Em 1973, a partir de agosto o dispositivo dos fuzileiros no CTIG era o seguinte: DFE 1, Ganturé | DFE 21, Cacheu, no rio Cacheu | DFE 12, Cafine, rio Cumbijã |DFE 4, Chugué, rio Geba/r moio Corubal | DFE 22, Cacine, rio Cacine.
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27474: A Nossa Marinha (5): Os últimos marinheiros do Império
Em 1973, a partir de agosto o dispositivo dos fuzileiros no CTIG era o seguinte: DFE 1, Ganturé | DFE 21, Cacheu, no rio Cacheu | DFE 12, Cafine, rio Cumbijã |DFE 4, Chugué, rio Geba/r moio Corubal | DFE 22, Cacine, rio Cacine.
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27466: A Nossa Marinha (4): Reserva Naval : uma elite ? Era, pelo menos, mais apelativa para os jovens com formação universitária, de classe média e média-alta, do que o Exército e a Força Aérea e por ela passaram alguns dos melhores quadros da nossa geração
Escola Naval > O curso de Marinha que frequentou o 16º CFORN, no verão de 1970. O curso teve início em 22 de janeiro e concluiu-se em 19 de setembro de 1970, com a promoção dos 63 cadetes que o haviam frequentado: 35 da classe de Marinha (55,6%); e 25 da classe de Fuzileiros (39,7%); 1 da classe de Engenheiros Construtores Navais mais 2 da clssse de Farmacêuticos Navais (0,7%).
Além de um exemplar de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1974", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992), o Manuel Lema Santos (1942-2025) também nos ofereceu um exemplar do "Anuário da Reserva Naval: 1976-1992", da sua autoria (Lisboa, AORN, 2011, 113 pp).
"Au voil d'oiseau", e folheando o "anuário da Reserva Naval: 1958-1974", reconheço nomes de figuras públicas (e entre eles vários académicos) como:
- Alexandre Vaz Pinto (3º CEORN, 1960);
- o médico e psicólogo Orlindo Gouveia Pereira (foi professor na Escola Naval, na área da psicossociologia / gestão do comportamento organizacional, juntamente o cmdt Correia Jesuino), António José Avelãs Nunes, José Manuel Merêa Pizarro Beleza ( todos do 6º CEORN, 1963);
- Artur Santos Silva, Ernâni Lopes, Rui Machete (todos do 7º CEORN, 1964);
- Alípio Dias, António Soares Pinto Barbosa, Manuel Soares Pinto Barbosa, Vitor Constâncio (todos do 9º CFORN, 1966);
- Adelino Amaro da Costa e Diogo Freitas do Amaral (ambos do 11º CFORN, 1967)(cofunmdadores do CDS);
- Ricardo Salgado e Manuel Valentim Franco Alexandre (ambos do 15º CFORN, 1969);
- António Bagão Félix (17º CFORN, 1970);
- Marinus Pires de Lima (18º CFORN, 1971) (um dos pioneiros da sociologia do trabalho, professor no ISCTE, no meu tempo);
- António Henriques Rodrigues Maximiano (20º CFORN, 1972) (futuro magistrado);
- Luís Salgado Matos (22º CFORN, 1973);
- Luís Valadares Tavares e José António Sarsfield Cabral (24º CFORN, 1974)...
Fonte: "O Anuário da Reserva Naval, 1958-1974".
Mas estamos a falar de um pequena amostra do Portugal de então, que tinha menos de 9 milhões de habitantes...
De qualquer modo, em 25 cursos de formação de oficiais da Reserva Naval (CFORN), de 1958 a 1974, a Marinha irá beneficiar do concurso de 1712 oficiais, dos quais cerca de um milhar (segundo o.nosso saudoso Manuel Lema Santos) terá sido mobilizado para a guerra do ultramar / guerra colonial / guerra de África (cerca de 58%).
Para reforçar os seus quadros, a Marinha utilizou a Reserva Naval (RN), um corpo composto por jovens licenciados ou estudantes universitários, geralmente provenientes da classe média e média-alta urbana.
O estatuto de "elite" da RN resultará de uma combinação de fatores relacionados com o seu processo de recrutamento, o perfil exigido e o contexto social e educacional de Portugal na época da guerra colonial (1961/74).
Recorde-se alguns números sobre a população que frequentava a universidade / ensino superior nestes últimos 75 anos:
- em 1950, o acesso ao ensino superior era muito limitado, apenas cerca de 16 mil (!) alunos frequentavam a universidade;
- nos anos 70 (especialmente por volta de 1974, após as transformações políticas e sociais em Portugal), esse número aumentou para cerca de 56/57 mil;
- por volta de 1978 havia já algo em torno de 80/82 mil estudantes de ensino superior;
- hoje, o número de inscritos no ensino superior é quase 30 vezes superior ao de 1950: perto de 446 mil estudantes.
