sábado, 23 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24692: Recortes de Imprensa (137): Jornal "Voz da Guiné" (7): Reprodução das páginas de 8 a 12 do número 353, de 7 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

1. Continuação da publicação da transcrição das páginas do jornal Voz da Guiné de 7 de Setembro de 1974, enviada pelo nosso camarada Abílio Magro (ex-Fur Mil Amanuense (CSJD/QG/CTIG, 1973/74), em 16 de Setembro de 2023:

Bom tarde camarada do capim, dos Megabytes e das artroses!
Como me constou que andas com falta de trabalho, aqui te envio umas coisinhas para te entreteres nas noites de insónia.
Trata-se do resto das páginas do “Voz da Guiné” de 7 de Setembro de 1974 (6 a 12).
Com o decorrer das transcrições fui-me apercebendo que o “Voz da Guiné” era bem capaz de ser o “órgão oficial do PCP da Guiné” tal é a quantidade de textos virados à esquerda.
Vários não transcrevi por nada terem a ver com a Guiné portuguesa e outros que transcrevi, se achares que o pessoal não vai gostar, não publiques para evitar discussões políticas.
Se alguém estiver interessado nalgum texto que não transcrevi (indico o assunto na página), terei todo o gosto em o transcrever, com calma descontracção e estupidez natural.
Entretanto, como não tenho nada para fazer (não gosto de lavar a louça), vou-me dedicar ao jornal do dia 10 que esse sim, tem mais interesse por ser a edição especial do dia do reconhecimento, por Portugal, da independência da Guiné-Bissau.

Bom entretenimento
Abraço
Abílio Magro








(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 22 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24689: Recortes de Imprensa (136): Jornal "Voz da Guiné" (6): Reprodução da 7.ª página do número 353, de 7 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

Guiné 61/74 - P24691: Os nossos seres, saberes e lazeres (591): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (121): Oh Bruxelles, tu ne me quittes pas! (12) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 28 de Junho de 2023:

Queridos amigos,
Nesta hora de rememorações, pegando no caderno onde fui registando o percurso da viagem, bem arrependido estou de não ter feito finca pé em ter começado o dia pelo Museu Félicien Rops, santo do meu culto, alguém que viveu de candeias às avessas aquele tempo de Novecentos, foi um expoente do simbolismo, desbravou caminhos estéticos e incomodou muita burguesia com o tratamento erótico da sua pintura e desenho. Mas feita a contabilidade, surpreendeu-me agradavelmente as esculturas maneiristas, outrora tratadas como arte decadente e hoje na moda, observadas como uma vanguarda reativa à escultura beata do tempo, tudo desproporcionado, como se, de tanto torcer e distorcer, a imagem religiosa tivesse maior impacto nos crentes. Por mim, se não tivesse tido a condução do dia tão rígida, teria andando a flanar pela cidadela, dali se avista um panorama memorável. A grande vantagem era o estômago, foi ao fim de um dia de correrias ter um banquete de estalo à minha espera. Agora só me falta falar-vos de Félicien Rops, do Meuse e de uma bela casa em S. Marc, a poucos quilómetros de Namur.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (121):
Oh Bruxelles, tu ne me quittes pas ! (12)


Mário Beja Santos

Depois da visita, que tanto me surpreendeu, aos museus instalados em Les Bateliers, atravessa-se a cidade, vamos em direção a outro local de referência, o Museu de Arte Antiga, estamos na época dos acrónimos, cada um mais bombástico que o outro, agora este museu é TreM.a, visito-o sempre com imenso prazer, tal a diversidade artística que oferece. Está situado numa casa apalaçada do século XVII, bem escondido atrás dos estuques da sua fachada, que está classificada como património excecional da Valónia, abriga tesouros medievais e da Renascença, entre as obras-primas ali expostas, em que as mais antigas remontam ao século XII, avulta o Tesouro d’Oignies, uma das sete maravilhas da Bélgica, tem escultura de valor excecional e aqui se acolhe o maior repositório de obras de Henri Bles, pintor maneirista de excelência. Tem uma balaustrada moderna no corpo principal, deixo mais comentários para quando fizer uma visita em relance, o que nos traz fundamentalmente aqui são esculturas maneiristas, eram tratadas até um passado não muito longínquo como correspondentes a um período artístico de completa decadência. O que vimos visitar é um património ignorado pelo mundo académico que subitamente se tornou fonte de atração dos investigadores. Procuro nas imagens subsequentes mostrar algo que durante séculos foi alvo do desprezo estético: personagens com proporções exageradas, figuras estiradas, ancas angulosas, pescoços sinuosos, dedos afuselados… A exposição reúne um conjunto de esculturas criadas nas últimas décadas do século XVI nas oficinas de uma região que se chama de l’Entre-Sambre-et-Meuse, em plena Valónia, todo este património foi denegrido, face ao qual os investigadores nem ousavam olhar, subitamente provocam frenesim, os estudos multiplicam-se e o público acorre, é a admiração da descoberta. Lembra um pouco aquela ironia sobre o mau gosto, ele é sempre o dos nossos pais, o bom gosto é das gerações precedentes…

