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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22620: Notas de leitura (1388): Um acontecimento científico de renome: A Missão Geoidrográfica da Guiné (1947-1957) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Outubro de 2018:

Queridos amigos,
Jamais em tempo algum naquele período que levei de idas quase diárias de Missirá a Mato de Cão, uma espécie de patrulhamento com segurança da entrada do Geba estreito, para evitar eventuais ataques à roquetada por parte do PAIGC, que aconteceu entre agosto de 1968 e novembro de 1969, associei a existência de um medidor hidrológico em belíssimo estado, o que apodrecera fora o passadiço em madeira entre a estrada e aquela peça para a qual eu olhava como boi para palácio, uma estranhíssima relíquia de outras eras, eu estava ali era para ver passar bairros militares e civis em completa segurança. Pois aquele medidor estava ali por obra e graça desta missão geoidrográfico, seguramente que aquelas tabelas de marés seriam essenciais para a circulação marítima e muitos outros conhecimentos. Admirador e devedor de Teixeira da Mota, modestíssimo seguidor do seu amor pela Guiné, trago-vos ao conhecimento este trabalho do investigador Carlos Valentim.

Um abraço do
Mário



Um acontecimento científico de renome:
A Missão Geoidrográfica da Guiné (1947-1957)


Beja Santos

O investigador e oficial da Armada Carlos Manuel Valentim escreveu no n.º de outubro-dezembro de 2006 dos Anais do Clube Militar Naval um artigo intitulado “Teixeira da Mota na Missão Geoidrográfica da Guiné (1947-1957)”. Esta missão foi de um excecional valor científico, trouxe um conhecimento em profundidade que permitiu um mapeamento como jamais existira da geoidrografia guineense, foi a alavanca para cartas geográficas que mantêm um valor incalculável. O trabalho desta missão iniciou-se no pós-guerra, prendia-se com a necessidade de modernização em bases científicas para assegurar um desenvolvimento racional ao Ultramar português, era a proposta para o trabalho da Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais, designação que seria reformulada com a revisão constitucional de 1951. Marcello Caetano, enquanto Ministro das Colónias, apostara na ocupação científica do Ultramar, era um imperativo para cimentar a soberania portuguesa. É a altura de falar de Avelino Teixeira da Mota.

Em novembro de 1947, Teixeira da Mota cessara as funções de Ajudante de Campo do Governador Sarmento Rodrigues e passou a prestar serviço na missão geoidrográfica da Guiné Portuguesa. Deixara o cargo altamente prestigiado: foi o motor da organização e primeira fase da publicação do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, contribuíra para um inquérito etnográfico, base de uma nova carta geográfica e etnográfica da colónia. O governo condecorou-o com a Medalha de Prata dos Serviços Distintos ou Relevantes do Ultramar. Teixeira da Mota irá ficar ligado à missão geoidrográfica até 1957. Apaixonara-se por aquela parcela de território africano, vai recolhendo elementos essenciais para futuros trabalhos com destaque para a sua monografia (ainda hoje em alguns pontos incontornável) da Guiné Portuguesa, publicada em 1954. Prestará serviço no navio hidrográfico Mandovi, Teixeira da Mota é 2.º Tenente. Toma posse do lugar mas vai participar na 2ª Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, que se realizou em Bissau em novembro de 1947. Como diz Carlos Valentim, a Hidrografia era um mundo à parte na Marinha: “O trabalho hidrográfico nos territórios ultramarinos de África associava um saber científico e técnico, baseado em disciplinas como a Matemática, a Geofísica, a Cartografia, a Biologia Marinha, a Geodesia, a Topografia, a uma aura de aventura, proporcionando um contato profundo com o meio marinho, no oceano ou próximo da costa, nos estuários e nos canais navegáveis, e em terra, por vezes em períodos longos de exploração, em contactos estreitos com as populações locais”. Era um ramo da investigação que tinha pergaminhos na Guiné, estavam inventariados trabalhos hidrográficos e geográficos entre os finais do século XIX e 1916.

Em novembro de 1947 o 1.º Tenente Pereira Crespo, que será o último Ministro da Marinha do Estado Novo, assumirá as funções de comandante do Mandovi, o navio encontrava-se praticamente reparado, houvera uma transformação completa dos seus equipamentos que custara ao Estado 8 mil contos. Carlos Valentim elenca os aspetos práticos do abastecimento, da guarnição branca e indígena, logo nesta primeira fase. Teixeira da Mota continua a produzir os seus trabalhos aproveitando fundamentalmente o período da época das chuvas, contacta com os membros do Institut Français de l’Afrique Noire, prestigioso centro de investigação científica da África Ocidental Francesa, aquando das reparações do Mandovi nos estaleiros de Dacar. Em 1950, Teixeira da Mota publica a sua primeira obra de fôlego, sobre a toponímia de origem portuguesa usada para denominar vários locais na costa ocidental de África, a comunidade científica internacional endereça-lhe público louvor. A monografia sobre a Guiné Portuguesa espelha o seu conhecimento e estudo sobre África. Como observa Carlos Valentim, era o corolário de quem aprendera a viver em África, no meio das populações africanas, a estudar a cultura e as sociedades com o rigor da observação e encará-las de um modo que diferia da maioria dos outros europeus. Entretanto o Mandovi irá ser substituído por outro navio hidrográfico, o Pedro Nunes, será o seu comandante quem lhe dará o último louvor em novembro de 1957 quando Teixeira da Mota findou a sua prestação de serviço na missão geoidrográfica.

