1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 24 de Setembro de 2025:
Queridos amigos,
Não escondo que saímos da Galiza de monco caído, aquela sensação que mais uns dias de vadiagem na região nos poria o astral em cima, mas levantou-nos o ânimo saber que havia uma paragem numa belíssima cidade no Alto Tâmega, Chaves, falei da presença romana e de uma ponte chamada de Trajano, como não há outra igual em Portugal, e das fortificações, porque os flavienses tiveram muito que penar, logo o Rei de Leão que quis abocanhar este território; pelas minhas contas, não vinha a Chaves há quase meio século, com que prazer fiz a sua famosa Rua Direita, toda ela cheia de história, os vestígios medievais, barrocos, as prosperidades oitocentistas e novecentistas - e o resultado da gestão autárquica em democracia. Foi tudo a correr, pretende-se chegar a Pedrógão Grande, um estirão, ainda com luz do dia. Férias magníficas, temperaturas mais do que amenas, a canícula veio na semana seguinte. E, moral da história, vimos a Lousã, o sul da Galiza e Pedrógão Grande antes da devastação dos fogos. Amarga coincidência, findámos o roteiro desta viagem junto ao monumento das vítimas do grande incêndio do Pedrógão Grande de 2017. Nem nos passava pela cabeça que outros fogos vinham a caminho, poucas semanas depois.
Um abraço do
Mário
Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (227):
Do Alto Tâmega até Pedrógão Grande, acabou-se a semana de férias – 6
Mário Beja Santos
Era ponto assente que quando regressássemos do sul da Galiza havia uma paragem na cidade de Chaves, mais do que aqui amesendar os concelebrados pastéis e bom fumeiro que a região oferece tinha saudades de regressar a Aquae Flaviae, se a memória não me falha andei por aqui nos tempos em que fiz programas de televisão, isto entre as décadas de 1970 e 1980, estava mortinho de curiosidade de ver a diferença de quase meio século. E ganhei muito com a surpresa. Arrumado o carro, seguimos para a ponte romana, concluída no tempo do Imperador Trajano, entre o fim do século I e o princípio do século II d.C. Nos preparativos da viagem, folheei umas resmas de papel sobre Chaves, recordar a história faz sempre bem. Até porque há vestígios da Pré-História, a presença romana foi muito significativa, seguiram-se suevos e godos, muçulmanos, veio a Reconquista Cristã, foi um não mais parar de acontecimentos desde que a Póvoa de Chaves surgiu por iniciativa de D. Afonso III. Num livro de Paulo Dordio intitulado Chaves e as suas Fortificações andei a ver desenhos dos tempos medievais, da vila renascentista, das estruturas de fortificação e baluartes, tudo fruto da posição de Chaves, que foi muito apetecida por Leão, que se preparou para os embates da Guerra da Restauração.
Também pedi ajuda ao Google, para saber o que havia de mais significativo para admirar: a Torre de Menagem e o que resta do Castelo, há uns panos de muralha dispersos; a Igreja Matriz; não perdera a ocasião de mirar a meio da ponte os dois documentos epigráficos que falam do tributo das gentes flavienses e dos dez povos que ajudaram na sua construção; no meio daquela informação recordei as minas de volfrâmio, as águas minerais Campilho e Vidago, lembro-me perfeitamente de as ver em cafés e restaurantes; quer no Google quer na papelada lida recordava-se os Paços do Duque de Bragança, que aqui morrera e tem túmulo o primeiro Duque, D. Afonso, no Convento de S. Francisco; recordava-se também que se deveria visitar a Igreja da Misericórdia em estilo barroco, revestida de azulejos. Ponto final, começamos a atravessar a ponte de Trajano, à cautela, numa tentativa de dar a dimensão da ponte sobre o Tâmega, tirei a imagem à distância.
É uma obra notável de engenharia com cerca de 150 metros de cumprimento. Os doze arcos visíveis são de volta perfeita e formados por enormes e robustas aduelas de granito. Há pelo menos mais seis arcos soterrados pelas construções, de um lado e do outro do rio.
Um dos dois belos exemplares epigráficos vindos de outras proveniências. Recorde-se que por aqui passava a Via de Augusto.
Igreja Matriz, de raiz medieval, desse período conservou a imponente torre, rasgada por duas sineiras; tem portal românico. As transformações que ocorreram no século XVI são particularmente visíveis nos portais. O templo estava fechado, não pude contemplar os belos painéis de azulejos, ficará para a próxima.
