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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23759: Mi querido blog, por qué no te callas?! (8): É como a ponte, que atravessámos duas vezes, a maior parte de nós, "ao p'ra lá e ao p'ra cá": parece que treme, mas não cai...


Lisboa > Março de 2007 > A Ponte 25 de Abril, sobre o Rio Tejo (Ponte Salazar, até ao 25 de Abril de 1974), reflectida sobre a fachada de vidro de um dos edifícios da Administração do Porto de Lisboa... Parece que treme mas não cai...

Foto: © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa >  Junho de 1970 > A ponte sobre o Rio Tejo e o Cristo Rei, na margem esquerda... Em 1970, a febre da construção na outra banda já tinha começado, mas o Cristo Rei ainda era uma figura solitária na paisagem... Foto, sem legenda, do álbum do Otacílio Luz Henriques, 1.º cabo bate-chapas,  CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). 

Foto: © Otacílio Luz Henriques (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > 8/1/1964 > A ponte sobre o Rio Tejo, em construção: imagem do pilar norte, tirada do T/T Quanza. Uma foto notável com esta obra, emblemátca do Estado Novo, cuja construção demorou 3 anos e meio (novembro de 1962 a agosto de 1966): no regresso, o BCAÇ 619 já passou sob o tabuleiro da  Ponte Salazar... Foto do álbum  de Carlos Alberto Cruz , ex-fur mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió e Cachil,  1964/66)

Foto (e legenda): © Carlos Alberto Cruz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > Cais da Rocha Conde Óbidos> 18 de agosto de 1965> Embarque do pessoal da CCAÇ 1426 e de outras unidades para o TO Guiné, no T/T Niassa; ao fundo a ponte sobre o Tejo ainda em construção, não estando ligados as diferentes secções do tabuleiro... (Seria inaugurada um ano depois, em 6 de agosto de 1966.)

Foto: © Fernando Chapouto (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > 29 de maio de 2012 > Ponte sobre o Rio Tejo > Iniciada a sua construção em 5 de novembro de 1962, foi inaugurada em 6 de agosto de 1966... Ainda havia, em 1962, montes de golfinhos no Tejo e centenas de fragatas e outras embarcações à vela... A contentorização do transporte de mercadorias marítimas  e o fim da estiva manual marcaram o seu fim... 

Foto: © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados. 
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Lisboa > Rio Tejo > 5/11/2011 > Pôr do sol no Atlântico, visto do estuário do Tejo, em Belém, junto ao Museu do Combatente (Forte do Bom Sucesso).

Foto: © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Os mais velhos da geração da guerra colonial / guerra do ultramar / guerra de África viram-na crescer, entre 1962 e 1966, à belíssima ponte sobre o Tejo. Foi uma das coqueluches da política de obras públicas do Estado Novo. Deram-lhe o nome do homem forte do regime de então, o Salazar (que seguramente nunca passou debaixo dela, como nós, que fomos combater em África, a seu mando).

A grande maioria dos antigos combatentes passou debaixo dela, duas vezes, de barco, na viagem com destino  a Angola, Moçambique ou Guiné, e depois no regresso à Pátria... "Ao p'ra lá e ao pr'a cá", como diria o "caçula" do meu cunhado nortenho, que foi parar a Angola, em 1970 (e o mais velho a Moçambique, em 1963, só escapou o do meio, que  era cambo... e ficou livre da tropa; o resto eram raparigas, e nenhuma se ofereceu para enfermeira paraquedista, embora o pai fosse patriota e tivesse vindo uma vez ao Terreiro do Paço, arrebanhado para um comício da União Nacional, dando vivas ao Marcello Caetano e ao Portugal pluricontinental e plurirracial).

A grande maioria de  nós fez esta viagem de regresso, por via marítima, de Bissau a Lisboa, no Niassa, no Uíge, nos navios da nossa marinha mercante postos ao serviço do transporte da tropa mobilizada para a guerra, lá longe, a milhares quilómetros de casa. Era com emoção que se avistava a barra do Tejo, o Bugio, Cascais, a Costa da Caparica, a Trafaria, a torre de Belém, os Jerónimos, a ponte, o Cristo Rei, o casario de Lisboa, os golfinhos, as frgatas, o  cais da Rocha de Conde de Óbidos, donde tínhamos partido, 22, 23, 24 meses antes...

A maioria de nós atravessou esta ponte duas vezes, mas a água que corria sob ela já não era mais a mesma.  Tal como nós, quando fomos e quando viemos, também já não éramos mais os mesmos... Ninguém sobrevive, impunemente, a uma guerra...

E depois lá se ia de comboio até à nossa unidade mobilizadora... Essa derradeira vaigem, paga pelo Estado, tinha um profundo significado: a passagem à peluda, as últimas despedidas, a promessa de nos voltarmos a ver e a abraçar, enfim,  o regresso, solitário, a casa, onde nos esperavam, em alvoroço, a família, os amigos, os vizinhos...  

O "day after", o dia seguinte, não era fácil, não foi fácil para muitos de nós...  Uma geração partida e repartida,  uns tomaram os caminhos da emigração, transatlântica  (Brasil, EUA, Canadá) ou transpirenaica (França, Alemanha)... Outros, deixaram as suas terras  de vez (as pacatas aldeias, vilórias e pequenas cidades do interior),  fixando-se na grande Lisboa e no grande Porto, procurando oportunidades de trabalho, prosseguindo os estudos, reconquistando em Abril a(s) liberdade(s) perdida(s),  constituindo família, descobrindo o prazer de viajar por essa Europa fora, agora com outra mochila e outros sonhos... 