A última parte do artigo de Carlos Valentim é um levantamento sumário dos trabalhos da missão. Logo à partida: medição de uma base geodésica em Bissau; desenvolvimento da base e reconhecimento de uma triangulação formada por figuras fechadas que ligam geodesicamente Bissau e Bolama; determinação de declinação magnética, inclinação, e componente horizontal em Bissau e Bolama; sondagem parcial do porto de Bolama e observação das marés em Caió, Bolama e Bissau. Escreve Pereira Crespo: “A realização de trabalhos hidrográficos na Guiné é tarefa dura, difícil e demorada. Todas as condições e todos os elementos se parecem conjugar para dificultar tais trabalhos. Mau clima, má visibilidade, costas baixas, que em virtude das marés – 5 a 6 metros – ou se transformam em enormes zonas de lodo, ou em denso arvoredo semimergulhado. Correntes impetuosas. Más condições de mar motivadas pelo vento e correntes. E principalmente a preocupação permanente da segurança do navio e embarcações, navegando em zonas baixas, rodeadas de perigos, e por cartas que são certamente das mais erradas do mundo”. E conclui Carlos Valentim: “Durante dez anos, os levantamentos topográficos e hidrográficos, triangulações e sondagens, trabalhos em terra e no mar, fizeram da missão geoidrográfica da Guiné um empreendimento científico/técnico – modelo para o conjunto dos territórios ultramarinos que Portugal dominava.”

Navio hidrográfico Mandovi (1945). Imagem extraída do blogue “Os Rikinhus”, com a devida vénia.
Navio hidrográfico Pedro Nunes. Imagem extraída do blogue “Os Rikinhus”, com a devida vénia.
Avelino Teixeira da Mota
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Nota do editor

Último poste da série de4 DE OUTUBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22596: Notas de leitura (1387): Imagens à procura de comentários: Augusto Trigo e a CART 1746 (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22102: Historiografia da presença portuguesa em África (258): Diogo Gomes, um navegador e diplomata do século XV, na publicação "Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais", edição do Ministério das Colónias, Junta de Investigações Coloniais, 1950 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Outubro de 2020:

Queridos amigos,
Quando qualquer um de nós chegava à cidade de Bissau era confrontado com umas estátuas de figuras seguramente muito importantes, mas que inteiramente desconhecíamos, ou quase. Nem Diogo Gomes ou Honório Pereira Barreto nos provocavam assombro. Chegada a independência, num ato de repúdio da presença colonial, removeram esta estatuária, por vezes aos pedaços, para o interior da fortaleza de Cacheu. Bem devem estar arrependidos, goste-se ou não fazem parte da identidade guineense, de algum modo simbolizam a navegação portuguesa até àquelas paragens, seguramente que hoje os guineenses já sabem que Honório Pereira Barreto foi o seu pai-fundador, não tivesse ele andado a comprar por conta própria e em nome da Coroa o que comprou e só por um bambúrrio da sorte é que na Convenção Luso-Francesa de maio de 1986 é que a superfície da Guiné ficou como está. Demorei muito tempo a aperceber-me da importância de Diogo Gomes e acho que ninguém perde em saber que ele tentou o expediente diplomático criar boas relações comerciais com o Mandé, o Império Mandinga, numa época tumultuosa de desmembramento de impérios.

Um abraço do
Mário


Diogo Gomes, um navegador e diplomata do século XV

Mário Beja Santos

O então Comandante Teixeira da Mota, no contexto da Conferência Internacional dos Africanistas Ocidentais, edição do Ministério das Colónias, Junta de Investigações Coloniais, 1950, publicou a sua comunicação sobre Diogo Gomes, primeiro grande explorador da Gâmbia, 1456.

Observa o historiador que esta viagem de Diogo Gomes é apenas conhecida através do relato que o navegador, muitos anos mais tarde, fez a Martinho da Boémia, e que Valentim Fernandes registou na sua compilação de notícias acerca da África Ocidental.