Igreja da Misericórdia, construída no século XVII, portanto barroca. A fachada do templo granítica, antecedida de uma escadaria também de pedra, está pormenorizada e cuidadosamente decorada por pilastras e janelas. Pelo que me foi a ler, tem o interior de uma só nave, paredes inteiramente revestidas de azulejos. A fachada posterior do edifício tem a particularidade de assentar e aproveitar o paramento externo da cerca urbana medieval.
Câmara Municipal, começou por ser palacete para residência de António de Souza Pereira Coutinho, morgado de Vilar de Perdizes. Foi adquirido pela Câmara. Do seu corpo central sobressai o portal principal, ladeado por dois óculos ovalados, e no topo o frontão triangular com brasão no tímpano, encimado por relógio. Ainda fui espreitar a entrada da Câmara, a sua imponente escadaria em granito e os azulejos azuis com cenas campestres.
Há reminiscências da Chaves medieval. Reza um dos documentos que consultei que nesse tempo a população alojava-se em edifícios estreitos com dois ou três andares, onde predominavam varandas estreitas no primeiro andar e no segundo e terceiro andar varandas suspensas. As varandas avançadas para a rua eram a forma de rentabilizar o espaço intramuros. Hoje, as ruas conservam o velho aspeto medieval, exibindo da tipologia das suas casas elementos da construção dessa época. As varandas coloridas, em madeira de castanho ou pinheiro subsistem, ainda, por toda a cidade velha.
Esta é a Torre de Menagem. Mostro-vos a informação que encontrei ali perto, achei-a bem esclarecedora, é, sem margem para dúvida, de uma grande beleza este ponto de referência do que foi o Castelo de S. Estevão.
Condicionado pelo tempo, ainda calcorreámos a Rua Direita, era inevitável ver a fachada dos Paços do Duque de Bragança e o belo pelourinho. Porquê o Duque de Bragança em Chaves? Pela simples razão de que o senhorio foi doado a Nuno Álvares Pereira que o cedeu ao genro, o Conde de Barcelos, entrando assim na Casa de Bragança.
Tenho de voltar, e com alguma presteza. Esta sede de concelho, com uma área total de cerca de 591Km2, esta cidade de Chaves que é cidade desde 1929, tem monumentos nacionais relevantes, bem me apeteceu entrar na magnificente biblioteca, mas não me podia esquecer que íamos pernoitar a Pedrógão Grande, para uma outra romagem de saudade. Logo que possa, manda a curiosidade, hei de ler qualquer coisa sobre Chaves na Guerra de Restauração e como foram os combates de Chaves entre as forças de Paiva Couceiro e as do Governo Republicano.
Agora vamos amesendar e segue-se um estirão de viagem, ala morena que se faz tarde, fechei provisoriamente o livro flaviense e já começo a recordar os anos que passei em Pedrógão Grande e Pedrógão Pequeno, temos passado férias com um tempo magnífico, a canícula vem para a semana, e era impensável imaginarmos, quando fomos contemplar o monumento desenhado por Souto Moura em homenagem aos mortos do incêndio devastador de 2017 que estava para breve uma nova tempestade de fumo em 2025.
Não vou causticar o leitor repisando imagens desta região chamada Pinhal Interior, já mostrei as belezas do Cabril, uma região que fascinou o pintor Alfredo Keil, dizem que tirou elementos para a coreografia da sua ópera A Serrana, vinha acompanhado por Giuseppe Cinatti, cenógrafo do Teatro de São Carlos, por pudor não mostro as paredes incendiadas de uma casa recuperada no meio da floresta, mas não escondo o júbilo de mostrar a praia fluvial de Mosteiro, aprazível, na memória de familiares e amigos que fizerem vilegiatura em Pedrógão Grande ou Pedrógão Pequeno, a região tem belíssimas praias fluviais, esta está na memória de todos.
Antes de partirmos para Lisboa, viemos recordar os mortos daquele abominável incêndio de 2017, perto da estrada onde tanta gente morreu ergue-se uma fonte de vida, obra traçada pelo arquiteto Souto Moura, ao fundo, como se fossem lápides, estão esculpidos os nomes dos falecidos. Ensimesmados com tal tão dolorosa recordação, entramos no carro, é o regresso a Lisboa. E na conversa começamos a idealizar a próxima viagem, fala-se muito no Planalto Mirandês, há quem alvitre o início da primavera, há para ali um parque natural, de nome Montesinho, que se cobre de tapetes de flores. Porque a viagem nunca acaba, e aqui dentro do carro estão viajantes impenitentes. Até à próxima!