"Cacimbados", "apanhados do clima", "estranhos", "envelhecidos", "mudados", "fechados, de poucas falas", "truculentos", "noctívagos", "bebendo e fumando em excesso"... eram expressões que trocávamos uns com os outros, ou que ouvíamos aos nossos amigos, familiares e vizinhos... a nosso respeito, depois do regresso.

A (re)adaptação, em muitos casos, não foi fácil, e levou o seu tempo... A maior parte casou, teve filhos e netos e tentou ser feliz... Mas nunca mais foi o mesmo, tal como a água do Tejo que passa sob a sua ponte...

 2. Enfim, há que lembrar, por mor da verdade,  que, a partir de 1972, 
 os TAM (Transportes Aéreos Militares) compraram dois Boeing 707 e a rapazida passou a chegar mais depressa aos teatros de operações, mas também a casa, no regresso,  os que tiveram a estrelinha da sorte (ou a "santinha da sua devoção" ) a protegê-los... 

Que a guerra os esperava e já se fazia tarde, diziam os maiorais, também eles já cansados da guerra... Mas as saudades de casa, da terra, da Pátria / Mátria / Fátria, também eram mais do que muitas... Houve quem não aguentasse a espera do avião dos TAM e se metesse no avião da TAP, pagando a passagem do seu bolso...

O nosso blogue tem a  veleidade (utópica?) ou a pretensão (ingénua?) de tentar juntar o maior número dos que ainda estão vivos e ajudá-los a reconstituir o puzzle das suas memórias da guerra (e da Guiné, muito em particular)... 

Teima, ao fim destes anos todos, em pô-los a contar as histórias dos seus verdes anos. E a partilhá-las, neste blogue. Que, tal como  sugere a primeira foto de cima, é como a ponte, parece que treme, mas não cai... 

Que os bons irãs da Tabanca Grande nos continuem a proteger. E que no final do próximo ano de 2023, posssamos dizer: chegámos à meta dos 900 (*). Mesmo sabendo que a picada  da vida é cada vez mais dura e perigosa, "cheia de minas e armadilhas"... 

Ah!, e que daqui a uns meses, lá para abril ou maio, quando chegar a primavera (se lá chegarmos), tenhamos ainda a soberana e humana vontade de nos encontrarmo-nos, no XV Encontro Nacional da Tabanca Grande, que, recorde-se,  até chegou a estar  marcado para Monte Real, em 2 de maio de... 2020. (LG)
___________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 8 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23684: Mi querido blog, por qué no te callas?! (7): Campanha dos 900 membros da Tabanca Grande até ao fim de 2023... Toca a "tocar o burro"... Porque, como diz o provérbio guineense, Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado, não anda)...

terça-feira, 21 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20886: 16 anos a blogar (1): O helicóptero, poema de Jorge Cabral, comentário de Torcato Mendonça




1. A APOIAR - Associação de Apoio aos Ex-Combatentes Vítimas do Stress de Guerra.  celebra este ano 26 anos de existência. E a sua revista, "Apoiar", começou a publicar-se em 1996, vai já em 121 números (janeiro-fevereiro de 2020). 

O nosso camarada Mário Vitorino Gaspar era então chefe de redação da revista quando foi publicado este poema do nosso Jorge Cabral, "O helicóptero" (Apoiar, nº 23, jan-mar 2002, p.2).

O "alfero" Cabral (Pel Caç Nat 63, Fá e Missirá, 1969 /71)
Embora ao poema já tenha sido reproduzido em tempos (*), voltamos a publicá-lo até para perguntar  ao seu autor, o que é feito dele, nestes tempos de "quarentena"... Não devem ser fáceis para ele, não são fáceis para minguém... Mas não sei nada dele, desde o seu último aniversário natalício (6/11/20019), dia em que falámos ao telefone.

Ex-alf mil art, cmdt do Pel Caç Nat 63 (Fá Mandinga e Missirá, 1969/71), é advogado e especialista em direito penal. Foi irector do Instituto de Criminologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Vive em Lisboa. 

Está aposentado.  Continua a figurar na nossa lista dos "colaboradores permanentes" (neste caso, para as questões jurídicas).



O helicóptero

Pelo ar lento que aquece,
Um pássaro de ferro e aço
Leva o morto que apodrece,
Na boca mais um abraço.

A gente fica a pensar,
Mas mais um morto que interessa,
Já vêm mais pelo mar,
Vêm muitos e depressa.

A gente pensa,
Mas fica com o dedo no gatilho,
Na garganta um nó que pica,
Na preta o ventre com o filho.

Jorge Cabral, Missirá, Guiné, 1970
In Jornal “Apoiar”. 23 (Jan/Mar 2002)

[Revisão / fixação de texto para efeitos de publicação no nosso blogue: LG]

2. Por outro lado, acrescenta-se um comentário, publicado na altura (2014), pelo Torcato Mendonça, que,  também ele,  deixou de dar notícias há anos, deixou de aparecer, de comentar, de publicar coisas novas...Infelizmente, mais por razões de saúde e de disposição... 

Gostei de falar com ele, há dias, por telemóvel, e de saber que a sua Ana está restabelecida. Vai repartindo o seu tempo entre o Algarve e o Fundão, a cidade onde casou e onde criou os seus filhos. 