Começaram a explorar o Canal do Geba, até perto da confluência Geba-Corubal e observaram os efeitos do macaréu. Regressaram até ao Atlântico e encetaram a exploração do Gâmbia, viajaram até Cantor. Estabeleceram relações pacíficas com o chefe local, o Niomimansa, além de outras relações comerciais. O objetivo de Diogo Gomes era procurar o Preste João e também procurar o Mandimansa com o objetivo político e económico de estabelecer comércio aurífero do Sudão, foram expetativas mal-sucedidas. Estabeleceram-se relações amistosas com os Mandingas do Baixo e Médio Gâmbia e do Baixo Geba – foi este o primeiro contato pacífico com súbditos do imperador do Mali, cuja fama lendária corria então na Europa. Em Cantor havia um grande mercado aurífero, esta rota continuou a ser seguida pelos tempos fora. Durante os séculos XVI, XVII e XVIII os portugueses não deixaram de lá ir à procura sobretudo de ouro.

Outro investigador, Carlos Manuel Valentim, publicou um seu trabalho intitulado Os Primeiros Contactos Diplomáticos entre a Europa e a África Subsariana, a viagem de Diogo Gomes em 1456 nos Anais do Clube Militar Naval, abril-junho 2007. Tem uma muito bem urdida introdução onde se contextualiza algumas das razões para a expansão portuguesa. Refere em concreto o esgotamento do modelo económico comercial europeu, as pestes e as guerras, sobretudo a Guerra dos Cem Anos, tudo vai convergir para que se estabeleça na Europa no final do século XIV o reconhecimento da importância do comércio marítimo e o afã em procurar novos mercados, havia uma grande procura de metais preciosos, assim nasce o projeto henriquino. Havia o mito do Preste João, detentor de um poderoso reino, com sede para oriente do rio Nilo, iria desde a Índia até ao Atlântico africano, era um soberano lendário que governaria um povo de cristãos, havia pois que o encontrar e estabelecer contactos.

As navegações portuguesas alcançaram a chamada África Negra em 1444, ultrapassara-se a Mauritânia. Nestas primeiras viagens para Sul da Costa Ocidental Atlântica, quando se avistou o rio Senegal, pôs-se logo a hipótese de estar em presença do rio Nilo, havia a ilusão de que se tinha achado um braço daquele grande rio. Graças às viagens, ia-se apurando as caraterísticas políticas e sociais da região. Transmitia-se pela documentação que nesta área vigorava uma federação de Estados liderada por um senhor poderoso, o Grão Jalofo. A chegada dos europeus vai ser contemporânea do desmoronamento da construção política desta área compreendida entre o vale do Senegal e o vale do Gâmbia, bem como o Futa-Toro. Os navegadores falam genericamente da Senegâmbia e transmitem a importância dos eixos comerciais aqui existentes. A etnia predominante é a Mandinga, é o reino Mandé, compreendendo os vales do Senegal e do Gâmbia, autónomo do Mandimansa.

Uma das primeiras descrições que temos desta grande via hidrográfica é-nos dada por Diogo Gomes, um homem da Casa Senhorial do Infante D. Henrique. É ele que estabelece uma aliança em nome do Infante D. Henrique com o rei do Niomi, estabelecerá acordos pacíficos com um conjunto de régulos e submeterá no Cabo Verde continental o Bezeguiche, inimigo tradicional dos portugueses. Diogo Gomes desempenhou um papel muito ativo na recolha de informações e no reconhecimento hidrográfico e etnográfico de toda a área a sul de Cabo Verde.

Na segunda viagem à região surge a primeira menção direta ao uso do quadrante: “Eu tinha um quadrante quando fui a essas paragens e escrevi na tábua do quadrante a altura do polo ártico, achando melhor do que uma carta. É verdade que numa carta se vê a rota de navegar, mas se alguma vez se introduz um erro, nunca se volta ao ponto primitivo”. Importa esclarecer que com este instrumento de medição Gomes obtinha as “alturas” da Polar, comparando os seus valores com base no local de referência (Lisboa, Lagos ou Madeira, por exemplo).

Continua em discussão se este relato foi transmitido por Diogo Gomes oralmente a Martinho da Boémia ou se foi escrito pelo seu próprio punho. Das viagens que efetuou, sabe-se que com Gil Eanes e Lançarote de Freitas participou na expedição militar de 1445 à ilha de Tider, não longe de Arguim. Dá pormenores valiosos da subida do rio Gâmbia até Cantor em busca de informações sobre o comércio do ouro e das vias que ligavam as regiões auríferas do Senegal, do Alto Níger e do entreposto comercial de Tombuctu às rotas sarianas que desembocavam no litoral marroquino.

Os portugueses descobriram que não tinham condições para capturar escravos, era-lhes mais proveitoso obter acordos com os senhores locais para conseguir a mão-de-obra desejada. Foi graças a esses acordos que o resgate se manterá florescente. No litoral, os portugueses trocavam cavalos por escravos e subiam o rio Gâmbia até às feiras de Cantor para desenvolver um ativo comércio de ouro. No seu relato, Diogo Gomes que capitaneava uma esquadra de três navios lembra a sua ligação ao senhor Infante e as instruções que dele recebeu para ir mais além do que pudesse. Possivelmente, no regresso desta exploração, tocou o arquipélago de Cabo verde, cujo descobrimento reclama para si, na companhia do italiano Antonio de Noli. Falecido o infante, Diogo Gomes reforça a sua ligação à corte e será nomeado almoxarife de Sintra.

Teixeira da Mota e Carlos Valentim convergem quanto à importância de Diogo Gomes, um dos mais inteligentes e ativos obreiros do Infante D. Henrique e um dos maiores navegadores e exploradores da sua época.
O que resta da estátua de Diogo Gomes, na Fortaleza de Cacheu
Carta náutica de Fernão Vaz Dourado incluída num atlas desenhado em 1571, Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Américo Vespúcio numa gravura contemporânea
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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE MARÇO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22031: Historiografia da presença portuguesa em África (257): A "Expansão portuguesa na Guiné", por Maria Archer; em "O Mundo Português", revista de atualidades do Império, edição da Agência Geral das Colónias, abril de 1946 (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21845: Historiografia da presença portuguesa em África (250): A descoberta da Guiné, polémica violenta: Vitorino Magalhães Godinho versus Avelino Teixeira da Mota (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 5 de Junho de 2020:

Queridos amigos,
Em torno das Comemorações do V Centenário do Descobrimento da Guiné, em 1946, a historiografia deu um importante salto com o estudo publicado por Teixeira da Mota desmontando ingenuidades e fantasias.
Aquele que terá sido o mais influente historiador português do século XX, Vitorino Magalhães Godinho, veio a público para o aplaudir e zurzir com inusitada violência. Foi polémica que não ficou nos anéis, até por serem dois historiadores que faziam da probidade ofício não fizeram como os medíocres, nestas coisas e noutras entram na hostilidade persecutória. Aqui se usam, para dar contexto, referências de um estudioso Teixeira da Mota, o oficial da Armada Carlos Valentim e a introdução de Vitorino Magalhães Godinho, que contextualiza admiravelmente os saltos gigantescos que deu a historiografia dos Descobrimentos depois de séculos de mitologia e ignorância das fontes.

Um abraço do
Mário


A descoberta da Guiné, polémica violenta:
Vitorino Magalhães Godinho versus Avelino Teixeira da Mota (1)


Mário Beja Santos

Escrito em 1946, ano das Comemorações do V Centenário da Descoberta da Guiné, o ensaio altamente contundente do historiador Magalhães Godinho a propósito do trabalho ainda não completamente publicado no Boletim Cultural da Guiné Portuguesa e assinado por Teixeira da Mota, foi mais uma das peças de grande importância na renovada historiografia portuguesa do período dos Descobrimentos henriquinos. Segundo Carlos Valentim, oficial da Armada que publicou a bibliografia de Teixeira da Mota, "O Trabalho de Uma Vida", Edições Culturais da Marinha, 2007, há quatro obras relevantes de Teixeira da Mota que contribuíram para essa renovação historiográfica: "A Descoberta da Guiné", com a data de 1946; "A Arte de Navegar no Mediterrâneo nos Séculos XIII-XVII e a criação da Navegação Astronómica no Atlântico e Índico, em 1957"; "A Viagem de Bartolomeu Dias e as Ideias Geopolíticas de D. João II", em 1958; "A Escola de Sagres", em 1960. Teixeira da Mota fez parte do escasso número de historiadores que contribuiu para imprimir ciência no estudo dos Descobrimentos Portugueses, pondo termo a fantasias, mitologias bacocas, puras conjeturas. Não foi o primeiro, mas pertenceu ao naipe engrossado por Jaime e Armando Cortesão, Damião Peres, Duarte Leite e Vitorino Magalhães Godinho.
Vitorino Magalhães Godinho

A descoberta da Guiné correspondeu à primeira comemoração depois da II Guerra Mundial. Numa nota de caráter pessoal expedida por Teixeira da Mota para o Governador da Guiné, e que esteve inédita até 1972, ano em que se publicou o seu importante "Mar, Além Mar", edição da Junta de Investigações do Ultramar, ele faz questão de desmontar um sem-número de fantasias acerca das expedições henriquinas e desvela da impossibilidade de Nuno Tristão ter chegado a território da então Guiné Portuguesa, a sua morte teria ocorrido no rio Gâmbia. Um estudioso, mas pouco dotado para a investigação rigorosa, o Pe. Dias Dinis, defendia intransigentemente as comemorações do centenário guineense naquele ano de 1946, socorria-se como fonte principal da "Crónica dos Feitos da Guiné", de Zurara, da Ásia de João de Barros e de alguns estudos de Armando Cortesão. Este padre missionário criticava os trabalhos de Duarte Leite e Damião Peres que contestavam fortemente a tese que atribuía a Nuno Tristão o descobrimento da Guiné em 1446. E Carlos Valentim observa: “Duarte Leite valia-se da cartografia e dissecava as fontes, uma a uma, utilizando a análise crítica como fulcro da sua metodologia. As conclusões eram dramáticas. De repente, todo o edifício de propaganda do Estado Novo ficava em perigo de ruir, por se ter verificado um anacronismo na descoberta da Guiné Portuguesa. Seria possível festejar acontecimentos com duvidosa cronologia?”. O ensaio de espírito completamente inovador de Teixeira da Mota introduzia esclarecimentos ainda hoje incontestados. A este trabalho iremos posteriormente fazer a competente referência.