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Nota do editor
Último post da série de 18 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27331: Os nossos seres, saberes e lazeres (705): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (226): Em S. Estevão de Ribas de Sil, no passeio termal de Ourense – 5 (Mário Beja Santos)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sábado, 25 de outubro de 2025
sábado, 24 de agosto de 2024
Guiné 61/74 - P25876: Os nossos seres, saberes e lazeres (642): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (167): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 6 (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 21 de Maio de 2024:Queridos amigos,
Pus-me ao caminho, regresso de Figueiró dos Vinhos em direção a Tomar, primeiro pelo IC8, aproveito as boleias que dá à autoestrada, vou até Alvaiázere, e depois Tomar, são tudo territórios da interioridade, a romagem a que me propus culmina da visita à Charola do Convento de Cristo que teve limpeza no exterior e brilha ao Sol. É dessa viagem que perguntas sem resposta, sobraçando um livro de Paulo Pereira sobre o Convento de Cristo que ali estive sentado a extasiar-me com a Charola e o Portal Sul, pois cativa-me estar diante de uma das mais intrincadas peças da arquitetura peninsular, aqui há estilos que vão do românico ao gótico, do gótico ao manuelino e deste ao primeiro renascimento e ao maneirismo do tempo dos reis Filipes, tenho dúvidas que exista outro monumento com tal caligrafia de estilos em sequência diacrónica. A romagem está feita, impõe-se o desejo de voltar, enquanto houver forças, há sempre o ir e o voltar.
Um abraço do
Mário
Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (167):
Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior – 6
Mário Beja Santos
Quando ia para Casal dos Matos, na viragem do século, bordejava a cidade de Tomar, seguia pelo IC3 até apanhar o IC8, e daqui, entre Figueiró dos Vinhos e a vila de Pedrógão Grande, infletia no Outeiro do Nodeirinho, Figueira, e chegava àquela casinha toda reabilitada de que guardo imensa saudade. Já nessa altura dava para perceber onde estava a fronteira da interioridade, pelo IC3 viam-se as casas abandonadas, os campos expetantes, a evidência dos sinais do abandono; a confirmação chegava quando se andava por aquelas pequenas estradas com portões datados dos anos 1950 e anos 1960, do modo geral as casas em ruína. Há para ali uma autoestrada agora com SCUTs, são raros os carros que por ali circulam, mas é uma viagem que nos elucida sobre os tais abandonos que parecem irreversível e os sinais de quem recuperou o casario, mas a interioridade é indisfarçável.
É a pensar no que mudou neste quarto de século que vou a caminho da última etapa desta romagem de saudade, já que tive casa bem perto de Tomar, que troquei com a de Casal de Matos, gosto imenso do aprazimento de Tomar, da escala contida dos edifícios e do seu impressionante património, aqui faço escala para ver um dos mais belos edifícios do património português, a Charola, que está de cara lavada.
Entro no Castelo e continuo com dúvidas por resolver, aquele Castelo possui a melhor tecnologia do seu tempo, imaginaram aquele alambor que impede a escalada das muralhas, a fortificação é sólida em todos os seus lados, lá dentro está a Charola templária, tudo em estilo românico, bem perto da Charola os pequenos claustros góticos do tempo do Infante D. Henrique, como só vejo os claustros questiono onde vivia o Navegador, não consigo obter resposta, sei que houve um paço, das janelas do claustros só vejo pedras no chão, todas aquelas muralhas rasgadas de janelas levam ao pressentimento de que houve para ali habitação, consta que o Infante aqui viveu e num ponto mais ermo a rainha viúva de D. João III, D. Catarina de Áustria, mas aonde?
Rendo-me ao facto de ter diante dos olhos o mais rico depoimento arquitetónico português, o românico, o gótico, o manuelino, o primeiro renascimento, o maneirismo, tudo em sequência, em paredes meias. Por aqui andou D. Afonso Henriques que se dava bem com o Grão-Mestre templário, Gualdim Pais, era a Reconquista Cristã, os guerreiros monges defendiam toda esta linha do Tejo, como atesta o Castelo de Almourol. Diz a historiografia que foi D. Gualdim, que andou uns bons anos em Cuzada lá para Jerusalém, que escolheu este ponto, a Charola iniciou-se por volta de 1160 e concluiu-se em 1250. É um dos monumentos mais importantes de planta centrada de tradição templária.
É o que hoje me trouxe a este ponto alto de Tomar, a Charola, com a sua estrutura cilíndrica e aquele assombroso interior liturgicamente configurado por uma planta circular, octogonal pelo interior (o tambor central possui oito faces) e no exterior possui panos reforçados por sólidos contrafortes, as imagens tiradas permitem ver que foram eliminados dois desses contrafortes para construir aquele fabuloso Portal Sul, construção manuelina.