Fachada principal do Museu de Arte Antiga de Namur
Balaustrada moderna do Museu de Arte Antiga de Namur
A fé e a oração, um maneirismo das formas que já aponta para o barroco
Ornamentos escultóricos numa trave
O Pai e o Filho
A Ressurreição, mestre de Rochehaut, obra em carvalho policromado, 2ª metade do séc. XVI.
A lamentação pela morte de Cristo
Feita a visita à exposição da escultura maneirista, pressionados pelo tempo, quem me guia aponta permanente e freneticamente para o relógio, vou admirar em passo acelerado algumas das preciosidades do Museu de Arte Antiga, acima uma das sete maravilhas da Bélgica, o célebre Tesouro de Oignies, são cerca de 40 peças de ourivesaria pejadas de pedras preciosas, trabalho realizado na 1ª metade do século XIX, obra destinada ao priorado de Oignies.
Base de um cálice esplendidamente ornamentado
Cena do anjo da Visitação, elemento de uma porta
Paisagem de Henri Bles, o museu possui a maior coleção deste pintor maneirista

Saio desgostoso do Museu de Arte Antiga, peço a quem me guia nesta viagem um tanto alucinante de museu atrás de museu, só para mirar alguns edifícios, com resignação condescente, abranda-se a marcha, estou autorizado a captar alguma maravilha deste centro histórico de Namur.
Beffroi de Namur, algo como um campanário com os sinos da cidade, nalguns casos funcionou como prisão. Trata-se de uma obra do século XIV, intervencionada dois séculos depois
Outro ângulo do beffroi de Namur, parece amparado por prédios de habitação, respeitou-se a escala, não há nada de chocante
Um belíssimo edifício de Arte Nova na principal artéria comercial de Namur.

E pronto, a viagem prossegue para o Museu Félicien Rops, depois é o passeio pelo Meuse, depois um festim em S. Marc, no final sou depositado na gare ferroviária, há abraços e lágrimas, prometo voltar lá para setembro/outubro, sabe-se lá as voltas que o mundo vai dar, e depois os imprevistos da idade, mas vontade de regressar não falta. Bem, vamos à conclusão deste magnífico dia em Namur.

(continua)

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Nota do editor

Último poste da série de 16 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24661: Os nossos seres, saberes e lazeres (590): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (120): Oh Bruxelles, tu ne me quittes pas! (11) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24690: Parabéns a você (2209): Toni Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16 (Mansoa, 1964/66)

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Nota do editor

Último poste da série de 22 de Setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24685: Parabéns a você (2208): Carlos Arnaut, ex-Alf Mil Art, CMDT do 16.º PelArt (Binar, Cabuca e Dara, 1970/72)

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24689: Recortes de Imprensa (136): Jornal "Voz da Guiné" (6): Reprodução da 7.ª página do número 353, de 7 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

1. Continuação da publicação da transcrição das páginas do jornal Voz da Guiné de 7 de Setembro de 1974, enviada pelo nosso camarada Abílio Magro (ex-Fur Mil Amanuense (CSJD/QG/CTIG, 1973/74), em 16 de Setembro de 2023:

Bom tarde camarada do capim, dos Megabytes e das artroses!
Como me constou que andas com falta de trabalho, aqui te envio umas coisinhas para te entreteres nas noites de insónia.
Trata-se do resto das páginas do “Voz da Guiné” de 7 de Setembro de 1974 (6 a 12).
Com o decorrer das transcrições fui-me apercebendo que o “Voz da Guiné” era bem capaz de ser o “órgão oficial do PCP da Guiné” tal é a quantidade de textos virados à esquerda.
Vários não transcrevi por nada terem a ver com a Guiné portuguesa e outros que transcrevi, se achares que o pessoal não vai gostar, não publiques para evitar discussões políticas.
Se alguém estiver interessado nalgum texto que não transcrevi (indico o assunto na página), terei todo o gosto em o transcrever, com calma descontracção e estupidez natural.
Entretanto, como não tenho nada para fazer (não gosto de lavar a louça), vou-me dedicar ao jornal do dia 10 que esse sim, tem mais interesse por ser a edição especial do dia do reconhecimento, por Portugal, da independência da Guiné-Bissau.

