sábado, 19 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7817: Os nossos médicos (23): Resposta de Morais da Silva (ex-Cap Art, CCAÇ 2796, Gadamael e Quinhamel, 1971/72) a Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med (CCS/ BCAÇ 2930, Catió, 1970/72)


Guiné > Região de Tombali >  Rio Cacine  a caminho de Gadamael; s/d> O Alf Mil Méd Amaral Bernardo, que pertencia à CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), e passou mais de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6).


Foto (e legenda) : © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de António Carlos Morais da Silva, com data de hoje:


Caro Dr Luís Graça

Junto envio a minha resposta à mensagem do Dr Bernardo.

Se entender que é correcto colocá-la como comentário em P7799 (*) faça o favor de me informar pois fá-lo-ei de imediato. Se julgar que deve ser publicada de outro modo tem a minha concordância.

Agradeço, uma vez mais, o acolhimento do blogue.
Os meus cumprimentos

António Carlos Morais da Silva
Amadora
antoniocmsilva@netcabo.pt
www.moraissilva.com


2. Resposta de Morais da Silva a Amaral Bernardo:


A carta que o senhor Dr. Amaral Bernardo me dirigiu obriga-me a um comentário breve.


1. O senhor Dr Amaral Bernardo apresenta desculpas por ter errado sobre a informação prestada acerca da CCaç 2796. Reposta a verdade considero-a ressarcida sem deixar de continuar a lamentar o sucedido.

2. Não pus em dúvida a conduta médica do Dr. Amaral Bernardo mas do médico presente em Cacine em 8Mai71. Deixei claro que não sabia se era o Dr Amaral Bernardo. Sei agora que não era. Ainda bem para ambos.

3. O senhor Dr. Amaral Bernardo não pode acusar-me de insinuações (e portanto repudiá-las) porque tudo o que referi foi feito de forma clara limitando-me a relatar uma triste experiência e "pedindo a Deus" que não estivesse a tropeçar, novamente, no médico que esqueceu que o era quando foi necessário. 


4. Tratei o assunto com discrição pois dirigi-me directamente ao Dr. Luís Graça que entendeu, posteriormente, publicar as posições de ambos. Fê-lo, estou certo, porque nenhum de nós pediu qualquer reserva.

5. Sobre a visão do senhor Dr Amaral Bernardo no que concerne à prática médica no campo de batalha direi apenas aquilo que todos os que combateram sabem e/ou sentem: o medo ultrapassa-se quando nos sentimos absolutamente responsáveis pela vida dos que combatem a nosso lado e de nós só esperam que assim seja.

Morais da Silva

Coronel

P.S. Antes de escrever ao Dr. Luís Graça procurei, junto de pessoal de Catió, identificar os médicos, do sector do BCaç 2930 à data de Maio de 1971. Infelizmente os contactados, tal como eu, já não se recordam.

A CCaç 2796 foi fustigada de forma brutal nos seus primeiros passos em Gadamael numa primeira tentativa do PAIGC de, indirectamente, eliminar a posição de Guileje (o que veio a conseguir em 1973 por via directa). Sofreu baixas, incluindo o comandante da companhia (24Jan71) e nos finais de Janeiro de 1971 era uma subunidade extenuada psicologicamente. Com muito trabalho de todos, reagiu, recuperou, deixou obra feita (reordenamento, escola, posto sanitário, casernas, organização do terreno) e garantiu a posse de Gadamael, a segurança da população, o apoio logístico a Guileje e a liberdade de movimentos no seu sector. Em suma "Cumpriu a Missão". Não desmereceu do seu primeiro e valoroso comandante de companhia – Capitão Assunção Silva, dos seus restantes camaradas mortos e feridos em combate e da confiança da população que apoiou de múltiplas formas e com quem manteve relações de respeito e amizade.

Morais da Silva
Coronel

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Nota de L.G.: 

(*) 16 de Fevereiro de 2011 > Guiné 7799: Os nossos médicos (22): Um pedido de desculpas por uma falsa informação a (e um firme repúdio pelas insinuações de) o ex-Cap Art Morais da Silva, comandante da CCAÇ 2769 (Amaral Bernardo)


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