Há muita especulação sobre o mítico e o místico da Charola. Que se terá pretendido reproduzir a imagem, o desenho do Santo Sepulcro de Jerusalém, edifício de planta circular; que possuiu uma retórica figurativa que guarda os seus códigos secretos; e há quem especule de igual modo quanto aos códigos manuelinos e já não falo das mil e uma interpretações dos elementos constitutivos da mais bela janela que há em Portugal, a Janela do Capítulo.
Sinto-me feliz por aqui acabar esta romagem, empolga-me a Charola, admiro-a sem mística nem mito, é um empreendimento religioso que fez o seu tempo, D. Manuel tornou o seu interior num empolgante espetáculo cromático, não se pode entrar e admirar o interior da Charola sem ficar esmagado com tal e tanto esplendor. Passo em revista algumas dessas imagens da minha permanente admiração, sempre a perguntar-me onde viveu o Infante D. Henrique e a tal rainha viúva, aquelas pedras no chão não em dão resposta… Vamos então aos pormenores ligados ao fecho da romagem de saudade a sítios que tanto me tocam ao coração.
Arruma-se o carro e fica-se especado diante de muralhas tão imponentes, dá para perceber imediatamente que já não há habitação, fica por saber como desapareceram e porquê tais construções, o que resta é mesmo a imponência da pedra e o vazio do seu interior à mostra.
A porta de entrada no Castelo de Tomar, lá no alto o silêncio do paço régio desmoronado
Propositadamente vim atrás para que se possa ver um detalhe do alambor e a torre da velha igreja que também desapareceuSim, a Charola beneficia da alvura de toda a sua pedra, quem a contempla também se questiona sobre aquele cubo lá ao fundo à direita, goste-se ou não, não traz qualquer benefício estético à Charola, aliás há aqui outros pormenores para os quais não se tem resposta, elevou-se a escadaria, é graciosa, contudo há aquele muro quase colado à torre sineira que subtrai um olhar desafogado sobre tão bela construção, e faz pena.
Dá perfeitamente para ver que houve dois momentos da construção, como escreve o historiador Paulo Pereira: “O aparelho dos muros é alvenaria miúda até ao primeiro andar, sendo daí para cima em silharia aparelhada, o que assinala dois momentos de construção: o primeiro do último quarto do século XII até cerca de 1190, altura em que as obras terão sido interrompidas quando se verificaram graves escaramuças entre portugueses e Almóadas; o segundo corresponderá à finalização do templo, por volta de 1250.”
Vê-se nitidamente como o rei D. Manuel quis associar o seu projeto religioso à antiga Charola. Olhando todo este Portal Sul vê-se à vista desarmada que o monarca tinha o seu projeto imperial. O historiador Paulo Pereira fala na identificação mítica do rei D. Manuel com os reis magos com o Emmanuel das escrituras, com David e Salomão, admite uma conotação salomónica da Charola e da igreja do Convento de Cristo. O que nós vemos neste Portal Sul é o deslumbramento religioso, a Virgem com o Menino, uma série de figuras instaladas em mísulas, figuras do Novo e do Velho Testamento, pensamos nos Jerónimos, mas aqui o que é de mais tocante é esta igreja estar diretamente ligada a uma construção que evoca Jerusalém, e temos em frente uma casa do Capítulo que nunca foi acabada e foi neste espaço que Filipe II, em 1581, foi aclamado como rei de Portugal.
Despeço-me do leitor com esta imagem que recorda os dois claustros góticos do tempo do Infante D. Henrique, o do Cemitério e o das Lavagens, houve depois uns restauros no século XX, mas a pergunta continua sem resposta, onde era o paço do Infante D. Henrique, o Navegador não tinha acomodações? E com esta pergunta sem resposta findo uma romagem de saudade que me lavou a alma.
