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domingo, 2 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26451 As nossas geografias emocionais (39): Onde ficar em Bissau... em 2008 ?



Logo da página do Simpódsio Internacionald e Guiledje" (Bissau, 1-7 de março de 2008). Página capturada em 10/7/2009, 07:58, pelo Arquivo.pt



1.  Já se passaram 16 anos (!) desde que voltei à Guiné (28/2 - 7/3/2008)....Fiquei no Hotel Azalai ( o antigo QG/CTIG, em Santa Luzia), tal como a maioria dos estrangeiros que participaram no Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de março de 2008). 

Muita coisa devia ter mudado desde março de 1971 (quando regressei a casa, no T/T Uíge), a começar pela cidade (a "Bissau Velha", em 2008,  deixou-me deprimido...), mas não a toponímia (mudada em 1975): lá continuavam a estar, nas velhas e sujas tabuletas das ruas, praças  e avenidas,  esburacadas e poeirentas, os nomes do Amílcar Cabral, Osvaldo Vieira, Domingos Ramos, Vitorino Costa, Pansau Na Isna, Mendes Guerra, e outros heróis da independència... E até o Che Guevara, o "pirómano revolucionário" que queria incendiar "dois, três Vietnames", porque só um não chegava...(Enfim, maluqueiras daquela época em que o imperialismo era um "tigre de papel" a que  a rapaziada do nosso tempo, com sangue na guelra,  queria deitar fogo...).

Das poucas coisas que não  mudaram, desde então,  foi a cotação do CFA,  em relação ao Euro, que  continua a ser de 655,957 XOF para 1 Euro...

Fui descobir, no Arquivo.pt, o sítio do Simpósio Internacional de Guileje (ou Guiledje), que foi a coroa de glória da AD do Pepito...Está  lá tudo: o programa, os conferencistas, os currícula, etc,., e até os sítios (hotéis) onde ficar..

Há muito que o sítio foi desconectado (afinal, o Pepito morreria, em 2012, e ONG AD andou pelas ruas da amargura, mas parece que ressuscitou recentemente com a Fénix Renascida...). Novos hoteis apareceram em Bissau, outros desapareceram ou mudaram de nome...

Aqui vai a lista dos hotéis que na época nos foi fornecida pela organização...É uma curiosidade que pode ter algun interesse documental (ou até histórico: as cidades são como os seres vivos, nascem, crescem e morrem).   Por outro lado, dá para comparar preços de ontem e de hoje, no que diz respeito aos hotéis e resturantes: assim, na Pensão da Dona Berta, a Pensão Central,  o preço de uma refeição (que  incluía sopa, prato de peixe, prato de carne e sobremesao) custava 4.000 Cfa).

Public0 essa lista de hotéis com a informação na íntegra, hoje seguramente desatualizada ou incorreta. (Por exemplo, a Dona Berta, a dona da Pensão Central, infelizmente, jã não está entre nós: sempre muito acarinhada por todos os seus clientes e amigos, tem 16 referências no nosso blogue.)

O próprio hotel onde se realizou o Simpósio, o Bissau Palace Hotel  (que era novinho em folha), já nem sei onde era, e deve ter mudado de nome... (Vem aqui na lista: "a 2 km do aeroporto".)

Dezasseis anos mais tarde perguntei ao Gemini IA qual era o hotel mais caro de Bissau e ele respondeu-me: "O hotel mais caro que encontrei na Guiné-Bissau é o Hotel CEIBA, com um preço de 147€ por noite."... Pode não ser o "melhor", há outros bons por 30/40 euros... Mas não tenciono tão cedo lá voltar, talvez na próxima incarnação, apenas armado com a minha Nikon... E a voltar à Guiné-Bissau seria apenas para visitar a ilha de Orango, antes que desapareça  (ela e eu)...(LG).
 

