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Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 2010 > O regresso do Fernando Gouveia, 40 anos depois... O nosso blogue e sobretudo o Fernando Gouveia acabaram por estar também na origiem de um filme, estreado em 2013, do realizador português, de origem s
Fotos (e legendas): © Fernando Gouveia (2014).Todos os direitos reservados
1. Continuação da publicação do "roteiro de Bafatá", organizado pelo Fernando Gouveia [, ex-alf mil rec inf, Cmd Agr 2957,
Bafatá, 1968/70;
autor do romance
Na Kontra Ka Kontra, Porto, edição de autor, 2011; arquiteto, residente no Porto]
[Fernando Gouveia, foto atual à direita]
Mensagem do Fernando Gouveia:
Data: 17 de Janeiro de 2014 às 02:09
Assunto: Cinema de Bafata
Luís:
Como há dias, a propósito do Cinema de Bafata (*), referiste com uma certa imprecisão a existência de um homem que toma conta do edifício, mando-te algumas fotos que esclarecem melhor esse assunto. Assim, quando fui lá em 2010 estive com o tal homem, chamado Canjajá [Mané] que, sem receber nada, guarda o cinema. Em tempos foi o operador da máquina de projecção. Também lá me disseram que ainda hoje ele limpa regularmente a máquina apesar de já não funcionar. (**)
Legendas das fotos:
1 – Vista do edifício em 2010.
2 – Átrio de entrada.
3 – Corredor lateral.
4 – Sala de espectáculos e palco.
5 – Sala de espectáculos e balcão.
6 – Canjajá.
7 – Canjajá admirando o meu cartão de sócio do Sport Club de Bafata, à porta da sede do PAIGC, edifício que penso ter sido a casa de um tal Camilo que costumava dar umas jantaradas a todos os oficiais.
Ab
Fernando Gouveia
______________________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 14 de janeiro de 2014 >
Guiné 63/74 - P12585: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (14): Foto aérea, nº 3 (Humberto Reis)
(**) Sobre esta figura, Canjajá Mané e a sua história, há um filme documental,
Bafatá Filme Clube, do realizador português, Silas Tiny [Lisboa, Real Ficção, 2012, 78' ( fotografama à direita), reproduzido com a devdia vénia]... Já aqui foi notícia, há meio ano atrás, em poste do Fernando Gouveia (***)
Também, foi referido pela página do Facebook, de uma jornalista portuguesa que vive na Alemangha, "com um pé em África e outro no Brasil... Tomo a liberdade de reproduzir um poste de 8 de abril passado, com a devida vénia:
Domadora de Camaleões > 8 de Abril de 2013 às 11:50 ·
A história do projecionista que tomou conta do cinema de Bafatá, na Guiné-Bissau, mesmo quando já não havia espectadores, foi filmada pelo realizador são-tomense Silas e vai ser exibida hoje, em Lisboa, no cinema São Jorge às 15.30.
Integrado na maratona de documentários do FESTin, festival de cinema da língua portuguesa, que decorre até quarta-feira, no Cinema S. Jorge, "Bafatá Filme Clube" conta a história de Canjajá Mané.
O realizador Silas Tiny, nascido em São Tomé, mas que vive em Portugal desde os cinco anos, contou à agência Lusa que tropeçou por "sorte" e "acaso" na história do antigo projecionista de cinema.
"A pessoa cativou-me", justificou, recordando a beleza de traços coloniais da cidade guineense de Bafatá, apesar das "atuais condições".
Canjajá Mané trabalhava como projecionista em Bafatá "desde a altura dos portugueses" e "ficou tempos a cuidar" do cinema local, quando já nem espectadores havia, até ter "que se ir embora, porque não tinha condições para estar lá, porque ninguém lhe pagava", relatou Silas Tiny.
Não há atualmente nenhum cinema a funcionar na Guiné-Bissau, onde os cortes de eletricidade são recorrentes.
Canjajá Mané - que esteve no cinema de Bafatá "anos e anos sem receber qualquer salário" - ainda não viu o filme, "infelizmente", mas Silas Tiny e a produtora portuguesa Real Ficção estão "a fazer tudo" para que isso aconteça.
Apesar de "as condições na Guiné-Bissau" não serem "muito boas neste momento", estão a avaliar a possibilidade de "fazer uma projeção do filme".
Vd. Também aqui o sítio da
produtora Real Ficção > O filme está agora disponível em DVD [, à venda na FNAC, por exemplo].ao,
Sinopse >
"Em Bafatá na Guiné-Bissau, Canjajá Mané, antigo operador de cinema e guarda do clube da cidade, repete os mesmos gestos há cinquenta anos. Mas actualmente o cinema está fechado e não existem espectadores. Dos seus tempos como trabalhador do clube até aos nossos dias, restam apenas recordações. Na cidade, somente as pedras, árvores e o rio resistiram à erosão do tempo. E com eles, algumas pessoas, que ficaram para perpetuar na memória do mundo e dos homens, que ali já viveu gente. São essas pessoas por quem Canjajá procura e espera pacientemente até hoje".