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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26469: As nossas geografias emocionais (41): Bissau Velho: o antigo Café Bento, "revisitado" pela mão do nosso cicerone Carlos Silva (cofundador e dirigente da ONGD Ajuda Amiga)



Foto nº 1  e 1 A> Guiné-Bissau > Bissau > Av Amílcar Cabral > s/d  > Vista aérea da "Bissau Velha" ou ""Bissau Bedjo"  

Não sabemos de quem é a autoria da foto, de resto de fraca resolução. Nem a data.  Foi publicado 6 de fevereiro de 2021, ainda em tempo de pandemia,  na página do Facebook do nosso grão-tabanqueiro Carlos Silva, um dos nossos camaradas  que melhor conhece Bissau e a Guiné-Bissau. 

A essa postagem ele chamou "Recordações; Pontos de Referência>Comparações Bissau: Café Esplanada Bento ou 5ª Rep": Legenda do Carlos Silva: "Nesta foto aérea dá para ver à direita toda a área que foi a Esplanada do Bento, onde se vê o prédio em curva que é da RTP e a cobertura da Galp".

Tomamos a liberdade assinalar a amarelo alguns pontos de referência da "baixa" de Bissau:  além do antigo edifício da RTP - Africa (1)  (construído no local onde foi o antiga Café  Bento / 5ª Rep), e do poste de combustível da Galp (2), podemos ver a Catedral (5), o Hotel Coimbra, de 3 estrelas  (antigo edifício do estabelecimento Nunes & Irmão Lda)  (4),,  e ainda  a antiga sede da administração civil, do nosso tempo (3).  A delegação da  RTP - África tem entretanto novas instalações, inauguradas em 18/5/2021, no "chão de papel" (Rua de Angola, 78).

 

Foto nº 2  > Guiné-Bissau > Bissau > Av Amílcar Cabral > s/d >  O posto da Galp, na confluència da Av Amílcar Cabral, à esquerda,  e da Rua António Nbana, à direita...Por detrás, ainda se vê uma ponta do  edifício que foi, até 2021, a sede da delegação da RTP-África na Guiné-Bissau.



Foto nº 3  > Guiné-Bissau > Bissau  > s/d > "Cá está o prédio da RTP sendo esta fachada virada para outra rua"... Rua António Nbana, acrescentamos nós (antiga Rua Tomás Ribeiro)




Infografia: António Estácio (1947-2022)  / Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné (2025)

O nº 1 era o Café / Cervejaria Bento (e depois RTP- Africa)



Foto nº 4  > Guiné  > Bissau  > s/d > Provavelmente um postal ilustrado da década de 60 > "Estátua de Nuno Tristão e a zona das árvores era a esplanada do Bento/5ª Rep", à direita. A Casa Gouveia à esquerda. Era aqui que começava a antiga Av da República que ia desembocar na Praça do Império (hoje respetivamente Av Amílcar Cabral e Praça dos Heróis da Independência, segundo a toponímia de 1975).


Foto nº 5 > Guiné  > Bissau > c. 1971/73 > "Estátua de Nuno Tristão,  e a zona das árvores era a esplanada do Bento/5ª Rep. O prédio à esquerda  era a Casa Gouveia e, após a independência da Guiné, passou a Armazéns do Povo. Presentemente estão lá instalados serviços públicos. E já agora reparem no edifício cinzento para verem a sua transformação na foto seguinte". 

Foto de Zeca Romão e legenda do Carlos Silva. (O José Romão foi fur mil at inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73; vive em Vila Real de Santo António.)


Foto nº 6 >  Guiné-Bissau > Bissau  > s/d  (pós-independência" >  Ex-Av República, atualmente Av Amilcar Cabral. A zona da então Esplanada do Bento está ocupada com a bomba de gasolina Galp e com o edifício da RTP que se vê em parte a branco. No edifício que referi na foto anterior (nº 5, do Zeca Romão) 
 acrescentaram uma esplanada".



Foto nº 7  > Guiné  > Bissau  > s/d > Provavelmente um postal ilustrado da década de 60 > "Estátua Nuno Tristão e à direita  a esplanada".




Foto nº 8 e 8A > Guiné.Bissau > Bissau  > s/d (pós-independència) > "Zona da Esplanada Bento onde está a Galp e prédio que referi nas fotos anteriores"... Â direita, o busto de Amílcar Cabral.




Foto nº 9  > Guiné  > Bissau  > s/d (c. 1969/71)  >  Café Bento >   "Aqui temos à direita  os nossos camaradas da CCaç 2548, fur Domingos Tavares e fur Aníbal Leça, este infelizmente já falecido"... À direita, de óculos, o Carlos Silva.


Fotos (e legendas): © Carlos Silva (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  É mais um contributo precioso para nos ajudar a reconstruir as nossas memórias do mítico Café Bento / 5ª Rep do nosso tempo, e da sua esplanada, no início da antiga Av da República (a principal de Bissau).

E nada melhor do que  sermos ciceroneados, nesta visita virtual,  pelo Carlos Silva, o camarada da Tabanca Grande que melhor pode e sabe fazer a ligação entre a Bissau do "antigamente" e a Bissau de hoje, cidade que não estagnou no tempo, bem pelo contrário tem vindo a crescer e a transformar-se, como ele tem documentado na sua página do Facebook. É  hoje uma cidade de média dimensão aproximando-se do meio milháo de habitantes (teria 70 mil em 1970).

 Recapitulando esta e outras "visitas": o antigo café Bento, cujo edifício original, de um só piso,  não existe mais, ficava no início da Av da Republica (hoje Av Amílcar Cabral, que principia justamente na Praça Pindjiguiti, onde se ergue  ou erguia há uns anos um  monumento com o busto do "pai da Pátria", Amílcar Cabral)... 