Bom entretenimento
Abraço
Abílio Magro








(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de Setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24683: Recortes de Imprensa (135): Jornal "Voz da Guiné" (5): Reprodução das 5.ª e 6.ª páginas do número 353, de 7 de Setembro de 1974 (Abílio Magro)

Guiné 61/74 - P24688: Notas de leitura (1618): "A Guerra de Moçambique 1964-1974", por Francisco Proença Garcia; Coleção Guerras e Campanhas Militares da História de Portugal, edição da Quidnovi, 2010 (Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Dezembro de 2021:

Queridos amigos,
A Coleção Guerra e Campanhas Militares da História de Portugal, da Quidnovi, constituiu um meritório esforço coletivo que abarcou, como é óbvio, os três teatros africanos no limite do império. Coube ao general Francisco Proença Garcia a redação da sinopse da guerra de Moçambique, e o autor dá-nos satisfatoriamente a relação dos pontos capitais, desde a génese do independentismo na região, passando pelo confronto pelo independentismo e as autoridades portuguesas, esquematizando uma manobra político-diplomática, militar, psicológica, socioeconómica e de informações. Nas conclusões, o autor escreve: "A manobra militar visava ganhar tempo para a solução política e permitia ao mesmo tempo a criação de um ambiente mais seguro para que a manobra socioeconómica de conquista dos corações e das mentes se concretizasse. Esta estratégia só foi possível com o apoio de uma manobra de informações que não visava apoiar apenas a manobra militar, trabalhando também em prol das outras manobras, destacando-se o estudo das populações. Porém, o sistema internacional mudará e não acolheu o modelo pretendido por Portugal. Dominaram os fatores exógenos, que não deixaram de agir até hoje. Esgotada que estava a capacidade de resposta portuguesa, a decisão do fim do império acabou por ser do aparelho militar".

Um abraço do
Mário



A Guerra de Moçambique 1964-1974, por Francisco Proença Garcia

Mário Beja Santos

Sinopse da obra, de acordo com o autor:
“De acordo com os seus próprios estatutos, a FRELIMO tinha por objetivo a liquidação total da dominação colonial portuguesa e de todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo, a conquista da independência imediata e completa de Moçambique e a defesa e realização das reivindicações de todos os moçambicanos explorados e oprimidos pelo regime colonial português. A argumentação da FRELIMO para a guerra baseava-se na rejeição do colonialismo como uma já longa tradição, referindo-se como "resistência" o conjunto de reações dispersas e de cunho tribal contra a conquista colonial. Aquela argumentação assentava ainda, segundo Samora Machel, na justificação da natureza do colonialismo português e das alianças que o apoiavam. Para a FRELIMO, estes fatores, que criavam oposição à considerada dominação estrangeira, impunham a luta armada como único instrumento para a resolução da situação.”

O livro de divulgação sobre a Guerra de Moçambique faz parte da coleção Guerras e Campanhas Militares da História de Portugal, foi editado pela Quidnovi, 2010. Alerta-nos o autor, relativamente à estrutura do trabalho de divulgação: “Organizamos o livro de forma a que, numa primeira parte, seja possível identificar a génese do independentismo moçambicano, nomeadamente dos principais movimentos, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e o Comité Revolucionário de Moçambique (COREMO), quanto à sua composição, articulação, ideologia e práticas. Numa segunda parte, analisamos e descrevemos a resposta do Poder português, assente na integração de cinco manobras interdependentes e a atuar de forma dinâmica entre si: político-diplomática, militar, psicológica, socioeconómica e de informações”.

Refere igualmente as suas fontes documentais, os fundos arquivísticos consultados. E adianta: “A documentação de âmbito memorialístico reúne correspondências, memórias, depoimentos e outro tipo de informação dos principais intervenientes políticos e militares, portugueses e moçambicanos com quem tivemos a singular oportunidade de privar. Estes contributos revelaram-se complementares da documentação oficial, sendo importantes na medida em que nos possibilitaram o acesso aos bastidores político-militar da época, permitindo contextualizar muitas das decisões e medidas adotadas”.