HOTEL AZALAI
(Antigo Hotel 24 de Setembro / ex-Messe dos Oficiais)



Localização: antigo QG (Bairro de Stª Luzia)
Email: fernandesmario@iol.pt Telemóvel: + (245) 6778261
Pessoa de contacto: Mário Fernandes (6731136)
Serviço de Quartos:
» 24 quartos de solteiro: 20.000 Cfa (30.000 Cfa para 2 pessoas)
» 17 quartos de casal: 40.000 Cfa (50.000 Cfa c/ cama adicional)
» 24 suites: 50.000 Cfa (60.000 Cfa c/ cama adicional)
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado e piscina
Restaurante:
» prato principal (5.000 Cfa); entradas (2.000); sobremesa (2.500)
» comida europeia e africana

RESIDENCIAL COIMBRA



Localização: Avenida Amílcar Cabral (centro da cidade)
Email: ivo_florentino@hotmail.com Telemóvel: + (245) 6650419
Telefone: + (245) 213467 Fax: + (245) 201490
Pessoa de contacto: Ivo Florentino Té
Serviço de Quartos:
» 2 quartos de solteiro: 66.000 Cfa (78.000 Cfa para 2 pessoas)
» 16 quartos de casal: 78.000 Cfa; desconto de 10%
» 9 suites: 95.000 Cfa; desconto de 10%
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado, rádio, tv e mini-bar
Restaurante:
» menu: 7.500 Cfa

HOTEL MALAICA



Localização: Avenida Osvaldo Vieira, perto do Mercado Central
Telefone: + (245) 207474 Fax: + (245) 207475
Telemóvel: + (245) 6710010 + (245) 7255050
Pessoa de contacto: Solita Sanhá
Serviço de Quartos:
» 10 quartos de solteiro com 2 camas: 80.000 Cfa
» 16 quartos de casal: 80.000 Cfa
» 13 suites: 100.000 Cfa
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado, rádio, tv, mini-bar e transporte de e para o aeroporto
Restaurante:
» prato principal (6.000 a 12.000 Cfa); entradas (3.000 a 6.000); sobremesa (3,000 a 4.500)
» comida europeia

APARTHOTEL RUBY



Localização: Rua Vitorino Costa, junto ao edifício das Nações Unidas
Telemóvel: + (245) 66525560; 5941565; 7236040
Pessoas de contacto: Dina Adão e Nelson Ié
Serviço de Quartos:
» 11 quartos de casal: de 50.000 a 70.000 Cfa
» inclui: pequeno-almoço ar condicionado, tv, mini-bar e piscina
Restaurante:
» menu: 5.000 a 7.000 Cfa
» comida europeia e africana

APARTHOTEL SOLMAR



Localização: Rua Vitorino Costa, junto ao Mercado Central
Email: solmar@mail.gtelecom.gw
Telefone: + (245) 206004 Fax: + (245) 206005
Telemóvel: + (245) 6628531; 7208322
Pessoa de contacto: Ussumani
Serviço de Quartos:
» 8 quartos de solteiro: 35.000 Cfa (45.000 Cfa para 2 pessoas)
» 6 quartos de casal: 45.000 Cfa
» 6 suites: 45.000 Cfa (55.000 Cfa para 2 pessoas)
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado, tv e mini-bar

BISSAU PALACE HOTEL



Localização: a 2 Km do aeroporto
Email: reservation@bissaupalacehotel.com
Telefone: + (245) 256260 Fax: + (245) 256262
Telemóvel: + (245) 6643000; 6645000; 6646000; 6647000
Pessoa de contacto: Telma Correia
Serviço de Quartos (todos os quartos têm cama de casal):
» 20 quartos standard: 75.600 Cfa (97.200 Cfa para 2 pessoas)
» 8 suites: 162.000 Cfa
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado, tv, minibar e piscina
Restaurante:
» prato principal (5.500 a 13.000 Cfa); entradas (2.500 a 5.000 Cfa); sobremesa (1.500 a 4.000 Cfa)
» comida europeia e africana (ementa semanal)

APARTHOTEL JORDANI



Localização: Rua Pansau Na Isna, junto à Sé Catedral
Telefone: + (245) 201719 Fax: + (245) 201719
Telemóvel: + (245) 6624425; 7200485
Pessoa de contacto: Pedro Embaló
Serviço de Quartos:
» 7 quartos de solteiro: 25.000 Cfa (35.000 Cfa para 2 pessoas)
» 3 quartos de casal: 35.000 Cfa
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado ou ventoinha e tv
Restaurante:
» prato principal (2.500 a 5.000 Cfa); entradas (500 a 2.000 Cfa); sobremesa (1.200 a 1.500 Cfa)
» comida europeia