Com dupla costela alentejana e algarvia, escolheu, e bem,  o Fundão para viver, trabalhar e constituir família: x- alf mil art, pertenceu aos Viriatos, a CART 2339 (1968/69) que construiu de raíz, a pá e pica, e defendeu com unhas e dentes o aquartelamento de Mansambo, no sector L1 (Bambadinca). Comtinua a figura na lista dos nossos "colaboradores permanentes (neste caso, para as "questões operacionais). 

Tanto o Jorge como o Torcato são dois "tertulianos" da primeira hora, duas figuras de referência que já merecem a honra de ser considerados "senadores" da república da Tabanca Grande. Fporma colaboradores muito ativos: o Jorge Cabral tem 210 referências no blogue; o Torcato Mendonça tem 250.

Comentário do Torcato Mendonça (*):

Olá,  Luís Graça, estive a ler "O helicóptero", reproduzido da revista "Apoiar" que, como sabes, recebo pelo mail. 

Parei. Fui ao blogue reler o de ontem, belas fotos, e fui ler os “anexos” do poema do Jorge. Tinha vindo de uma sesta, o que não é hábito pois fico apardalado, e, lendo tudo aquilo fiquei a pensar, a pensar a sentir-me em Fá [Mandinga] a sentir a necessidade de algo que não explico. 

Reli e reli. Os escritos eram do tempo em que o blogue era de cem ou menos de cem, de um tempo que de pressa passou…e parei a olhar, fui até à marquise e, mesmo com o calor,  fiquei a ver a [serra da] Gardunha, a pensar, a regredir…até do meu “Mini artilhado” me lembrei..

Ah!,  que tempos, em que  ia dar agora uma aceleradela a sentir o roncar, o asfalto a passar, as ideias a limparem, tempos que também depressa passaram, tempos com PVT  sem radares. Mas é uma merda e estou velho para tudo isso…passará com Nespresso? 

Venho ao portátil,  vou passando para o facebook e, raios me partam ,volto ao blogue, passo ao gmail e releio…Aquilo está de antologia, aquilo tem que ser guardado para ler e reler…Os dois completos e as fotos. Agora teclei, penso que cabe e paro. 

Mando um abraço, boas férias no Marco [de Canaveses]. O barulho do heli é chato…a evacuação rápida era Zulu, eu ganhava mais de meia hora, e uma mina 1/6, kalash 1/12…
Ab, T.

3. Estamos a clebrar, por estes dias, os 16 anos do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné,  do nosso blogue,  feito a muitas mãos... Por essa razão, vamos fazer um esforço para publicar rapaidamente  alguns postes, pendentes, que nos têm vindo a chegar,  nestas últimas semanas, vividas em plena pandemia de COVID-19... Com ou sem referência explícita a esta efeméride, outros serão bem vindos. Como sabem, o blogue é glutão, precisa pelo menos de 4 postes por dia...

Mais exatamente,  no próximo dia 23/4/2020, o nosso blogue celebra 16 anos de existência (, ou sejam, 192 meses)... São muitos mais anos, meses e dias, do que o tempo que durou a guerra colonial, em particular no TO da Guiné (1961/74).

Mas, nos dias que correm, estamos numa situação para a qual poucos de nós estávamos preparados para enfrentar e viver... Estamos confinados, mas isso nãoquer dizer que estejamos  "arrumados"... Podemos é lerpar, se formos contagiados, por isso temos que nos proteger e proteger os outros,

Decididamente, queremos continuar a celebrar a amizade e a camaradagem, ainda que  à distância, enquanto as nossas Tabancas não reabram...Este ano, como já foi anunciado,  não se realizará o XV Encontro Nacional da Tabanca Grande, que chegou a estar marcado para o dia 2 de maio próximo, me Monte Real. Enfim, teremos que ficar em casa, pro enquanto, e celebrar efemérie, de outra maneira. E a melhor maneira é mandar novos "materiais" para o blogue: histórias, fotos, comentários...

4. Nesse espaço de tempo (16 anos, 192 meses...), que equivale no mínimo a oito (!) comissões de serviço militar, criámos  um espaço de partilha de memórias que pode ser resumido em alguns números, falando por si:

(i) a nossa "tertúlia", a nossa Tabanca Grande, a nossa "comunidade virtual" de amigos e camaradas da Guiné atingiu a cifra de 806 membros (, isto é, registados formalmente, e listados na coluna esquerda da página pirncipal do blogue, por ordem alfabética, de A a Z: o primeiro é o camarada A. Marques Lopes e o último é a nossa amiga Zélia Neno);

(ii) destes 806 grã-tabanqueiros, 78 já estão, fisicamente entre nós, mas honramos a sua memória: pro ordem alfabética, o primeiro é o Agostinho Jesus (1950-2016) (*) e o último o Vítor Manuel Amaro dos Santos (1944-2014);

(iii) temos membros da Tabanca Grande espalhados por todo o mundo, de Portugal ao Brasil, dos EUA à Suécia, de Cabo Verde a Macau;

(iv) já publicámos quase 21 mil  postes (, mais precisamente 20885), o que dá, em números redondos, uma média mensal de 110 postes;

(v) o total de visualizações de página deverá atingir  os 12 milhões, e meados deste ano, o que dá uma média mensal de 61500;

(vi)  desde junho de 2006, os nossos visitantes vêm sobretudo de Portugal (4, 1 milhões), Estados Unidos (2, 5 milhões); Brasil (580 mil), França (503 mil), Alemanha (450 mil), Reino Unido (140 mil) e Rússia (117 mil);

(vii) temos 713 seguidores;

(viii) foram produzidos, desde junho de 2006, 81 700 comentários (, de um total de 150 800 mensagens, das quais 69 mil foram consideradas como "SPAM" ou "lixo", pelo nosso servidor, o Blogger, ou foram eliminadas, em número muito reduzido,  pelos nossos editores): grosso modo, temos uma média de 4 comentários por poste;

(ix) é difícil de quantificar o nº total de material iconográfico que reunimnos ao fim destes  16 anos, mas entre fotografias, vídeos e outras imagens (aerogramas,cartas, mapas, infografias...) devemos etr mais de 100 mil documentos.