Dá-nos, pois, a génese do independentismo, caso de conferências como a Bandung, as primeiras independências africanas, os principais movimentos moçambicanos que se estruturaram entre as populações emigradas nos países circunvizinhos independentes, nos primeiros anos da década de 1960. A União Nacional Africana de Moçambique (MANU) constitui-se a partir de pequenos grupos, foi fundada no Tanganica (atual Tanzânia) em 1959, tinha como finalidade reunir os macondes moçambicanos aí residentes, e orientá-los subversivamente, de acordo com os interesses da Tanzânia. A União Democrática de Moçambique (UDENAMO) foi criada em 1960 por Adelino Gwambe, na antiga Rodésia do Sul, integrando, principalmente, trabalhadores emigrados de Manica e Sofala, Gaza e Lourenço Marques. Marcelino dos Santos representava este partido na primeira reunião da Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP), em Casablanca em 1961. Nesse mesmo ano surge a União Africana Independente de Moçambique (UNAMI), descendente da Associação Nacional Africana de Moatize. A FRELIMO foi constituída em junho de 1962, em Acra, durante uma reunião da CONCP e UNAMI. O reconhecimento desta frente pelos países independentes da Organização de Unidade Africana foi imediato.

Nesse mesmo ano, Adelino Gwambe foi expulso e criou um novo partido, a UDENAMO. É escusado enfatizar a matéria estatutária da FRELIMO: liquidação total da colonização portuguesa. O seu primeiro dirigente foi Eduardo Mondlane. A admissão do marxismo-leninismo é aceite em 1969, ano do assassinato de Mondlane, o partido entrou em turbulência que foi ultrapassada em maio de 1970 quando Samora Machel assumiu a presidência e Uria Simango foi afastado. A FRELIMO implantada no território de Moçambique tinha dois vertentes: a político-administrativa e a militar. A estrutura militar assentava nas Forças Populares de Libertação de Moçambique que eram controladas pelo Estado-Maior. A Organização Militar da FRELIMO abrangia dois níveis importantes: as bases (provinciais, subprovinciais, gerais, de segurança, operacionais, de logística e de instrução) e os acampamentos. O partido conseguiu organizar a chamadas áreas libertadas a partir de 1966, no Niassa. Aí ensaiou a administração, organizando a vida das populações e progrediu para o sul, em direção ao Zambeze. Em Cabo Delgado, atingiu a estrada Montepuez-Porto Amélia. Até 1968, a FRELIMO considerava ter libertado um quinto do território.

O autor descreve a manobra político-diplomática desenvolvida pelo governo português, o estabelecimento de laços políticos com a Rodésia e a África do Sul, a importância da aprovação em parceria do complexo hidroelétrico de Cahora Bassa, o significado da revisão da Constituição de 1971; segue-se a cronologia da manobra militar e o autor dá destaque ao período do comandante-chefe Kaúlza de Arriaga. Atenda-se ao que o seu antecessor caraterizava na situação militar em março de 1970: “(…) o terrorismo tinha recuado bastante e praticamente não passava do rio Lúrio. Daí para cima havi terrorismo, ainda havia aldeamentos, mas com dificuldade. Dai para baixo conseguimos que não houvess
e nada”.

Observa o autor que a subversão armada estava consignada ao Norte do rio Lúrio, mas a organização e propaganda alastrava a sul. O general Augusto Santos compreendera que a guerra não podia ser solucionada apenas por via militar. Kaúlza rompe com a forma dos generais Costa Gomes e Augusto Santos fazerem a guerra. A sua solução geoestratégica passava por promoção das populações, tentativa do controlo geral do território, pesquisa e destruição do inimigo e eliminação prioritária de bases e áreas libertadas. Lançou um conjunto de operações de que a principal foi a Operação Nó Górdio. Nos meses posteriores a esta, agravou-se a situação em Tete e cresceu a ameaça à barragem de Cahora Bassa, o que obrigou a transferir o esforço militar para aquele distrito.