Na altura em que as fotos do pós-independência foram tiradas, ainda não existiria o monumento aos "mártires do Pindjiguiti",  Mon di Timba ou Sinku Dedus, no lado direito da praça do Pindjiguiti (inaugurado em 2015, se não erramos.)

Obrigado ao Carlos Silva e ao José Romão. 

Refira-se, ainda, que o  Carlos Silva foi fur mil arm pes inf, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Jumbembem, 1969/71): advogado, natural de Gondomar, régulo da Tabanca dos Melros, com c. 150 referências no nosso blogue, para o qual entrou em 20/7/2007, é também cofundador da ONGD Ajuda Amiga (e no biénio de 2024/25, seu presidente da Mesa da Assembleia Geral).


2. Comentário adicional do editor LG:

Alguns leitores (e sobretudo os que, não tendo sido combatentes nem tendo passado pela Guiné) poderão ser levados a pensar que há uma obsessão, algo mórbida e passadista, da nossa parte, por estes lugares da "má vida" em Bissau, isto é, do dia e da noite, dos comes & bebes, frequentados pelos militares que estavam aquartelados em Bissau ou que em estavam em trânsito por Bissau (pelas mais variadas razões: serviço da sua unidade, justiça e disciplina, consulta hospitalar, marcação de voo na TAP, ida ou chegada de férias,  "desenfianço",  gozando as "delícias do sistema", etc.).  

Boa parte destes sítios já não existem, o que seria de esperar, com o regresso dos soldados e a independência da Guiné-Bissau, em 1974.

Surpreendentemente este tipo de memórias, a que chamamos as "nossas geografias emocionais",  mexem mais com os antigos combatentes do que os relatos, muitas vezes chatos, da guerra, da atividade operacional ou da historiografia da presença portuguesa nestas paragens.  Noutra ocasião irremos selecionatr e publlicar comentários que foram postados na nossa página do Facebook, Tabanca Grande Luís Graça.

Mas há um comentário que me sensibilzou em especial, o do camarada Oliveira Miranda, no blogue, ao poste P26461 (**):

(...) "Parabéns ao editor deste comentário que me deixou emocionado, pois o café Bento era o local onde tomava a minha cerveja, chegado do hospital militar onde estava em consulta após ser ferido em combate. 

"Ainda revejo, passados 55 anos,  as piruetas que os meninos faziam com a escova de engraxar, embora ao lado via a miséria de leprosos a pedir uns pesos (moeda local). 

"Passado é passado, mas não esqueço a fome,  a peste e a guerra que alguns de nós vivemos no mato. Saudações a todos os vivos e paz àqueles que já partiram.


Uma imagem é sempre poderosa, pela capacidade de gerar recordações e emoções, como foi o caso do Oliveira Miranda (camarada, és bem-vindo, aparece mais vezes e, se quiseres, junta-te a nós). (***)

Já agora. Carlos Silva e Zeca Romão, têm  aqui mais uma foto para a vossa coleção: a do polícia sinaleiro que no incío da Av da República regulava o "trânsito" de Bissau... Uma delícia.




Foto nº 10 > Guiné > Bissau > s/d (c. fev / abril de 1970) > Av da República... Detalhe a registar: do lado direito, vê-se a bomba de gasolina que na época era da Shell, e tapada pelo arvoredo a esplanada do Café Bento.

Foto do belíssimo álbum do Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852)


Foto (e legenda): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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domingo, 21 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25768: Aristides de Sousa Mendes - Um dos nossos grandes que eu admiro (Carlos Silva, ex-fur mil inf, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71) - Parte I: Casa do Passal (Cabanas de Viriato), Museu do Holocausto (Jerusalém) e capas de livros


Foto nº 1 > Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, Casa do Passal, em restauro (c. 2018)


Foto nº 2 >  Foto nº 2 > Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, Casa do Passal, em restauro (c. 2018) > Cartaz, afixado na parede exterior, mostrando a casa em ruínas


Foto nº 3>  Israel > Jerusalém > 2017 > Museu do Holocausto / Yad Va Shem 

  
Foto nº 4 >  Lisboa > Salão Nobre do Palácio da Independência, Largo de S. Domingos, 11 > 31 de outubro de 2017, às 18h30 > Sessão de lançamento do livro "Aristides de Sousa Mendes: memórias de um neto" (da autoria de António Moncada S. Mendes; Lisboa, Editora Desassossego, 2017, 352 pp. )  > Apresentação a cargo da historiadora Irene Pimentel.



Foto nº 5 > Lisboa > Salão Nobre do Palácio da Independência, Largo de S. Domingos, 11 > dia 31 de outubro de 2017, às 18h30 > Sessão de lançamento do livro "Aristides de Sousa Mendes: memórias de um neto" > O Carlos Silva e o autor

 

Foto nº 6 > Dedicatória, a Carlos Silva, do autor do livro, António Moncada S. Mendes, neto de Aristides de Sousa Mendes (1885-1954)










Fotos de 7 a 13 > Capas de livros sobre Aristides deSousa Mendes, da biblioteca do Carlos Silva

Fotos (e legendas): © Carlos Silva (2024. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Carlos Silva,
Jerusalém, 2017

1. Mensagem do Carlos Silva, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Jumbembem, 1969/71), advogado, natural de Gondomar, régulo da Tabanca dos Melros, com 145 referências no nosso blogue, para o qual entrou em 20/7/2007.


