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sábado, 25 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21196: Os nossos regressos (36): Comando e CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70): foi há 50 anos, no T/T Carvalho Araújo, com algumas pequenas peripécias... (Fernando Calado)


Abrantes > RI 2 > s/d (junho ou julho de 1970) > O Otacílio Luz Henriques, ex-1º cabo bate-chapas, do pelotão de manutenção comandado pelo alf mil Ismael Augusto, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70).

Foto: © Otacílio Luz Henriques (2013). Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)



O T/T "Carvalho Araújo", propriedade da Empresa Onsulana de Navegação. Tinha lotação para 354 passageiros. Foi abatido em 1973. Imagem extraída do sítio "Navios porugueses", que deixou de estare dispponíevÇ. estava alojada no Sapo.pt.  



Fernando Calado
1. O Fernando Calado, ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) telefonou-me, no passado dia 19,  da praia de Monte Gordo, a propósito da data do regresso a casa do pessoal  da CCS/BCAÇ 2852 (*).

Disse-me que não ia a Monte Gordo há maus de 10 anos, e que a praia  estava agora às moscas, sem veraneantes: fora cá a passar uns dias, com a sua querida Rosa (cuja “Casa do Alentejo” está a sofrer com a presente crise…), acompanhados de um casal amigo.

Sem poder consultar outros elementos que têm no seu arquivo, quis-me dar uma explicação sobre a data que, para ele, é "a do regresso a Portugal, 19 de julho de 1970", a bordo  do velho T/T "Carvalho Araújo”, já em fim de vida.  Teria sido também a data em que passou à disponibilidade, conforme documento publicado no poste P21185 (*)


Ainda há dias ele comemorara a efeméride dos 50 anos do regresso a Lisboa, em almoço com mais dois velhos camaradas e amigos desse tempo de Bambadinca: o Ismael Augusto, o ex-alf mil do pelotão de manutenção da CCS (que, em 1970, ficou em Bissau, a chefiar a comissão liquidatária, tendo regressado só em setembro de 1970) e ainda  o José Carlos Lopes, ex-fur mil de reabastecimentos (Os três são membros da nossa Tabanca Grande.)


O Fernando Calado fiz que, "logo nesse dia 19 de julho de 1970, ainda foi a Abrantes ao RI 2, com mais um camarada, no carro do amigo, posto à disposição pelo pai"… Chegaram lá, e trouxeram o papel, da passagem à disponibilidade,  com o carimbo, regressaram a Lisboa de tarde, com o carro "na mecha”, na velha estrada nacional Lisboa-Abrantes. Ainda nesse dia esteva com a namorada, a Rosa.

Segundo eu apurei depois da conversa ao telefone, pela consulta do calendário de 1970.  esse dia, 19 de julho,  era domingo. 


Parece que, nos registos de arquivo, referidos em comentários ao poste P21185 (*)  a partida do "Carvalho Araújo", com o comando e CCS / BCAÇ 2852 e ainda com a CCAÇ 2404, do mesmo Batalhão, foi em junho (16, com a chegada a 25)  e não em julho.  Em 20 de julho de 1970, o "Carvalho Araújo" já estava a desembarcar novas tropas em Bissau,,,


Parece, pois,  haver, da parte do Fernando Calado alguma confusão de datas. Talvez os camaradas da CCS / BCAÇ 2852 e  da CCAÇ 2404 / BCAÇ 2852 (Teixeira PintoBinar e Mansambo, 1968/70), que viajaram juntos, na mesma data, no T/T "Carvalho Araújo", possam acrescentar algo mais sobre o assunto,. 



Fernando Teixeira
Por exemplo, o Fernando Maria Neves Teixeira, ex-1.º Cabo Aux-Enfermeiro da CCAÇ 2404, membro da nossa Tabanca Grande, diz-nos que desembarcou em Lisboa em 25 de junho de 1970 (**). 

Esta CCAÇ 2404 passou por Mansambo e fez connosco, CCAÇ 12, algumas operações do Setor L1.

Temos fotos desse regresso (e inclusive da ida do pessoal  a Abrantes, ao RI 2, mas não temos datas precisas na legendas...), do álbum do Otacílio Luz Henriques, ex-1º cabo bate-chapas, que pertencia ao pelotão de manutenção.  comandado pelo alf mil Ismael Augusto, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (***)


2. Independentemente do "rigor das datas", o Fernando Calado pareceu-me ter o "filme do regresso" no T/T “Carvalho Araújo”  bem  gravado na memória, na conversa que tivemos ao telefone… 

Por uma razão muito simples: ele foi nomeado, pelo capitão de bandeira, como "o comandante das tropas embarcadas", por ser "o oficial mais antigo",,, 

Explicação dada pelo Fernando Calado: não havia oficiais superiores do comando do batalhão nem o capitão da CCS, já que o Spínola tinha "decapitado" o comando e a CCS do BCAC 2852… Havia um tenente, mas não era operacional, era SGE, o nosso conhecido, açoriano, Manuel Antunes Pinheiro, o chefe de secretaria do comando do BCAÇ 2852. 


O que importa agora é relembrar alguns aspetos desse regresso a Lisboa. Enfim, terá havido alguns peripécias, que merecem ser partilhadas.

O Fernando Calado, no dia da partida do T/T "Carvalho Araújo" , esteve muito atarefado com as diligências e as burocracias do embarque, pelo que nem sequer  tivera tempo de almoçar a bordo. O capitão do navio, pronto a partir,  deu-lhe autorização para "em vinte minutos, meia hora, no máximo" ir ao “Pelicano”, ali ao lado, comer qualquer coisa: ainda se lembra do prato que ele escolheu e de que gostava muito, "um bife de gazela com batatas fritas"...


A caminho de Lisboa, fizeram uma paragem no Funchal, e dois camaradas que ficaram em terra a curtir uma “cardina”… Feita a recontagem do pessoal embarcado, faltavam dois militares… Foram encontrados a dormitar numa esplanada…
Outra peripécia: o Fernando Calado lembra-se ainda que teve de “acalmar” vários militares da CCS que vieram com blenorragias (“esquentamentos”),  mal curadas... Alguns eram casados, um inclusive tinha-se casado por procuração… O drama era saber o que é que iriam dizer às esposas que os esperavam...

Alguns, mais desesperados, batiam com os punhos na cabeça: “Porque é que não eu fiquei em Bissau?!”... O Fernando arranjou uma solução diplomática mas salomónica: quando chegassem a casa, os “entrapados” contavam a verdade, e ficavam à espera que a penicilina acabasse por surtir efeito… Em suma, não era caso para se atirarem ao mar…

Enfim, ele prometei, no regresso a Lisboa, passar ao papel estas e outras memórias dessa algo rocambolesca e pícara viagem que teria demorado "cinco dias" (,. ou nivcem segundo o Fernando Teixeira)...


Aqui fica um primeiro resumo. O Fernando Calado, por certo, irá acrescentar umdia destes dias,  o que bem entender. (****)

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Notas do editor:



(**) Vd. poste de 8 de junho de  2018 > Guiné 61/74 - P18724: Tabanca Grande (464): Fernando Maria Neves Teixeira, ex-1.º Cabo Aux-Enfermeiro da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852, Teixeira Pinto, Binar e Mansambo, 1968/70

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18724: Tabanca Grande (464): Fernando Maria Neves Teixeira, ex-1.º Cabo Aux-Enfermeiro da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852, Teixeira Pinto, Binar e Mansambo, 1968/70

1. Mensagem do nosso camarada Fernando Maria Neves Teixeira (ex-1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852, Teixeira Pinto, Binar e Mansambo, 1968/70), com data de 3 de Junho de 2018:

Boa tarde caro amigo Carlos Vinhal
Desde já agradeço o seu email de resposta.