(x) estamos também presentes no Facebook, com a página Tabanca Grande Luís Graça, que contém já mais de 3 milhares de "amigos", dos quais não sabemos exatamente quantos foram combatentes, e muito menos combatentes no TO da Guiné; mas "amigo do Facebook" não significa automaticamente ser "membro de facto et de jure" da nossa Tabanca Grande: para este efeito, é preciso que o candidato faça o pedido expresso, e se apresenta, aos editores, com as 2 fotos da praxe e um pequeno texto sobre as suas andanças na Guiné.
____________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de 30 de agosto de  2014 > Guiné 63/74 - P13548: Blogpoesia (388): O helicóptero (Jorge Cabral)

quinta-feira, 12 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20727: O mundo é pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (115): A Sorte Protege os Audazes, mas não... do novo coronavírus COVID-19.


Infografia: Cortesia da  Direção-Geral de Saúde.


1. Mensagem  que deixei hoje na página da Magnífica Tabanca da Linha cujo régulo estava com intenção de manter, até ao fim da manhã, a convocação, para a próxima 5ª feira, do  48º almoço-convívio... e já tinha quase meia centena de inscrições.

O régulo Manuel Resende ouviu os "magníficos", sobretudo as razões dos que aconselhavam o cancelamento, por causa da atual pandemia, ponderou e decidiu... cancelar.

Mas a minha mensagem não perde oportunidade, atualidade e relevância, tendo em conta a anunciada realização de muitos outros convívios de antigos combatentes, nas próximas semanas.

Amigos e camaradas: trabalhei na saúde pública durante quatro décadas, sou doutorado nesta área (. não sendo médico, sou sociólogo...), estive empenhado no grupo de investigação e ação da Escola Nacional de Saúde Pública / NOVA, em 2009, aquando da gripe pandémica do H1N1...Sou contra o alarmismo, a paranoia e o medo que se está gerar e a instalar (nas redes sociais, nas escolas, nos transportes, nos hipermercados...).

Sou a favor do alinhamento com as autoridades de saúde pública deste paìs; fui militar como vocês, valorizo muito, em situações-limite como a guerra ou uma pandemia, a existência de (e a obediência a) uma única linha de comando-controlo...

O vírus, o novo coronavírus COVI-19, já entrou na comunidade...o que significa que não já podemos saber, como até agora, quem infecta quem... A OMS, com a autoridade, o saber, a experiência e o prestígío e a idade que tem (, é da nossa idade...), já declarou a situação como pandemia... É a segunda pandemia do séc. XXI... Dizem que há 3 por século... Se sim, temos que nos safar desta e esperar já não apanhar a terceira...

A partir daí, reuniões de grandes grupos (50 ou mais), em espaços fechados, começam a tornar-se um risco... Aprendamos com os erros dos outros países... Recordem-se do que nos ensinaram na tropa: "mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto"... Foi um conselho valioso para quem andou e penou na Guiné. E não brinquemos, por favor, " com a sorte que protege os audazes": esta é outra guerra, e já temos vinte anos, nem o sistema imunitário de há 50 anos atrás...

Há camaradas nossos a subestimar a gravidade da situação... E até a fazer humor negro. Os epediemiologistas e infecciologistas dizem-nos que  pior está para vir (, no que diz respeito, por exemplo, ao nosso país)... Os "machos latinos" também se abatem... Oxalá nenhum de nós seja infectado: na nossa faixa etária, o risco de morrer, em caso de infeção pelo COVID-19, é elevado, provavelmente muito mais do que o de "lerpar" na Guiné, há 50 anos atrás... 

De resto, não há anticorpos para este "bicho"... Este novo coronavírus é muito agressivo para as pessoas da nossa idade...Somos muitos mais vulneráveis do que os nossos netos... e o risco de sermos infetados é grande. E a taxa de letalidade, elevada.  

Poupem-se!... Tranquem-se em casa... Nada de beijinhos, cichorações, abraços... Nem beijos íntímos... Ponderem, inclusive, a hipótese de dormir em camas separadas... Agora já não faz tanto frio  à noite...em-se!...

Adoecer nesta altura é uma carga de trabalhos e de aflições para nós e para aqueles que nos amam, sem esquecer os que nos têm de tratar, e que nesta altura são uns heróis (pessoal do INEM, médicos, enfermeiros, assistentes operacionais, farmacèuticos, pessoal da Linha Saúde 24, bombeiros, e demais pessoal da proteção civil, etc. ), sem esquecer os que mantêm, todos os dias, as atividades essenciais à nossa vida, segurança e bem-estar...

Outras tabancas (Matosinhos e Melros, por ex,) também estão a tomar as devidas precauções. Não sejamos nós a dar o mau exemplo de irresponsabilidade social e quebra de solidariedade comunitária e nacional... Obrigado à Marta Rosales, filha do Jorge Rosales, pela sua oportuna e lúcida tomada de posição, ontem na página do Facebook da Tabanca da Linha. Disse escreveu ela ao Manuel Resende, o régulo que sucedeu ao seu pai:

"Caro Manuel, penso que é a primeira vez que escrevo sobre qualquer actividade da Tabanca, mas vou seguindo os seus posts com atenção. 
"Como sabe sou cientista e professora na ULisboa. Dado o perfil dos membros da Tabanca, pedia-lhe que reconsiderassem esta decisão.