HOTEL KALLISTE
(Antigo Hotel Portugal / ex-Galeão)



Localização: Praça Che Guevara, em pleno centro de Bissau
Telemóvel: + (245) 6867507; 5803839
Pessoas de contacto: François e João Tu
Serviço de Quartos:
» 4 quartos de solteiro: 50.000 Cfa
» 6 quartos de casal: 70.000 Cfa
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado e tv
Restaurante:
» prato principal (3.000 a 9.500 Cfa); entradas (2.000 a 4.000 Cfa); sobremesa (1.500 a 2.000 Cfa)
» comida europeia

APARTHOTEL LOBATO



Localização: Avenida Pansau Na Isna
Email: aparthotel-lobato@mail.eguitel.com
Telefone: + (245) 213548 Fax: + (245) 202405
Pessoas de contacto: Valdir e Lucellel
Serviço de Quartos:
» 7 quartos de solteiro: 25.000 a 30.000 Cfa
» 12 quartos de casal: 25.000 a 35.000 Cfa
» 11 suites: 40.000 a 50.000 Cfa
» inclui: pequeno-almoço, ar condicionado, minibar e cofre
» dispõe de ciber-café
Restaurante:
» prato principal (4.000 a 7.000 Cfa); entradas (1.000 a 3.000 Cfa); sobremesa (1.000 a 3.000 Cfa)
» comida europeia e africana

HOTEL TA-MAR




Localização: Bissau Velho
Telefone: + (245) 206647
Telemóvel: + (245) 6602926; 7204676
Pessoa de contacto: Beto
Serviço de Quartos:
» 3 quartos de solteiro: 20.000 Cfa (25.000 Cfa para 2 pessoas
» 8 quartos de casal: 20.000 (35.000 Cfa para 2 pessoas)
» não inclui pequeno-almoço
» dispõe de ar condicionado ou ventoinha e tv
Restaurante:
» prato principal (4.000 a 7.000 Cfa); entradas (500 a 5.000 Cfa); sobremesa (1.000 Cfa)
» comida europeia e africana

PENSÃO CENTRAL



Localização: Avenida Amílcar Cabral ao lado da Sé Catedral
Telefone: + (245) 213270 e 201232
Telemóvel: + (245) 7206191
Pessoa de contacto: Dona Berta Bento
Serviço de Quartos:
» 10 quartos: 20.000 Cfa (25.000 Cfa para 2 pessoas)
» inclui: pequeno-almoço
» dispõe de ventoinha
Restaurante:
» menu (4.000 Cfa) inclui sopa, prato de peixe, prato de carne e sobremesa
» comida europeia e africana

NOTA: 1 euro = 655,597 Cfa



Planta de Bissau (edição, Paris, 1981) (Escala: 1/20 mil)

__________________

 Nota do editor:

Último poste da série > 2 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26449: As nossas geografias emocionais (38): Sítios em Bissau que faziam parte do no nosso roteiro dos comes & bebes: Restaurante Pelicano, Café Bento, Cervejaria Somar

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26203: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (44): Passeio à ilha de Orango Grande, com passagem por Bubaque - II ( e última) Parte

Foto nº 12  > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Ação de fiscalização aos pescadores dentro do Parque Nacional de Orango (1)


Foto nº 13  > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > Ação de fiscalização aos pescadores dentro do Parque Nacional de Orango (1)

Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós >   Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Praia junto ao hotel (1)


Foto nº 15 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Praia junto ao hotel (2)


Foto nº 16 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Orango Parque Hotel

Foto nº 17 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós >  Viagem Bubaque -Orango > 23 de novembro de 2024 >  Sede do Parque Nacional de Orango: Mural com mapa


Foto nº 18> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > O atual régulo de Orango e a sua mulher, que nos vieram fazer uma visita de cortesia...

 
Foto nº 19> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > O Patrício Ribeiro,de óculos escuros, e o régulo que vaio dar ínício à cerimómia do derrame de aguardente de cana no chão... 
~

Foto nº 20 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > ... "a pedir ao irá, que a nossa visita tenha sucesso. E por termos voltado com saúde, etc."