Envio os dados que me solicitou para ser apresentado no site Luís Graça & Camaradas da Guiné.


- Chamo-me Fernando Maria Neves Teixeira
- Nasci a 27 de Junho de 1946
- Fui incorporado em 1967 no GACA 3, em Paramos, Espinho, para fazer a Escola de Recrutas
- Em 24 de Fevereiro de 1968 terminei a Escola Cabos na Especialidade de Auxiliar de Enfermeiro com a classificação de 13,02
- Em 25 de Fevereiro de 1968 fui promovido a 1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro
- No dia 27 de Fevereiro de 1968 fui para o RI 3 e
- No dia 5 de Junho para o RI 2 para formar Batalhão
- Embarquei para a Guiné em 24 de Julho de 1968 integrado na CCAÇ 2404/BCAÇ 2852
- Fui louvado pelos serviços prestados como Auxiliar de Enfermeiro, pelo Comandante do Batalhão de Caçadores 2852. O.S. 96/70
- Terminada a Comissão de Serviço, desembarquei em Lisboa a 25 de Junho de 1970 

Depois de uma operação

 Com a farda n.º 2

********************

2. Comentário do editor:

Caro Fernando
Se não te importas, seguindo as regras da tertúlia, vamo-nos tratar por tu.
Existe já um marcador Fernando Teixeira, pelo que não te vou considerar como novo tertuliano, mas sim com a "antiguidade" desde 10 de Junho de 2008, quando dirigiste esta mensagem[1] ao Blogue:

Caro companheiro Luís
Parabéns pelo site e tertúlia que você deve ser o cérebro deste feito.
Está muito bom. E ainda não me de debrucei em pormenor. Ler com calma e perceber coisas que eu mesmo já tinha esquecido. Aliás, consegui esquecer-me de muitas coisas que passei. Nem me interessa, para já, recordar.
Apresento-me: Fernando Maria Neves Teixeira, 1.º Cabo Enfermeiro.
Desembarquei em Bissau em 30 de Julho de 1968, passei por Teixeira Pinto, Binar, Bambadinca e desembarquei em Lisboa no dia 25 de Junho de 1970.
Pertenci à CCAÇ 2404/BCAÇ 2852.

Como estou reformado, vou conseguindo algum tempo e irei consultar mais em pormenor a Tertúlia através do seu blogue.
Enviei um email ao colega Carlos Fortunato a solicitar-lhe informações de contactos do meus colegas de Companhia. Se souber alguns contactos desde já agradeço.

As minhas saudações fraternas;
Fernando Teixeira


Nem te lembrarás já que há precisamente 10 anos nos escreveste prometendo voltar.

Se portanto bem reaparecido, instala-te, lê o conteúdo da nossa página e se quiseres contribuir para aumentar as memórias escritas ou fotográficas do nosso Blogue, manda o teu material que o publicaremos com prazer.

Agora sim, estás formalmente apresentado à tertúlia.

Recebe em nome da tertúlia e dos editores um abraço.
Carlos Vinhal
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Notas do editor

[1] - Vd. poste de 17 de junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2957: O Nosso Livro de Visitas (18): Fernando Teixeira, 1.º Cabo Enf da CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 (Guiné 1968/70)

Último poste da série de 3 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18599: Tabanca Grande (463): Luís Encarnação (1948-2018), nosso grã-tabanquieiro nº 773, a título póstumo (Francisco Palma / Hélder Sousa)

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18719: Ser solidário (212): Gostaria de saber as companhias que passaram e estiveram sediadas em Candamã e quando é que costumam celebrar o convívio anual (Luís Branquinho Crespo)



1. Mensagem do nosso camarada Luís Branquinho Crespo (ex-Alf Mil da CART 2413, Xitole e Saltinho, 1968/70), com data de 26 de Maio de 2018:

Meus Caros Amigos

A associação a que pertenço com alguns amigos e amigas e que constituí chamada de Associação Humanitária Para a Cooperação e Desenvolvimento, Resgatar Sorrisos, e já constituída em ONGD, iniciou em Março a construção de uma Escola para a 5.ª e 6.ª Classes em Candamã[1], junto a Bambadinca e entre esta localidade e o Xitole.

Com uma equipa de vários homens fizemos as fundações, colocámos ferro, depositámos brita, cimentámos as fundações, fizemos subir pilares e com a ajuda da população a escola vai crescendo.

Sei, porque no local ainda existem restos físicos da passagem de militares nossos pela zona (há registos gravados em pedra de por lá terem passado em 1969 os Viriatos), gostaria de saber as companhias que passaram e estiveram sediadas nessa tabanca e quando é que costumam celebrar o convívio anual e com quem posso contactar, indicando-me o nome e telemóvel ou modo de os obter.

Estou convicto e convencido que tinham todo o interesse em saber do nosso projecto e talvez até queiram colaborar.

Será que os meus amigos podem ajudar e responder informando-me do nome e dos possíveis contactos?

Aguardo pelas v/ informações.
Desde já o meu agradecimento.

Um abraço meu e o reconhecimento da
RESGATAR SORRISOS (ONGD)[2]

Atentamente
Luís Branquinho Crespo

Infografia: Projeto da escola de Candamã, Bambadinca, Bafatá, Guiné-Bissau. 
Luís Branquinho Crespo (2018)

********************

2. Ontem mesmo, dia 6, recebemos do camarada José Martins, nosso consultor para assuntos militares, a seguinte mensagem:

Boa noite 
Nas minhas notas só tenho com passagem por Candamã:

CCAÇ 1551 de Maio a Novembro de 1966
CCAÇ 1550 de Janeiro de 1967 a Janeiro de 1968
CART 2339 de Setembro de 1968 a Novembro de 1969
CCAÇ 2404 de Novembro de 1969 a Março de 1970

Sendo Candamã um destacamento de nível pelotão/pelotão reforçado, há "espaços de tempo" entre a saída e entrada de nova unidade, o que pode não ter acontecido na realidade. As minhas notas são baseadas nas informações do Volume VII da CECA, pelo que pode haver omissões. 

Nota:
Sábado é apresentado no Núcleo de Leiria da Liga dos Combatentes (15h30), mais um "Caderno de Estudos Leirienses", sobre a Grande Guerra, em que existem textos de, pelo menos, dois tabanqueiros, que têm ligações afectivas a Leiria. 