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Nota do editor
Último post da série de 17 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25850: Os nossos seres, saberes e lazeres (641): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (166): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 5 (Mário Beja Santos)
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sábado, 17 de agosto de 2024
Guiné 61/74 - P25850: Os nossos seres, saberes e lazeres (641): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (166): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 5 (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Maio de 2024:Queridos amigos,
Fica-nos a resignação de que o tempo não dá para tudo, se é verdade que se viu o passadiço das Fragas de S. Simão, um ponto alto das belezas naturais de Figueiró dos Vinhos, não se pôs os pés sem criado passadiço do Penedo do Granada, no vale do Cabril, seja como for ainda se foi ao Moinho das Freiras, que tem muito para ver com as ondulações do Zêzere entre as fragas e penedias. Chega-se a Figueiró dos Vinhos, já se tinha saudado o pintor Malhoa, havia que escolher entre o Convento de Nossa Senhora do Carmo e a igreja matriz, preferiu-se esta, guarda no seu interior, mesmo à entrada do lado esquerdo uma terna lembrança da gente do concelho que tombou lá na Flandres. E subiu-se às Fragas de S. Simão e dali se desceu à praia fluvial, tudo beleza magnânima, um curso de água esplendente protegido pelo arvoredo, cada vez que percorro estas imagens pergunto-me se os nossos artistas paisagistas conhecem este rincão e o gravam nos seus quadros, é natureza propícia para fascinar artistas (e dos visitantes já não falo, andam por ali esmagados e a gozar com aquelas penedias que na primavera se enchem de pedreiras, parecem andorinhas, vieram fazer ninho).
Um abraço do
Mário
Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (166):
Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior – 5
Mário Beja Santos
O tempo não é elástico, terá de ser breve a itinerância por Pedrógão Pequeno, regressar a Figueiró, percorrer as Fragas de S. Simão e abalar para o último dia da romagem de saudade, ver obras na Charola de Tomar. Escreve-se este parágrafo com uma ponta de nostalgia, vontade não faltava, embevecido pelas belas imagens o livro Tojos e Rosmaninhos, uma poesia sem graça nenhuma e um desenho de primeira categoria que, havia vontade de fazer o Vale do Cabril quase nos termos em que Alfredo Keil, que vinha acompanhado do cenógrafo Luigi Magnini, andarilhou, os seus desenhos são de facto soberbos, mostram a rudeza daqueles rochedos declivosos que mergulham no Zêzere, é um passei como poucos. Paciência, fica para a próxima, até houve o cuidado em trazer calçado apropriado para a caminhada. Aqui se deixa a menção a este livro, hoje é uma preciosidade para bibliófilos, e algumas imagens sugestivas de quem andou desde Ferreira do Zêzere e Dornes até ao Cabril.
Imagem de uma festa local
Mais festa, desta vez em Pedrógão Pequeno. Olho para a varanda daquela casa e recordo com muita saudade uma varanda quase igual que o senhor Carlos Paulino, carpinteiro e residente na Ribeira de S. Pedro, Figueiró dos Vinhos, executou para uma casa que tive em Casal dos Matos, Pedrógão GrandeNum determinado ponto no bairro do Cabril, onde vivi, avistava-se a ligação da Ribeira de Alge ao Zêzere, a pouca distância da barragem do Cabril, tendo no alto destas penedias o chamado Penedo do Granada, diz a tradição que cantado por Camões
Vim despedir-me do Moinho das Freiras em Pedrógão Pequeno. É um belo recante onde se avista o Zêzere sinuoso que vai a caminho de Constância e aqui entra no Tejo. É um território que tem conhecido incêndios uns atrás dos outros, mas a natureza reocupa-se mais cedo do que a gente pensa, deixa à mostra os fraguedos e as encostas enchem-se de flores silvestres para nos recordar que a primavera é multicolorida e odorosa
Pormenor do altar-mor da igreja matriz de Figueiró dos Vinhos, tendo no centro a pintura O Batismo de Cristo, de José Malhoa
Mudei de concelho, faço uma nova visita de médico a Figueiró dos Vinhos, a praia fluvial de Ana de Aviz ainda está adormecida. A pretexto de tomar um café ainda voltei à igreja matriz, mais um desses templos que vêm do século XIII e conheceram sucessivas reconstruções, entre 1898 e 1904 houve obras de remodelação sobre a direção do arquiteto Ernesto Reynaud, parece que mexeu em tudo menos no pórtico renascentista. As Fragas de S. Simão são verdadeiramente um contraponto, estou agora no miradouro a contemplar as imponentes fragas, a vista pode descer até à praia fluvial ou ao mesmo nível lá do alto, ver na correnteza a aldeia de xisto de Casal de S. Simão. Inaugurou-se há pouco um passadiço que nos leva até à praia fluvial, sempre entre estas fragas e penedos. Ficará para uma próxima viagem a ida ao Casal de S. Simão.
Aqui, gravitamos entre a rudeza agreste e uma paisagem agrícola que se impões no vale. Ao longo do percurso encontramos áreas naturais, com vegetação muito próxima daquela que seria a vegetação climácica, há resquícios de Laurissilva, formação vegetal que em tempos ocupou parte de Portugal continental. Desce-se à procura da praia fluvial, o percurso encanta, há aqui pormenores que devem fascinar pintores amadores de tendência impressionista, naturalista, romântica.