Data - sábado, 20/07/2024, 20:06
Assunto - Aristides Sousa Mendes


Meu Caro Luís


A propósito do Post 2755 e 25762 sobre o Cônsul Aristides Sousa Mendes e relativamente à inauguração como Museu da Casa do Passal situada em Cabanas de Viriato, onde pelo carnaval se faz a tradicional “Dança dos Cus”, c
oncelho  de Carregal do Sal, já lá estive 3 vezes, porque tenho dois amigos/camaradas que são daquela localidade, sendo um da minha CCaç 2548.

Fui levado em 2015 pelo camarada mais velho da CCav 1905 ( Companhia dos Bigodes ) que foi sediada em Teixeira Pinto e Bissorã, o qual me levou a visitar a povoação e o cemitério local para ver o jazigo onde jaz Aristides Sousa Mendes.

O dito camarada, Carlos Rodrigues, falou-me desta figura ímpar da nossa História que eu não conhecia, tendo eu ficado maravilhado com o que ele me ia contando sobre o seu conterrâneo, pois, embora pequeno ainda chegou a conhecê-lo e toda a azáfama que havia em torno daquele palacete.

Deste modo, envio-te umas fotos de 2015 e 2018 da Casa do Passal e do cemitério.

A partir daí fiquei muito interessado em conhecer verdadeiramente a História do nosso cônsul em Bordéus e os seus feitos, pelo que fui adquirindo alguns livros sobre a sua personalidade e dos quais junto fotos das capas dos mesmos, assim como do livro que adquiri no Palácio da Independência em Lisboa na altura da sua apresentação em novembro de 2017 e da autoria do seu neto António Moncada Sousa Mendes, que tem a sua dedicatória.

Em setembro de 2017 estive em Israel e claro fomos a Jerusalém onde tive a oportunidade de visitar o Museu do Holocausto/ Yad Va Shem e aí a Senhora que nos atendeu perguntou-nos de que nacionalidade éramos, tendo eu respondido que éramos portugueses e face a esta resposta foi de uma simpatia inexcedível, de mediato informou-me que figurava no Museu um “Justo” português de seu nome Aristides Sousa Mendes, pelo que fez várias cópias sobre o seu historial e ofereceu-me, bem como, explicou-nos onde se encontrava exposto, só que não se podia tirar fotos, mas como sempre o fruto proibido … eu consegui fazer duas fotos que junto e outras.

Podes, se assim entenderes fazer a respectiva publicação

Abraço
Carlos Silva
20-07-2024

terça-feira, 7 de março de 2023

Guiné 61/74 - 24124: Memórias cruzadas: A base (logística) de Sinchã Djassi / Hermancono, na fronteira com o Senegal (contributos de Carlos Silva, Leopoldo Amado e A. Marques Lopes)


Guiné > Região do Oio > Carta de Jumbembem (1953) / Escala 1/50 mil >  Posição relativa de Jumbembem e do "corredor de Lamel" (que partindo da estrada Farim-Jumbembem, acompanhava o curso do rio Lamel, afluente do rio Jumbembem, passando por Fantambã e Farincó até à fronteira)... Já em território senegalês havia a base (logística) de  Sintchã Djassi (assim chamada talvez em homenagem a Abel Djassi, nome de guerra de Amílcar Cabral ?!...) ou Hermancono  (também grafada como Hermacono ou até Hermangono). Na fronteira com o Senegal, estão sinalizados os números dos marcos, de 105 a 112. Era por aqui que se localizava a base.

Infogravuras: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


Excerto de manuscrito do Carlos Silva, ex-fur mil Carlos Silva, ex-Fur Mil Arm Pes Inf, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (Jumbembem, 1969/71). (Trata-se de um livro, inédito, sobre a sua experiência de vida na Guiné, aonde, de resto, foi por diversas vezes, a seguir à independência, em trabalho e em turismo de saudade). O nosso camarada é advogado de profissão; tem um valioso espólio documental (fotográfico e literário sobre a Guiné); é um histórico da nossa Tabanca Grande, para a qual entrou em 20/7/2007.

O manuscrito do IN, encontrado no corredorde  Lamel, em 3/3/1970, vem reproduzido também na História da Unidade, BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71), Cap II, pág. 20. Escrito em muito mau português, diz o seguinte (revisão / fixação de texto: LG):

Hermancono, 3-3-70

Oficiais, soldados e fantoches do exército colonial, estão a fazer muito ronco na estrada. Devem saber, e preparem-se,   [a base de] Canjambari já recebeu novo dirigente militar para vos 'tirar no abuso'.   Já estão muito atrevidos no caminho tanto de Bricama como de Sulucó. Temos que vos mostrar qual é o vosso lugar.

Ao nosso primeiro encontro todo o vosso comando tem de vir.

Assinado: FARP. Aviso ao Exército Colonial.




Excertos da História da Unidade - BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71), HU-Cap II -Pág. 20: 

(i) No dia 14 de março de 1970, pelas 8h30, forças da CCAÇ 2548 (Jumbembem, 1969/71) detetaram um acampamento IN a Oeste do marco fronteiriço nº 107. Lançado um golpe de mão, foram feridos 2 elementos IN, e capturado 1 LGFog e 2 granadas de RPG 2, entre outro material. O IN reagiu com armas automáticas e morteiro ligeiro, batendo a área do acampamento a partir da Repúbica do Senegal.

(ii) No dia seguinte, 15, forças da milícia de Cuntima, comandadas pelo cmdt da CCAÇ 2549, executaram uma patrulha de reconhecimento ao longo da fronteira até ao marco nº 105. Detetaram dois elementos IN, que perseguiram.