Abraço 
Zé Martins
____________

Notas do editor:

[1] - Vd. poste de 22 de janeiro de 2018 Guiné 61/74 - P18240: Ser solidário (209): Construção de Escola em Candamã, iniciativa da Associação Humanitária Resgatar Sorrisos (Mário Beja Santos / Luís Branquinho Crespo)

[2] - Vd. poste de 24 de fevereiro de 2018 Guiné 61/74 - P18351: Ser solidário (210): A ONGD Resgatar Sorrisos apresenta-se à Tabanca Grande e agradece desde já quaisquer apoios para poder construir a escola de Candamã (, no antigo subsetor de Mansambo) (Luís Branquinho Crespo)

Último poste da série de 14 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18414: Ser solidário (211): Concentração cívica (hoje, 4ª feira, às 18h00, no antigo Hospital Militar Principal, Estrela, Lisboa) e petição pública a favor do apoio social e clínico aos militares e seus agregados familiares, incluindo os antigos combatentes da Guerra em África

domingo, 27 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16767: Álbum fotográfico de Fernando Andrade Sousa (ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 12, 1969/71) - Parte V: Eu, em Mansambo, com o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, cmdt do 1º Gr Comb



Guiné >Zona leste > Setor L1 > Mansambo >  c. 1970 > O Fernado Sousa, como o seu malão de primeiros socorros, à direita, com o alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira, comandante do 1º Gr Comb,  ambos da CCAÇ 12 (1969/71). Hoje são vizinhos. "Tínhamos regressado de uma operação entre o Xime e Mansambo, Deve ser já para o fim da comissão".

O Francisco Moreira, que não integra a nossa Tabanca Grande (mas que teríamos todo o gosto em o acolher aqui!), vive em Santo Tirso. Já não nos vemos desde 1994. O Moreira era reconhecidamente o homem de confiança do comandante da companhia, o cap inf Carlos Alberto Machado Brito (, hoje cor inf ref). O Moreira passou por Lamego, pelo CIOE, tal como Humberto Reis, os dois "rangers" da CCAÇ 12.

Na altura em que eu, o Fernando Sousa, Francisco Moreira,  o Humberto Reis e outros estivemos na CCAÇ 12 (maio de 1969/março de 1971),  como unidade de intervenção no Sector L1,  conhecemos, como subnidades de quadrícula em Mansambo, as seguintes:

(i)  CART 2339 (1968/69), adida ao BCAÇ 2852 (1968/70):

(ii) CCAÇ 2404 (novembro de 1969/maio de 1970);

e (iii) a CART 2714, do BART 2917 (1970/72). (Esta companhia será rendida pela CART 3493, a que pertenceram o nosso grã-tabanqueiro António Duarte e  António Eduardo Ferreira; a CART 3493 vai em março de 1973 para Cobumba, na região de Tombali, sendo substituída pela CART 3494, do mesmo batalhão, o BART 3873, sedidado em Bambadinca, 1972/74).

A CCAÇ 12 ia frequentememte a Mansambo, em colunas logísticas ou em operações nos subsetores de Mansambo e Xitole.

Foto (e legenda): © Fernando Andrade Sousa (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Continuação da publicação do álbum de Fernando Andrade Sousa que foi 1º cabo aux enf, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, entre maio de 1969 e março de 1971), e mora na Trofa (*). 

É inacreditável como é que a CCAÇ 12 só tinha dois enfermeiros operacionais para alinhar no mato, aliás, dois 1ºs cabos aux enf, o Fernando Sousa e o Carlos Alberto Rentes dos Santos (e este por pouco tempo, já que foi trabalhar como carpinteiro no reordenamento de Nhabijões!... O 1º cabo aux enf  José Maria S. Faleiro  foi cedo evacuado para a metrópole. +pr doença infetoconbtagiosa,  e e só muito mais tarde foi substituído pelo  1º cabo aux enf Fernando B. Gonçalves.)

Os médicos e os furrieis enfermeiros (como era o caso do nosso João Carreiro Martins) não alinhavam no mato (!), sendo cada vez mais absorvidos pelas tarefas de prestação de cuidados de saúde às populações civis!... 

Spínola parecia confiar apenas no HM 241, nos helicópteros da FAP  e nas enfermeiras paraquedistas que vinham fazer as evacuações Ypsilon!... Quantos camaradas nossos não terão morrido por falta de primeiros socorros no mato!... A vida ali contava-se ao segundo... 

Nunca vi ninguém protestar por esta insólita situação. A política da "Guiné Melhor" levou Spínola a "canibalizar" o seu próprio exército: alguns dos nossos melhores operacionais eram afetados a missões civis, como os reordenamentos, os postes militares escolares e os serviços de saúde!

Mais: a CCAÇ 12 é obrigada a participar directamente no "projecto de recuperação psicológica e promoção social da população dos Nhabijões",  ao tempo do BCAÇ 2852 (e depois do BART 2917), fornecendo uma equipa de reordenamentos e autodefesa, constituída pelos operacionais  alf mil António Carlão (cmdt do 2º Gr Comb), o fur mil at inf Joaquim  M. A. Fernandes (cmdt da 1ª seção do 4º Gr Comb), o 1º cabo at inf Virgílio Encarnação (cmdt da 3ª seção do 4º Gr Comb) ,e o sold arv  at int Alfa Baldé,  que foram tirar o respectivo estágio a Bissau, de 6 a 12 de Outubro de 1969, e ainda 2 carpinteiros, um 1º cabo at inf (cujo nome preciso de confirmar) e próprio 1º cabo aux enf Carlso Albertos Rentes dos Santos).

A CCÇ 12 tinham 24 operacionais (graduados e 1ºs cabos atiradores), metropolitanos,  e uma centena de praças do recrutamento local, distribuídos por 4 grupos de combate, sem contar com os especialistas, metropolitanos (condutores auto, transmissões, enfermagem, etc., ao todo uns 35). Os 4 elementos operacionais brancos que são retirados à companhia, representava um 1/6 do total!

Na prática, e durante muitos meses, o pobre  do 1º cabo aux enf Fernando Andrade Sousa era o único a !alinhar no mato", dos 4 elementos iniciais da equipa de saúde!... (A CCAÇ 12 não tinha, de resto,  soldados maqueiros).  

E o Fernando também tinha, além disso, de integrar as equipas de  "ação psicossocioal" (!), por exemplo, as visitas às tabancas (*)...  E mais: ia todos os dias para o poste de saúde quando estava em Bambadinca!... E ainda foi destacado, dois ou três meses, no princípio de 1970,  para o Xime da CART 2520, que estava sem enfermeiro!...

Em conclusão foram homens como o Fernando Anadrade Sousa, "marca c...",, como se diz no Norte, que seguraram as pontas desta p... de guerra!... (Julgo que levou,  no fim, um louvor, averbado na caderneta militar, como seria, de resto,  da mais elementar justiça!).

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16040: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (7): A capela do Xime (set 1972) e o nicho de Mansambo (dez 1973)... A devoção mariana e a "canibalização" dos nichos... (Sousa de Castro, 1.º cabo radiotelegrafista, CART 3494 / BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74)



Fotio nº 1 A  > Mansambo > 19 de dezdembro de 1973 > O Sousa de Castro junto ao nicho, originalmente construído pela CCAÇ 2404 (novembro de 1969/maio de 1970), e que a CART 2714 (1970/72), que veio a seguir, "adaptou"..."Senhora, protege a CART 2714"




Fotoº 1  >  O Sousa de Castro, em Mansambo, em 19 de dezembro de 1973 (data que vem na legenda da foto). 


Foto nº 2 > O Sousa de Castro na capela do Xime, em 17 de setembro de 1972... Pareceque a capela era já pouco usada pela rapaziada da CART 3494 que em março de 1973 foi substituída pela CCAÇ 12, cujos militares, quase todos do recrutamento local, eram fulas e muçulmanos... Havia tamb+em uma pequena mesquita no Xime. A capela cristã, no final, também servia de depósito de caixões com restos mortais de militares portugueses que aguardavam, o transporte fluvial para Bissau.