"Sei que o quanto estes convívios são importantes (o pai gostava muito deles). Mas também sei o que é acompanhar uma infecção de alguém aparentemente saudável até à morte.

"O vírus é agressivo para o vosso grupo etário. Peço-vos que ponderem. Pelo menos até termos reunida mais informação. acredite que não sou dada a alarmes. Um grande beijinho para si."


Eu também acho que os "magnificos" terão mais e melhores oportunidades de marcar presença na Tabanca da Linha...

Como dizia o meu velhote (, que esteve como expedicionário em Cabo Verde, no RI 23, em 1941/43), "mais vale andar neste mundo de muletas do que no outro em carretas"... Melhores dias hão de vir... Eu sei que custa ficar sozinho em casa... Mas é nestas alturas que temos de pôr a imaginação e a criatividade a trabalhar... Hoje a minha neta, a primeira e única que tenho até agora, faz 4 meses... Com muita pena não vou poder estar com ela, para jantarmos todos em conjunto, mas já lhe fiz uma quadra festiva:

"Abaixo a pandemia, / Que a Clarinha está em festa,/ Hoje é dia de alegria, / Mesm' sem beijinhos na testa" (Assinam os avós, do Continente e da Madeira, "em quarentena", no dia em que a sua netinha faz 4 mesinhos de vida...).

Em suma, camaradas e amigos, a nossa geração tem uma responsabilidade acrescida, a de proteger e promover a nossa saúde, a da nossa família, dos nossos amigos, camaradas e demais concidadãos. Sigam e cumpram, com inteligêmcia, bom senso e ponderação,   as recomendações da Direção-Geral de Saúde.

 (E já agora, que têm mais tempo, vejam ou revejam a  "grande entrevista" dada à RTP 3, ontem pelo dr. Filipe Froes, pneumologista e intensivista do Hospital Polido Valente, de resto, pessoa que muito estimo e admiro desde que foi meu aluno do curso de doutoramento em saúde pública, na ENSP/NOVA há uns anos atrás.)

Luís Graça

PS - Por estas e demais razões, temos, de ponderar, muito seriamente, nos próximos dias a decisão de cancelar ou adiar (para o próximo outono, por exemplo) o nosso XV Encontro Nacional da Tabanca Grande, já marcado para o dia de 2 de maio de 2020, em Monte Real.

Recordo que em 2009, tivemos sorte: o IV Encontro Nacional da Tabanca Grande realizou-se, com 132 participantes, em 20 de junho de 2009, na Ortigosa, Monte Real,  já no inicio da gripe pandémica do H1N1 (, em Portugal, o primeiro doente infetado foi registado em 4/5/2009 e a primeira morte em 23/9/2009).

Em 1 de fevereiro de 2020, eu já estava receoso do que poderia vir a acontecer, defendo a realização do encontro em setembro o outubro: 

(...) "Estamos a tentar arranjar uma data para voltarmos a encontrarmo-nos, este ano, no nosso convívio anual... Será o XV Encontro Nacional da Tabanca Grande. Muito provavelmente no fim do verão, em 26 de setembro de 2020. Em Monte Real, se o atual surto de pneumonia por novo Coronavírus (2019-nCoV ou SARS-CoV-2) nos deixar, isto é, se não se transformar numa pandemia... Daremos notícias em breve. (...)"...  

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20612: Mi querido blog, por qué no te callas?! (4): um Oscar Bravo (Obrigado) e um Alfa Bravo (Abraço) a todos os/as amigos e camaradas que se lembraram de mim, ao km 73 da minha caminhada pela picada da vida... (Luís Graça, editor)

1. Mandam as boas regras da educação, da amizade e da camaradagem que eu venha aqui agradecer, com regozijo e humildade a todos aqueles de vós que se lembraram de mim, no dia 29 de janeiro de Vinte-Vinte, ao chegar ao km 73 da minha caminhada pela picada da vida (*).

Fiz anos nesse dia  (, tal como o Virgílio Teixeira), e recebi parabéns, como simples  membro da Tabanca Grande. Muitos, no entanto,  mesmo aqueles que não me conhecem pessoalmente, "ao vivo",  fizeram questão de sublinhar a minha condição de fundador, editor, administrador e animador deste blogue que, desde 23/4/2004,   junta, debaixo de um simbólico e fraterno poilão, uma comunidade de antigos combatentes da guerra colonial, 801 (até à data) "amigos e camaradas da Guiné".

Fico feliz por, mais uma vez, ver reconhecido publicamente o papel, discreto mas meritório, deste blogue, e haver preocupações, legítimas, quanto à sua continuidade e ao seu futuro... Recusando qualquer "culto da personalidade", repito aqui o que disse ao meu "mano" Virgíio Teixeira (que faz anos no mesmo dia):

(...) Quanto ao que dizes do blogue e do meu papel, eu não posso esquecer, ignorar, escometear ou branquear o contributo, teu e dos demais 800 camaradas e amigos... Todos não somos demais. Eu dei apenas o pontapé de saída, como se costuma dizer... Tinha um blogue, desde outubro de 2003, o Blogue-Fora-Nada, onde começaram a aparecer memórias da Guiné,  a primeira em 23 de abril de 2004... Começaram a aparecer "muitos afluentes do mesmo rio"... Ao de fim dois anos e mais de 800 postes, éramos já 111 os membros desta "tertúlia"... 