(iii) A 20 do mês, às 13h30, e durante a interdição do corredor de Lamel, forças da CCAÇ 2548 (Jumbembem) detetaram e perseguiram um grupo IN estimado em 80 elementos. que se deslocavam de Sul para Norte, a 400 metros da sudoeste da ponte. O IN não reagiu ao fogo das NT, e retirou para Norte. De Jumbembem form feitos 13 tiros de obus para a zona de retirada do IN. E, a seguir, a FAP, chamada a intervir, fez um ataque ao solo entre o rio Lamel e Fantambã. Feita uma  batida imediata, foram encontradas 10 granadas de RPG 2, entre outro material.

Infografias: Carlos Silva  / Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné (2023) 


1. O Carlos Silva teve a gentileza, no domingo passado, de me mandar cópia dos dois documentos que acima reproduzimos. Afinal, ele lembrava-se desta base (ou barraca), ou pelo menos do seu nome,Hermancono ou Hermacono. Ficaria no limite do subsetor de Jumbembem, mas já em território senegalês. Nos mails que trocámos, ele esclareceu:

(...) Luís, este nome   [Hermancono]  ficou-me na orelha, Consultei o meu livro e  História do Bat Caç 2879 e cá está ele.

Como referi participei na operação que fizemos à zona, mas não encontramos qualquer vestigio. Segue o panfleto que apanhamos em Lamel. (...)

(...) Eu andei por lá em fins de 1969, Mas quando fizemos a operação, não ouvi falar na base de Hermancono. Não está muito longe de Cumbamori. No meu livro dos Roncos de Farim  eu falo na 1° operação a Cumbamori em dezembro de 1967. (...)

(...) Durante toda a comissão nunca ouvi falar em tal base, apesar de ter ido lá. (...)

(...) As fotos do poste P24110 são de 1973, de certo os gajos deambulavam entre Cumbamori e Hermancono, esta designação não é guineense. (...)

Ao telefone, disse-me que já tinha andado  naquela estrada Ziguinchor-Dacar, duas vezes, quando foi à Guiné. Numa delas entrou por Cuntima, se não erro.

2. Pesquisando no nosso blogue, descobri que o toponónimo, Hermancono (*),  já sido citado mais do que uma vez: pelo historiador guineense, e nosso amigo, Leopoldo Amado (1960-2019), e pelo A. Marques Lopes, que reproduz   o Subintrep nº 32, de junho de 1971. Aqui vão alguns excertos:

(i) Leopoldo Amado, poste P 1566 (**)

(...) Com efeito, Cabral procurou a partir de 1971, estabelecer estruturas sociais de partido-Estado em Tigili/Iador/Sara/Zona Oeste (Biambi), Catió e Quintafine, enquanto que, por outro, se preocupava com as ameaças às áreas libertadas, traduzindo-se tal situação na polarização da sua actividade em torno da estrada Mansabá-Farim, na sua reacção ao reordenamento de Bissássema e na intenção de instalar forças no Unal, visando libertar corredores de infiltração que favorecessem os ataques aos centros urbanos. 

Assim, o PAIGC inicia, a partir desta altura, as acções contra Bissau e Bafatá, há muito anunciadas, num momento em que procede à desconcentração das unidades dos CE 199/A e 199/B, que se haviam deslocado para as áreas de Sano e Cumbamori (Senegal), dando por findo o esforço realizado na área de Barro-Bigene-Guidaje.

Nesta desconcentração, o CE 199/A regressou à área de Campada, enquanto o 199/B foi ocupar e reactivar a base de Hermancono, que voltou a constituir área fulcral na fronteira norte, praticamente abandona­da desde Fevereiro de 1971, aquando da sua transferência para Canjeno. 

Como consequência desta nova ocupação de Sinchã-Djassi, aumentou de forma considerável o trânsito pelo “corredor” do Lamel, que passou a ser o mais usado, seguindo-se-lhe, em menor grau de utilização, o de Canja. (...) (**)

(ii) A. Marques Lopes, poste P3258 (Subintrep nº 32, junho de 1971 - Itinerários de abastecimento do PAICG) (***)

(...) 

- Para a Frente de Morés/Nhacra

Para o Sector do Morés são utilizados os “corredores” de Lamel e Sitató, podendo também com menos frequência utilizar o de Sambuiá, segundo os itinerárioa que se referem:

“Corredor” de Lamel

Morés – estrada Mansabá/Farim sensivelmente em direcção a Biribão – Biribão – cambança do rio Canjambari nas proximidades da tabanca de Béssia – Bricama – cambança do rio Jumbembem – cambança do rio Lamel – estrada Jumbembem/Farim – Fambantã, seguindo depois um carreiro até um local nas proximidades da fronteira onde a coluna aguarda a chegada do material. 

Este vem da arrecadação existente na base de Sinchã Djassi e é transportado até ao referido local em viaturas, sendo ali entregue às colunas que o esperam. 

O regresso é feito pelo itinerário inverso, tendo o percurso (ida e volta) uma duração de cerca de seis dias. Os locais de pernoita pensa-se que serão em Biribão  [a sudeste do Olossato] e Fambantã.

O IN utiliza para movimentar as suas viaturas de reabastecimento às bases desta Frente a chamada “Estrada Grande”, isto é, a estrada que, a partir de Koundara, segue por Linnkiring – Velingará – Dabo – Kolda – Bantankoutou – Sonco – Sare Tening – Tanaf – Ierã – Samine – Ziguinchor. É pois a partir deste itinerário principal que saem ramificações que conduzem às diferentes bases. Assim,

- Para Faquina: Kolda – Bantankoutou – Sonco – Lenquerim – Faquina

As viaturas vão apenas até Bantankoutou. Os reabastecimentos a partir daqui são transportados por carregadores que em Lenquerim cambam a bolanha de canoa para passarem à base de Faquina.