No cimo da ponte que nos vai ligar à praia fluvial, tendo tido a sorte de um potente raio de luz que se rasgou de um céu cinzento, aqui temos as águas da Ribeira de Alge que vêm da praia fluvial e no verão lá mesmo no fundo é possível encontrar campistas a gozar as delícias desta natureza.
Aqui é a praia fluvial, ainda ninguém se quer banhar nesta água gelada, as comportas estão abertas, lá vai esta água em cachão, barulhenta, em festa, deixam-na a correr em total liberdade. E aqui me despeço do pinhal do interior, também tenho muitas saudades de Tomar e estou bem curioso em ver a limpeza ao exterior da Charola que vem do século XII.
(continua)
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Nota do editor
Último post da série de 10 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25827: Os nossos seres, saberes e lazeres (640): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (165): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 4 (Mário Beja Santos)
sábado, 10 de agosto de 2024
Guiné 61/74 - P25827: Os nossos seres, saberes e lazeres (640): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (165): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 4 (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 14 de Maio de 2024:Queridos amigos,
Não deixa de ser intrigante que um significativo acervo de um artista que a historiografia de arte põe permanentemente em rodapé, só pode ser visitável se o turista souber antecipadamente que esse museu existe. Pedro Cruz estudou em Paris e parecia fadado para altos voos, o que verdadeiramente não aconteceu, teve mesmo que meter as mãos em trabalhos que não eram de ateliê, certamente para garantir sustento. Confesso que admiro o seu traço no desenho, e há qualquer coisa na observação do artista que nos permite quase falar com o retratado, é como se aquele traço dominante chegasse à essência de quem para ele posava. O acervo permite ver uma sucessão de nus, certamente parte fase obrigatória da iniciação em Belas Artes, há imensas paisagens e ramalhetes de flores mas tudo de um academismo mofo, e há aquele desenho que da contemplação nos faz passar ao diálogo com o invisível, a essência do retratado. E gosto a valer do edifício da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, quase tanto como da pintura ao gosto popular do altar-mor da igreja.
Um abraço do
Mário
Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (165):
Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior – 4
Mário Beja Santos
A vila de Pedrógão Grande tem um acervo digno de visita: a igreja matriz, já referida, o Centro de Interpretação Turística que aproveitou o que terá sido uma bela casa senhorial, a ponte filipina, classificada como monumento nacional e que foi, até 1964, a única ligação entre Pedrógão Grande e Pedrógão Pequeno com o distrito de Castelo Branco; há uma casa-museu do Comendador Nunes Corrêa, legou à terra dos seus ancestrais várias coleções de objetos com destaque para um belo quadro de João dos Reis; o folheto turístico não refere o Museu Pedro Cruz que é digno de visita, como também não há uma palavra para as valiosas coleções que podem sem contempladas em Vila Isaura, constituída por vários núcleos, como o do Povo Ratinho, o Maçónico e o inteiramente dedicado à I República; iremos agora falar deste Museu Pedro Cruz e da Misericórdia de Pedrógão Grande, fundada em 1470, possui um apreciável museu de arte sacra.
Para quem estuda as artes plásticas do século XX, Pedro Cruz (1888-1980) é um ilustre desconhecido. Foi aluno de Malhoa, partiu para Paris em 1906, aparece a sua imagem na fotobiografia de Amadeo Souza-Cardoso, foram seguramente conviventes em refeições e estúrdias; ainda foi a Londres, voltou para Portugal, visitou a Suíça e passou um ano em Angola e Moçambique; o Marechal Carmona condecorou-o como Oficial da Ordem de Santiago da Espada; nos anos 1960 e 1970 pinta muitas paisagens e naturezas mortas e uma grande parte dos seus trabalhos estão hoje em coleções privadas nos EUA, está representado em museus de Lisboa, Porto, Sevilha, Rio de Janeiro e Brighton. O seu museu em Pedrógão Grande foi inaugurado em 1982, acolhe 62 dos seus quadros e 63 desenhos, foi uma doação do seu filho, o Almirante Souto Cruz.