(ii) Recrutamento baseado em habilitações académicas
A principal razão para o seu caráter de elite residia no facto do acesso ser altamente seletivo e condicionado pela formação universitária:
- critério de preferência: a legislação da época (vd. Portaria nº 18710, de 4 de setembro de 1961) estabelecia que uma das condições de preferência para servir na Reserva Naval (através dos CEORN . Cursos Especiais de Oficiais da Reserva Naval, mais tarde CFORN - Cursos de Formação de Oficiais da Reserva Naval) era possuir as "melhores habilitações escolares";
destino de universitários: a Marinha precisava de quadros especializados (engenheiros, economistas, advogados, construtores navais, gestores, médicos, fuzileros, oficiais de marinha, etc.) e recrutava a sua reserva de oficiais quase exclusivamente entre os diplomados ou estudantes das principais universidades e escolas superiores do país, com destaque para as faculdades de ciências, faculdade de engenharia, Instituto Superior Técnico, faculdades de medicina, escolas de farmácia, ISEF, faculdade de economia, faculdades de direito... (Decreto-lei nº 41399, 26 de novembro de 1957).
voluntários e oferecidos: os voluntários (os que se apresentavam por iniciativa própria) tinham preferência; este grupo era composto, em grande parte, por universitários que procuravam uma modalidade de serviço militar que utilizasse a sua formação, e que, em alguns casos, era vista como uma alternativa mais "qualificada" ou mais apelativa em comparação com o serviço no Exército.
A diferença entre "voluntários" e "oferecidos" (sic) para efeitos de acesso à RN da Marinha de Guerra Portuguesa, no contexto da guerra colonial (em vigor, por exemplo, na Portaria n.º 18710 de 1961), residia na forma como se apresentavam para o serviço militar na RN.
Essencialmente, ambos eram considerados condições de preferência para o ingresso, em comparação com os indivíduos que eram simplesmente chamados, mas a distinção era a seguinte:
- voluntários: eram os cidadãos que se apresentavam espontaneamente para a prestação do serviço militar na RN sem terem sido previamente chamados; o ato era totalmente por iniciativa própria;
- oferecidos: eram os indivíduos que, embora talvez ainda não tivessem sido chamados ou tivessem outras obrigações, ofereciam-se para o serviço na Reserva Naval, em vez de cumprirem o serviço militar obrigatório noutro ramo ou modalidade.
O termo pode ser interpretado como uma manifestação de desejo de servir na Marinha em particular, após terem sido incluídos no sorteio ou no processo de recrutamento, ou de terem sido destacados de outro ramo das Forças Armadas para a RN.
Ser "voluntário ou oferecido" era a primeira condição de preferência para servir na RN, demonstrando um grau de iniciativa superior ao do contingente geral.
Outras condições de preferência incluíam possuir conhecimentos náuticos (como carta de patrão de costa ou alto mar) e melhores habilitações escolares.
Em suma, ambos os termos ("voluntários" ou "oferecidos") indicavam uma predisposição e proatividade para servir na RN, o que lhes dava preferência no acesso aos CEORN / CFORN.
(iii) o Contexto sociopolítico da época
No Portugal do Estado Novo, nas décadas de 1960 e 1970, o acesso ao ensino universitário era ainda bastante restrito:
privilégio social: a frequência universitária era, por si só, um forte indicador de pertença a classes sociais mais abastadas ou com maior capital cultural (classes média,. média-alta e alta):
"viveiro" de líderes: O grupo de jovens que frequentava as universidades de prestígio (como o Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras - ISCEF, que formou muitos economistas e futuros banqueiros; ou o IST - Instituto Superior Técnico) era, inevitavelmente, o grupo que viria a ocupar os mais altos cargos na economia, na política e na academia: ao recrutar este universo, a RN tornou-se um ponto de passagem obrigatório para a futura classe dirigente do país.
A RN não era uma elite no sentido de ser uma força especial de combate (esse papel era desempenhado pelos Fuzileiros Especiais, por exemplo), mas sim uma elite social, cultural, intelectual e profissional.
Os oficiais da RN eram jovens com elevada formação civil que cumpriam o seu serviço militar, muitas vezes em funções administrativas, logísticas, técnicas ou de comando a bordo de navios, utilizando os seus conhecimentos académicos.
O facto de alguns deles terem alcançado notoriedade pública pode ser visto como uma consequência direta de terem pertencido a esse grupo social e educacional altamente privilegiado e selecionado.
