendo passado por Mansabá, Bula, Bambadinca e Hospital de Bissau; temos duas fotos dos manos, em Bissau,  para apresentar um dia destes.)

Data -. sexta, 4/04/2025, 21:12

Assunto - Fotos do Padre Zé Neves

Caros amigos

Que a saúde vos acompanhe preferencialmente até aos 120 anos.

Desta vez anexo a penúltima série de fotografias sobre Mansabá, que o Carlos Vinhal bem conhece.

Aqui ficam expressos votos de uma feliz Páscoa junto dos vossos familiares.

Um grande abraço,

Ernestino Caniço


2. Continuação da publicação das fotos relativas a Mansabá, do álbum da Guiné do nosso camarada José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) (*).

Membro da nossa Tabanca Grande, nº 859, desde 2 de março de 2022, é missionário da Consolata, tendo sido um dos 113 padres católicos que prestaram serviço no TO da Guiné como capelães. No seu caso, desde o dia 7 de maio de 1969 a 3 de março de 1971. 

Veio há pouco tempo de África, vive agora em Lisboa com a bonita idade de oitenta e muitos anos. Deus, Alá e os bons irãs o protejam e deem-lhe ainda mais uns bons anos de vida para gozar a sua merecida reforma...

Recorde-se que por Mansabá, na região do Oio,  passaram diversos camaradas nossos, que fazem parte da Tabanca Grande (citamos de cor, 
são apenas alguns dos nomes que nos vêm à cabeça)...

  • Carlos Vinhal,
  • Inácio Silva,
  • Francisco Baptista,
  • César Dias, 
  • José Carvalho, 
  • Vitor Junqueira, 
  • Francisco Godinho,
  • Hilário Peixeiro,
  • Ernesto Duarte, 
  • Ernestino Caniço (e o irmão, Nelson Caniço),
  • António Pimentel, 
  • Raul Albino
  • António J. Pereira da Costa,
  • Carlos Pinto, 
  • Jorge Picado, 
  • Manuel Joaquim, 
  • José Rodrigues, etc.

 Não sabemos exatamente em circunstâncias é que o nosso capelão esteve em Mansabá, e por quantos dias. Ele frequentava todos os aquartelamentos e destacamentos do setor de Mansoa, a cargo do BCAÇ 2885. Terá deixado de ir a Mansabá quando esta passou a ser a sede do COP 6. (Reativado em 11 de novembro de 1970: abrangia  os subsetores de Mansabá e Olossato, e a sua missão era assegurar a continuação e o bom andamento da construção da estrada Mansabá-Farim.)

Sobre Mansabá temos cerca de 340 referências no nosso blogue.
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sábado, 1 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26539: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXII: Mansabá, novembro de 1970, por ocasião da missa de sufrágio por alma do alf mil art MA, Armando Couto, da CART 2372, vitima de mina IN




Foto nº 1 e 1A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > "Cerimónia fúnebre" (possivelmente a missa de sufrágio que o Padre Zé Neves rezou em Mansabá, no dia 11 de outubro de 1970, em memória do malogrado Alf Mil Art MA Armando Couto, da CART 2732, vítima de uma mina IN cinco dias antes, como nos informa o Carlos Vinhal).  O edifício parece ser o do posto administrativo.


Foto nº 2 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Cerimónia fúnebre em homenagem ao Alf Mil Art MA Armando Couto: a presença dos Homens Grandes de Mansabá



Foto nº 3 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá >   Em segundo plano, à esquerda, a casa do chefe de posto; a messe de oficiais ficava em frente ao posto, junto ao edifício do Comando e Secretaria" (segundo a informação do Carlos Vinhal)
 


Foto nº 4 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Putos


Foto nº 5 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Putos que estavam a guardar o gado: vendo a coluna passar...


Foto nº 6 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Entrada, vindo de Bafatá...Ao fundo o quartel, com destaque para o inevitável depósito de água, como nos restantes quartéis (excelente referência para a artilharia do IN)


Foto nº 6A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > O aquartelamento visto da entrada (de quem vinha de Bafatá, a sudeste)


Foto nº 7 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Um poilão centenário, gigante, que morreu de pé (1): vítima de um temporal, acabou por ser cortado mais tarde pela engenharia militar...


Foto nº 7A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Um poilão centenário, gigante, que morreu de pé (2)...



Foto nº 8 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Futura avenida



Foto nº 8A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Moranças


Foto nº 9 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Espaldáo do morteiro 81


Foto nº 9A > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Pormenor do espaldão do morteiro 81 e, ao fundo, à esquerda, o "castelo"



Foto nº 10 > Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Chegada do mato: um bazuqueiro...


Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > 1970> Fotos do álbum do Padre José Torres Neves.


Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Mensagem do Ernestino Caniço (zeloso e diligente guardião do álbum fotográfico da Guiné, do padre missionário José Torres Neves):


Data - 01/02/2025, 20:10

Assunto - Fotos do Álbum Padre Zé Neves


Caros amigos, boa noite;

Que a saúde esteja no alto, nosso bem mais precioso.

Anexo mais fotos de Mansabá, do álbum do Padre Neves.

Sobre Mansabá existem mais 20 fotografias que serão enviadas oportunamente.

Grande abraço,

Ernestino Caniço


2. Nota do editor LG:


Continuação da publicação das fotos relativas a Mansabá, do álbum da Guiné do nosso camarada José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) (*).

Membro da nossa Tabanca Grande, nº 859, desde 2 de março de 2022, é missionário da Consolata, tendo sido um dos 113 padres católicos que prestaram serviço no TO da Guiné como capelães. No seu caso, desde o dia 7 de maio de 1969 a 3 de março de 1971. Veio recentemente de África, vive agora em Lisboa com a boniuta idade de oitenta e muitos.

 Por Mansabá passaram diversos camaradas nossos, que fazem parte da  Tabanca Grande, o Carlos Vinhal e tantos outros: Francisco Baptista, José Carvalho, Vitor Junqueira, Ernesto Duarte, António Pimentel, António J. Pereira da Costa, Ernestino Caniço, Carlos Pinto, Jorge Picado, Manuel Joaquim, José Rodrigues, etc. (são apenas alguns dos nomes que nos vêm à cabeça)...

Sobre Mansabá temos cerca de 340 referências no nosso blogue. Em 11 de novembro de 1970, foi criado ou reativado o COP 6, com sede em Mansabá, abrangenmdo os subsetores de Mansabá e Olossato. O objetivo era assegurar a continuação e o bom andamento da construção da estrada Mansabá-Farim.

3. Comentários dos nossos camaradas que andaram por estas bandas :

(i) Césdar Dias:

Luis, o Padre Neves visitava todos os destacamentos do sector de Mansoa, os mais próximos era visita de médico, nos outros ficava alguns dias, como Mansabá fez parte do sector de Mansoa ele não deixaria de se preocupar com a guarnição, mas não fomos contemporaneos pois eu estive em Mansabá de novembro de 70 a fevereiro de 71, e não me recordo do Padre Neves ter lá ido nessa data.

Mas o Padre Neves provavelmente esteve em Mansabá antes do sector passar para o COP6.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025 às 15:49:00 WET 

(ii) Carlos Vinhal:

Caro César Dias: O Pe. Neves rezou em Mansabá, que me lembre, uma Missa de sufrágio, no dia 11 de outubro de 1970, em memória do malogrado Alf Mil Art MA Armando Couto, da CART 2732, vítima de uma mina IN 5 dias antes.

Como bem referes, Mansabá passou a sede do COP6 em meados de Novembro, deixando a CART 2732 de estar adstrita ao BCAÇ 2885.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025 às 17:22:00 WET 


(iii) Carlos Vinhal:

(,,,) Na estrada Mansoa-Mansabá, só em 1973 morreram 18 camaradas, entre metropolitanos e guineenses. Em Janeiro de 1972 morreram 2 camaradas da minha CART 2732.

No meu tempo, entre Mansabá e Farim, rebentou em julho de 1971 uma mina no Bironque, aparecendo outra em dezembro, no mesmo local, detectada pelos meus camaradas da 2732 e levantada por mim.
Fazer colunas entre Mansoa e Farim nunca foi pacífico. (...)


(iv) Carlos Vinhal:

Na foto n.º 9 (*) aparece ao fundo, na estrada de acesso a Mansabá, um gigantesco oiláo, muito velhinho, que um temporal derrubou. Foi preciso vir a Engenharia para o remover. Enquanto lá permaneceu causou imensos transtornos ao tráfego local, principalmente nas horas de ponta.

Nas fotos 12 e 12A parece-me reconhecer o abrigo da Mancarra. Posso estar enganado.

O Castelo era um ponto muito importante na defesa de Mansabá, estava integrado na povoação. Situado na estrada Mansoa-Farim, onde havia uma bifurcação para a alameda de acesso à Porta de Armas do quartel. Estava equipado com um Breda que cobria uma área muito abrangente. Confesso que não me lembro do nome dos nossos militares que lá viviam em permanência.


(v) Ernestino Caniço:

A CCAÇ 2403 a que o meu Pel Rec Daimler 2028 esteve adstrito cerca de 2 meses e era comandada pelo capitão Carreto Maia, antecedeu a CART 2732.

Não era infrequente a deslocação do Padre Neves aos aquartelamentos do setor de Mansoa, nomeadamente a Mansabá.