Talvez por não ser um nome considerado cimeiro das artes plásticas portuguesas, teve que se dedicar a outros trabalhos para ganhar a vida, a exposição mostra alguns desses labores, como os desenhos que ele fazia em lenços de cachiné. Confesso que me impressiona muito o seu traço em desenho, carvão e sanguínea, linhas bem delineadas, Pedro Cruz seria um excelente observador, os seus retratos deixam transparecer a personalidade do retratado; não poderei dizer o mesmo das suas paisagens e desenhos florais, demasiado formais, mantidos dentro de uma linha puramente académica; e os seus nus, homens e mulheres, permitem perceber a têmpera e o dom artístico que ele possuía. É o que aqui se procura mostrar numa seleção de imagens dos seus trabalhos que mais me impressionaram.
Busto de Pedro Cruz
Pedro Cruz – também fez parte da Fábrica Carpe, de tecidos e estampagens de Cachiné – lenços de cabeça – 1935
Este Museu Pedro Cruz, como já se referiu faz parte de um conjunto de três museus que estão à responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande. A menina que nos acompanha sugeriu a visita da igreja e do museu da Santa Casa, o tempo está péssimo, parece uma boa sugestão, pomo-nos a caminho. Numa das ruas do centro histórico encontro Nuno Soares, funcionário da biblioteca municipal, onde doei um acervo em memória de uma filha. Falamos disto e daquilo, é nisto que ele me recorda que a população do concelho se tem vindo a transfigurar, 44% dos recenseados são estrangeiros, uma boa parte dos serviços públicos teria colapsado sem gente oriunda do Brasil e das antigas colónias africanas. E vou pelo caminho a meditar como temos a desfaçatez de andar a injuriar os imigrantes que se prestam a pôr em funcionamento o que os aborígenes não querem fazer. E assim chegamos à Misericórdia.
Aprecio imenso esta fase transacional entre o maneirismo e o barroco ao gosto popular, veja-se este quadro do retábulo à direita, S. José a apreciar a situação, os louvores que vêm dos anjinhos do céu, como foi possível termos enquistado a ideia de que aquela noite em Belém permitia apresentar o menino nu já com o corpinho desenvolvido. As colunas são de capitel coríntio, estão aqui três cenas fundamentais da mensagem cristã: o anúncio da vinda do Messias, o nascimento e a morte que prepara a ressurreição.
Gostei tanto da imagem que agora lhe dou destaque, o pintor deve ter tido um esforço enorme em martelo a ovelhinha, pôs o burro e a vaca a diferentes níveis, e gosto muito daquele olhar cândido da mãe a olhar o seu Filho.
Banco do século XV para uso dos irmãos da Misericórdia
A antiguidade desta confraria fala mais alto, fizeram bem, em intervenções posteriores, não alterar a forma do edifício primitivo, ele embebe-se no corpo da igreja, guarda uma severidade rústica impressionanteFachada da igreja da Misericórdia de Pedrógão Grande
Até agora, houvera uma chuva mansinha, desta vez o céu descarregou em força, toca de ir a penates, ler no aconchego até amesendar, e ter esperança de que a informação do IPMA para amanhã se confirme, haja bom tempo para ir ao Moinho das Freiras e muito mais, deu-me uma vontade enorme de voltar às Fragas de S. Simão, são só quatro dias de festejo, não vale a pena meter-me em cavalarias altas e sonhar com idas à Sertã e a Oleiros, há mais marés que marinheiros.
(continua)
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Nota do editor
Último post da série de 3 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25805: Os nossos seres, saberes e lazeres (639): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (164): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 3 (Mário Beja Santos)
sábado, 3 de agosto de 2024
Guiné 61/74 - P25805: Os nossos seres, saberes e lazeres (639): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (164): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 3 (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 11 de Maio de 2024:Queridos amigos,
Mandava a lógica das coisas que se começasse esta romagem por Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande. Se este primeiro dia foi um tanto borrascoso, o chão a parecer oleoso, lama aqui e acolá, a promessa de, no segundo dia, se encetar viagem à povoação vizinha de Pedrógão Pequeno, onde se teve uma bela casa sob a barragem do Cabril, houve a deceção da chuva persistente a convidar mais a visita a interiores e a dissuadir liminarmente a visita sacramental ao Vale do Cabril. Remodelados os planos, percorreu-se Pedrógão Pequeno, onde também se amesendou, e debaixo da tal chuva irritante se regressou a Pedrógão Grande para visitar um museu dedicado a um artista hoje praticamente esquecido que foi um grande companheiro de Amadeo de Souza-Cardoso em Paris, Pedro Cruz, mais adiante vamos falar dele e o que este museu nos oferece.