Fotos: © Sousa de Castro (2016). Todos os direitos reservados




Foto nº 3 >  Nicho construído em Mansambo pela CCAÇ 2404 (Binar e Mansambo, 1968/70). A CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 substituiu a CART 2339, "Os Viriatos" (Mansambo) entre novembro de 1969 e maio de 1970... Foi, por sua vez, rendida pela CART 2714 ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (1970/1972).   A CART 2714 foi rendida pela CART 3493 (que em março de 1963 foi para Cobumba, na região de Tombali), sendo substituída pela  CART 3494, do mesmo batalhão (BART trocou o Xime por Mansambo... O nicho mariano diz: "Senhora protege a CCAÇ 2404"...

Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados



Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Mansambo > 1996 > Monumento erigido pela CART 2714  ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (1970/1972). Era o único que restava de pé quando o Humberto Reis (ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71) voltou à Guiné, quinze anos depois.

Foto: © Humberto Reis (2005). Todos os direitos reservados


1. Mensagem, com data de 30 de zbril, que nos envou o Sousa de Castro [ex-1º cabo radiotelegrafista, CART 3494, Xime e Mansmabo, 1971/74; vive em Viana do Castelo; é o nosso grã-tabanqueiro nº 2]

Duas fotos para completar post em apreço (*)

Ter em conta a legenda do nicho em Mansambo [, comparando com a foto nº 3: a CART 2714 / BART 2917, Mansambo,. 1970/72, "canibalizou" o nicho original que era da CAÇ 2404, BCAÇ 2852, 1968/70]

Cumprimentos,

SdC

2. Comentário do editor:

Obrigado, António, pelo teu "olho clínico". Nunca tinha dado conta deste fenómeno a que se pode chamar, sem ofensa, e com toda a propriedade,  "canibalização": canibalizar, segundo o dicionário, também significa "reaproveitar peças de aparelhos, viaturas, armas, etc., em outros mecanismos semelhantes".

O "desenrascanço" do português, na tropa e na guerra, levava-nos muitos vezes a isso, nomeadamente no caso da manutenção e reparação das viaturas... Mas com monumentos e nichos religiosos ainda não me tinha dado conta... Minto: há pelo menos um caso, aqui já relatado, de aproveitamento de um memorial nosso por parte dos "camaradas do PAIGC" (**)... E putro, muito mais espantoso, de "canibalização" praticada pela naturação: neste caso, trata-se de uma "reapropriação: na natureza nada se perde tudo de transforma, até a carcassa de uma antiga vitura militar das NT, em Guileje (***).

A malta da CART 2714  quando foi para Mansambo aproveitou o nicho constrruído pelos rapazes da CCAÇ 2404 (que lá estiverm uns meses, até acabar a comissão)... E fizeram bem, em procurar a proteção da "santa das santas" Afinal, para a CCAÇ 2404 a guerra já tinha acabado.

De resto, a canibalização é uma prática corrente entre os "povos", a nossa civilização (, as nossas cidades; Lisboa, por exemplo)  é composta de "sucessivas camadas" dos povos conquistados e conquistadores: os lusitanos foram romanizados, cristianizados, islamizados, recristianizados... Das antas fizemos capelas como a Anta de Pavia, hoje monumento nacional!... Das mesquitas (como a de Mértola) fizemos igrejas... E há-se ser assim pelos séculos pelos séculos ("secula seculorum")... LG



Guiné- Bissau > Região de Bafatá > Gabu (antiga Nova Lamega) > Fevereiro de 2005 > O José Couto entre dois militares das Forças Armadas, no centro da parada do antigo quartel das NT, junto ao monumento de homenagem a Amílcar Cabral (que, por sua vez, é uma canibalização do memorial aos mortos do BCAÇ 2893, que esteve ali sediado entre 1969/71).

Foto: © José Couto / Tino Neves (2006). Foto gentilmente cedida por José Couto (ex-furriel miliciano de transmissões, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71), camarada do nosso grã-tabanqueiro Constantino Neves.



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 2005 >  Foto  de uma carcaça de um viatura militar das NT que a natureza "canibalizou" (***)... Foto enviada, como prenda do Nata de 2005 pelo nosso saudoso amigo Pepito (1949-2014).

Foto: © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2005). Todos os direitos reservados

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30 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P16034: Na festa dos 12 anos, "manga de tempo", do nosso blogue (5): Capelas, igrejas e nichos religiosos no mato: fotos de António Santos, Arlindo Roda, Benjamim Durães, Carlos Silva, Jorge Pinto, Mota Tavares, Zé Neto (1929-2007)

(**) Vd. lposte de 7 de dezembro de 2006 >  Guiné 63/74 - P1349: Quartel Novo de Nova Lamego: paredes finas e chapa de zinco (Tino Neves)

(***) Vd. poste de 14 de dezembro de  2005 > Guiné 63/74 - P348: A Nossa Foto de Natal 2005

(...) "Olá, Luís: Há dias falava-te de apropriação da língua portuguesa (...). Depois de vir ontem de Guiledje, onde tirei esta fotografia, posso-te falar de apropriação pela natureza: uma carcaça de camião com mais de 30 anos, envolvida por uma árvore que entretanto por lá nasceu. Nem que se queira, não se pode tirar o esqueleto de lá.... Abraços, Pepito" (...)

terça-feira, 22 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13431: Memória dos lugares (271): Candamã, 19-9-69... Subsetor de Mansambo, setor L1 (Bambadinca): por lá passaram a CART 2339, a CCAÇ 2404, a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, etc.



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > BCAÇ 2852 (1968/70) > Subsetor de Mansambo > Candamã, tabanca fula em autodefesa, do regulado do Corubal > Marcas da passagem das NT pela povoção, em reforço do sistema defensivo:

 (i) CART 2339, Viriatos [, Mansambo, 1968/69];
(ii) Candamã, 19-9-.69;
(iii) CCAÇ 2404 [Mansambo, 1968/70];
(iv) 3º Pelotão "Comandos", Audaces Gloria Juvat; [O lema deve estar errado: o original é Audaces Fortuna Juvat, a sorte protege (ou sorri a) os audazes];
(v) 4º Pelotão, (?) Diferentes;
(vi) Guiné 68-70, CCAÇ 2404, Alf mil Barbosa, 1º Pelotão, Sempre Unidos...

Dois anos e meio depois, no 1º trimestre de 1972, ao tempo do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74), Candamã era um destacamento, guarnecido por 1 secção da CART 3493 (Mansambo) +  Companhia de Milícias do Corubal (-). Duas secções da CMIL Corubal estavam a reforçar Afiá, juntamente com mais uma seção da CART 2339... Se não erro, o regulado do Corubal estava então  reduzido, já em 1969,  a estas duas tabancas, Candamã e Afiá. O nosso camarada Torcato Mendonça, da CART 2339, pode  confirmar...

Na foto acima,. o fur mil at inf Arlindo Roda, 3º Gr Comb, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71). Foto presumivelmente do 2º sesmestre de 1969.

Fotos: © Arlindo T. Roda (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12259: (De)Caras (14): Foto do alf mil capelão Augusto Baptista a celebrar missa em Binar, para a malta da CCAÇ 2404... Bate certo, camarada João Diogo da Silva Cardoso! Um Alfa Bravo!... (Armando Pires / Augusto Baptista)

1. Mensagem do Armando Pires [, foto recente, no Chiado, Lisboa, com o Augusto Baptista]

Data: 4 de Novembro de 2013 às 23:44
Assunto: Capelão Baptista

Bom, estou aqui pata te dizer que acaba de me telefonar o Capelão Baptista a confirmar o que para mim não tinha dúvidas.