- Para Sinchã Djassi (Hermancono): Kolda – Sare Tening – Hermacono

- Para a base de Cumbamori: 
Kolda – Tanaf – Ierã – Mankolecunda – Cumbamori

- Para Dungal: 
Kolda – Tanaf – Dungal

- Para Sano: Kolda – Samine – Sano

- Para Sikoum Bafatá: Kolda – Tanaf – Samine – Goudomp – Sekoum

O material e víveres vindos da República da. Guiné (Koundara) passa, como vimos,  em Dinnkiring e Kolda, locais onde é feito pelas autoridades da República do Senegal controle das viaturas e material transportado; a partir de Kolda o material é usualmente acompanhado por pessoal do Exército Senegalês, embora em escolta à distância.

No terminal da “Estrada Grande” encontra-se Zinguinchor, sede do comando da Inter-Região Norte, mas que no quadro da logística do PAIGC não parece desempanhar papel relevante dado que, segundo os elementos disponiveis, apenas apoiará os grupos sediados em M’Pack e Kassou.

O reabastecimento das Frentes do interior da Inter-Região Norte é feito por colunas de carregadores através dos “corredores” tradicionais de infiltração e suas variantes, sendo sempre feitos em movimentos vindos do interior, razão pela qual se descrevem estes “corredores” no sentido inverso àquele em que, até aqui, se tem descrito p fluxo dos reabastecimentos.

Estão detectados os seguintes:
  • “Corredor” de Sitató, com início em Faquina
  • “Corredor” de Sambuiá, com início em Cumbamori
  • “Corredor” de Lamel, com início em Sinchã Djassi [ / Hermancono]
  • “Corredor” de Sano, com início em Sano [pelo lado Este, entre Barro e Bigene - A.Marques Lopes]
  • “Corredor” de Canja, com início em Pirgui [pelo lado Oeste, entre Barro e Sedengal - A. Marques Lopes]
_______________

Notas do editor:

(*) Vd.  poste de 1 de março de  2023 > Guiné 61/74 - P24110: Memórias cruzadas: onde ficava a base (logística e operacional), do PAIGC, de Hermacono? Segundo informação recolhida por Cherno Baldé, junto de um antigo guerrilheiro, ficava na linha de fronteira com o Senegal, no vértice de um triângulo que tinha como base as tabancas (abandonadas) de Farincó e Fambantã, a oeste da estrada Farim-Jumbembem

(...) Comentários de Carlos Silva:

Conheci bem o nosso Sector de Farim e principalmente o nosso subsector de Jumbembem onde estivemos de 2/01/1970 a 16/6/1971.

Quando estivemos em Farim chegámos a fazer uma operação ao Dungal que fica na fronteira na qual eu não participei.

Fomos a Lambã duas  vezes, onde se dizia haver por lá uma base, andamos para diabo e nada.

Estivemos destacados no K3 / Saliqunhedim, e fizemos operações para esse lado para a bem conhecida Fátima onde tivemos contacto com IN e todas as Companhias por lá andaram.

Picagens para Lamel ponto de encontro de Farim/Jumbembem. Patrulhas e operações nessa área até ao rio Jumbembem/Farim/Cacheu.

Em Novembro de 1969, estava o meu 4º Pelotão destacado no K3 e a minha CCaç 2548 foi fazer nomadização para a fronteira norte Sitató/Cuntima onde tivemos o 1º morto a 28 de Novembro.

Palmilhamos todo o subsector de Farim enquanto ali permanecemos. A partir de Janeiro/69 até ao nosso regresso palmilhamos todo o nosso subsctor de Jumbembem que ia da picada Farim - Jumbembem - Cuntima até ao Senegal.

Fui diversas vezes emboscar para Farincó Mandiga, Fanbamtã,  Sare Soriã que fica a oeste de Jumbembem.

Muitas vezes para Sare Mancamã, Saman que fica a norte e fomos fazer operações para a fronteira para os Marcos 109 e 110,  Sare Sofi,  onde tivemos contactos com IN, bem como
fomos lá 2 ou 3 vezes buscar população.

Palmilhamos em picagens, patrulhas Jumbembem/Lamel; Jumbembem/Sare Tenem / Canjambari; Jumbembem/Norobanta, e em todos estes percursos levantámos muitas minas e tivémos azar com 2 camaradas, um ficou sem o pé no percurso Jumbembem/Sare Tenem / Canjambari e outro já a chegar ao termo da picagem Jumbembem/Norobanta.

Das operações à fronteira aos marcos, saímos de Jumbembem via Sare Mancamã, Samã e regressávamos via Galgega e apanhávamos as viaturas em Norabanta de regreeso a Jumbembem.

Tivémos contactos Fanbamtâ e Sare Soriâ bem como ao longo das picadas, principalmente Jumbembem/Lamel.

Nunca ouvi falar em Hermacono / Hermangono, mas perguntei aos meus amigos de Jumbembem que me disseram que existe no Senegal próximo da fronteira uma tabanca com esse nome, que não aparece nos mapas.

Como disse fomos a Lambã duas  vezes e não ouvi falar dessa tabanca. Para mim, Lambã ficou-me na memória porque da 2ª vez que lá fomos o meu camarada Furriel Enfermeiro já falecido, quando da retirada perdeu a pistola na bolanha e andamos a pisar o terreno até encontrá-la. (...)

(...) Cumbamori fica a uma dúzia de quilómetros a noroeste de Guidaje. Sambuiá (corredor de Sambuiá) fica a oeste de Bigene e a sul de Talicó, na picada de Farim - Bigene - Barro - Ingoré. Já fiz esta picada 2 vezes em férias, a primeira em 1997 ainda não havia a ponte de S Vicente,  e a 2ª vez já atravessei a ponte. (...)

