Capa de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992. 143 pp.)
Fonte: Adapt de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992), pág.26
1. Com a morte do Manuel Lema Santos (MLS) (Barrancos, 1942 - Cascais, 2025) (*), fomos redescobrir nas nossas estantes este livro, que ele havia oferecido ao blogue, em 2012, em Monte Real, por ocasião do VII Encontro da Tabanca Grande.
O MLS era do 8º CEORN (Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval) (data de alistamento: 9/10/65). Sendo um "filho da Escola", sempre manifestou um especial carinho pela Reserva Naval e criou inclusivamente um blogue, com esse nome, "Reserva Naval".
Também fez parte, se não erro, dos corpos sociais da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval.
A Reserva Naval foi criada ou reformulada pelo Decreto-Lei nº 41399, de 27 de novembro de 1957. (Neste diploma foram definidos os diferentes quadros das reservas da Marinha, designadamente a RA - Reserva da Armada, a RN - Reserva Naval, a RM - Reserva Marítima e RL - Reserva Legionária.)
No que respeita à RN, era estabelecido que os indivíduos a ela destinados seriam alistados provisoriamente, na idade militar, em contingentes a solicitar ao Ministério do Exército e fixados anualmente pelo Ministério da Marinha para as diferentes especialidades.
Esses contingentes eram constituídos por indivíduos que frequentassem ou tivessem frequentado as seguintes escolas (ou cursos):
- Faculdade de Ciências;
- Faculdade de Engenharia e Instituto Superior Técnico /cursos de Engenharia Civil, Mecànica, Eletrónica, Química Industrial e Máquinas);
- Faculdades de Medicina;
- Escolas de Farmácia;
- Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (cursos de Cièncias Económicas e Financeiras, Econonomia e Finanças);
- Faculdade de Economia;
- Instituro Superior de Agronomia.
Era dada preferência aos "voluntários e oferecidos" (sic) e aos que possuíssem conhecimentos náuticos (titulares de carta de Patrão de Costa ou de Patrão de Alto Mar),
Finalmente, o referido Decreto-Lei remetia para o Ministro da Marinha a responsabilidade pela expedição das instruções necessárias à sua execução. Era então ministro da Marinha (havia um ministério ds Marinha em 1957! ) o futuro presidente da República (e último do Estado Novo), o vice-almirante Américo Tomás (1894-1987).
Em 27 de Maio de 1958, através da Portaria n. 16.714 foram estabelecidas as condições de recrutamento e de prestação de serviço dos reservistas da Reserva Naval.
Esta Portaria, sucessivamente adaptada às realidades e necessidades da Marinha, constitui o instrumento regulador mais relevante da atividade da Reserva Naval.
O livro em apreço faz um breve historial da Reserva Naval e passa em revista os 25 CFORN (Cursos de Especiais, até ao 8º, e depois Cursos de Formação de Oficiais da Reserva Naval, do 9`º ao 25º).
Os CFORN foram interrompidos em 1975 e retomados em 1976.
Neste poste queremos destacar que entre 1958 e 1974 foram realizados 25 CEORN/ CFORN e formaram-se 1712 oficiais RN, com destaque para;
- a classe de Marinha (N) (n=612) (35,7%),
- seguida da classe Fuzileiro Naval (FN) (n=465) (27,2%),
- Técnicos Especiais (TE) (n=246) (14,4%)
- e Administração Naval (AN) (n=243) (14,2%);
- estas quatro classes representavam mais de 90 % do total (Quadro nº 1).
Quadro nº 1 - CEORN / CFORN, data de alistamenmto, total de cadetes. e quantitativos por classes, de 1958 a 1974
Legenda: M=Marinha; MN = Médicos Navais; EMQ = Engenheiros Maquinistas Navais; AN= Administração Naval; FZ = Fuzileiro Naval; ECN = Engenheiros Construtores Navais; TE = Técnico Especialista; FN = Farmacêutico Naval.
Fonte: Adapt de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992), pág.25.
O gráfico acima, nº 1, pode ter vária leituras: até 1966 (9º CFORN) (1966), a incorporação anual de cadetes da RN (n=459) representou apenas 26,3% do total. A partir de 1967 e até 1974 disparou (n=1262( 73,7%)
Houve um aumento da oferta e da procura a partir de 1966) 1966
Fonte: Adapt de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992). pág.25.
(Cintinua)
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Notas do editor LG:
(*) Vd. poste de 15 de novembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27427: In Memoriam (560): Manuel Lema Santos (1942 - 2025), ex-1º tenente da Reserva Naval, 1965-1972; ex-imediato no NRP Orion, Guiné, 1966/68... O velório é amanhã, dia 16, das 10h00 às 17h30, no Centro Funerário de Cascais
(**) Último poste da série : 24 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27347: A nossa guerra em números (43): afinal, a nossa ração diária de vinho era de 0,5 litros... O melhor assistente de IA, em matéria dos nossos comes & bebes, é o nosso vagomestre... Aníbal Silva (ex-fur mil SAM, CCAV 2483 / BCAV 2867, Nova Sintra e Tite, 1969/70)





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