Avelino Teixeira da Mota
Em jeito de síntese, Teixeira da Mota analisa os elementos de caráter náutico-geográfico, na linha das propostas de Jaime Cortesão e corteja-os com a cartografia e toma sempre como referência os elementos etnográficos. Devolve-se de novo a palavra a Carlos Valentim: “No espaço de um século, a Guiné Portuguesa encontra-se no centro de fatores que desencadeiam o progresso historiográfico, em duas situações muito idênticas, em dois momentos muito próprios, onde se mistura política e memória, ideologia e identidade. Primeiro, em 1841, com o Visconde de Santarém, o fundador dos estudos de cartografia antiga, que edita a Crónica da Guiné, de Zurara, descoberto em 1837, na Biblioteca Nacional de França. O segundo momento de inovação, situando-se novamente a Guiné no centro do debate historiográfico, surge um século depois, com Teixeira da Mota, numa época de forte combate ideológico e político”. E vamos à polémica de Magalhães Godinho. Ele enceta o seu trabalho observando a pobreza de fontes históricas sobre os Descobrimentos henriquinos, na generalidade construções tardias. E numa lenta caminhada, começaram as revelações, primeiro o Visconde de Carreira e o Visconde de Santarém que publicaram em 1841 a Crónica da Guiné, de Zurara; em 1845-47, Schmeller dava a conhecer a narrativa das viagens redigida por Martin von Behaim sobre conversas com o navegador Diogo Gomes. Diferentes autores ingleses interessaram-se pelos Descobrimentos, mas limitando-se quase a contar por palavras suas o que parecia ser verdade axiomática. Surgiu depois o Esmeraldo de Duarte Pacheco; em 1924, Jaime Cortesão apresentava um estudo sobre a política de sigilo nos Descobrimentos, fantasiou hipóteses, aventando que as fontes escritas ocultavam grande parte da obra de D. Henrique. O cartógrafo Armando Cortesão publicou em 1931 a cronologia das viagens até 1462 fazendo identificações do rio Grande com o Geba, por exemplo. Aquilo que eram certezas, com base nestes trabalhos recentes, merecia um novo olhar. A figura-chave será Duarte Leite, que criticará as hipóteses de Jaime Cortesão sobre a política de sigilo e sacudiu de cima a baixo a obra de Zurara. Como escreve Vitorino Magalhães Godinho: “Zurara, até aí unanimemente considerado fiel e bem informado cronista das navegações, é reduzido à sua verdadeira craveira de literato de saber restrito e de segunda mão, de pouco cuidadoso relator, de homem com fraca curiosidade geográfica e náutica; a sua crónica deixa de ser indiscutível evangelho, para nela se notarem erros, contradições e outros defeitos”. Segue-se Damião Peres, o próprio Magalhães Godinho e Teixeira da Mota.

Godinho ridiculariza os esforços para consagrar Nuno Tristão como o primeiro a chegar à Guiné Portuguesa. Elogia Teixeira da Mota e o seu trabalho: “Foi-lhe de grande proveito o conhecimento direto do litoral e das gentes da Guiné, bem como a possibilidade de obter informações complementares de outros conhecedores das línguas indígenas e da região. Conseguiu Teixeira da Mota confirmar algumas das conclusões da investigação anterior e corrigir outras (…) Note-se que o autor não discute qualquer questão de cronologia, aceita, como Peres e nós fizemos, a estabelecida por Armando Cortesão e Duarte Leite. Seguiu Teixeira da Mota o modelo por nós lançado em Documentos sobre a Expansão. A longa e minuciosa discussão do problema por Teixeira da Mota confirma La Roncière e Duarte Leite: Nuno Tristão não ultrapassou a Gâmbia para o Sul, a sua morte não ocorreu no rio Geba, muito menos no rio de Nuno”. E adita os argumentos expendidos por Teixeira da Mota, de irrefutável clarividência. Fala-se da viagem de Álvaro Fernandes, também em 1446, havia acordo que o navegador visitou o rio Casamansa, tendo chegado à enseada que começa no Cabo Roxo. Mais adiante, falando da viagem de Valarte e de Fernando Afonso em 1447, Godinho apoia a hipótese da captura de Valarte no rio Gâmbia, estabelece-se aqui uma discussão de pormenor sobre os reis na região de Cabo Verde (não esquecer que estamos a falar de território continental), e apoia igualmente dados expendidos por Teixeira da Mota acerca da localização da povoação dos Bambaras. Termina os seus comentários elogiosos e inflete para uma tremenda zurzidela de Teixeira da Mota, vale a pena ver com cuidado a argumentação expendida, é por vezes de uma violência extraordinária a adjetivação usada. E talvez o ponto mais importante seja registar que após toda esta sessão de bengaladas, a admiração mútua jamais esmoreceu. É assim entre gente que cuida com estrénuo rigor a verdade dos factos.