A opção pela RN surgia por vários motivos:
- em navios (fragatas, navios hidrográficos, navios de transporte, LFG, LDG);
- em bases costeiras ou fluviais mais organizadas e seguras;
- com melhor capacidade de evacuação, apoio médico, alimentação, lazer, etc.
A figura do “oficial da Marinha”, impecável na sua "farda do botão de âncora", tinha, tradicionalmente, maior prestígio social do que o oficial do exército; a instituição mantinha uma cultura mais elitizada e tecnocrática, preservando modelos de carreira próximos dos padrões europeus.
A tropa terrestre enfrentava nos TO ultramarinos:
- condições de campanha mais precárias,
- maior exposição ao combate,
- baixas mais elevadas sobretudo em operações do mato, ataques e flagelações aos aquartelamentos e destacamentos, minas e armadilhas, emboscadas,
- instalações precárias, insalubres e inseguras,
- isolamento,
- dificuldades de abastecimento, etc..
Comparativamente, a Força Aérea também oferecia boas condições, mas dispunha de bem menos vagas e exigia aptidões muito específicas.
(v) Composição social e formação
Entre 1958 e 1974, os 25 cursos da Reserva Naval formaram 1712 oficiais, dos quais cerca de mil foram mobilizados. O seu número de candidatos foi sempre crescendo a apartir do 9º CFORN (1965), atingindo o valor mais expressivo no final da guerra.
- universitários de direito, economia, engenharia, educação física, farmácia, medicina;
- jovens de famílias ligadas ao funcionalismo qualificado, indústria, banca e profissões liberais, etc.. (famílias que, além do poder económico, tinham também um importante capital de relações sociais);
- futuros quadros políticos e económicos do Portugal democrático (como Artur Santos Silva, Freitas do Amaral, Vitor Constâncio, Rui Machete, Ernâni Lopes, Bagão Félix,, etc.).
A Marinha proporcionava-lhes uma formação disciplinada, tecnicamente exigente e socialmente valorizada, além de viagens (20 dias, a viagem de instrução).
(vi) Funções operacionais da Marinha e da Reserva Naval
Os oficiais da Reserva Naval desempenhavam funções em:
- navios de patrulha e escolta: controlo das costas africanas; inspeção de embarcações; transporte de tropas e abastecimentos.
- unidades de fuzileiros;
- hidrografia e vigilância fluvial: em Angola e Moçambique, a Marinha operava nas zonas ribeirinhas e lacustres, essenciais para garantir mobilidade estratégica; na Guiné, circulava sobretudo nos rios e braços de mar;
- administração e logística: atividades menos expostas ao combate direto, mas fundamentais para o esforço de guerra.
- Marinha: tradicionalmente mais prestigiante, com cultura mais próxima das marinhas europeias (a Royal Navy, por exemplo);
- Exército: mais massificado, com maior presença de mobilizados (contingente geral e milicianos) e menor distinção social;
- Força Aérea: tecnocrática e profissionalizada, mas com menor dimensão e capacidade de absorver quadros da Reserva; mas incluia os batalhões de caçadores paraquedistas;
b) Condições de vida e de trabalho
- Marinha: melhores quartéis/destacamentos/bases, alimentação, condições sanitárias e descanso (a bordo, de navios);
- Exército: operações prolongadas no mato, maior desgaste físico e psicológico;piores instalações no mato (em geral);
- Força Aérea: boas bases, mas frequentemente o pessoal era colocada em zonas de risco mais elevado.
- Exército: a esmagadora maioria das baixas portuguesas (mas também era o grosso dos efetivos militares: 6,7 vezes mais do que a FA (em 1973); 29,2 vezes mais do que a Marina (em 1973);
- Marinha: reduzidas (maior risco para fuzileiros e guarnições das lanchas de desembarque; operações mais controladas e com evacuação mais rápida;
- Força Aérea: baixas sobretudo entre os pilotos e mecânicos, e os paquedistas.
A Reserva Naval (RN) era mais apelativa. E, de facto, funcionou como uma alternativa preferencial para jovens qualificados, de formação universitária, oferecendo:
- melhor estatuto social,
- melhores condições de vida e trabalho,
- talvez menor risco operacional (à parte os fuzileiros e as guarnições das LGF e LDG, nas LDM e LDP não havia oficiais)
- e formação de qualidade, tecnicamente exigente.
Isto explica porque muitos futuros líderes políticos, académicos e económicos passaram por esta via durante o conflito. Parte deles não terão sido sequer mobilizados para o ultramar.
