Abrantes > RI 2 > s/d (junho ou julho de 1970) > O Otacílio Luz Henriques, ex-1º cabo bate-chapas, do pelotão de manutenção comandado pelo alf mil Ismael Augusto, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70).
Foto: © Otacílio Luz Henriques (2013). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)
O T/T "Carvalho Araújo", propriedade da Empresa Onsulana de Navegação. Tinha lotação para 354 passageiros. Foi abatido em 1973. Imagem extraída do sítio "Navios porugueses", que deixou de estare dispponíevÇ. estava alojada no Sapo.pt.
Fernando Calado |
Disse-me que não ia a Monte Gordo há maus de 10 anos, e que a praia estava agora às moscas, sem veraneantes: fora cá a passar uns dias, com a sua querida Rosa (cuja “Casa do Alentejo” está a sofrer com a presente crise…), acompanhados de um casal amigo.
Sem poder consultar outros elementos que têm no seu arquivo, quis-me dar uma explicação sobre a data que, para ele, é "a do regresso a Portugal, 19 de julho de 1970", a bordo do velho T/T "Carvalho Araújo”, já em fim de vida. Teria sido também a data em que passou à disponibilidade, conforme documento publicado no poste P21185 (*)
Ainda há dias ele comemorara a efeméride dos 50 anos do regresso a Lisboa, em almoço com mais dois velhos camaradas e amigos desse tempo de Bambadinca: o Ismael Augusto, o ex-alf mil do pelotão de manutenção da CCS (que, em 1970, ficou em Bissau, a chefiar a comissão liquidatária, tendo regressado só em setembro de 1970) e ainda o José Carlos Lopes, ex-fur mil de reabastecimentos (Os três são membros da nossa Tabanca Grande.)
O Fernando Calado fiz que, "logo nesse dia 19 de julho de 1970, ainda foi a Abrantes ao RI 2, com mais um camarada, no carro do amigo, posto à disposição pelo pai"… Chegaram lá, e trouxeram o papel, da passagem à disponibilidade, com o carimbo, regressaram a Lisboa de tarde, com o carro "na mecha”, na velha estrada nacional Lisboa-Abrantes. Ainda nesse dia esteva com a namorada, a Rosa.
Segundo eu apurei depois da conversa ao telefone, pela consulta do calendário de 1970. esse dia, 19 de julho, era domingo.
Parece que, nos registos de arquivo, referidos em comentários ao poste P21185 (*) a partida do "Carvalho Araújo", com o comando e CCS / BCAÇ 2852 e ainda com a CCAÇ 2404, do mesmo Batalhão, foi em junho (16, com a chegada a 25) e não em julho. Em 20 de julho de 1970, o "Carvalho Araújo" já estava a desembarcar novas tropas em Bissau,,,
Parece, pois, haver, da parte do Fernando Calado alguma confusão de datas. Talvez os camaradas da CCS / BCAÇ 2852 e da CCAÇ 2404 / BCAÇ 2852 (Teixeira Pinto, Binar e Mansambo, 1968/70), que viajaram juntos, na mesma data, no T/T "Carvalho Araújo", possam acrescentar algo mais sobre o assunto,.
Fernando Teixeira |
Esta CCAÇ 2404 passou por Mansambo e fez connosco, CCAÇ 12, algumas operações do Setor L1.
Temos fotos desse regresso (e inclusive da ida do pessoal a Abrantes, ao RI 2, mas não temos datas precisas na legendas...), do álbum do Otacílio Luz Henriques, ex-1º cabo bate-chapas, que pertencia ao pelotão de manutenção. comandado pelo alf mil Ismael Augusto, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (***)
2. Independentemente do "rigor das datas", o Fernando Calado pareceu-me ter o "filme do regresso" no T/T “Carvalho Araújo” bem gravado na memória, na conversa que tivemos ao telefone…
Por uma razão muito simples: ele foi nomeado, pelo capitão de bandeira, como "o comandante das tropas embarcadas", por ser "o oficial mais antigo",,,
Explicação dada pelo Fernando Calado: não havia oficiais superiores do comando do batalhão nem o capitão da CCS, já que o Spínola tinha "decapitado" o comando e a CCS do BCAC 2852… Havia um tenente, mas não era operacional, era SGE, o nosso conhecido, açoriano, Manuel Antunes Pinheiro, o chefe de secretaria do comando do BCAÇ 2852.