Fechei a minha lojinha, arranjei uma equipa de editores e colaboradores, e todos os anos foi entrando malta nova... E cá camos, a caminho dos 16 anos, blogando e resgatando as nossas memórias daqueles nossos verdes anos passados naquela terra vermelha... Não é saudosismo: ninguém nos tira os bons e os maus momentos que lá passamos, quando tínhamos os nossos 22, 23, 24 anos... Só o Alzheimer nos pode frustrar o exercício desse direito. (...)  Bebo um copo à tua saúde e todos os demais amigos e camaradas que nos honram com a sua presença na Tabanca Grande. (...)



2. Permitam-me, entretanto,  que selecione alguns excertos e mensagens, dirigidas à minha pessoa,  que li, aqui, no blogue, no correio eletrónico e no facebook da Tabanca Grande...Não só pela sua originalidade mas também pela força que me transmitem para poder continuar a blogar, com a nossa equipa de editores e colaboradores...  

Na realidade, às vezes a gente  já começa a fraquejar e a ter dúvidas sobre o rumo certo do caminho que nos falta percorrer, havendo até, entre os nossos amigos, camaradas e familiares, quem nos reprove esta teimosia por andar a "chafurdar, há tantos anos, no lodo, na merda, no tarrafo das memórias da guerra da Guiné" (**)...

A ordem dos autores das mensagens é alfabética e a lista é meramente exemplificativa. ( A  todos/as os que se lembraram de mim, nesse dia, e foram muitas dezenas, aqui fica a minha gratidão,  uma das virtudes que eu mais prezo.)

Adriano Moreira: (...) Muito obrigado pela criação do teu/nosso blog. Foi uma grande ajuda para todos os combatentes que passaram pela Guiné e não só. Mas, para além dessa missão terapêutica, ainda serve de material de consulta para muitos estudiosos sobre o que se passou e o que se passa sobre a Guiné. (...)

Alberto Branquinho: (...) Eu, "curioso" me confesso a espreitar esta "sala de conversa" (como diz o Mário Beja Santos), "sala" que tantos "fantasmas" ajudou a exorcisar. (..)

António Carvalho: (...)  O Luís Graça, por tudo o que fez por mim e por nós, combatentes, merece um abraço muito especial. (...)


António Murta: (...) Eu só posso dizer-te: parabéns, Luís Graça. És o melhor amigo/camarada/bloguista deste Blogue! (...)

António Ramalho: (...) Aproveito esta oportunidade para uma vez mais louvar a tua iniciativa que tanto tem contribuído para o nosso enriquecimento enquanto "frequentadores" daquelas paisagens em temas que desconhecíamos, noutros avivámos a memória.(...)

Carlos Vinhal: (...) Como se diz na "tropa" e na Função Pública, duas áreas em que me movi a maior parte da minha vida, está a ser uma honra "servir sob as tuas ordens".Dizia a fadista: - Cantarei até que a voz me doa.  Nós dizemos: - Manteremos este Blogue mesmo quando a artrite nos dedos nos doa. Conta comigo. (...)

Cherno Baldé: (...) Um abraço de parabéns aos aniversariantes, em especial ao Luis Graça, meu irmão mais velho, com votos de saúde e boa disposição ao lado da familia. (...)

Ernestino Caniço: (...) Um reconhecimento especial ao Luís Graça pela dedicação expressa aos ex-combatentes da Guiné.Um grande abraço. (...)

Fernando Chapouto: (...) Não podia deixar em branco o agradecimento ao grande comandante do blogue pelo bem que proporcionou aos ex-combatentes.  Mais uma vez um forte abraço para ti" (...)

Hélder Sousa: (...) Não me alongo nos comentários que agora se deviam fazer, salientando as virtudes e qualidades do Blogue que em tão boa hora criaste e tentando exorcizar aspectos que, por vezes, criam alguma fricção. Então, caro Luís, os meus sinceros parabéns e que te mantenhas activo, física e mentalmente, para também nos "alimentares" com os teus escritos e com o que se for colocando no Blogue. (..)

João Afonso Bento Soares: (...) Das voltas que dá a vida, / Fica a ilusão perdida / De que o tempo nos faltou… / Por dele não termos conta / É que a nossa mente tonta / Assim o desperdiçou! (...)

João Crisóstomo: (...) Gostaria de ter muito mais condão de palavra para poder descrever o que sinto sobre o Luís Graça, meu camarada, meu mentor, meu amigo, meu irmão... e por mais que eu me esforce as palavras que me saem ficam sempre muito aquém daquilo que sinto e gostaria de saber comunicar. (...) O Luís Graça é um criador e construtor de obras que influenciam e marcam a vida de outros. Não precisamos de ir longe, que este seu/nosso blogue fala por si: creio que de alguma maneira todos fomos beneficiados - e alguns de nós em medida tão grande que só os próprios o podem sentir - pela criação deste salutar movimento de vivência de memórias nas diversas vertentes em que se apresenta. Veja-se o despertar de consciências que este movimento ocasionou e que continua a desafiar ainda cada dia os que dele têm conhecimento; veja-se o contributo para a história de Portugal, da Guiné; vejam-se o número de livros escritos que nunca teriam visto a luz do dia… Portugal e os portugueses, a cultura e história de Portugal tornaram-se e ficam ainda cada dia mais ricos graças a este Luís Graça, e à equipa altamente qualificada de colaboradores de que se soube rodear. (...)