- em primeiro lugar, o estatuto social associado ao oficial da Marinha (uma instituição que preservava uma cultura mais tecnocrática, estruturada e prestigiada);
- em segundo lugar, as condições de vida, apoio logístico e organização interna eram, em regra, mais favoráveis do que as enfrentadas pelas tropas terrestres; a bordo, havia melhores condições sanitárias, maior acesso a cuidados médicos, melhor alimentação e períodos mais regulares de descanso e oportunidades de aventura, "escape" e lazer;
- finalmente, a Marinha, embora exposta a perigos significativos, sobretudo em operações fluviais e costeiras bem como no corpo de fuzileiros, terá registado proporcionalmente um número de baixas muito inferior ao do Exército.
As funções desempenhadas pelos oficiais da RN eram variadas: desde o serviço em navios de patrulha e transporte, à fiscalização costeira, hidrografia, vigilância fluvial, logística e apoio administrativo. Outros integraram também unidades de fuzileiros, assumindo papéis de combate direto. No conjunto, tratava-se de um corpo técnico e operacional que contribuiu de forma essencial para manter a presença portuguesa nos territórios ultramarinos, e que prestigiou as nossas Forças Armadas.
Hoje, ao olhar para a história da Reserva Naval, percebemos que ela reflecte não apenas a estratégia militar portuguesa, mas também a realidade social do país nessa época: as oportunidades desiguais, o valor atribuído à formação académica, e as diferentes formas de viver (e sobreviver) numa guerra que marcou profundamente toda uma geração (a nossa, nascida entre finais de 1930 e princípios de 1950).
(Condensação, revisão / fixação de texto: LG)
Nota do editor LG:
Último poste da série > 14 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21901: A Nossa Marinha (3): a LFG Orion, "o melhor restaurante de Bissau", às quintas-feiras, em 1969/71, sem esquecer a tertúlia que, depois do jantar, se reunia na casa do célebre metereologista Anthímio de Azevedo [José Pardete Ferreira (1940-2021), autor de "O Paparratos"
segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27461 A nossa guerra em números (46): de 1958 a 1974, em 25 cursos (CEORN / CFORN), foram incorporados 1712 cadetes da Reserva Naval, 3/4 dos quais entre 1967 e 1974; cerca de mil oficiais RN foram mobilizados para o ultramar - Parte III
Almada > Perímetro Militar do Alfeite > Escola Naval > 21º CFORN (1972) > Juramento de bandeira dos 93 cadetes incorporados. Foto do blogue Reserva Naval,do Manuel Lema Santos (com a devida vénia...)
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Manuel Lema Santos (1942-2025). Foto: Manuel Resende |
1. Não conheço melhor elogio da Reserva Naval do que o que foi feito pelo nosso amigo e camaraada Manuel Lema Santos (1942-2025), 1º ten RN (1965-72), e que serviu na Guiné como imediato da LFG Orion (1966-68), com o posto de 2º ten RN.(*)
1.1. Eis, entretanto, alguns números coligidos por ele com referência à Reserva Naval:
- dos 1712 oficiais RN formados em 25 cursos (1958-1974), 71 ingressaram no QP dos Oficiais da Armada (4,1%);
- desses 71, 56 ingressaram na classe de Fuzileiros (78.9%);
- tomando como referência os 16º e 17º CFORN, de 1970, frequentado por 166 cadetes, 57% foi mobilizado para o ultramar;
- em 63 Destacamentos de Fuzileiros Especiais (DFE) distribuídos pelos TO de Angola, Guiné e Moçambique, da totalidade de 139 oficiais neles integrados, 82 eram Oficiais RN (56%);
- e, mesmo dos 57 dos Quadros Permanentes que comandaram os DFE, mais de uma dezena tinham desempenhado missões anteriores como oficiais da Reserva Naval e vieram a optar pelo ingresso no QP;
- com referência só às Companhias de Fuzileiros: das 45 Unidades que nos mesmos teatros operacionais estacionaram, considerando incluídos os Pelotões Independentes e de Reforço (também em Cabo Verde), 217 dos 328 Oficiais (66%) que integraram o Comando das Companhias pertenciam à Reserva Naval;
- e entre estes últimos, 11 pertenciam à Classe de Médicos Navais e alguns Comandantes daquelas unidades eram igualmente oriundos da Reserva Naval;
- ainda numa outra perspectiva, em finais daquele ano de 1974, do total de Oficiais que prestavam serviço na Armada, 24% pertenciam à Reserva Naval e, considerando apenas os Oficiais subalternos, essa percentagem aumentava para 40%;
- morreram 6 oficiais RN durante a sua prestação de serviço, dos quais 4 fuzileiros; 3 por doença, 2 por acidente de viação e 1 em combate (em Angola, em 2 de junho de 1973; subtenente FZ RN António Bernardino Apolónio Piteira , do 18º CFORN, 1971);
- 6 outros oficias RN (dos quais 5 fuzileiros) foran licenciados por invalidesz, resultante de ações em campanha: 1 em Angola e 5 na Guiné.