Isto é, nas fotos do João Diogo (P12224)  [, foto abaixo, à direita] é ele, Augusto Baptista, quem está a celebrar a missa [, em Binar]. E disso te peço que informes o nosso camarada da CCAÇ 2404 [. João Diogo da Silva Cardoso, que vive no Funchal].

Mais, o Baptista pede-lhe desculpa, a ele e a ti, de não escrever pelo seu próprio punho, mas tem, e isso eu posso garantir que tem, uma vida sacerdotal muito agitada.

Não são apenas as duas paróquias à sua responsabilidade, é também toda a gestão do centro social paroquial de Perosinho, a que acresce a muitas solicitações, como padre, a que tem que ocorrer.
Deixa-me dizer-te que não há uma vez que eu lhe telefone que não me atenda enquanto vai a conduzir.
O Baptista é padre mas não faz milagres.

Por outro lado, e finalmente, a sua disponibilidade para as novas tecnologias não é famosa.
A bom entendedor...

Portanto, o que se passa aqui é que eu tenho todo o gosto em servir como intermediário, uma espécie de sacristão informático.

Pede-me o capelão Augusto Baptista que seja enviado um abraço ao nosso camarada,  ex-furriel miliciano João Diogo da Silva Cardoso, abraço que estende a todos os camaradas desta Tabanca Grande.

Pelo meu lado, ex-furriel enf  Armando Pires, fica a promessa (estamos a tratar de questões clericais, não é verdade?) de chegar a convencer um dia o Baptista a sentar-se à secretária, escrever sobre a sua experiência na Guiné,  seja por que método for,  que eu depois me encarregarei do resto.

Espero que, não obstante agnóstico, o Senhor me ouça.

Abraços


2. Comentário de L.G.

Armando: Quanto ao nosso capelão, diz-lhe que é uma alegria tê-lo aqui. Faço a conveniente receção dos abraços e comunica que foram de imediato reenviados aos destinatários, os nossos grã-tabanqueiros (m/f). 

Vou publicar a tua mensagem em estilo "tandem" (tu conduzir, ou seja, a teclar e ele ao lado, a ditar, neste caso, pregar...). 

É um gesto bonito da tua parte, oefereceres-te como "intermediário" entre o céu e a terra, o sagrado e o profano... Ex-enfermeiros, continuas, afinal, a ser um terapeuta, no sentido etimológico da palavra que vem do grego, therapeutes, aquele que faz a ligação com um deus, que esse, sim, é que cura, que faz milagres... Tu não és padre, mas é um medium (ou não fosses também um homem da comunicação social!)... Porra, predicados não te faltam, camarada!... Para Luanda, no dia 16, levo os contactos e as recomendações de me deste. Em matéria de angolanidade(s), sou periquito à tua beira...

Um abração. Luis

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Nota do editor:

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12224: Facebook...ando (30): Memórias de Binar, 1969, e do capelão Augusto Baptista (João Diogo da Silva Cardoso, ex-fur mil, CCAÇ 2404, Teixeira Pinto, Binar e Mansambo, 1968/70)






Guiné > Região de Cacheu > Binar > CCAÇ 2404 (1968/70) > "Penso - diz o João Diogo - que o padre que está a celebrar é capelão Augusto Pereira Batista".



Guiné > Região de Cacheu > Binar > CCAÇ 2404 (1968/70) > O fur mil João Diogo da Silva Cardoso em Binar, em 1969, com o fur mil Fernando Manuel.  Foto que consta da sua página no Facebook.

Fotos: © João Diogo Silva Cardoso (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

1. O João Diogo da Silva Cardoso é um camarada nosso, nascido em 25 de Fevereiro de 1945, no Funchal, embora com raízes em Porto Santo. Em 1969 estava em Binar, na CCAÇ 2404 / BCAÇ 2852, e eu devo tê-lo conhecido... em Mansambo, entre novembro de 1969 e maio de 1970.

Publicou duas fotos no Facebook da Tabanca Grande, com a celebração de uma missa campal, em Binar, em 1969. Diz ele que o celebrante era o capelão Augusto Baptista... que entrou recentemente para a nossa Tabanca Grande (sob o nº 631).

A CCAÇ 2404 foi mobilizada pelo RI 2, partiu para o TO da Guiné em 24/7/1968 e regressou a 16/6/1970. Pertencia ao BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), da qual a minha companhia, a CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71) foi subunidade de intervenção, em Bambadinca, entre julho de 1969 e maio de 1970. 

A CCAÇ 2404 esteve em Teixeira Pinto, Binar e Mansambo. E aqui, no subsetor de Mansambo, Setor L1, Zona Leste,  fez operações com a minha CCAÇ 12... Era também a CCAÇ 12 que fazia a segurança à colunas logísticas para Mansambo, Xitole e Saltinho.

A CCAÇ 2404 teve nada mais nada menos do que 6 comandantes de companhia, dos quais eu conheci pelo menos o penúltimo, o cap inf Eugénio Baptista Neves, anteriormente comandante da CCS/BCAÇ 2852. 

No nosso blogue tinha até agora 7 referências à CCAÇ 2404. Num dos postes escreve-se:

(...) A  CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 substitui a CART 2339 (Mansambo) entre Novembro de 1969 e Maio de 1970... Foi, por sua vez, rendida pela CART 2714 ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (1970/1972). 

Confirma-se, por outro lado, a transferência do Cap Inf Eugénio Batista Neves, "por motivos disciplinares", em Agosto de 1969, para a CCAÇ 2404 / BCAÇ 2852 que comandou até Fevereiro de 1970... A CCAÇ 2404 foi transferida para Mansambo em Novembro de 1969. (...)

2. Comentário de L.G.:

Pela consulta da HU do BCAÇ 28252 (Bambadinca, 1968/70, Cap I, pág 7), constato que o João Diogo da Silva Cardoso era fur mil ap armas pesadas inf, com o nº mecanográfico 07140466. Na lista do pessoal da CCAÇ 2404, aparece como comandante da secção de morteiro...

Por seu turno, o seu amigo Fernando Manuel M. da Silva (/que aparece na foto em cima) era tambémn furriel milciano, mas atirador de infantaria, comandando uma secção.

Como vês, camarada Cardoso, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. És nosso amigo no Facebook [, foto à esquerda], mas isso não chega. Quero que te juntes a este "batalhão" (somos já 631) que se sentam sob o poilão da Tabanca Grande, ou seja, do blogue que tem 10 regras, simples, de convívência, com as quais por certo estarás de acordo...

Contrariamente ao que se passa no Facebook aqui há... menos "liberdade de expressão"... É um blogue de "partilha de memórias e de afectos", à volta da guerra colonial na Guiné (1961/74) onde em princípio não entra a nossa  atualidade (política)...Podes ler essas regras aqui.

Há algumas coincidências curiosas entre mim e ti: (i) éramos ambos de armas pesadas de infantaria; (ii) tínhamos o mesmo posto: (iii) estivemos juntos, algumas vezes, em Mansambo e em Bambadinca; e (iv) possivelmente também te puseram uma G3 nas mãos, em vez do morteiro 81 (, no meu caso, foi isso que me aconteceu, não tínhamos aquartelamento, não éramos undiade de quadrícula, logo não tínhamos armas pesadas)...