Pelo menos uma vez, quando eu estava em Mansoa, acompanhei-o a Mansabá tendo-nos deslocado em avioneta Dornier (já relatei esse episódio neste blogue). Terá deixado de ir a Mansabá quando esta passou a ser a sede do COP 6, como referem os amigos César Dias e Carlos Vinhal.

Como diz o Carlos Vinhal,  fazer colunas entre Mansoa e Farim nunca foi pacífico. Eram frequentes as emboscadas entre Cutia e Mansabá na zona da serração (normalmente as colunas eram “protegidas” por uma Daimler do meu pelotão, até não ter peças para a sua manutenção). Por essa razão o pelotão acabou por ser desativado, apesar das minhas tentativas de aquisição das indispensáveis peças.

Durante o alcatroamento da estrada Bironque – Farim (K3) os ataques eram praticamente diários. A estrada Mansabá - Bironque já estava alcatroada.

A estrada Bissau Mansoa era apelidada a linha de Sintra (segundo um capitão meu amigo e ex colega de liceu, já falecido, quando fui comandar a coluna que o escoltou de Bissau a Mansoa, para integrar o BCAL 2885). (mais tarde penso que houve um ataque entre Mansoa e Nhacra).

 
sábado, 11 de janeiro de 2025 às 16:18:00 WET 

 
(Revisão/ fixação de texto, legendagem complementar, edição e numeraçáo das fotos: LG)

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 10 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26370: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXI: Mansabá, a "avenida", "o castelo"... (legendas precisam-se)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26270: Os 50 Anos do 25 de Abril (32): O "virar da página" da revista católica "Flama", cujo diretor era o António dos Reis, bispo de Mardassuma e capelão-mor das Forças Armadas (1967-1975) - Parte II

"O chaimite 'Bula' prepara-se para transportar o ex-Presidente do Conselho que, entretanto, setinha renido incondicionalmente ao General Anónio de Spínola,Presidente da Junta de Salvação Nacional"  (Flama, separata, 10/5/1974, p. III)


"Para os populares aglomerados nas imediações do Largo do Carmo tudo serviu para observar a ação das Forças Armada: estátuas, árvores,blindados".  (Flama, separata, 105/1974, pág. II)




Flama, separata, 10/5/1974, pág. II


Capa da separata da Flama: revista semanal de actualidades, nº 1366, A
ano XXXI, 10 de maio de 1974, XXXII páginas.


Flama documento : 25 de Abril : o virar da página
I II III
25 de Abril : o assumir de um compromisso
IV-V
25 de Abril : uma linha de abertura a soluções de evolução
VI VII
25 de Abril : perfeita coordenação no processo de controle
VIII-IX
25 de Abril : o país despertou com outra face
X-XI
25 de Abril : o Largo do Carmo foi o último reduto do regime
XII-XIII
25 de Abril : uma reacção agonizante
XIV-XV
25 de Abril : durou nove horas a tomada do Carmo
XVI XVII XVIII
25 de Abril : a D.G.S. estrebuchou até rebentar
XIX
25 de Abril : a população lembrava-se (bem) da polícia política
XX-XXI
25 de Abril : presos políticos reencontraram a liberdade
XXII-XXIII XXIV-XXV
25 de Abril : um posto de comando tranquilo
XXVI XXVII
25 de Abril : nunca se desejou o derramamento de sangue
XXVIII-XXIX
25 de Abril : quem com ferro mata...
XXX
25 de Abril : o virar da página
XXXI
25 de Abril : o povo esteve com as Forças Armadas
XXXII

Cortesia da Hemerateca Digital / Câmara Municipal de Lisboa

Este número da Flama e a sua separata também estão disponíveis, em formato digital,   no Centro de Documentação 25 de Abril, Universidade de Coimbra.


"Manter a população ao corrente da evolução dos acontecimentos foi preocupação constante do general Spínola". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. IV)



"O generaql Spínola, com as individualidades que formam a Junta, no momento em que lia perante as câmaras de televisão a histórica declaração". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. V)



"Os generais Costa Gomes e António de Spínola".  (Flama, separata, 10/5/1974, pág. V)




Aeroporto de Lisboa (Flama, separata, 10/5/1974, pág. VI)



"O Terreiro do Paço e o aeroporto de Lisboa  foram dos dois pontos estratégicos a ser ocupados pelas tropas do Movimento das Forças Armadas. A população transitou calmamente junto aos carros blindados, manifestando total conpreensão e civismo".  (Flama, separata, 10/5/1974, pág. VII)


(Flama, separata, 10/5/1974, pág. VII)





(Flama, separata, 10/5/1974, pág.VIII)


(Flama, separata, 10/5/1974, pág. IX)


"Foi longa a noite, mas às primeiras horas do dia já a esperança reinava entre os militares. Depois veio o povo disse o seu 'sim' apoteótico. O Governo caía às mãos dos militares". (Flama, separata, 10/5/1974, pág. IX)




(Flama, separata, 10/5/1974, pág. IX)


"Primeiro foi a ocupação (militar), depois a proclamação (popular). Estas foram as duas imagens de uma revolta que, em poucas horas, mudou a face de um país e fez reacender as esperanças de um povo desconhecedor, na sua quase totalidade, dos direitos democráticos".(Flama, separata, 10/5/1974, pág. X)





(Flama, separata, 10/5/1974, pág. X)


1. Tínhamos prometido voltar a esta edição (histórica) da "Flama" (*), revista semanal de actualidades que se publicou até 1976.