Um abraço do
Mário
Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (164):
Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior – 3
Mário Beja Santos
O texto que se oferece ao visitante sobre a freguesia de Pedrógão Pequeno tem o seu encanto, diz que alguém apelidou a região como a Sintra da Beira Baixa, o romantismo do lugar foi exaltado por poetas, pintores e até fotógrafos como Camões, Malhoa ou Carlos Relvas. Este espetáculo cénico move-se à volta do telúrico Vale do Cabril, no assombroso Monte da Nossa Senhora da Confiança, é local de beleza, durante séculos, graças à ponte filipina que ligava Pedrógão Grande à Sertã. Pedrógão Pequeno, onde vivi numa moradia que teve que ser reconstruída, bordejada a granito, estava toda podre no seu interior por pura negligência do anterior proprietário, a EDP. Da varanda da casa desfruta-se o espetáculo cénico inigualável, ali perto está a ponte filipina, avista-se em toda a sua dimensão a aldeia de xisto, indo pelo chamado Moinho das Freiras pode percorre-se o Vale do Cabril, situado num enclave granítico, entre maciços xistosos. Aqui se fazem percursos pedestres entre estas paisagens deslumbrantes, há uma romaria de tradições seculares à Nossa Senhora da Confiança, vale a pena passear sob a Barragem do Cabril e a povoação orgulha-se de ver parte da rota da Estrada Nacional 2. Foi recentemente inaugurado no Penedo do Granada um passadiço, como o dia não prometia andar em pisos molhados ficou uma razão muito forte para aqui voltar.
Nas divagações do meu texto anterior, contei como, estando a remodelar uma casa de agricultores em Casal dos Matos, concelho de Pedrógão Grande, num passei pela Barragem do Cabril, deu-se uma súbita paixão por uma casa à venda, belas paredes orladas de granito, deixara-se apodrecer o telhado e o tempo fez o resto a destruir o interior. Estavam refeitas as duas casas, e já não me sentia propriamente bem em fechar uma e abrir outra, separadas a uma distância de 7/8 km. Eu tinha dois amores, não sei qual dos dois mais esfusiante, felizmente que as circunstâncias e a própria idade induziram à separação. Se no primeiro dia desta romagem de saudades era inevitável ir a Figueiró dos Vinhos e começar a percorrer Pedrógão Grande, o segundo dia teria de começar por Pedrógão Pequeno, como aconteceu. Foi pena o tempo não ter ajudado. Uma chuva miudinha e irritante e um Vale do Cabril um tanto enlameado limitaram um matar de saudades.
O Zêzere visto do alto da barragem do Cabril, ainda há neblina que se vai dissipando em dia frio e chuvisco
À entrada do tempo encontra-se informação sobre o histórico desta igreja matriz de Pedrógão Pequeno:“Tem como orago São João Baptista, foi edificada em inícios do século XVI. Segundo documentação do reinado D. João III, a igreja já existia em 1522. De planta longitudinal, composta por dois corpos retangulares justapostos, a igreja está dividida por três naves e capela-mor, com duas sacristias de planta quadrangular adossadas às naves laterais e torre sineira adossada à fachada. A fachada principal possui três registos, sendo delimitada lateralmente por pilastras toscanas rematadas por pinhas. O interior do templo é dividido em três naves separadas por quatro arcos torais de volta perfeita assentes em colunas toscanas, sendo a central a mais alta. Ao fundo, o coro-alto em madeira está assente em dois pilares em cantaria. Possui quatro altares laterais com retábulos em talha dourada. A cobertura do templo é em madeira com caixotões lisos; na nave central cinco caixotões estão pintados com cenas da vida de São João Baptista.”
Interior da igreja matriz de Pedrógão Pequeno
O teto em caixotão da igreja matriz de Pedrógão Pequeno com pinturas singelas
Impressiona pela sua beleza e austeridade este nicho com moldura em granito, pela é ter desaparecido a imagem votiva ou talvez um tema da paixão de cristo.Uma pia batismal também impressionante pelo desenho austero
Passadiço do Penedo do Granada, equipamento de lazer situado no sopé do Monte de Nossa Senhora dos Milagres, na zona de confluência da Ribeira de Pera com o rio Zêzere e que proporciona uma agradável vista da paisagem do Cabril.Penedo do Granada, fotografia de João Viola
O Cabril, visto por Luigi Manini, nas suas deambulações com Alfredo Keil no Zêzere
O ponto em que a ribeira de Alge se junta ao Zêzere no Cabril
(continua)
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Nota do editor
Último post da série de 27 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25782: Os nossos seres, saberes e lazeres (638): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (163): Uma romagem de saudades pelo Pinhal Interior - 2 (Mário Beja Santos)
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