O que importa agora é relembrar alguns aspetos desse regresso a Lisboa. Enfim, terá havido alguns peripécias, que merecem ser partilhadas.
O Fernando Calado, no dia da partida do T/T "Carvalho Araújo" , esteve muito atarefado com as diligências e as burocracias do embarque, pelo que nem sequer tivera tempo de almoçar a bordo. O capitão do navio, pronto a partir, deu-lhe autorização para "em vinte minutos, meia hora, no máximo" ir ao “Pelicano”, ali ao lado, comer qualquer coisa: ainda se lembra do prato que ele escolheu e de que gostava muito, "um bife de gazela com batatas fritas"...
O Fernando Calado, no dia da partida do T/T "Carvalho Araújo" , esteve muito atarefado com as diligências e as burocracias do embarque, pelo que nem sequer tivera tempo de almoçar a bordo. O capitão do navio, pronto a partir, deu-lhe autorização para "em vinte minutos, meia hora, no máximo" ir ao “Pelicano”, ali ao lado, comer qualquer coisa: ainda se lembra do prato que ele escolheu e de que gostava muito, "um bife de gazela com batatas fritas"...
A caminho de Lisboa, fizeram uma paragem no Funchal, e dois camaradas que ficaram em terra a curtir uma “cardina”… Feita a recontagem do pessoal embarcado, faltavam dois militares… Foram encontrados a dormitar numa esplanada…
Outra peripécia: o Fernando Calado lembra-se ainda que teve de “acalmar” vários militares da CCS que vieram com blenorragias (“esquentamentos”), mal curadas... Alguns eram casados, um inclusive tinha-se casado por procuração… O drama era saber o que é que iriam dizer às esposas que os esperavam...
Outra peripécia: o Fernando Calado lembra-se ainda que teve de “acalmar” vários militares da CCS que vieram com blenorragias (“esquentamentos”), mal curadas... Alguns eram casados, um inclusive tinha-se casado por procuração… O drama era saber o que é que iriam dizer às esposas que os esperavam...
Alguns, mais desesperados, batiam com os punhos na cabeça: “Porque é que não eu fiquei em Bissau?!”... O Fernando arranjou uma solução diplomática mas salomónica: quando chegassem a casa, os “entrapados” contavam a verdade, e ficavam à espera que a penicilina acabasse por surtir efeito… Em suma, não era caso para se atirarem ao mar…
Enfim, ele prometei, no regresso a Lisboa, passar ao papel estas e outras memórias dessa algo rocambolesca e pícara viagem que teria demorado "cinco dias" (,. ou nivcem segundo o Fernando Teixeira)...
Aqui fica um primeiro resumo. O Fernando Calado, por certo, irá acrescentar umdia destes dias, o que bem entender. (****)
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Notas do editor:
Enfim, ele prometei, no regresso a Lisboa, passar ao papel estas e outras memórias dessa algo rocambolesca e pícara viagem que teria demorado "cinco dias" (,. ou nivcem segundo o Fernando Teixeira)...
Aqui fica um primeiro resumo. O Fernando Calado, por certo, irá acrescentar umdia destes dias, o que bem entender. (****)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 19 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21185: Efemérides (330): Faz hoje 50 anos que regressou, do CTIG, o BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (Fernando Calado)
(***) Vd. poste de 1 de agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13455: Os nossos regressos (32): Fotos do álbum do ex-1º cabo bate-chapas, pelotão de manutenção comandado pelo alf mil Ismael Augusto, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70
(****) Último poste da série > 2 de novmebro de 2018 > Guiné 61/74 - P19219: Os nossos regressos (36): Dia 5 de Novembro de 1968, chegada a Lisboa (Mário Vitorino Gaspar)