Alguns de nós recebiam e liam na Guiné esta revista, a par de outras como a "Vida Mundial", e dos jornais diários, de Lisboa e Porto, mais a " Bola"...Um ou outro mais "politizado" assinava a "Seara Nova", o "Comércio do Funchal", o "Notícias da Amadora", o "Jornal do Fundão"... E, excecionalmente, algumas revistas estrangeiras. 

A "Flama"  era uma revista simpática, que sabia conjugar o "light" com os assuntos mais sérios, "respeitada", origtinalmente ligada à Igreja Católica, mas nem por isso menos sujeita à sanha e arbitrariedade  dos "coronéis da censura"... Soube "refrescar-se", e adaptar-se aos sinais de mudança no mundo e na sociedade portuguesa. Era também lida pelo público feminino, com escolaridade de nível médio ou superior.  E conseguiu uma notável qualidade técnica e estética em muitas edições. 

Recorde-se que a "Flama" tinha nascido em 1937, da iniciativa de um grupo da JEC - Juventude Escolar Católica, com a benção de Salazar e do Cardeal Cerejeira. Era então marcadamente "masculina", e de teor "confessional" ou "religioso". Começou a redefinir-se a partir de 1944... Em 1967, apresentava-se como "semanário de atualidades de inspiração cristã" (sic)... Em 1974 era simplesmente uma "revista semanal de atualidades"... Custava 10 escudos o número avulso (17$50, em Angola, 20$00 em Moçambique) (*)

Dizem os estudiosos da história do jornalismo português, que foi também um marco importante no panorama da comunicação social portuguesa, nos últimos anos do Estado Novo: era uma revista em parte feita por mulheres e para as mulheres, mas também foi escola para conhecidos jornalistas da nossa praça.

Era dirigida, desde 1964 até ao fim,  por  um intelectual católico, com prestígio,  o dr. António dos Reis Rodrigues (1918-2009), nascido em Ourém, concelho a que pertence Fátima.  Padre, será, em 1966, nomeado  bispo auxiliar de Lisboa, sob o título de bispo de Madarsuma,  capelão-mor das Forças Armadas (1967-1975)., etc..  Entre 1947 e 1963 tinha sido capelão e professor na Academia Militar (ensinava ética e deontologia militares). Foi também procurador à Câmara Corporativa, na legislatura de 1961/65. 

Foi também com o  António dos Reis, enquanto diretor, que a revista conheceu o seu apogeu e  sucesso da "Flama". Foi também ele que "virou" e "fez virar" a página da revista (seguramente sob  a pressão dos seus jornalistas que, em 17 de maio de 1974, elegeram, "democraticamente" e "por voto secreto",  um "conselho de redação")...  Mas também com ele e a nacionalização da banca, que a revista conheceu a snetença de morte.

Com o 25 de Abril de 1974, os jornalistas portugueses, libertos do lápis azul da censura, tiveram que "reaprender" a pensar e a escrever...(Não só os jornalistas, como todos nós.) E a prova disso é a separata que o semanário "Flama" dedica, tardiamente, em edição de 10 de maio de 1974, ao histórico dia de 25 de Abril. É sobretudo um trabalho de fotojornalismo, com relativamente pouco texto (para além da declaração histórica do MFA, lida nesse dia perante as câmaras da televisão pelo presidente da Junta de Salvação Nacional, gen Spínola)... 

Infelizmente não sabemos  quem são os autores individuais da fotos,quer a preto, quer a cores, mas quisemos fazer aqui uma seleção desse documento, quer para os nossos camaradas que nessa data estavam ainda na Guiné,  quer para os outros que não tiveram, na altura,  oportunidade de ler este número especial da  "Flama". 

A reportagem é assinada coletivamente por António Amorim, Alexandre Manuel, Fernando Cascais, e Dionísio Domingos (texto), e António Xavier, António Vidal e Carlos Gil (fotografia). (O deparatmento de fotografia da "Flama" era considerado pioneir0.)

A revista vai ter, de resto,  uma vida efémera no pós-25 de Abril: encerrou em 2 de setembro de 1976, por decisáo unilateral e arbitrária  da administração, ligada à banca.

(Seleção, revisão / fixação de texto, reedição das imagens: LG)