Devo acrescentar que  a CCAÇ 12 (, uma companhia africana, independente, de intervenção), também tinha um furriel miliciano, atirador de infantaria, da tua terra, Funchal, o José Luís Vieira de Sousa, hoje mediador de seguros, com escritório aí na baixa do Funchal, na centralíssima Rua do Bispo... Estivemos na casa dele (ou dos pais), na Rua do Comboio, em março de 1971, quando regressámos da Guiné e o N/M Uíge parou uma tarde no Funchal. Fomos recebidos principescamente,  de braços abertos pela família, numerosa. Com muita alegria e muita música.  Recordo-me que ele tinha diversas manas. Depois disso,  já nos encontrámos mais vezes.

Temos diversos representantes do teu batalhão, o BCAÇ 2852,  no nosso blogue, en especial da CCS e da CCAÇ 2405, mas ninguém da tua CCAÇ 2404. Espero que tu aceites ser o primeiro. Temos muito que falar. Escreve-nos para o nosso endereço de email: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com.

PS - O capelão Augusto Baptista vai adorar ver as tuas fotos! Como sabes, entre fevereiro de 1969 e dezembro de 1970 ele foi alf mil capelão do BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70). E foi nessa circunstãncia que ele deve ter ido dizer missa a Binar.

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quinta-feira, 15 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9610: O Nosso Livro de Visitas (130): Ex-Cap Inf Diamantino Ribeiro André, comandante da CCAÇ 2406 (Olossato e Saltinho, 1968/70), e ex-presidente da CM de Proença-a-Nova, ouviu-nos na rádio e quer ir ao nosso VII Encontro Nacional, em 21 de Abril próximo


Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca, ao tempo do BCAÇ 2852, 1968/70) > Saltinho > CCAÇ 2406 (Os Tigres do Saltinho, 1968/70) > Foto provavelmente do 2º semestre de 1969, por ocasião de coluna logística Bambadinca - Saltinho. Na foto, o Arlindo Roda, Fur Mil da CCAÇ 12 (1969/71)

Foto: © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados


1. Telefonou há dias, ao nosso editor Luís Graça, o antigo Comandante da CCAÇ 2406 (Olossato e Saltinho, 1968/70) (*), o ex-Cap Inf Diamantino Ribeiro André, hoje Ten Cor Inf Ref. Tinha ouvido na rádio (no programa matinal Emoções, do João Paulo Diniz, na Antena 1, sábado passado) o anúncio de um grande encontro da malta da Guiné... Queria referir-se ao  nosso VII Encontro Nacional, a realizar no próximo dia 21 de Abril, em Monte Real.

O motivo do contacto telefónico era para se regozijar pela iniciativa (a de juntar os camaradas e amigos da Guiné) e para mandar a sua inscrição, juntamente com a da esposa.

O Diamantino Ribeiro André saiu da carreira militar e foi autarca, até há pouco tempo, tendo sido durante largos anos presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco. Vive em Sobreira Formosa, vila e freguesia de Proença-a-Nova. Continua a ir aos convívios anuais da sua antiga companhia, a CCAÇ 2406.

Não conhecia o nosso blogue, mas o Luís Graça aproveitou a ocasião para o convidar a dar uma vista de olhos e a ingressar na nossa Tabanca Grande. O nosso camarada pertencia ao BCAÇ 2852, ao qual estava adida a CCAÇ 2590/CCAÇ 12, a Companhia africana do nosso editor, e que foi algumas vezes ao Saltinho em colunas logísticas, ainda no tempo do Capitão Diamantino Ribeiro André.

Da CCAÇ 2406, Tigres do Saltinho (1968/70), faz parte da nossa Tabanca Grande, desde agosto de 2009, o António Dias (Adolfo,  para os amigos), ex-Alf Mil, a quem esperamos ver, finalmente, no nosso encontro de Monte Real, este ano.

Também há tempos fomos contactados pelo António Pádua, que não chegou a responder ao nosso convite para ingressar na Tabanca Grande, nem a mandar as fotografias da CCAÇ 2406 que queria partilhar connosco. Mandou-nos as boas festas este ano. Sabemos que vive em Ovar, e está ligado ao Externato e Escolinha de São Miguel (**).
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Notas dos editores:

(*) Recorde-se alguns dados sobre esta subunidade orgânica do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70).

A CCAÇ 2406 foi mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 – Abrantes; embarcou em 24jul68; desembarcou em 30jul68; regressou em 28mai70. Divisa: “Sacrifícios não Contamos”.

Em 30jun68 seguiu para o Olossato para treino operacional e intervenção, destacando forças para Banjará e Maqué. Em 20fev69 seguiu para o Saltinho assumindo a responsabilidade do subsetor (que pertencia então Setor L1). Destacou forças para, temporariamente, guarnecerem Xime, Quirafo, Cansamangue e Sibchã Maunde Bucó.

Em 07nov69 passou para o setor L5 (Galomaro), mantendo as suas forças no Saltinho com forças em Cansamangue e Cansongo. A 10mai70 seguiu para Bissau para efectuar o regresso. Comandante: Cap Inf Diamantino Rodrigues André.

Ao mesmo BCaç 2852 (Setor 1, Bambadinca, 1968/70) pertenciam a CCAÇ 2404 (Teixeira Pinto, Binar e Mansambo) e a CCAÇ 2405 (Mansoa, Galomaro, Dulombi).

(**) Vd. Poste de 29 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2995: O Nosso Livro de Visitas (19): António Pádua (CCAÇ 2406, Olossato e Saltinho, 1968/70)

Vd. último poste da série de 15 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9609: O Nosso Livro de Visitas (129): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Inf Op, COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

domingo, 27 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9106: Se bem me lembro... O baú de memórias do Zé Ferraz (8): O meu colega do Liceu do Oeiras que fui encontrar em Mansambo e em Bambadinca...

1. Mais um história do Zé Ferraz,  português radicado nos EUA (vive em Austin, Texas), ex-Fur Mil Op Esp ex-Fur Mil, Op Esp, CART 1746, Xime, 1969; CCS/QG, Bissau, 1969/70):


Para o Torcato: Se bem me lembro,  numa das operações em que estive envolvido,  fomos até Mansambo e,  para surpresa minha,  o comandante era um amigo meu do Liceu de Oeiras.  Quando deixou o mato foi comandar a CCS do QG em Bissau e eu era o seu "ajudante". Raios me partam,  não me lembro do seu nome.


Numa das minhas anedotas desse tempo,  uma vez cheguei a Bambadinca e a minha farda de campanha consistia em  calças camufladas,  dólman a que tinha cortado as mangas,  uma écharpe de seda que havia pertencido a minha mãe;  como armamento,  a G-3 com a tanga do primeiro turra que lerpei, atada ao tapa-chamas;  como galhardete,  cinturão sem cartucheiras,  um punhal enorme, fula,  cujo cabo era um cartucho calibre 50;  e cinco granadas de mão.


Vinha no Unimog,  passei à frente da messe de oficiais,  dei uma bruta continência a um tenente coronel periquito pela aparência da sua farda.  O homem olhou para mim,  começa a gritar pelo capitão,  eu disse ao condutor para parar,  apiei-me da viatura e fui falar com o tal TC. 


Nessa altura o capitão que apareceu,  era o meu amigo do liceu que estava não sei porquê em Bambadinca, nem eu sabia as razões pro que o TC queria participar de mim. Além disso, nesse tempo usava uma larga barba. O dito capitão disse então:
- Meu tenente coronel,  este é o furriel Ferraz,  do Xime... -  e olhou para mim com uma vontade de rir tremenda.