(...) A Reserva Naval da Marinha de Guerra Portuguesa encarnou, para todos os Oficiais que por lá desfilaram, muito mais do que uma forma, dita civilizada, de cumprimento do serviço militar obrigatório.
A evasão temporária ao amplexo paternalista, algum inconformismo e a necessidade inadiável de transpor aquela linha no horizonte terão sido algumas das motivações. Outras tantas, eventualmente condicionadas por aspectos pessoais, profissionais, familiares e também económicos.
Se para muitos configurou uma escolha alternativa enquanto no desempenho de um dever cívico, para outros terá representado uma ponte provisória para a vida profissional. Ainda para alguns, em menor número, mas mais tarde a própria carreira profissional.
Escola Naval, viagem de instrução e juramento de bandeira marcaram, em sucessão, formação académica e humana, camaradagem e também crescimento.
Em cenários de guerra como Moçambique, Angola e Guiné, mas igualmente em S. Tomé, Cabo Verde e no Continente, quase quatro mil Oficiais da Reserva Naval desempenharam funções ao serviço da Marinha de Guerra Portuguesa:
- a navegar ou em terra, como oficiais de guarnição ou nos fuzileiros, todos fazendo parte do transbordante testemunho de solidariedade, generosidade e convívio partilhado com as Unidades e Serviços onde permaneceram;
- ombreando com militares e camaradas de outros ramos das Forças Armadas;
- ganhando acrescido sentido de responsabilidade e maturidade;;
- grangeando pelo cumprimento, pelo exemplo e pela dedicação, a amizade, admiração, respeito e camaradagem de superiores, subordinados e também das populações com que contactaram.
Na memória que o tempo não apaga, esfumam-se relatos, acontecimentos, documentos, registos, afinal História.
Uma palavra para todos aqueles que nos deixaram prematuramente, chamados para a última viagem. Estarão sempre connosco! (...)
2. Outro grande elogio da Reserva Naval é feitos pelos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado, autores do "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975" (edição de autor, Lisboa, 1992, 143 pp.).
Aqui vão excertos de 2 páginas (com a devia vénia):
Breve análise dos CFORN
- pág. 26 -
- pág 27 -
Fonte: excertos de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992, pp. 26 e 27). Sublinhados nossos.
(Seleção, revisão / fixação de texto: LG)
___________________
Nota do editor LG:
19 de novembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27445: A nossa guerra em números (45): de 1958 a 1974, em 25 cursos (CEORN / CFORN), foram incorporados 1712 cadetes da Reserva Naval, 3/4 dos quais entre 1967 e 1974; cerca de mil oficiais RN foram mobilizados para o ultramar - Parte II
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27445: A nossa guerra em números (45): de 1958 a 1974, em 25 cursos (CEORN / CFORN), foram incorporados 1712 cadetes da Reserva Naval, 3/4 dos quais entre 1967 e 1974; cerca de mil oficiais RN foram mobilizados para o ultramar - Parte II
Capa do livro de Manuel Lema Santos, "Anuário da Resreva Naval: 1976-1992" (LIsboa, AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval, 2011, 116 pp.) (Depósito Legal: 323356/11, ISBN 978-989-20-2321-2).
Em 25 de Julho de 2005, com a presença do Chefe do Estado-Maior da Armada, o Presidente da Assembleia Geral da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval e várias outras individualidades, foi descerrada na Casa da Balança - Instalações Centrais de Marinha (ICM), junto da "Doca da Caldeira", em Lisboa, uma placa evocativa do cinquentenário da criação da Reserva Naval. Fonte: Blogue "Reserva Naval" (com a devida vénia...)
Foto (e legenda): © Manuel Lema Santos (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
- "foram 1.712 admitidos pela Briosa entre 1958 e 1975;
- a que se adicionaram mais 1.886 entre 1976 e 1992".