Foto nº > Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 >  

Foto nº 21 > Foto nº 14> Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Moranças da tabanca de Eticoga



 Foto nº 22 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > As descendentes da Rainha Pampa... Nn tabanca existe um túmulo com objectos enterrados, em que só os regulos podem mexer. Uma delas faz-nos menção com a mão para não nos aproximarmo-nos mais...
 

Foto nº 22A > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 >  Mesmo desfocada, a imagem dá para ver que a guardião do túmulo da rainha Pampa  náo quer nada com o fotógrafo.
 

Foto nº 23 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque: saia bijagó,  que as mulheres mais antigas ainda usam


 Foto nº 24 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  artesanato bijagó



Foto nº 25 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque . Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  utensílios bijagós



Foto nº 26 > Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama - Bijagós > Viagem Bubaque - Orango > 23 de novembro de 2024 > Núcleo museológico na sede do Parque:  mais peças


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama -Bijagós > Ilha de Orango > 7 de outubro de 2008 > O Patrício Ribeiro no Orango Parque Hotel, na ilha mais atlântica da Guiné-Bissau, a 100 km de Bissau, ou seja, a 7 horas de canoa "nhominca", de Bissau..

Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Parque Nacional de Orango, criado em 2000, com 1582 km2, cobrindo as ilhas de Orango, Menegue, Canogo, Imbone e Orangozinho. Um exytraordinária biodiversidade e paisagens únicas.

Imagem: Wikipedia (com a devida vénia...) 



1. Reportagem fotográfica que o nosso
Patrício Ribeiro fez, para nós,  nos passados dia 23  do corrente, na sua viagem a Orango: "Foi um passeio no último fim de semana.Viagem entre Bubaque e Orango, de bote rápido, do Parque Nacional de Orango".

Ele é o "nosso embaixador" na Guiné-Bissau, onde vive há quatro décadas. É um histórico do nosso blogue (está connosco desde 1 de junho de 2006)...Tem 170 referências. É autor da série "Bom dia desde Bissau" (iniciada em 3 de abril de 2017).

(Revisão / fixação de texto, edição das fotos: LG)

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26197: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (43): Passeio à ilha de Orango Grande, com passagem por Bubaque - Parte I




Foto nº 1 >  Viagem Bissau - Bubaque > 22 de novembro de 2023 > Navio, recentemente oferecido pelo governo português à Guiné-Bissau, e que passou a fazer o trasnporte de pessoas e cargas entre Bissau e Bubaque


Foto nº 2  > Viagem Bissau - Bubaque >22 de novembro de3 20024 > O pessoal... da 3ª classe


Foto nº 3 >  Viagem Bubaque - Bissau >  24 de novembro de 2024 > Convívio




Foto nº 4  > Viagem Bubaque - Bissau >  24 de novembro de3 2024 > "Música ao vivo",,,


Foto nº 5  >Viagem Bissau - Bubaque > 23 de novembro de 2024 > Ponte-cais  (1)




Foto nº 6 >Viagem Bubaque- Bissau  > 24 de novembro de 2024 > Ponte-cais  (2)


Foto nº 7  > Bubaque > 24 de novembro de 2024 > Casa do administrador, em segundo plano,  e  em primeiro "o meu táxi na ilha"
 


Foto nº 8 > Bubaque > 24 de novembro de 2024 : Pista de aviões, que é utilizada quase todos os dias


Foto nº 9  > Bubaque > 23 de novembro de 20024 >  A famosa casa do Luís Cabral


Foto nº 10  > Viagem Bissau - Bubaque > 22 de novembro de 2024 > Ilhéu dos Pássaros, a seguir à ilha do Rei (esta frente a Bissau), no estuário (ou canal) do Geba. Ficava frente a Bandim. Ao fundo, vè-se a ilha do Rei,,,

 

Foto nº 11 > Viagem Bissau - Bubaque > 22 de novembro de 2024 > Ilha de Rubane, a nordeste da ilha de Bubaque 


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


1.  Reportagem fotográfica que o nosso Patrício Ribeiro fez nos passados dias 22, 23 e 24 do corrente, de Bissau a Bubaque e de Bubaque a Orango (a ilha mais atlântica, a sudeste, do arquipélago dos Bijagós). 