Jorge Picado: (...) Fico feliz por ti, já que ainda vais ter muito tempo para manteres esta "Fonte de Conhecimento". (..:)

José Câmara: (...)Muito devo a esta página que em hora criastes. Aqui conheci novos amigos, encontrei outros. desabafei. Foi no meio de todos vós que reencontrei a minha CCaç 3327/BI17. Tudo isso tem um nome, obrigado. (...) Abraço transatlântico. (...)

José Colaço: (...)  [as palavras de apreço pelo trabalho e a criação do blogue Luís Graça & camaradas da Guiné subrepõem-se ás 73 primaveras do aniversariante  (...)

José Ferreira: (...) Parabéns para o nosso Tabanqueiro Mor (...)

Juvenal Amado: (...) quase passava em claro o aniversário do nosso irmão maior deste blogue, que activou um cortejo de memorias de há 15 anos para cá, capaz de manter viva a nossa passagem por aquelas terras tão temidas quando para lá fomos , tão detestadas quando lá estivemos e das quais temos hoje uma saudade como do perfume da nossa juventude. Que pensaste quando fizeste andar a roda? Que ia resultar nisto, ou só um cotejo de boas intenções? Como o poeta diz,  "o sonho comanda a vida " e as nossas vidas acabaram comandadas pelo o teu sonho. (...)

Luís Graça: (...) Virgílio, muita saúde, que é agora o mais essencial para nós, nesta idade, requisito para continuarmos a ser livres e felizes... E vamos pôr a felicidade, aqui e agora, onde estamos. (...)

Manuel Luís Lomba: (...) Os meus parabéns e um abraço de grande estima ao Luís Graça, o "jarga" da nossa Tabanca Grande. (...)

Mário Beja Santos: (...) Meu caro Luís, os meus votos sinceros para que restaures a tua saúde, que a cirurgia seja um êxito, precisas tu e preciso eu, e muitos de nós que andamos combalidos, que o teu entusiasmo não feneça, que continues indómito por este amor à causa. Aproveita o dia com os teus entes queridos e medita bem sobre os preparativos que devemos desenhar para o futuro do nosso blogue, justamente porque tu criaste algo que nos ultrapassa e é hoje um inquestionável património de consulta obrigatória, por investigadores e curiosos, esta nossa indefetível sala de conversa. Refletir sobre o futuro faz sempre bem e podes contar comigo. (...)

Valdemar Queiroz: (...) Para o ano há mais, e nada de 'estou a ficar velho'.

Virgílio Teixeira: (...) Também a minha curta participação no teu Blogue, fez de mim uma pessoa diferente,  passei a compreender melhor o que foi a nossa participação nesta guerra da Guiné. Fico grato por isso, e não vou esquecer, enquanto tiver memória. E assim ficaram dois anos de lembranças.
Felicidades para o teu blogue, que não tem paralelo noutras redes sociais, nem no Museu Militar. (...)

Virgínio Briote: (...) 73 anos, 73 chuvas. Que tenhas ossos e amortecedores que ainda tens muito para andar e ver a tua neta a crescer. (...)

Zé Manel Cancela: (...) Um grande abraço de parabens para o nosso timoneiro e amigo Luis Graça, com o meu muito obrigado pelo que tens feito em prol dos combatentes da Guiné. (...)

Zé Saúde: (...) Continua firme e segue em frente com a dinâmica que te é reconhecida. O nosso blogue, Luís Graça & Camaradas da Guiné, está-te francamente reconhecido. Eu, José Saúde, me confesso, que foi através do nosso blogue que a "inspiração" dos meus textos publicados me abriram novos rumos com mais duas obras publicadas.  Aquele "abração" deste já velho alentejano. (...)


3. Amigos e camaradas da Guiné: somos 801, ao fim de 16 anos. Infelizmente, 77 já não estão entre nós, fisicamente falando.  A "ceifeira da morte" já lhes cortou as raízes na terra. Mas fica a memória e a saudade.

Esta primeira série do nosso blogue vai de 8 de outubro de 2003 a 1 de junho de 2006. Neste espaço de tempo publicaram-se 825 postes, numerados de I a DCCCXXV (Numeração romana, que estopada!)... E, no final, contadas as cabeças, éramos exatamente 111 os amigos e camarada da Guiné. Tratávamo-nos por "tertulianos", ou sejam, membros de uma tertúlia... Aqui vai essa lista, já histórica...

 Atenção que a lista está ordenada, por ordem alfabética, não por antiguidade...(Aproveito o ensejo para lembrar com saudade o nosso camarada Zé Neto, o primeiro que a morte nos levou em 2007):