(...) No nosso Sector de Farim enfrentávamos os Corredores de Lamel e Sitató. Em Lamel no meu tempo ficava lá emboscado e patrulhava a zona diariamente e alternadamente um pelotão de Farim; Nema ou Jumbembem.

Colunas e picagens desde 1970 até regressarmos, fazia-se colunas diárias para abastecimentos alimentares, transporte de cibes e materiais para a construção das tabancas.

De Jumbembem saíam 3 pelotões para picagens para sul, Lamel/Farim; para norte Norobanta/Cuntima e para este Sare Tenem / Canjambari.

Para além desta actividade das picagens, patrulhas, operações etc, ainda tivemos a tarefa de construir um aldeamento completo, demolição das tabancas velhas e construção de tabancas novas. (...)

sábado, 5 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23763: Contactem-nos, há sempre alguém que pode ajudar ou simplesmente saber acolher (2): amostra de mensagens recebidas entre setembro e dezembro de 2021


Formulário de Contacto do Blogger: disponível na coluna estática, do lado esquerdo do blogue.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)


1. Seleção de mensagens recebidas através do Formulário de Contacto do Blogger, entre setembro de 2021 até ao final do ano (*). É um veículo importante de comunicação imediata e fácil entre os leitores e os editores do blogue.

 Nalguns casos, já houve uma resposta direta dos nossos editores ou um reencaminhamento para outros destinatários. Também num caso ou noutro a mensagem pode já ter dado origem a um poste (**).

Algumas destas mensagens são extremamente lacónicas, limitando-se a cumprimentar-nos, o que de qualquer modo nos sensibiliza, mas não vamos publicá-las aqui. Noutros casos, os autores procuram antigos camaradas... Outras há que são incompletas ou imprecisas, ou têm a ver com outros territórios que não a Guiné (Angola, Moçambique, Brasil, etc.).

Evitamos, em princípio, divulgar o endereço de email de cada um destes contactos, a menos que haja interesse para o próprio (nos casos, por exemplo, em que divulga um livro ou a realização de um encontro: ou procura informação que extravasa o âmbito do blogue, o qual, como é público e notório, é centrado nos antigos combatentes da guerra do ultramar / guerra colonial, que estiveram na Guiné, no período que vai entre 1961 e 1974).

Podemos fornecer o email a quem no-lo pedir, para respostas a pedidos ou futuros contactos. Lamentavelmente, só agora, por manifesta falta de tempo, nos foi possível, selecionar, organizar e listar estas mensagens. Omitimos as expressões protocolares (saudações, cimprimentos, etc.). A lista está organizada cronologicamente por data / hora.



2021 (setembro/dezembro)

29/12/2021, 11:37

Sou de 15 de setembro 1950, venho por este meio felicitar os obreiros deste blogue simplesmente formidável. Bravo!... Fiz tropa no BENG 447,  Brá, de 1972 a
1974. Se puder ajudar em alguma coisa é de boa vontade na medida do possível sou reformado e vivo na Suíça. Americo Aflalo.

Resposta do coeditor Carlos Vinhal (que também serve para mensagens semelhantes de camaradas que manifestam interesse em integrar a Tabanca Grande):

Caro Américo Aflalo: Muito obrigado pelo teu contacto via Formulário do Blogger. Se te quiseres juntar a nós e ser admitido na tertúlia para que possas ver publicadas as tuas memória e fotos, manda-nos um mail para luis.graca.prof@gmail.com ou carlos.vinhal@gmail.com, com indicação do teu nome, posto, especialidade, unidade em que foste integrado para a Guiné (ou rendição individual se for o caso), localidades onde estiveste e outras informações que julgues úteis para te conhecermos. Deverás enviar ainda uma foto actual e outra dos teus velhos tempos de Guiné e, se quiseres, uma pequena história. Ficamos na expectativa de novo contacto teu.


22/12/2021, 21:05


Queria enviar uma mensagem a todos os meus camaradas e amigos da CCAÇ 2548.
Um grande abraço a todos amigos do 1º pelotão que me acompaharam desde 1969 a 71.
José Dias de Sousa

21/12/2021, 23:14

Eu estive na Guiné de setembro 1971 a dezembro de 1973. Estive na zona de
Teixeira Pinto no destacamento de Batuca. BCAÇ 3863, CCAÇ 3461. Jorge Reis.



5/12/2021, 13:51

Pergunto se têm conhecimento onde se encontra o meu camarada Idálio Reis, da CAÇ 2317 (Gandembel, Balana e Cansissé, 1968/69) ?

António José Silva Nabais Pinheiro  (presumivelmente a viver no Brasil, pelo seu endereço de email).


24/11/2021, 8:25


Há vidas que se esquecem, mas há recordaçºoes que perduram pro muito que se queiram esquecer. Guiné, CCAÇ 4942/72, 5 jan 73/ Out 74. Manuel João Sampaio Lima.


9/11/2021, 17:20


Mantanhas para todo o pessoal da Tabanca Grande. A propósito do fardamento, lembro-me de uma ocasião, já a minha gente tinha manga de tempo na terra sabi, ter pedido para Bissau a substituição dos mosquiteiros, que já pouco mais eram do que farrapos remendados vezes sem conta, e nos foi respondido num ríspido ofício dos serviços da administração que os ditos cujos tinham uma duração de não sei quantos anos e, portanto, os nossos ainda tinham que aguentar uns mesitos mais até poderem ser substituídos... Não houve outro
remédio, o nosso primeiro-sargento foi a Bissau comprar panos de mosquiteiro que o alfaiate mandinga de Buba transformou em mosquiteiros próprios mesmo... E. Esteves de Oliveira.