Ele é o "nosso embaixador" na Guiné-Bissau, onde vive há quatro décadas.   É um histórico do nosso blogue (está connosco desde 1 de junho de 2006)...Tem 170 referências. É autor da série "Bom dia desde Bissau" (iniciada em 3 de abril de 2017).   

 
Data - 26 nov 2024 6:32

Assunto - Viagem a Bubaque e a Orango, nos Bijagós, dias 22, 23 e 24

Fui num navio que foi oferecido recentemente pelo governo português à Guiné-Bissau.
Neste momento está a transportar pessoas e cargas entre Bissau e Bubaque.

Junto também umas fotos do passeio até à ilha de Orango Grande, e à tabanca de Eticoga,  dentro do Parque Nacional de Orango.

Mantenhas, Patrício.

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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24924: Historiografia da presença portuguesa em África (397): "Viagem ao arquipélago dos Bijagós", 1879, por Maximin Astrié (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 15 de Maio de 2023:

Queridos amigos,
Maximin Astrié, comerciante francês por conta de outrém, anda pelos Bijagós, numa altura em que a presença portuguesa estava praticamente reduzida a Bolama. Decide-se por visitar Orango, é confrontado com as crueldades de um rei déspota, exalta as belezas da natureza e só espera por uma oportunidade para sair dali, já foi espoliado, teme pela sua vida, felizmente que gente da sua equipagem lhe apela ao bom senso, até agora está tudo a correr bem, deixamos para o terceiro e derradeiro texto o desfecho da história, é claro que o comerciante francês saiu são e salvo, agora o leitor fica a perceber que uma coisa foi a pacificação de Teixeira Pinto, em 1915, os Bijagós fizeram a vida negra aos portugueses e Canhabaque só se rendeu em 1936. No meio de toda esta hostilidade, fazia-se imenso comércio na região, tive a possibilidade de estudar a documentação do BNU da Guiné e a agricultura bijagó tinha o seu peso. Os comerciantes sediados em Bolama tudo fizeram para que a capital não fosse para Bissau, sabiam bem porquê.

Um abraço do
Mário


Viagem ao arquipélago dos Bijagós, 1879 (2)

Mário Beja Santos

A Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa possui um exemplar de Viagem ao Arquipélago dos Bijagós, por Maximin Astrié, negociante francês em Bolama, Luchon, 1880, o exemplar foi uma oferta de Godefroy Gairaud, vice-cônsul de Portugal em Carcassonne. Lembro-me perfeitamente de ter deitado uma vista de olhos a este texto, mas não me recordo de o ter traduzido no essencial, tem elementos até de caráter antropológico do maior interesse. E ficamos claramente a perceber que em 1878 a nossa presença nos Bijagós era por demais ténue. Vamos então ao essencial do texto. Como se escreveu no texto anterior, o rei déspota de Orango, depois de consultar os seus deuses matando um galo que enquanto estrebuchava se afastava do mercador francês, anunciaram-lhe que estava preso. E um conjunto de peripécias mirabolantes irão ter lugar, conforme ele vai escrever no seu testemunho.

Uma centena de bijagós dirigiu-se para a minha embarcação e dela tudo retiraram. Eu estava suficientemente aterrado para me opor ao saque. Resistir não tinha sentido, este povo estava submisso a este déspota, se reagisse seria trucidado. Resignado com a minha sorte, pedi à minha gente que esperasse pacientemente o evoluir dos acontecimentos. O meu cozinheiro, com a maior serenidade, trouxe-me um prato de galinha com arroz. A minha refeição foi interrompida com a chegada do touro que fora degolado diante dos meus olhos. O rei comunicava que fizera matar o touro em minha intenção e pedia-me que lhe oferecesse um quarto, é claro que prontamente concordei. Parecia que a situação não era tão má como eu inicialmente supusera. Respondi que oferecia dez galões de aguardente, logo se ouviu um murmúrio de congratulação. Até o rei veio pessoalmente agradecer-me. E através do meu intérprete fez-me saber que eu era livre de percorrer toda a ilha e que, entretanto, se iriam preparar festividades públicas.