A única coisa que me lembrei de lhe dizer foi:
- Vossselência.  meu tenente coronel... eu estou aqui para fazer a guerra, não para desfiles. 


Tenho muitas saudades desse capitão porque tivemos largas conversas no seu gabinete,  e fora,  num dos bares-cafés de Bissau,  sobre a futilidade da luta em que estávamos envolvidos e das inevitáveis consequências que a derrota nos iria trazer. 


Hoje, ainda que longe do meu querido Portugal,  vejo e leio o triste estado em que o país se encontra. Esta realidade causa-me profundo pesar. Estou velho e não há nada que possa fazer para mudar a pobre situação do nosso país. Vivo aqui há 41 anos e ainda não me tornei cidadão americano como patriota que fui e sou. Se por acaso estiveste em Mansambo,  penso que deverias ter conhecido a capitão de que falo. Diz-me o seu nome.


2. Comentário do Torcato Mendonça ao Poste P9043:


O Capitão era o Capitão Neto.  Havia um Capitão [, Eugénio Batista] Neves que era o comandante da CCS do BCAC 2852 e depois comandou a 2404 que nos rendeu em Mansambo (Novembro de 69).


3. Comentário de L.G.:


Quererá o Torcato referir-se ao Cap Mil Sérgio Luís Taveira Neto, que à época da Op Lança Afiada - 8 a 18 de Março de 1969 - comandou a CART 1746 ? ... Certamente por impossibilidade temporária do Cap Mil António Vaz que era efetivamente o comandante da CART 1746, no Xime, "de Janeiro 1968 até ao fim da comissão, em Junho de 1969", como ele próprio nos confirmou, há uns anos atrás.

Por seu turno, será que o José Ferraz queria referir-se ao comandante da CART 2339 (Mansambo, 1968/69) ? O Torcato deve ter pensado que ele se referia ao seu próprio comandante (, CART 1746, Xime, 1968/69).

Segundo os registos que temos, no nosso blogue, e com base nos postes do Torcato Mendonça, o primeiro comandante da CART 2339 foi o Cap Mil Meira de Carvalho ("Logo em Évora, devido a doença, teve que abandonar a Companhia").

"O Capitão Lima foi o segundo dos quatros comandantes que a companhia teve". O terceiro e penúltimo Comandante da Companhia foi o Capitão QP  Moura Soares.  "Por motivo de doença" (...) "foi substituído, em Dezembro de 1968, pelo quarto e último Comandante, o Capitão QP  [Raul Alberto] Laranjeira Henriques, 28 anos, 3ª Comissão no Ultramar"...

O Laranjeira Henriques, que eu conheci bem (eu e os meus camaradas da CCAÇ 12), era o comandante da CART 2339 ("Os Viriatos") já na altura da Op Lança Afiada... 

Seria este o colega de Liceu do José Ferraz ?... Em princípio, o Laranjeira Henriques era mais velho (terá nascido em 1940 ou 1941) do que o José Ferraz (que é de 1945)... Era capitão do QP, logo oriundo da Academia Militar... 

Pertencia originalmente à CART 2413 (Independente, foi mobilizada pelo RAP 2; partiu para a Guiné em 11 de Agosto de 1968 e regressou a 18 de Junho de 1970; esteve em  Fá Mandinga e Xitole; comandantes:  Cap Art Raul Alberto Laranjeira Henriques; Cap Inf José Medina Ramos)...

Por seu turno, a CCAÇ 2404/BCAÇ 2852  substitui a CART 2339, (Mansambo)  entre Novembro de 1969 e Maio de 1970... Foi,  por sua vez, rendida pela CART 2714 ("Bravos e Leais"), pertencente ao BART 2917 (1970/1972). Confirma-se, por outro lado, a transferência do Cap Inf Eugénio Batista Neves, "por motivos disciplinares", em Agosto de 1969, para a CCAÇ 2404/BCAÇ 2852 que comandou até Fevereiro de 1970... A CCAÇ 2404 foi transferida para Mansambo em Novembro de 1969.

O José Ferraz, de rendição individual,  foi para a CCS/QG, em Bissau, em Junho de 1969, quando a CART 1746 terminou a sua comissão e regressou à metrópole. Logo, em Mansambo, entre Janeiro e Maio de 1969, só podia ter conhecido o Cap Art Laranjeira Henriques... Talvez o Torcato Mendonça nos possa dizer se o Laranjeira Henriques foi para a CCS/QG, em Bissau, em Novembro de 1969... O Ferraz regressou a casa em 1970, não sei exatamente em que mês... Em Dezembro desse ano, emigrou para os EUA.

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Nota do editor:

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9048: A minha CCAÇ 12 (20): Abril de 1970: intensificação da acção psicossocial através de contacto pop, e suspensão temporária da actividade operacional ofensiva por causa das negociações com o IN no chão manjaco (Luís Graça)



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > CCAÇ 12 (1969/71) > Vista aérea da tabanca de Samba Juli, do Regulado de Badora.




Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > CCAÇ 12 (1969/71) > Um elemento pop, do regulado de Badora, de etnia fulça, vestido a rigor. Adereços ocidentais, tais como o chapéu automátiico, eram considerados na altura como grande ronco...



Fotos: © Humberto Reis (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados





Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca &gt > BART  2917 (1970/72) > A acção psiscossocial ao tempo do novo batalhão, o BART 2917... População fula do regulado de Badora. 


O régulo era o  tenente de 2ª linha, Mamadu Bonco Sanhá, que tinha uma motorizada, de 50 cm3, de marca japonesa, em vez do cavalo branco... Foi fuzilado em Bambadinca depois da independência (segundo a lista dos guineenses, militares e milícias das NT, fuzilados pelo PAIGC a seguir à independência, organizado pelo Cor Inf Ref Manuel  Amaro Bernardo)... Dizia-se, no meu tempo,   que tinha 50 mulheres, uma em cada tabanca de Badora; e alguns filhos seriam militares na minha CCAÇ 12, o que eu nunca pude confirmar, obviamente...


Na época, as autoridades militares de Bambadinca transformaram-no num mito... Veja-se por exemplo o que se pode ler na história do BART 2917 (1970-72), a seu respeito:

(...) "No Sector L1 podemos considerar duas raças (sic) distintas: para Leste da estrada Bambadinca-Xitole onde predomina a raça Fula, e para Oeste da mesma estrada onde predominam as raças Balanta e Beafada.

"A população Fula de um modo geral é nos favorável, sendo de destacar o regulado de Badora, que tem como Chefe / Régulo um homem de valor e considerado pela população como um Deus. Esse homem é o Tenente Mamadu, já conhecido do meio militar pelos seus feitos valorosos e dignos de exemplo. Da outra população, fortes dúvidas se tem, especialmente as dos Nhabijões, Xime e Mero" (...).


O seu notável currículo era apresentado nestes termos: 



"Régulo do Badora; vogal do conselho legislativo da Província; comandante da Companhia de Milícias do Cuor;  intitulando-se Fula, é considerado pelos Mandingas e Beafadas como Beafada, em virtude da ascendência materna; pelos seus actos de valentia é condecorado com a Cruz de Guerra; régulo justo e especialmente preocupado com a segurança das suas populações; o seu prestígio transvasa em muito para além dos limites do seu Regulado; é um excelente colaborador das NT, parece representar o movimento dos Fulas Nativos" (...).