- Fernando Tabanez Ribeiro (n. 1946) (18º CFORN, 1971)(**)
- João [Frederico de Saldanha de ] Carvalho [e ] Meneses (1948-2020) (19º CFORN, 1971; classe Fuzileiros, 2º ten fuz, RN, 21º DEF, ) (***)
- José [ Joaquim Caldeira Marques Monteiro de ] Macedo (n. 1950) (21º CFORN, 1972; classe Fuzieiros (****)
- Manuel Lema [Pires dos ] Santos (1942 - 2025) (8º CEORN, 1965; classe Marinha) (*****)
- 666 se destinaram à classe de Fuzileiros (35,3%);
- 484 à classe da Especialistas (25,7%);
- 414 à classe de Marinha (22,0%);
- 249 à classe de Médicos Navais (13,2%):
- 50 à classe de Técnicos (2,6,%)
- 11 à classe de Engenheiros Construtores Navais (0,6%)
- e 11 à classe de Farmacêuticos Navais (0,6%)
(*) Vd, poste de 11 de fevereiro de 2021 > Guiné 6/74 - P21885: A Nossa Marinha (2): Em louvor dos bravos da Reserva Naval (1961/74) (Luís Graça / Manuel Lema Santos)
Guiné 61/74 - P27443: A nossa guerra em números (44): de 1958 a 1974, em 25 cursos (CEORN / CFORN), foram incorporados 1712 cadetes da Reserva Naval, 3/4 dos quais entre 1967 e 1974; cerca de mil oficiais RN foram mobilizados para o ultramar - Parte I
- RA - Reserva da Armada,
- RN - Reserva Naval,
- RM - Reserva Marítima; e
- RL - Reserva Legionária.)
No que respeita à RN, era estabelecido que os indivíduos a ela destinados seriam alistados provisoriamente, na idade militar, em contingentes a solicitar ao Ministério do Exército e fixados anualmente pelo Ministério da Marinha para as diferentes especialidades.
Esses contingentes eram constituídos por indivíduos que frequentassem ou tivessem frequentado as seguintes escolas (ou cursos):
- Faculdade de Ciências;
- Faculdade de Engenharia e Instituto Superior Técnico /cursos de Engenharia Civil, Mecânica, Eletrónica, Química Industrial e Máquinas);
- Faculdades de Medicina;
- Escolas de Farmácia;
- Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (cursos de Ciências Económicas e Financeiras, Economia e Finanças);
- Faculdade de Economia;
- Instituto Superior de Agronomia.
Era dada preferência aos "voluntários e oferecidos" (sic) e aos que possuíssem conhecimentos náuticos (titulares de carta de Patrão de Costa ou de Patrão de Alto Mar),
Finalmente, o referido Decreto-Lei remetia para o Ministro da Marinha a responsabilidade pela expedição das instruções necessárias à sua execução. Era então ministro da Marinha (havia um ministério da Marinha em 1957! ) o futuro presidente da República (e último do Estado Novo), o vice-almirante Américo Tomás (1894-1987).
Em 27 de Maio de 1958, através da Portaria no. 16.714 foram estabelecidas as condições de recrutamento e de prestação de serviço dos reservistas da Reserva Naval.
Esta Portaria, sucessivamente adaptada às realidades e necessidades da Marinha, constitui o instrumento regulador mais relevante da atividade da Reserva Naval.
- a classe de Marinha (M) (n=612) (35,7%),
- seguida da classe Fuzileiro (FZ) (n=465) (27,2%),
- Técnicos Especiais (TE) (n=246) (14,4%)
- e Administração Naval (AN) (n=243) (14,2%);
- estas quatro classes representavam mais de 90 % do total (Quadro nº 1).
Quadro nº 1 - CEORN / CFORN, data de alistamento, total de cadetes. e quantitativos por classes, de 1958 a 1974
Legenda: M=Marinha; MN = Médicos Navais; EMQ = Engenheiros Maquinistas Navais; AN= Administração Naval; FZ = Fuzileiros; ECN = Engenheiros Construtores Navais; TE = Técnicos Especialistas; FN = Farmacêuticos Navais.
Fonte: Adapt de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992), pág.25.
Notas do editor LG:
Guiné 61/74 - P27442: Fotos à procura de...uma legenda (196): Homenagem aos nossos camaradas da "Reserva Naval", em geral, e ao Manuel Lema Santos (Barrancos, 1942- Cascais, 2025), em particular
Guiné > Região do Cacheu > Rio Cacheu > Mensagem de Natal da LFG «Sagitário» P 1131 > "NRP Sagitário. 20-12-71. Feliz Natal"
09 dezembro 2023
Fonte: Blogue Reserva Naval > 9 de ezembro de 2023 > Guiné, 1971 - Mensagem de Natal da LFG «Sagitário» (I)
(...) Mesmo na Guiné e também no rio Cacheu onde, a guarnição da LFG «Sagitário», em 1971, em missão de patrulha e fiscalização na zona de Ganturé-Bigene, numa expressão primorosa de esperança, boa disposição e humor, encontrou numa pernada de tarrafo, reverencialmente inclinada para o efeito, a melhor estação dos CTT para afixar a universal mensagem.