14/10/2021, 10:06

Bom dia camarada Luis Graça, sou residente no Vimeiro, concelho da Lourinhã há 43 anos pois sou natural de A dos Cunhados.. Casualmente há dias , passou por aqui um individuo à minha porta, ia visitar a campa de camarada Eduardo  Jorge. E a minha mulher chamou-me a atenção, pois o sr. andava para trás para a frente olhando para tudo. Fui espreitar à janela, e qual o meu espanto, disse para a minha mulher, conheço este sr. Fui de imediato à Net e procurei, e acertei mesmo, era o camarada e conterrâneo João Crisóstomo.

Fui à rua chamei-o e claro confirmou. Ficou muito satisfeito por o reconhecerem, falamos um pouco da nossa terra, e lá foi prestar homenagem ao Eduardo Jorge. Desculpa, mas achei que devia partilhar este momento feliz, para mim que conheci o João Crisóstomo e para ele que ficou satisfeito de o conhecerem pela Net.  Artur Eduardo Januário Inácio.


25/9/2021, 14:08

Boa tarde o meu pai fez parte dessa CCAÇ 797, na Guiné, comandada pelo Capitão Carlos Fabião, é o Manuel Marques Lamarosa, era atirador. João Manuel Marques.

19/09/2021, 12:12

Diamantino Paiva Leite, soldado condutor da CART 1526 que prestou serviço na Guine nos anos 1966 a 1968, a residir em França desde 1971. solicitou-me que soubesse algo dos seus antigos camaradas que com ele viveram esse tempo de luta na Guiné. A saúde não lhe permite aceder a estes meios. Em seu nome, o meu muito obrigado. Arlindo Moreira da Silva (ex-soldado cond, CCS / BCAÇ 1933, Guine 67/69).



9/9/2021, 19:08

Chamo-me Nuno Inácio e sou filho de um Comandante do Pelotão de Caçadores Nativos 67, Alf Mil Gil da Silva Inácio,  conhecido como "O Gringo" - Cufar, Guiné 1973.

Tomei conhecimento deste website através de um grande amigo que viu um artigo onde mencionava um Alf Mil na Guiné conhecido como "o Gringo" e como outrora lhe tinha referido essa alcunha do meu pai fui verificar e de facto é o meu pai.

Estimo informar que o meu é vivo, cheio de saúde e ainda pronto para as curvas. Neste sentido gostaria de saber se alguns dos inúmeros heróis aqui presentes e representados conheceu o meu pai, gostaria de saber mais histórias desses tempos, porque o meu pai tem algumas reservas em partilhar essas histórias e se ainda existem encontros de ex-combatentes desses GE e, em caso afirmativo, pedia o favor a V. Exas. ser notificado para o efeito. Nuno Inácio (Indica o nº de telemóvel). (**)
 

8/9/2021,19:54

Com referência ao post do camarada António Abrantes, lembro-me da emboscada e da passagem da sua companhia por Buba, onde me encontrava na altura. A companhia que fez a escolta entre Aldeia Formosa e Fulacunda foi a CCaç 411, de Buba. A atribulada viagem da CCaç 423, que ficou conhecida como a "Volta à Guiné de Camioneta", deu pano para mangas sobretudo peo final, no fim de contas era a maneira mais lógica - por via marítima. 

Se fosse possível, agradecia que o Abrantes confirmasse se o ten Carlos Afonso Azevedo (falecido em combate) fazia parte da sua companhia. E. Esteves de Oliveira.

2/9/2021, 21:09

Eu António Lopes Pereira sou o ex-1º cabo da CCAÇ 3305 / BCAÇ 3832. Estive
em Mansoa, Braia e Infandre de 1970 a 1973, sou o nomero 701 da Tabanca Grande. António Lopes Pereira.



23/8/2021, 13:07

Estive na Guiné de novembro de 1966 a outubro de 1968. Na CArt 1612 / BArt 1896 até agosto de 1967, primeiro em Bissorã e depois em Buba, transitando depois para Bissau, para o Comando Chefe do CTIG:

Recebo os e-mails da vossa Tabanca, quase desde o princípio. Jorge Paes da Cunha Freire.



18/08/2021, 19:16

Caros camaradas militares: anseio por voltar ao nosso convívio; para quando está previsto - se está - o próximo encontro? Francisco Vilas Boas.



16/8/2021, 17:38


Estive na Guiné de 68/70 na 16ª Companhia de Comandos da qual em 69 o Marcelino da Mata fez parte . Um abraço a todos quanto por la passaram. Sou de Coimbra. Luis Cunha


10/8/2021, 01:04

Boa noite! Alguém por aqui do BAA 3434, 191/73, "As Avezinhas - Venham
Comigo Os fortes" ? António Martins.


10/08/2021, 09:09

 Os meus Bons Dias desde as «arábias». 
Faz hoje quarenta e nove anos (1972.08.10-2021.08.10) que vários elementos do contingente militar da CART 3494, a terceira unidade de quadrícula do BART 3873, tiveram de “mergulhar”, sem o desejarem, nas águas revoltas, escuras e lodosas do Rio Geba, na região do Xime/Bambadinca (Sector L1), onde, por efeito da falta de bom senso mesclado com alguma improvisação, perderam a vida três jovens milicianos, naquele que ficou gravado como o «Naufrágio do Geba».

Ao recuperar esta horrenda efeméride que a todos marcou, naturalmente mais aos que viveram e sobreviveram à experiência, quero prestar a minha sentida homenagem aos que pereceram naquele acidente náutico: ao José Maria da Silva Sousa, ao Manuel Salgado Antunes e ao Abraão Moreira Rosa.