A partir de 1972, acentuou-se o esforço em Tete da FRELIMO, que abandonou praticamente as operações no Niassa e em Cabo Delgado. Para a FRELIMO era forçoso alargar a guerra à região central, procurando afetar a Zambézia, Manica e Sofala. Em 1973 foi criado em Tete um comando específico, o Comando Operacional de Defesa de Cahora Bassa. Mas agravou-se a situação a norte do Comando Territorial do Centro, houve que criar o Comando Geral dos Grupos Especiais. Como a situação tendia a piorar, dá-se a substituição de Kaúlza de Arriaga pelo general Basto Machado, ocorreu o esforço da FRELIMO em direção à beira, estava semeado o pânico junto das populações brancas. Em 1974, o dispositivo do Exército português no território perfazia um total de 31 batalhões, 128 companhias tipo caçadores, um batalhão de Comandos, um grupo de artilharia, 3 esquadrões de cavalaria, 81 grupos especiais, 12 grupos especiais paraquedistas, 5 companhias da polícia militar e uma companhia de morteiros, para além de efetivos de engenharia.

Proença Garcia dá-nos a evolução do ano de 1974, descreve o recrutamento e a localização de efetivos, a natureza da manobra psicológica, o esforço socioeconómico em Moçambique, assistência sanitária e educativa, a estratégia do colonato e do aldeamento, a estrutura organizacional das organizações e o relacionamento das comunidades socio religiosas com as autoridades portuguesas.

Dir-se-á que esta curta monografia abarca aspetos essenciais da guerra de Moçambique, há a excetuar o facto que depois de 2010 a historiografia avançou no conhecimento do Exercício Alcora, que trouxe novas informações sobre o apoio militar oferecido pela Rodésia e África do Sul.


General Francisco Proença Garcia
Samora Machel e Eduardo Mondlane
Quartel de Mueda em 1969
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Nota do editor

Último poste da série de 18 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24669: Notas de leitura (1617): "Guiné-Bissau: Um Caso de Democratização Difícil (1998-2008)", por Álvaro Nóbrega; Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, 2015 (3) (Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24687: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (9): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo I - Alterações na Composição da CCAV 2721



"A MINHA IDA À GUERRA"

9 - HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: CAPÍTULO I - ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO DA CCAV 2721

João Moreira


(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 14 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24651: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (8): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo I - Alterações na Composição da CCAV 2721

Guiné 61/74 - P24686: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (7): Tempo de lazer...

 


Foto nº 29A


Foto nº 29


Foto nº 28


Foto nº 30



Foto nº 25A


Foto nº 25


Foto nº 27


Foto nº 26


Foto nº 31 
 

Guiné > Região de Quínara > Buba > 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Bula, 1973/74) > As fotos vão dispostas, não pela numeração, mas por conveniència e  afinidade temática.  Ver legendagem em baixo.

Fotos (e legendas): © António Alves da Cruz (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]



António Alves da Cruz, foto atual:
lisboeta der Belém, vive em Almada (onde trabalhou na Lisnave)


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do álbum do António Alves da Cruz (ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 45113/72, Buba, 1973/74), que tem 12 referências n0 nosso blogue. O descritor Buba tem c. 380 referências.

São imagens do quotidiano da malta... Nos quartéis do CTIG, e não obstanmte a guerra, também havia tempo para o lazer, o futebol, os copos, o mergulho no rio, as jogatanas de cartas, o convívio no bar...
 

Legendagem:

f-25 >  da esquerda para a direita: Cruz, ex-fur mil Vitor Domingues, o nosso comandante de companhia cap mil Brás Dias, 1º cabo cripto (não recordo o nome); em baixo, os ex-fur mil Gonçalves e Costa,  e o 1º cabo cripto (não recordo o nome);

f-26 >  o hastear da bandeira nacional na parada;

f-27 > três ex-alf mil da 1ª companhia do BCAÇ  4513/72: da esquerda par a direita,  o Jorge (era o comandante do meu pelotão; como era formado em direito, depois de tirarmos as IAO,  em Bolama,  foi para Bissau para secção de justiça, ficando eu e o Vitor a comandar o 3º pelotão); o Gatões  e o Torres (infelizmente o Gatões e o Torres já não estão entre nós);

f-28  > bar de Sargentos, à esquerda o furriel do quadro Corola, eu ao centro, à direita o ex-fur mil mil Gonçalves;  em baixo não recordo o nome;

f-29 > eu na palheta com o Gonçalves , o quadro ao fundo é da autoria do ex-fiur mil Peixoto;

f-30 > no bar com o meu grande amigo, ex-fur mil operações especiais Gica;

f-31 > O Gonçalves coça a cabeça e o ex-fur mil José Carlos coça a micose.
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Nota do editor:

Último pposte da série > 15 dc setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24654: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (7): Quartel e tabanca de Buba, e rio Grande de Buba