Para que muitos iutros pudessem ter Natal!" (...)
Fontes:
Texto do autor do blogue, Manuel Lema Santos, com imagem de arquivo gentilmente cedida pelo então comandante da LFG «Sagitário», 1º ten Adelino Rodrigues da Costa, Foto reeditada por LG (2025) (*)
1. Caros leitores, amigos e camaradas: podem deixar aqui uma nota de apreço, homenagem e camaradagem aos antigos combatentes da "Res4reva Naval", em em geral, e ao nosso Manuel Lema Santos (Barrancos, 1954 - Cascais, 2025), em particular... (**)
Sobre o nosso próprio blogue nunca é demais lembrar que já é uma peça de museu da Net, uma velharia: já tem mais de 20 anos e não pode ter a veleidade de cumprir outros tantos 20 anos...
(***) Último poste da série > 12 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26679: Fotos à procura de...uma legenda (195): Bissau "by air"... Alguns pontos de referência (Armando Oliveira, ex-1º cabo at inf, 3ª C/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74)
domingo, 16 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27429: Os 50 anos da independência de Cabo Verde (14): a dupla "sodade", de Manuel Lema Santos (1942-2025) e de Cesária Évora, "Cize (1941-2011)
Foto nº 3 >Cabo Verde > Sáo Vicente > Mindelo> c. 16/17/18 de Março de 1968 > A "Cize" com os seus músicos.

Foto nº 4 >Cabo Verde > São Vicente > Mindelo> c. 16/17/18 de Março de 1968 > Com Cesária Évora, então com 26 anos. Da esquerda para a direita, Henrique Oliveira Pires, António Campos Teixeira, José Manuel Vieira de Sá e José António Trindade Leitão, todos do 11.º CFORN (Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval)
Fotos (e legendas): ©. Manuel Lema Santos (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Era tradicional organizarem-se festas, convívios ou recepções por ocasião da visita de navios da Marinha Portuguesa a Cabo Verde. Recordo esses momentos quer na ilha de S.Vicente, no Grémio do Mindelo, quer na ilha de Santiago, na cidade da Praia, com visitas guiadas às ilhas a que não faltou uma passagem pelo Tarrafal.
Quando ali aportavam mantinham-se ali estacionadas cerca de um mês em cada uma das vezes que o faziam. Então, já casado e com família próxima ali estabelecida, sempre fui naquelas casas recebido e tratado com carinho e atenção especiais que aqui gratamente recordo e, entre guarnição e familiares ou amigos, nunca me senti acossado por qualquer sentimento de solidão ou insularidade.
Tudo fez parte de uma etapa da minha vida de que recordo, entre muitas outras pessoas, um tio da mãe das minhas filhas, o poeta Jorge Barbosa cujo nome mais tarde foi atribuído à Escola Secundária do Mindelo, e um sem número de familiares e amigos que partilharam comigo mesa e convívio.
Na nostalgia de quem lembra de forma gratificante estas memórias, ficaram na “sodade di nha tempo ido” as sempre eternas mornas e coladeras que Cesária Évora tão bem interpretou e legou como herança cultural de um Povo. Algumas gravações, sempre escassas, guardo-as há muito comigo.
Como outros cursos, também o 11.º CFORN – Curso de Formação de Oficiais da Reserva Naval, em 1968, ali rumou na viagem de instrução de final de curso, nas mesmas Fragatas «Diogo Cão» e «Corte Real», desta vez comandadas respectivamente pelos CFR Eurico Serradas Duarte e CFR Mário Dias Martins.
Tendo Cesária Évora nascido em 1941, no mês de Agosto, em Março de 1968 contava ainda 26 anos. A partir da chegada a Lisboa no dia 29 daquele mês, vamos ter em conta que no regresso da viagem de instrução as fragatas não foram a Porto Santo. Rumaram directamente para Lisboa, dois dias de viagem, com saída do Funchal num final de tarde.
Sem a pretensão de total rigor, quer na data quer na informação, nos dois ou três dias anteriores, terá decorrido uma festa-convívio que incluiu a actuação de Cesária Évora e de alguns elementos que, com "Cize", formavam o conjunto musical que a acompanhava.
Ainda que com meios empíricos, improvisados na hora, a sessão foi gravada, como é visível numa das fotos (a nº 1), mas da sua guarda e eventual conservação no tempo nada se sabe de concreto. Muito provavelmente, perdurará ainda esquecida num baú de recordações pertencente a algum dos muitos participantes na viagem.