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 27 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21815: Historiografia da presença portuguesa em África (249): Da Senegâmbia à Serra Leoa, pela mão de Suzanne Daveau (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11476: Notas de leitura (475): Guiné-Bissau - De Colónia a Independente, por José Gregório Gouveia, e O Trabalho de uma Vida - Avelino Teixeira da Mota, por Carlos Manuel Valentim (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 27 de Dezembro de 2012:

Queridos amigos,
Mais uma prova de que anda por aí muita documentação dispersa sobre a Guiné que merece a nossa atenção. Desta feita, temos o testemunho de José Gregório Gouveia que foi furriel enfermeiro da CART 1525 e que resolveu dedicar ao povo da Guiné um punhado de considerações sobre a história da presença portuguesa até aos eventos mais recentes, intercalando apontamentos sobre as atividades da CART 1525 que deixou saudades à população de Bissorã.
Ficarei muito grato a quem me facilitar a leitura de documentos como este, que encontrei na Biblioteca da Liga dos Combatentes, todos estes esforços tão meritórios devem merecer-nos respeito.
E junto a referência do importante inventário biobibliográfico de Avelino Teixeira da Mota.

Um abraço do
Mário


Província da Guiné e Guiné-Bissau:
Um longo olhar de um antigo combatente

Beja Santos

José Gregório Gouveia prestou serviço militar na Guiné integrado na CART 1525, nos anos de 1966 e 1967, onde foi furriel enfermeiro. É hoje advogado na Madeira. Procedeu a um estudo sobre a Guiné, desde colónia a país independente. O seu trabalho de pesquisa compreende três partes: enquadramento histórico da presença portuguesa; síntese das atividades da CART 1525 e resumo da vida da República da Guiné-Bissau.

Trata-se de uma edição não comercial que encontrei na Biblioteca da Liga dos Combatentes com a cota 13513. É indiscutivelmente uma iniciativa generosa, um olhar de quem combateu durante 21 meses, sobretudo na região de Bissorã e que entende legar apontamentos a camaradas interessados, é um labor cuidado, despretensioso, pautado pela afabilidade e o amor à Guiné e às sua gentes.

A primeira parte compreende um escorço histórico dos descobrimentos, abarca o território, a população, as atividades económicas, a presença portuguesa com realce a partir do século XIX, a emergência dos movimentos de emancipação e de independência, intercalando a luta armada vista do lado português e do lado e dos guerrilheiros. Como nota de curiosidade, registo que José Gregório Gouveia recorda o significado de dois artigos publicados no jornal “Ponto”, nas suas edições de 4 e 18 de Dezembro de 1980, assinado por Fernando Baginha, que em 1972 e 1973 foi professor e diretor da Escola-Piloto do PAIGC, em Conacri; e foi também o autor e responsável por programas de propaganda dirigidos aos militares portugueses, através das emissões da Rádio Libertação do PAIGC. O tema destes dois artigos prende-se ao assassinato de Amílcar Cabral. Vejamos qual a visão de Baginha quanto ao assassinato do líder do PAIGC:
“A esquerda portuguesa adotou, para seu descanso, até ao 25 de Abril e depois, o esquema geral de “É mau? Foi a PIDE”. Isto permitia explicar tudo o que não se sabia explicar. Assim, e neste caso, Amílcar tinha sido morto e só havia uma explicação: foi a PIDE. Este foi, aliás, o sentido do primeiro programa da Rádio Libertação do PAIGC, por mim escrito e lido depois do assassinato. E eu, quando escrevi e li já não acreditava nisso. Sabia tão bem como todos os que estávamos nessa situação, que a PIDE não tinha, diretamente, nada a ver com o assassinato. Penso, com isto, não estar a promover a PIDE, para pelo contrário, estar a retirar-lhe méritos que a esquerda lhe atribuía, acusando-a permanentemente de poderes conspirativos que na realidade não possuía”.

Creio ser útil regressar mais tarde à detalhada argumentação de Baginha, reveladora dos complexos conflitos que existiam no seio do PAIGC e que foram comodamente silenciados aquando da morte de Cabral.

