Infogravura: Tabanca de Matosinhos (com a devida vénia...)
1. É bom fazer anos, mas ainda melhor ter amigos para nos darem parabéns... Quatro tabanqueiros com dupla ou tripla pertença e a mesma identidade: Tabanca Grande, Tabanca de Matosinhos, Tabanca dos Melros...
O Álvaro, régulo da Tabanca de Matosinhos, sintetizou magistralmente como é difícil dar os parabéns, mais do que a um amigo, a um camarigo como o António Carvalho: "É difícil dar os parabéns a alguém, quando queremos dizer mais que 'parabéns'. Transmitir a um amigo o que sentimos ao desejar-lhe as maiores felicidades, no dia em que se comemora a sua chegada a este Mundo, é um pouco complicado, porque por mais que queiramos não dizemos tudo o que sentimos e queríamos que ele soubesse. É difícil dar os parabéns ao Carvalho de Mampatá, ao Carvalho das Medas, ao Carvalho da Tabanca Pequena de Matosinhos e ao António Carvalho".
O Carvalho, o de Mampatá, o das Medas (Gondomar), da Tabanca de Matosinhos, o da Tabanca Grande, o António "tout court" [, foto à direita], fez 61 aninhos, no dia 17 passado, e teve a malta em peso, amigos, camaradas e camarigos, da Tabanca de Matosinhos, a festejar a feliz efeméride...
Com o atraso de dois dias, queremos também anunciar-nos às comemorações que por certo continuam por este fim de semana adentro... Ele (e o Álvaro) vai permitir-me reproduzir aqui o seu originalíssimo texto de agradecimentos:
Nasci no dia 17 de Fevereiro de 1950, no entanto entendi ser ajuizado comemorar o meu nascimento no dia 16 por ser quarta-feira de Matosinhos e a próxima quarta ocorrer já no distante dia 23.
Já sei que vão literalmente chover votos sinceros de saúde, felicidade e longa vida. Também conto com umas bocas foleiras de alguns tabanqueiros, sobretudo da parelha (esta palavra não tem ou pode ter um sentido pejorativo?) de Penafiel.
Quero que todos saibam que muito feliz fiquei por tudo o que me disserem (de bem e de mal) e que o possam fazer durante muitos anos. Quanto aqueles que nada me disserem, a propósito do meu aniversário, também ficarei feliz com eles pois pensarei que ou não sabem mandar mails, ou não sabem que eu faço anos, ou não me conhecem ou acham mesmo que esta coisa de fazer anos não interessa nada. A todos eles eu, desde já, agradeço, do fundo do coração. Na verdade, não sabendo quem me irá "parabentear" nem querendo esperar para saber, pragmaticamente aproveito para agradecer a todos.
Finalmente mando a todos um grande abraço, desejando-vos prolongada, saudável e feliz vida. Carvalho de Mampatá.
2. E falando de Mampatá, e do Carvalho, é inevitável que se recorde aqui um dos belos poemas do nosso Josema (José Manuel Lopes), evocando o Douro e a imensa saudade da terra, mas também celebrando a grande camarigagem dos Unidos de Mampatá (CART 6250, 1972/74)(**)
calor, cansaço, suor,
saudades de tudo
saudades de tudo
e de um rio...
mas podia ser pior,
pois há ali o Corubal,
com sombras e água boa,
nem tudo é mau afinal,
não é o Douro, eu sei,
nem o Tejo de Lisboa.
mas podia ser pior,
pois há ali o Corubal,
com sombras e água boa,
nem tudo é mau afinal,
não é o Douro, eu sei,
nem o Tejo de Lisboa.
são outros os horizontes,
falta o xisto e o granito,
as encostas e os montes,
mas diga-se na verdade
há o Carvalho, há o Rosa,
há um hino à amizade,
há o Gomes e o Vieira
a sonhar com a Madeira,
há o Farinha e o Polónia,
gestos e solidariedade
há o Esteves e o Pinheiro
amigos e sinceridade,
há o Nina e até amor,
também sofrimento e dor,
há o desejo de voltar
e um apelo à liberdade.
josema
Mampatá 1974
[Revisão / fixação de texto: L.G.]
Notas de L.G.:
(*) Último poste da série > 14 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7780: Parabéns a você (216): 96° Aniversário de Clara Schwarz da Silva, nascida a 14/2/1915, uma cidadã do mundo, co-fundadora e professora do Liceu Honório Barreto, em Bissau, cuja presença na Tabanca Grande muito nos honra... (Luís Graça, co-editores, amigos e antigos alunos)
(**) Vd. poste de 28 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2694: Poemário do José Manuel (5): Não é o Douro, nem o Tejo, é o Corubal... Nem tudo é mau afinal.... Há o Carvalho, há o Rosa...