Espantosamente não tenho/temos nenhuma foto deste homem que era presença, quase diária, no aquartelamento de Bambadinca...


Fotos: © Benjamim Durães (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



A. Continuação da série A Minha CCAÇ 12 (*)
por Luís Graça

(11). Abril de 1970 intensificação da acção psicossocial através de patrulhas de contacto pop


A 5 de Abril de 1970, dois Gr Comb da CCAÇ 12 escoltam mais uma coluna logística ao Xitole (onde estava aquartelada a CART 2413). Durante a picagem do itinerário, foram detectadas e levantadas, por forças da CCAÇ 2404 (Mansambo), duas minas A/P reforçadas com barras de TNT de 2 kg cada.  Estava-se no fim do tempo seco. E no mês seguinte o BCAÇ 2852 terminaria a sua comissão de serviço no TO da Guiné, sendo substituído pelo BART 2917.

Durante o mês de Abril, verificar-se-ia de resto um acréscimo de engenhos explosivos implantados na estrada Bambadinca-Xitole, sendo levantadas, a 22,  por forças da CCAÇ 2404, mais 5 minas A/P, das quais 3 reforçadas

(11.1.) Op Pavão Real: Batida à Foz do Corubal

A 9 dá-se início à Op Pavão Real para uma batida entre a Foz do Corubal e a Ponta do Inglês, e em que participam 2 Gr Comb da CCAÇ 12 (Dest A) e forças da CART 2520, do Xime (Dest B e C).


Do antecedente sabia-se que o IN tinha 1 brigrupo na área, actuando normalmente subdividido, e controlava importantes aglomerados populacionais. Numa das últimas operações das NT, no mês anterior, tinham sido detectados muitos vestígios de vida e destruídos vários depósitos de arroz na região de Poindon / Ponta Varela, tendo o IN reagido à acção das NT durante a Op Rinoceronte Temível.

Desenrolar da Op Pavão Real:

Enquanto 1 Gr Comb reforçado da CART 2520 (Dest C) executava uma manobra de diversão entre Madina Colhido e Gundagué Beafada, os Desta A e B saíam de Xime pelas 17h do dia 9. Em Ponta Varela, já ao anoitecer, detectaram vestígios recentes do grupo IN cuja missão era atacar as embarcações que passavam no Rio Geba.


Progredindo de noite através da enorme bolanha do Poindon, as NT chegaram ao tarrafo ao amanhecer mas seriam entretanto detectadas por dois homens que vinham em sentido contrário. Tratava-se de elementos pop uma vez que estavam desarmados. Ao avistarem as NT ao longe, deveriam ter dado imediatamente o alarme uma vez que se notou, de pronto, um movimento de fuga por parte da população que trabalhava no noutro lado da bolanha.

A progressão ao longo do Rio Geba tornava-se cada vez mais penosa até que em Xime 3A 2-46 depararam-se as NT com uma tabanca de população civil, composta por 11 casas sobre estacaria, um metro acima do solo, e 2 depósitos colectivos, com diâmetro de 3 metros, cheios de arroz (em casca), e em Xime 3 A 4-41 uma outra tabanca com 10 casas para 1 a 2 pessoas.


Foram destruídos víveres (milho e arroz) e outros meios de vida. Por sua vez, o PCV [,. Posto de Comando Volante,] detectou um possível acampamento em Xime 2E0 -69 e Xime 2B7-64. Feita uma batida à região entre a Foz do Corubal e a Ponta do Inglês, as NT detectaram ainda  vários trilhos, um dos quais (Ponta do Inglês – João Silva) apresentando indícios de ser muito utilizado pela população.

As NT passaram pelo antigo aquartelamentio da Ponta do Inglês, abandonado deste Novembro de 1968 e já completamente em ruínas, e ainda pelas tabancas destruídas durante a Op Safira Única, regressando ao Xime pelas 17h30, sem contacto.

Uma semana antes, a 2 de Abril, um grupo IN estimado em 100 elementos tinha atacado com canhão s/r, mort 82, LGFog e armas automáticas, durante 50 minutos e de várias direcções (Oeste, Sudoeste, Sul e Sudeste), o aquartelamento do Xime, causando 2 feridos, destruindo 1 abrigo e 2 paredes do aquartelamento e provocando elevados danos materiais, como resposta à acção de contra-penetração das NT.

A 7, em pleno dia (11h00) durante a montagem de segurança a uma embarcação a navegar no Geba Estreito, nas proximidades de S. Belchior, foi detectado um grupo IN, na estrada, aparentemente preparando-se para montar o seu dispositivo com vista à flagelação  do destacamento do Enxalé. Em resposta ao fogo das NT, o destacamento seria flagelado pelo IN com armas automáticas e LGFog, retirando em direcção a S. Belchior.

A 14, 3 Gr comb da CCAÇ 12 mais uma secção do pelotão da CART 2520 (Xime), destacado em Enxalé,  realizaram uma patrulha de reconhecimento à área de Enxalé, Bissilon e Foz do Rio Malafo, regressando pela estrada Portogole – S. Belchior. Junto à praia do Bissilon foi encontrado o cadável ainda em decomposição dum elemento IN, fardado, que, supõe-se, teria sido morto durante a última flagelação ao aquartelamento do Enxalé (a 7).

(11.2.) Suspensão temporária de toda a actividade operacional ofensiva no TO da Guiné


Registe-se a 10 a visita a Bambadinca, sede do Sector L1,  do príncipe Bourbon Parma, acompanhado do comandante do Comando de Agrupamento 2957 e do administrador de Bafatá.

A partir de 15, data em que foi suspensa temporariamente toda a actividade operacional de natureza ofensiva no TO da Guiné [, por causa das negociações das NT com forças do PAIGC no chão manjaco, sabe-se hoje], intensificaram-se as patrulhas de contacto pop a fim de inquirir do estado psicológico da população sob o nosso controlo, e em especial das tabancas isoladas do regulado de Badora,  e prestar-lhe assistência saniária. Dentro dessa linha directiva, os 4 Gr Comb da CCÇ 12 contactaram as populações das seguintes tabancas:

Samba Juli

Sinchã Mamadjai
Sansancuta
Dembataco (Pel Mil 243)
Sare Ade
Queroane
Queca
Aliu Jai
Sare Nhado
Iero Nhapa
Talata
Bonjenden
Sinchã Coli
Bricama
Embalocunda
Sinchã Umaru
Madina Bonco (Pel Mil 203 -)
Jana
Candembuia
Sare Iero
Mamaconon
Sinchã Infali
Dutajara
Mero
Fá Balanta
Fá Mandinga (Pel Caç Nat 63)
Bissaque (1 secção do Pel Mil 203), etc.

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Fontes consultadas:

(i) Diário de um Tuga, de Luís Graça. Manuscrito.

(ii) História da Companhia de Caçadores 12 (CCAÇ 2590): Guiné 1969/71. Bambadinca: CCAÇ 12. 1971. Policopiado

(iii) História do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). Policopiado

(iv) Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (I e II Séries)

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Nota do editor:


(*) Último poste da série > 26 de Julho de 2011 >
Guiné 63/74 - P8604: A minha CCAÇ 12 (19): Março de 1970, a rotina da guerra, a visita do Ministro do Ultramar ao reordenamento de Bambadincazinho... (Luís Graça)