O autor condensa as atividades da luta de contraguerrilha e depois traça um apanhado da vida da CART 1525 que partiu para a Guiné em 12 de Janeiro de 1966, tinham como nome de guerra “Os Falcões”, em Fevereiro, foram colocados em Mansoa e a seguir marcharam para Bissorã, que assim descreve: “Uma casa, coberta de telha, para os oficiais com messe própria; duas casas, cobertas de zinco, para os furriéis e sargentos. Com um frigorifico que funcionava a petróleo – a central termoelétrica não funcionava 24 horas por dia, apenas à noite e pouco mais. O local das refeições funcionava na casa da D. Maria (um casal cabo-verdiano que se distinguia por saber assar leitão). Dois armazéns, tipo colonial, cobertos de telha, serviam de caserna aos soldados. Para servir o rancho geral foi necessário a Companhia construir instalações com toros de madeira e cobertas de capim”. Descreve o centro de saúde, o parque de viaturas e conta a história do jipe do ronco, um jipe aparentemente a abater à carga mas que estava destinado à glória: “Veio um chassis usado, foi trabalhado um tabliê em madeira onde foram colocados todos os instrumentos de bordo, volante à maneira de competição, jantes pintadas, bandas brancas nos pneus, faróis de marcha-atrás, tapetes interiores de palhinha de capim”. O jipe do ronco foi perseguido pela Polícia Militar em Bissau, era tão insólito que toda a gente parava para ouvir. Segue-se uma apresentação da região de Mansoa e a enunciação das principais atividades operacionais da companhia. Depois de um ano em Bissorã, erigiu-se um monumento simbólico, ao que parece ainda está de pé, conseguiu resistir à deterioração do tempo. A CART 1525 distinguiu-se por um admirável conjunto de relações sociais entretecidas com a população local: escolas, criação de um talho, melhoramento dos espaços desportivos, etc.

Com o 25 de Abril, e após a independência da Guiné-Bissau, o autor desfia os dados mais significativos da cooperação portuguesa. Refere o fuzilamento de militares e milícias guineenses que tinham combatido à sombra da bananeira portuguesa, e sumaria os principais acontecimentos da vida político-constitucional da Guiné-Bissau, atos eleitorais, golpes de Estado, assassinato de políticos e militares. No final, relembra o leitor que pretendeu apenas chegar ao povo guineense a quem este trabalho é sinceramente dedicado.

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O trabalho de uma vida: Dados biográficos elementares e resumo da obra monumental do almirante Teixeira da Mota

“O trabalho de uma vida: Biobibliografia de Avelino Teixeira da Mota”, por Carlos Manuel Valentim, Edições Culturais da Marinha, 2007 é um documento que permite conhecer melhor o perfil de um historiador que dedicou alguns dos seus melhores trabalhos à Guiné.

Trata-se de uma biografia elementar, sólida e rigorosamente coligida por um estudioso que preparara o seu doutoramento à volta da historiografia de Teixeira da Mota cuja obra incontornável gira à volta de dois eixos fundamentais: estudos sobre a história de África e a cartografia dos descobrimentos.

Carlos Valentim evidencia o papel de Teixeira da Mota na revolução da historiografia portuguesa e como ele revolucionou a visão global da história das navegações portuguesas. Recorde-se que Teixeira da Mota chegou à Guiné como colaborador direto do governador Sarmento Rodrigues e de seguida viveu 12 anos na Costa Ocidental de África. Atirou-se a fundo ao estudo da descoberta da Guiné, o que deu aso a uma importante polémica com Vitorino Magalhães Godinho. A sua investigação sobre a arte de navegar no Mediterrâneo foi um contributo decisivo para clarificar a navegação gastronómica em Portugal, até então pensava-se que a navegação gastronómica começara no Atlântico. Outro trabalho fundamental foi o seu estudo sobre a viagem de Bartolomeu Dias e as ideias geopolíticas de D. João II. Por fim, contribuiu para clarificar que a Escola de Sagres não passava de uma lenda, devia ser revertida para símbolo dos descobrimentos henriquinos, conceito que veio agitar a historiografia conservadora.
Encontra-se neste meritoso trabalho o levantamento do que mais importante foi assinado por Teixeira da Mota, investigador revolucionário e pai da historiografia do que é hoje a Guiné-Bissau.
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Nota do editor:

Último poste da série de 22 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11444: Notas de leitura (474): Um Império de Papel, por Leonor Pires Martins (Mário Beja Santos)

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10861: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (9): Mensagens de Natal da Tertúlia (3)

MENSAGENS DA TERTÚLIA (3)


Mensagem do nosso camarada Artur da Conceição, ex-Soldado de Transmissões da CART 730, BissorãFarim e Jumbembem1965 a 1967:

Para todos os “Grã Tabanqueiros” e suas famílias, votos de um Feliz Natal e um Novo Ano com muita Paz e Saúde.
Um abraço
Artur Conceição




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Do nosso camarada Torcato Mendonça, ex-Alf Mil da CART 2339 Mansambo, 1968/69: 


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Do nosso camarada Afonso Sousa, ex-Fur Mil Trms, CART 2412, BigeneGuidage e Barro, 1968/70

Ilustrado com algumas imagens da paradisíaca Madeira (algumas das quais fazendo lembrar o presépio), envio-vos o meu desejo de Santo Natal, com paz, saúde, harmonia e esperança.