Estava desorientado com este rei que me mantinha prisioneiro e que oferecia ao mesmo tempo presentes e festividades, tudo me parecia incompreensível, embora tenha vindo a constatar, no seguimento das minhas viagens, que era um procedimento bastante comum a alguns dos reis destes países.

No dia seguinte dirigi-me para o interior da ilha. Após ter atravessado muitos campos de milho, de inhames e de batatas, entrámos numa floresta que cobre grande parte da ponta oeste de Orango. Já tinha visto muitas florestas, lido numerosas descrições, mas nunca tinha lido nem visto nada que se parecesse com esta prodigiosa natureza. Encontrávamo-nos debaixo de uma abóbada de árvores gigantes da costa africana, cujo tronco serve para construir as pirogas. Lianas com as formas mais bizarras e as mais variadas envolviam-se à volta dos troncos vigorosos, trepando até ao topo. Estas árvores, cuja altura ultrapassa em muito os nossos maiores carvalhos, estão cobertas de uma folhagem de tal modo espessa que os raios solares não podem penetrar, e, por isso, não há nenhuma vegetação no solo. Atravessámos livremente uma clareira que me parecia infindável e que era dominada por uma vasta cúpula de verdura onde vibravam os gritos, os cantos, os meados e os uivos de milhares de animais. De quando em quando, numa aberta de luz, apareciam goiabeiras inclinadas sob o peso dos frutos amadurecidos. Estes frutos têm um gosto saboroso. Viam-se misturados o caju, o bambu, a palmeira; esta é objeto de muitos usos, desde vestuário a cordame, dela se extrai o vinho de palma e o óleo. Avançávamos muito lentamente, numa contemplação muda. Subitamente, chegou-nos o ruído de vozes humanas misturada com golpes de machado e sons guturais estranhos, entre o riso e o urro. Logo nos apercebemos, como numa visão fantástica, uns cinquenta negros agrupados à volta de um mesmo tronco, faziam uma piroga destinada ao rei. A construção de uma piroga exige não só meses inteiros de trabalho, mas uma quantidade considerável de braços, pois os indígenas estavam munidos de instrumentos grosseiros de trabalho que exigiram apenas alguns dias a um trabalhador europeu. Explicaram-me que esta piroga se destinava a substituir a piroga de guerra que ficara danificada pelo mais recente maremoto. Esta nova piroga destinava-se a uma expedição contra o rei de Oul. A piroga é considerada pelos bijagós como o mais importante sinal de poder e riqueza. O que parecia ser o chefe dos trabalhadores fez-me sinal que tinha qualquer coisa de especial a mostrar-me. Segui-o através de um tufo de bambus onde me foi dado ver a cabeça de um touro em madeira com grandes cornos, este objeto deveria ser colocado à frene na piroga, à maneira dos emblemas que vemos nos navios europeus. Veio, entretanto, um negro avisar-me que o meu cozinheiro tinha preparado uma refeição.

Seriam duas horas e estava em a fazer uma sesta quando vi entrar o ministro da Justiça que me convocava para eu ir a casa do régulo. Oumparé esperava-me deitado numa esteira, o rosto inchado, os olhos injetados de sangue, pareceu-me fatigado e nauseado pelas orgias da noite anterior. Anunciou-me em primeiro lugar que na minha ausência fora visitar as minhas mercadorias e que retirara para si os objetos que mais lhe agradaram. Adiantou que passara a dispor do meu barco que fora transferido para outro ponto da ilha, perto dos bancos onde naufragara o navio austríaco. Acolhi a notícia com uma indiferença aparente. Seguidamente o rei quis saber a maneira como os brancos procedem para fazer a guerra, para praticar a justiça e receber os impostos. O seu espanto foi imenso quando lhe falei de exércitos permanentes, de cavalaria, de metralhadoras. Manifestou imediatamente o desejo de possuir estas armas para combater contra o rei Oul. Devo confessar que as informações que lhe dei sobre o modo de praticar a justiça em França lhe causaram uma admiração muito limitada. Teceu considerações que me comprovaram que Oumparé tinha o sentimento do poder pessoal muito desenvolvido, seria considerado num país civilizado um déspota. Não me perguntou nada quanto ao modo de vida nos nossos países, o que comemos, as festas que fazemos, tudo o que se prende com a civilização material deixava-o absolutamente frio. A nossa conversa foi interrompida porque trouxeram ao rei cinco enormes talhas cheias de vinho de palma. Explicou-me que era hora das libações, estas duravam cinco horas até à meia-noite. Bebia até cair na esteira. Despedi-me e fui ver o que o rei apresara das minhas mercadorias. Servira-se das minhas mercadorias à grande.