Depois da chegada a Lisboa, do Juramento de Bandeira daquele 11.º CFORN e já como oficiais da Reserva Naval:
- Henrique Oliveira Pires foi destacado para a Guiné como comandante da LFP «Canopus»;
- António Campos Teixeira, para o Grupo n.º 1 de Escolas da Armada:
- José Manuel Vieira de Sá, para Angola como comandante da LFP «Fomalhaut»;
- e José António da Trindade Leitão, para o Grupo n.º 2 de Escolas da Armada.
Como curiosidade adicional, foi o último ano em que aquelas duas unidades navais efectuaram viagens de instrução a Cabo Verde. A Fragata «Diogo Cão» foi abatida ao efectivo dos navios da Armada em 21Out68 e Fragata «Corte Real» em 19Nov68.
Fontes:
Texto, fotos de arquivo, edição e arranjo de imagem do autor do blogue com fotos cedidas por elementos do 11.º CFORN

1º Ten RN, 8.º CEORN, 1965/1972
1966/1968 - LFG "Orion" Guiné, Oficial Imediato
1968/1970 - CNC/BNL, Ajudante de Ordens do Comandante Naval
1970/1972 - Estado-Maior da Armada, Oficial Adjunto
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Cesária Évora (1941-2011) |
(...)
A afinidade com o Mar, o Mindelo na ilha de S.Vicente e as inúmeras arribadas de navios àquele porto transformaram muitos marinheiros em testemunhos desse talento mais que cinquentenário, sempre manifestado de forma singela, popular e simpática, mas arrebatadoramente livre numa expressão melancólica e magoada.
Mindelo, as noites de fresca aragem marítima, os banhos madrugada dentro na Baía das Gatas, as idas com os mergulhadores apanhar lagostas, o convívio com um povo culto, são e alegre, as manhãs na praia da Matiota e tantas vivências mais, foram retemperadoras para muitos "marujos" que, vindos da Guiné, aportavam ao cais de S. Vicente para fabricos, integrados nas guarnições das LFG-Lanchas de Fiscalização Grandes.
Também muitos Oficiais, Sargentos e Praças, quer dos Quadros Permanentes quer da Reserva Naval, que ali prestaram serviço ou em viagem de instrução, em unidades navais ainda cadetes, a quem tantas vezes foi dada a oportunidade de partilha daquele fraterno ambiente de convívio, participam certamente deste sentimento, já que Cesária Évora por diversas vezes actuou de forma quase privada, “a pedido”,
Naquele dia de Dezembro (**) ficaram especialmente tristes todos os que estiveram em Cabo Verde, tenha sido numa fugaz passagem ou em mais prolongadas estadas. Toda a força e vida de Cesária Évora, expressa em anos de embaixadora mundial da morna e diva dos pés descalços de Cabo Verde não foi suficiente para a manter entre nós.
De nada valeu o apoio médico, carinho de familiares, amigos e admiradores. Nascida no Mindelo a 27 de agosto de 1941, deixou o nosso convívio com 70 anos.
Ficou mais pobre Cabo Verde (***), privado de um património histórico cultural e musical de eleição. Mesmo todos os que, como nós, com ela conviveram e tiveram o privilégio de partilhar a sua presença e voz ao vivo, mesmo que só pontualmente, sentiram a perda.
Cize, como era conhecida, ficará para sempre entre nós, recordada nas mornas coadas entre memórias em cálidas noites de Cabo Verde e do Mindelo, do Grémio à Baía da Gatas, num talento reconhecido mundialmente ao mais elevado nível de consagração.
E que saudade... (****)
1º Ten RN, 8.º CEORN, 1965/1972
1966/1968 - LFG "Orion" Guiné, Oficial Imediato
1968/1970 - CNC/BNL, Ajudante de Ordens do Comandante Naval
1970/1972 - Estado-Maior da Armada, Oficial Adjunto
(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos, edição e numeração das imagens: LG. O MLS náo seguia o acordo ortográfico em vigor. Respeitámos a sua vontade.)
___________________
Sodade
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Es kaminhu pa Santumé
(bis)
Sodade, sodade
Sodade des nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade des nha térra Saniklau
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Es kaminhu pa Santumé
(bis)
Sodade, sodade
Sodade des nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade des nha térra Saniklau
Si bo skrevê-m, N ta skrevê-be
Si bo skesê-m, N ta skesê-be ate dia ki bo voltá
Si bo skrevê-m, N ta skrevê-be
Si bo skesê-m, N ta skesê-be ate dia ki bo voltá
Sodade, sodade
Sodade des nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade des nha térra Saniklau
(bis)
Composição: Amândio Cabral / Louis Morais.
Fonte: Com a devida vénia, Letras