Para compreender a trágica ocorrência devem-se ler os P10246; P13482 e P13494.  Jorge Araújo

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20996: Memória dos lugares (408): Ponte Alferes Nunes, sobre o Rio Costa Pelundo na Região de Cacheu (Carlos Silva, ex-Fur Mil Inf)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Silva (ex-Fur Mil Inf CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71) com data de 19 de Maio de 2020:

Olá Carlos
Dado que recolhi mais elementos sobre a Ponte Alferes Nunes existente sobre o rio Costa Pelundo, região do Cacheu, fiz um vídeo para que os tertulianos tomem conhecimento na sequência do que muito já se escreveu no blogue sobre a obra de arte da Engenharia nos posts: P2275; P3743; P4364; P4381; P4382 e P9625 e com certeza mais alguns.

Aqui vai o link da minha página Jumbembem do Youtube onde tenho mais vídeos alojados sobre a Guiné: https://youtu.be/Acp92_WHSvs - 2020-05 Guiné-Bissau - Ponte Alferes Nunes – História



A designação de Ponte Alferes Nunes (Alferes José Nunes) militar português, Administrador da região do Cacheu na Guiné no início do Séc. XX e que numa batalha contra os naturais daquela terra, que se travou nas proximidades da travessia do rio Costa Pelundo, acabou por falecer e daí ter ficado conhecida a ponte aí existente com o seu nome.

Presumo que tal designação nunca foi oficializada.

Abraço
Carlos Silva
____________

Nota do editor

Último poste da série de 17 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20863: Memória dos lugares (407): Cuntima: a hortinha da CCAÇ 14 (1969/71) (Eduardo Estrela)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13735: Memória dos lugares (275): Jumbembem, ao tempo da CCAÇ 2548, 1969/71 (Carlos Silva)


Guiné > Região Oeste > SO2 > Farim > Jumbembem > CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (1969/71) >  Foto nº 1 > Vista do lado W/E caserna grande, arrecadação e secretaria, do lado esquerdo  3 casas com chapa de zinco; a primeira, era  a messe conjunta e quartos dos alferes; a segunda, era o quarto do capitão e quartos dos furréis; e a uma outra, que era era o que restava da antiga tabanca demolida  no tempo da CART 2548.




Guiné > Região Oeste > SO2 > Farim > Jumbembem > CCAÇ 2548/BCAÇ 2879 (1969/71) >  Foto nº 2 > A parada e as 2 casas, messe à esquerda;  e a do capitão e furriéis,  à direita  onde se vê a janela do quarto do Carlos Silva.

Fotos (e legendas): © Carlos Silva (2014). Todos os direitos reservados [Edição de L.G.]



1. Mensagem, de ontem, do nosso amigo e camarada Carlos Silva, jurista, ex-fur mil arm pes inf,  CCAÇ 2548 / BCAÇ 2879,Jumbembem, 1969/71), membro da Direcção da ONGD Ajuda Amiga 

Assunto: Poste  P13729 - Cap Rui Romero (*)

Luís

Aqui vão 2 fotos de Jumbembem, onde se pode ver a zona principal do aquartelamento:

Foto nº 1, a preto,  vista do lado W/E caserna grande, arrecadação e secretaria, do lado esquerdo  3 casas com chapa de zinco:

(i) A 1ª,  messe conjunta e quartos dos alferes;

(ii) A 2ª , quarto do capitão e quartos dos furréis;  a cabeceira da minha cama encostava à janela que se vê;

(iii) E outra era o que restava da antiga tabanca demolida no meu tempo, pois construímos uma cidade nova...

Ao centro era a parada que se estendia até às árvores.

Na foto nº 2,  a cores, tirada  de um slide, vê-se bem a parada e as 2 casas, messe à esquerda e a do capitão e furriéis à direita  onde se vê a janela do meu quarto.

Presentemente apenas existem estas 2 casas.




Guiné > Região do Oeste > Setor O2 > Farim > Jumbembem > 2ª CCAÇ do BCAÇ 4512 (Jumbembem, 1973/74) > 1974 > Parada do quartel e chegada de um helicóptero com o correio.

Foto: © Fernando Araújo (2010). Todos os direitos reservados [Edição de L.G.]

Na foto publicada do Fermando Araújo,  que esteve lá a seguir ao batalhão que me foi render, vê-se as 2 janelas da secretaria/arrecadação viradas para a parada.

Nesta foto as 2 janelas são para W para o lado do refeitório.

Na minha foto colorida, anº 2, vê-se as 2 casas,  sendo que a da esquerda está afastada 10 mts da casa da arrecadação/secretaria.

A casa da esquerda era messe, zona das esteiras e sala de convívio com janela, os quartos ficavam atrás. Casa da direita,  em frente à bandeira,  a porta do quarto do capitão e a janela que se vê era onde encostava a cabeceira da minha cama. A parada era tudo que se vê, mas no tempo do Artur  Conceição (1964/66) e no início da minha estadia,  existia a tabanca velha que encostava ao meu quarto e prolongava-se até aos mangueiros e estrada Farim- Jumbembem-Cuntima.

Podes publicar para ajudar a compreender. (**)

Um abraço
Carlos Silva

_________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 13 de outubro de  2014 > Guiné 63/74 - P13729: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (88): Revivendo, 48 anos anos depois, a tragédia de Jumbembem, a morte do cap mil inf Rui Romero, da CCAÇ 1565, em 10/7/1966 (Ana Romero / Artur Conceição)

(**) Último poste da série > 9 de outubro de  2014 > Guiné 63/74 - P13711: Memória dos lugares (274): As estradas (cortadas) de Bissorá-Biambe e Bissorã-Encheia, em plena região do Oio (Carlos Fortunato, ex-fur mil trms, CCAÇ 13, Os Leões Negros, 1969/71, e presidente da direção da Ajuda Amiga)