No dia seguinte, testemunhei um acontecimento bizarro que vos vou contar aqui com todos os pormenores. Alguns dias antes da minha chegada à ilha, um pobre diabo chamado Outapa tinha sucumbido a uma doença misteriosa, que é designada na Senegâmbia por doença do sono. Os infelizes tocados por este mal perdem o uso das suas faculdades intelectuais, ficam autênticos animais. Parece que só obedecem ao supremo instinto de conservação, movem-se, falam e alimentam-se maquinalmente. Incapazes de trabalhar, caem na extrema miséria. Atribui-se este mal a um veneno vegetal que será muito comum nas florestas onde cresce a borracha. A questão não está medicamente esclarecida.

A mulher de Outapa, Tchiourra, era acusada de lhe ter acelerado a morte. Como saber a verdade? Em França, ter-se-ia simplesmente procedido à autópsia. Estes selvagens atuam de outra maneira. O chefe religioso manda construir um manequim que se pensa representar o defunto Outapa. Este manequim é colocado num ponto alto da tabanca preso por cordas ligadas a quatro estacas fixadas no solo. Evoca-se a alma do morto e cada um pode perguntar publicamente, na presença de divindades, quem é o verdadeiro culpado. Após a sesta, Samba Salla veio avisar-me que tudo estava pronto para a cerimónia. O chefe religioso pronunciava palavras misteriosas que me parecia evocar a alma do infeliz Outapa. Estendeu as mãos para o manequim e gritou bem alto: Outapa, porque morreste, fui eu que te matei? O manequim não respondeu. Vieram os principais habitantes da ilha fazer as mesmas perguntas ao manequim. Veio depois Tchiourra, uma negra de grande beleza, fez as mesmas perguntas e ocorreu um fenómeno inexplicável para mim, o manequim pareceu estremecer e balançou-se duas vezes como se estivesse a dizer sim. Houve grande clamor da multidão, Tchiourra foi levada à justiça do rei.

Deu-se uma cena de uma ferocidade selvagem. A um sinal do rei, um negro, hercúleo, aproximou-se munido de um martelo parecido aos nossos martelos de forja e com uma corrente que tinha em cada extremidade dois aros informes, a condenada foi algemada. Apareceu um cepo sob o qual foram colocados os braços de Tchiourra, esta estava energicamente presa por quatro bijagós. A rebitagem das cadeias de ferro provocou um enorme sofrimento à condenada, um martelo acidentalmente quebrou-lhe um antebraço, ela caiu inanimada.

Não pude suportar mais tempo esta carnificina e esquecendo que estava eu próprio à mercê destes selvagens, tirei de um bolso um revólver, mas senti que me prendiam vigorosamente a mão, era Samba Salla que antevendo as consequências da minha loucura me afastou deste horrível espetáculo. Tchiourra foi levada para a prisão, um buraco que mais parecia o inferno escondido de Dante. Já lá estavam dois condenados e com Tchiourra eram agora três condenados destinados a uma morte lenta roídos pela febre e fome.

Costumes bijagós, imagem publicada em Panorama, revista portuguesa de arte e turismo, Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo, n.º 10/11, 1954
Régulos bijagós, fotografia de Luís Paulo Ferraz, com a devida vénia
Escultura bijagó
Máscara bijagó, Museu Nacional de Etnologia, com a devida vénia
Rapaz bijagó em cerimónia de iniciação

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 29 DE NOVEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24897: Historiografia da presença portuguesa em África (396): "Viagem ao arquipélago dos Bijagós", 1879, por Maximin Astrié (1) (Mário Beja Santos)