(1) A. Marques Lopes,
(2) A. Mendes,
(3) Abel Maria Rodrigues,
(4) Afonso M.F. Sousa,
(5) Aires Ferreira,
(6) Albano Costa
(7) Amaro Samúdio,
(8) Américo Marques,
(9) Ana Ferreira,
(10) Antero F. C. Santos,
(11) António Baía,
(12) António Duarte,
(13) António J. Serradas Pereira,
(14) António (ou Tony) Levezinho,
(15) António Rosinha,
(16) António Santos,
(17) António Santos Almeida,
(18) Armindo Batata,
(19) Artur Ramos,
(20) Belmiro Vaqueiro,
(21) Carlos Fortunato,
(22) Carlos Marques Santos (1943-2019),
(23) Carlos Schwarz (Pepito) (1949-2014)
(24) Carlos Vinhal,
(25) Carvalhido da Ponte,
(26) David Guimarães,
(27) Eduardo Magalhães Ribeiro,
(28) Ernesto Ribeiro,
(29) Fernando Chapouto,
(30) Fernando Franco (1951-2020),
(31) Fernando Gomes de Carvalho,
(32) Hernani Acácio Figueiredo,
(33) Hugo Costa,
(34) Hugo Moura Ferreira,
(35) Humberto Reis,
(36) Idálio Reis,
(37) J. C. Mussá Biai,
(38) J. L. Mendes Gomes,
(39) J. L. Vacas de Carvalho,
(40) João Carvalho,
(41) João S. Parreira,
(42) João Santiago,
(43) João Tunes,
(44) João Varanda,
(45) Joaquim Fernandes,
(46) Joaquim Guimarães,
(47) Joaquim Mexia Alves,
(48) Jorge Cabral,
(49) Jorge Rijo,
(50) Jorge Rosmaninho,
(51) Jorge Santos,
(52) Jorge Tavares,
(53) José Barreto Pires,
(54) José Bastos,
(55) José Casimiro Caravalho,
(56) José Luís de Sousa,
(57) José Manuel Samouco,
(58) José Martins,
(59) José (ou Zé) Neto (1929-2007) ,
(60) José (ou Zé) Teixeira,
(61) Júlio Benavente,
(62) Leopoldo Amado,
(63) Luís Carvalhido,
(64) Luís Graça
(65) Luís Moreira (V. Castelo),
(66) Luís Moreira (Lisboa),
(67) Manuel Carvalhido,
(68) Manuel Castro,
(69) Manuel Correia Bastos,
(70) Manuel Cruz,
(71) Manuel Domingues,
(72) Manuel G. Ferreira,
(73) Manuel Lema Santos,
(74) Manuel Mata,
(75) Manuel Melo,
(76) Manuel Oliveira Pereira,
(77) Manuel Rebocho,
(78) Manuela Gonçalves (Nela),
(79) Mário Armas de Sousa,
(80) Mário Beja Santos,
(81) Mário Cruz,
(82) Mário de Oliveira (Padre),
(83) Mário Dias (ou Mário Roseira Dias),
(84) Mário Migueis,
(85) Martins Julião,
(86) Maurício Nunes Vieira,
(87) Nuno Rubim,
(88) Orlando Figueiredo,
(89) Paula Salgado,
(90) Paulo Lage Raposo,
(91/92) Paulo & Conceição Salgado,
(93) Paulo Santiago,
(94) Pedro Lauret,
(95) Raul Albino,
(96) Renato Monteiro,
(97) Rogério Freire,
(98) Rui Esteves,
(99) Rui Felício,
(100) Sadibo Dabo,
(101) Sérgio Pereira,
(102) Sousa de Castro,
(103) Tino (ou Constantino) Neves,
(104) Tomás Oliveira,
(105) Torcato Mendonça,
(106) Victor David,
(107) Victor Tavares,
(108) Virgínio Briote,
(109) Vitor Junqueira,
(110) Xico Allen,
(111) Zélia Neno.


4. Em rigor foi em 1 de junho de 2006 que o Blogue-fora-nada passou a chamar-se simplesmente Luís Graça & Camaradas da Guiné, continuando "a ser o sítio (virtual) onde nos encontramos, sempre que quisermos e pudermos". 

Era descrito como "um blogue colectivo que tem por missão ajudar a reconstituir o puzzle da memória da guerra colonial (ou do ultramar, ou de libertação, como queiram) na Guiné, hoje República da Guiné-Bissau, nos anos quentes de 1963 a 1974".

E acrescentava o blogador-mor, nessa altura, ainda sozinho: "É um blogue, em português,  (...) sem discriminação de alguma espécie (sexo, idade, nacionalidade, etnia, orientação sexual, estado civil, religião, clube, hobby, lobby, escolaridade, título, profissão, situação na profissão, posto na tropa, estatuto sócio-económico, idiossincrasia, etc.)".

Que continue a ser um lugar de partilha de memórias (e de afetos) à volta da Guiné, e em especial da que conhecemos entre 1961 e 1974... E que continue a ser um lugar de tolerância e respeito mútuo, uma verdadeira Tabanca Grande, onde todos cabemos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos pode separar...

Entretanto, estamos a tentar arranjar uma data para voltarmos a encontrarmo-nos, este ano, no nosso convívio anual... Será o XV Encontro Nacional da Tabanca Grande. Muito provavelmente no fim do verão, em 26 de setembro de 2020. Em Monte Real,  se o atual surto de pneumonia por novo Coronavírus (2019-nCoV) nos deixar, isto é, se não se transformar numa pandemia... Daremos notícias em breve.
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Notas do editor:

(*) V.d postes de:


(**)  Último poste da série > 20 de dezembro de  2012 > Guiné 63/74 - P10833: Mi querido blog, ¿por qué no te callas? (3): A moral da história, cada um que a tire; e quanto ao mural, cada um que o pinte... Relembrando o velho blogue-fora-nada, com amor, com humor, e votos de festas felizes para tertulianos de ontem e grã-tabanqueiros de hoje... (Luís Graça)

Vd. postes anteriores da série:

18 de 18 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10822: Mi querido blog, por qué no te callas?! (2): (i) A guerra também é capaz de revelar o que há de mais sublime nos seres humanos (Hilário Peixeiro); (ii) ... E eu estou nesta bela caravana há quase 9 anos (David Guimarães)...

17 de dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10813: Mi querido blog, por qué no te callas?! (1): A notícia da morte do blogue foi manifestamente exagerada... No final do ano, atingiremos a cifra de 1 milhão e 250 mil visitas (Luís Graça)