Boas Festas.
Afonso Manuel Sousa


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Mensagem do nosso camarada Rui Silva, ex-Fur Mil da CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67: 


Para a grande família do Blogue composta por camaradas ex-Combatentes da Guiné e outros amigos(as) que se nos juntaram, hoje todos tidos como camarigos, venho expressar o maior desejo de que este Natal o passem com muita felicidade, e que o Novo Ano vos traga muita saúde, bem-estar e paz de espírito.
E, se me permitem, envio-vos o “postal” seguinte, que simboliza também paz e amor e que se trata de um presépio feito em barro por mim (coisas de reformado)

Um abraço para todos.
Rui Silva

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Mensagem do nosso camarada Henrique Cerqueira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74:

Camarada Carlos Vinhal,
Envio em anexo o meu velhinho postal de Natal.
O mesmo já foi publicado no ano passado portanto não tem nada de novo a não ser o facto de termos sobrevivido mais um ano. Daí eu o repetir com votos de Boas Festas e Um Bom Ano Novo, dirigido a todos os Camaradas do blogue “Luís Graça e Camaradas da Guiné” e uma saudação muito especial aos Editores deste blogue, porque mais que nunca provaram que criaram um espaço que no mínimo nos deu a possibilidade de nos comunicarmos e principalmente “Vivermos” neste mundo que ultimamente tem criado uma sociedade que só olha para o próprio “Umbigo” e caminha drasticamente para o isolamento social.

Um Santo Natal para todos.
Henrique Cerqueira e NI


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Mensagem do nosso tertuliano e amigo Carlos Manuel Valentim, Oficial da Marinha, licenciado em História Moderna e Director da Biblioteca da Escola Naval


Boas Festa e um Feliz Ano de 2013
Carlos Manuel Baptista Valentim

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Mensagem do nosso camarada Ernesto Duarte, ex-Fur Mil da CCAÇ 1421/BCAÇ 1857, Mansabá, 1965/67:

Caro Camarada Carlos Vinhal Homem Grande da Tabanca
Com alegria desejo para ti e para os teus
Um bom Natal e
Um Bom Ano novo
Com Muita Alegria
Muita Paz
Muita Saúde
Muito Amor e
Guerra Nunca Mais

Igualmente os meus desejos de Bom Natal a todos os que fazem o grande favor de manterem o blogue de pé a funcionar. Era impensável um espaço a onde os abandonados, ou esquecidos, pudessem pensar em voz alta livremente, encontrar amigos de há 50 anos.
Isto não tem preço, para um antigo militar, foi uma dávida muito grande e generosa.
O generoso tem uma importância muito grande e estou certo tem a gratidão de todos nós.
O serviço que o blogue nos prestou, livre e sem qualquer encargo era impensável.

Mais uma vez obrigado Carlos
Um muito Grande abraço e tudo de bom
Ernesto Duarte
1965 / 1967
BC 1857 CC 1421
Mansabá – Oio – Morés

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Mensagem do nosso camarada Idálio Reis, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 2317 / BCAÇ 2835 (Gandembel e Ponte Balana, Nova Lamego, 1968/69: 

Caro Vinhal
Os meus mais veementes desejos de Boas-Festas a todos os membros da Tertúlia, assim como a todos os seus mais queridos.

Um afectivo abraço do
Idálio Reis


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Mensagem do nosso camarada António Vaz, ex-Cap Mil da CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69:

Desejo a todos os Tabanqueiros e em especial aos Editores do Blogue, um Feliz Natal com saúde na companhia de quem mais gostarem e uma boa passagem para 2013, apesar do bombardeamento diário das morteiradas que teem vindo a cair no nosso quotidiano.

Um grande abraço do
Antóvio Vaz
Ex- CMDT da CART 1746

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Mensagem do nosso camarada Victor Garcia,  ex-1º Cabo da CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71:

Para vós amigos Luís e Carlos, e para todos os Tabanqueiros.
Victor Garcia e família desejam-vos um Santo Natal cheio de harmonia e felicidade.
Que o próximo ano não seja tão doloroso.

Um abraço
Victor Garcia

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10856: À volta do poilão da Tabanca Grande: Boas Festas 2012/13 (8): Mensagens de Natal da Tertúlia (2)