quinta-feira, 21 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20996: Memória dos lugares (408): Ponte Alferes Nunes, sobre o Rio Costa Pelundo na Região de Cacheu (Carlos Silva, ex-Fur Mil Inf)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Silva (ex-Fur Mil Inf CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71) com data de 19 de Maio de 2020:

Olá Carlos
Dado que recolhi mais elementos sobre a Ponte Alferes Nunes existente sobre o rio Costa Pelundo, região do Cacheu, fiz um vídeo para que os tertulianos tomem conhecimento na sequência do que muito já se escreveu no blogue sobre a obra de arte da Engenharia nos posts: P2275; P3743; P4364; P4381; P4382 e P9625 e com certeza mais alguns.

Aqui vai o link da minha página Jumbembem do Youtube onde tenho mais vídeos alojados sobre a Guiné: https://youtu.be/Acp92_WHSvs - 2020-05 Guiné-Bissau - Ponte Alferes Nunes – História



A designação de Ponte Alferes Nunes (Alferes José Nunes) militar português, Administrador da região do Cacheu na Guiné no início do Séc. XX e que numa batalha contra os naturais daquela terra, que se travou nas proximidades da travessia do rio Costa Pelundo, acabou por falecer e daí ter ficado conhecida a ponte aí existente com o seu nome.

Presumo que tal designação nunca foi oficializada.

Abraço
Carlos Silva
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20863: Memória dos lugares (407): Cuntima: a hortinha da CCAÇ 14 (1969/71) (Eduardo Estrela)

3 comentários:

Valdemar Silva disse...

Este vídeo é um documento importante e demonstrativo da arte do desenrasca, neste caso, do soldado português.
Reparem na pequena jangada cheia de mercadorias e com vários soldados, na travessia do Rio Costa. Não sabemos durante quanto tempo se processou este perigoso método de atravessamento, e até se houve algum desastre, que deveria ter sido planeado com uma 'obra' por parte do Batalhão de Engenharia.
Temos aqui bem espelhado o que era a 'humildade nada de riquezas' incutida ao povo, que chegava a este ponto das chefias militares autorizarem estas travessias com alto grau de perigosidade. A travessia da retirada de Madina do Boé foi semelhante em 'humildade', mas em muito maior escala e com a grave consequência do desastre com a morte de muitos soldados afogados.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Carlos Silva
Já agora complemento a informação contida no vídeo, pois antes da ponte ser destruída em 21/22 de Maio de 1967 pelo IN, não existia fortim naquele local.
O fortim apenas foi construído a partir de 12-06-1967 pelo BENG e com segurança prestada pela CCav 1650.
No dia 13/6 transportaram para lá a jangada que se vê nas fotos e é posta em funcionamento tendo o sold 461/66-A Artur José da Cruz Rodrigues o "Cascais" passado a nado para a margem norte a fim de levar a corda de ligação para a aquela margem., in Hist Unidade CCav 1650

Manuel Carvalho disse...

Guardar esta Ponte foi o meu 1º trabalho na Guiné, oito horas depois de sair do Niassa estava-mos na formatura de chegada em Teixeira Pinto e fui engatado com quatro soldados Piras acabadinhos de chegar e cinco Milícias para ir guardar a ponte Alferes Nunes. Já tinha G3 que tinha sido distribuida na LDG mas ainda sem munições que fui levantar e lá fui eu e a Ponte lá continuou.Estive lá 24 horas julgo que com ração de combate.Tinha um morteiro 60 com uma reserva de granadas um Milicia levava Basuca e havia um holofote ligado a uma bateria que estava no cimo do fortim onde me instalei durante a noite e onde estive sempre de olhos bem abertos. Durante o dia ainda dei um tiro na cabeça de um peixe e apareceu lá um reguilote de uma povoação vizinha que arranjava um frango se lhe desse dez pesos nunca mais vi nem frango nem patacão.Isto aconteceu no dia 7 de Maio de 68 e julgo que foi uma praxe que me fizeram.

Manuel Carvalho