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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22151: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte I: Tallinn, Estónia (2012)


Foto nº 1 > Estónia >Tallinn > Centro histórico: praça Raekoj, do séc. XI.



Foto nº 2 > Estónia > Tallinn > Centro histórico


Foto nº 3 > Estónia > Tallinn > Centro histórico >  A igreja de Oliveste


1. Mensagem de António Graca de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: escritor e docente universitário, epecialista em língua, literatura e história da China; natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); viajante compulsivo com duas voltas em mundo, em cruzeiros, é casado com a médica chinesa Hai Yuan, natural de Xangai, e tem dois filhos dessa união, João e Pedro; membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem 270 referências no blogue]

Data - terça, 27/04, 20:02
Assunto - Publicação de minitextos



Meu caro Luís

Talvez já tenhas visto no meu Facebook uns textozinhos que recentemente tenho publicado sobre lugares do mundo que tenho visitado, ao longo de cinco décadas de viagens pelo mundo. Acho que têm alguma originalidade e qualidade literária.

O que te tenho a propôr é publicar alguns deles no blogue. Acho que encaixam. Seguem dois, um sobre Tallinn, na Letónia, de 2012, e outro sobre Buenos Aires, de 2020, ainda inédito.

Procuro que as fotos sejam sempre minhas (na Argentina, por exemplo), mas às vezes tenho de recorrer à Net.
Espero que não haja problemas, com a publicação de algumas dessas fotos no blogue.

Diz-me qualquer coisa.

Abraço e saúde, estamos na força da vida, não pode haver achaque que nos faça recuar. António


2. Resposta do editor Luís Graça, na volta do correio:

Obrigado, António, nada como um ombro amigo!... Dá-me uma sugestão para um título, chamativo, da tua nova série...Temos a série "Os nossos seres, saberes e lazeres", mas é muito generalista... Se me garantires no mínimo 6 postes, faço uma série com o teu nome, exclusivemente tua, como outras anteriores:

(i) Excertos do Diário de António Graça de Abreu (CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74)

(ii) Viagem de volta ao mundo: em plena pandemia de COVID 19, tentando regressar a casa (Constantino Ferreira & António Graça de Abreu)

(iii) Os nossos seres, saberes e lazeres: excertos do "meu diário secreto, ainda inédito, escrito na China, entre 1977 e 1983" (António Graça de Abreu)

(iv) Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias (António Graça de Abreu)

Depois destes 14 meses de "clausura", sabe bem viajar por esse mundo fora...

Tu tens 270 referências no nosso blogue, não te esqueças que és "senador" da Tabanca Grande, entraste em 2007 (*)

Quando quiseres (e eu tiver tempo livre...) , envio-te a lista dos 270 postes em que vem a referência "António Graça de Abreu"...

Espero ficar com mais tempo para o blogue, depois de acabar, na quinta feira, as minhas 28 sessões de radioterapia externa à próstata (carcinoma da próstata de grau 3, numa escala de gravidade de 1 a 5, com um bom prognóstico)... Mas até ao fim de semana publico o teu primeiro poste: uma cidade por poste, gosto dos teus "olhares"... Temos uma série "Memória dos lugares" , mas tem sido dedicada sobretudo à Guiné...

Um abraço fraterno, Luís

3. Resposta do António Graça de Abreu, com data de 28 do corrente:

Obrigado, Luís, pela tua disponibilidade em publicar estes pequenos retratos das minhas muitas andanças pelo mundo, depois da Guiné. Tenho muitos para enviar.

Podes-lhe chamar, "Depois da Guiné, no Espelho do Mundo." [Sugestão do editor: Depois de Canchungo,  Mansoa e Cufar, 1972/74".. Evita-se assim, repetir o topónimo "Guiné" no título do poste]

Forte abraço, António.

4. Série "Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo > Parte I: Tallinn, Estónia (2012)

Não chego nas barcas vikings de outrora, nem nos veleiros vetustos dos mercadores das ligas hanseáticas, navegando por mares a norte, por enseadas e reentrâncias bálticas. Venho a direito, desde Estocolmo, por águas plácidas, levemente azuis. 

O meu pequeno navio entretém-se lançando a âncora quase no centro de Tallinn, no âmago da cidade histórica. Temos as muralhas, tudo circundando, as torres da Pátria, das Freiras, da Donzela ou dos Monges. Um jogo de peças quase perfeitas, encaixando umas nas outras, no pleno vazio do tempo.

Atravesso a praça Raekoj, do século XI [Foto nº 1[, chego à igreja de Oliveste, uma torre com 159 metros de altura, tão alta, tão alta que, há quinhentos anos atrás, era a mais elevada construção levantada da terra pela mão dos homens. [Foto nº 3].

Os russos, ocupantes, partiram, há três ou quatro décadas e hoje, ninguém os quer recordar. Levaram com eles o comunismo, princípios e práticas que, tal como o nazismo, acabaram por ser proibidos neste pequeno país.

Livre, abanco ao acaso num tasco letão, num recanto do centro do burgo, entre turistas de passagem e jovens bonitos borboleteando por esta Europa do norte.

Trazem-me uma cerveja de mel para açucarar a tarde. Doce Tallinn. [Foto nº 2]

[Texto e fotos do António Graça de Abreu, enviados em 27/4/2021]

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Nota do editor: