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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26924: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Adenda: Kalú de Nhô Roque e a sua "circunstância"



Capa do livro de Carlos Filipe Gonçalves (que teve a gentileza de nos mandar, a título pessoal, uma cópia em pdf deste seu livro; a edição de 2019 está esgotada).

Ficha técncia:

Título: Bá Da'l na Rádio – Memórias da Rádio Barlavento
Autor: Carlos Filipe Gonçalves
Editora : LPC – Livraria Pedro Cardoso – Bairro da Fazenda, Cidade da Praia, Cabo Verde.
Ano : 2019
Nº páginas : 252
ISBN : 978-989-8894-34-2


Sinopse: o titulo é em crioulo, significa literalmente: Vai dar isso na rádio. Ou seja, vai difundir isso na rádio. Trata-se uma frase jocosa que surgiu depois da invasão / assalto da Rádio Barlavento, na Ilha de S. Vicente, em Dezembro de 1974, em pleno período «revolucionário» após o 25 de Abril. É que o assalto ou «tomada da rádio» foi justificado por uma «soit disant» democratização/pluralismo de acesso, o que na verdade não se verificou porque todos os elementos contrários à «Unidade entre a Guiné e Cabo-Verde» foram presos poucos dias depois...

Teve início então uma avalanche de «comunicados revolucionários» depois das reuniões do comités do PAIGC, que eram enviados à rádio! Surgiu então esta frase jocosa, a criticar esta situação… Começou deste modo o «regime de Partido Único»…

Carlos Filipe Gonçalves, que começou a trabalhar na Rádio Barlavento aos 16 anos, conta as recordações dele, de colegas e amigos que lá trabalharam, descreve o contexto social da época e traça o percurso histórico que culmina no assalto e encerramento daquela rádio e do Grémio Recreativo Mindelo em 1974: um acerto de contas numa luta de classes latente desde inícios do século XX que terminou com a nacionalização dos órgãos de comunicação social e um monopólio/situação dominante do Estado que vigora até ao presente. (*)


I. O Carlos Filipe Gonçalves, nosso antigo camarada na Guiné (foi fur mil amanuense,  CefInt/QG/CTIG, Bissau, 1973/74), é uma figura pública no seu país, Cabo Verde (ver aqui entrada na Wikipedia). 

Fez questão de partilhar connosco, em 9 (+5) postes, as suas recordações desse tempo (**). Por dever e direito de memória, que assiste a qualquer um de nós, antigos combatentes. 

Temos trocado com ele algumas mensagens, e ele tem gentilmente respondido a perguntas nossas ou comentários dos nossos leitores. 

Os excertos que aqui publicámos fazem parte de um livro que ele tem em mãos, mas, para efeitos de publicação no nosso blogue, ele omitiu as notas de rodapé  e outras informações mais detalhadas. Daí fazer sentido publicar uma "adenda" à sua série, "Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74)".


II. Mensagem de Carlos Filipe Gonçalves, com data de 10 de junho último:


Olá caro amigo e camarada:

Antes de mais, desejos de vida e saúde.

Sobre a tua pergunta, o conteúdo dos pontos 1 e 2 é público; são dados conhecidos de biografias dessas pessoas.

O ponto 3 é a minha resposta a alguns comentários que foram feitos, nos meus postes. Logo é público.  

Sobre o teu comentário, em que dizes que passaste a conhecer melhor as minhas origens e ligações - afinal o mundo é pequeno!... Devo chamar a tua atenção, no meu texto já publicado (Despedida e Partida para a Guiné, poste P26819, de 20 de maio de 2025), faço uma referência à minha tia Orlanda Amarílis (1924-2014), que foi se despedir de mim no cais da Alcântara. 

Aliás, durante o tempo que estive em Portugal desde Dezembro de 1971 a Fevereiro de 1972 passava os fins de semana em casa da Orlanda Amarílis e do meu tio Manuel Ferreira, em Linda a Velha.

Outro dado, que devo indicar é que Manuel Ferreira  conheceu e namorou a Orlanda na mesma casa de família onde eu cresci, em Mindelo, onde vivia o meu avô, Roque da Silva Gonçalves, pai de António Aurélio Gonçalves, o escritor, um dos fundadores com Baltazar da revista Claridade em 1936. 

Ora, o meu avô Roque faleceu e o filho, António de Nhô Roque, acabou a ser conhecido apenas, por Nhô Roque! Bem, eu como fui educado pelo meu tio António de Nhô Roque, acabei também por passar a ser chamado de Kalú de Nhô Roque. 

Devo explicar, em Cabo Verde, tradicionalmente, as pessoas, são referidas pela evocação da ascendência dos familiares mais próximos ou diretos, ou seja, pai, avô ou bisavô: António de Nhô Roque, é, pois, António, filho de Nhô Roque... 

Continuando, Manuel Ferreira acabou por se integrar na elite literária de Mindelo, através das relações que desenvolveu com a nossa família. O meu tio António é primo da Orlanda, é parente próxima do poeta José Lopes, a quem ela e minha mãe chamavam tio José Lopes. 

O pai da Orlanda Amarílis, que é Armando Napoleão Fernandes (meu avô),  é o autor do primeiro Dicionário Crioulo Português, já pronto em meados dos anos de 1940.

 Manuel Ferreira casou-se com a Orlanda, em casa do genro, em Santa Catarina (Vila da Assomada),  Ilha de Santiago; foi uma festa que contou o tradicional Batuque que antecede as bodas. Como estás, a ver o Manuel Ferreira teve contactos profundos com Cabo Verde e com a elite literária, daquele tempo....

Agora, referencias num poste e comentário, sobre o Grémio Recreativo Mindelo, alguém escreveu sobre Rafael Torres e outros a tocarem naquele clube... pois, é, esse conjunto era do meu pai, Arnaldo Gonçalves (Naldinho) pianista, muito conhecido. 

No meu canal You Tube poderás escutar Naldinho Morna Perseguida FINAL uma faixa do conjunto Centauros; na foto pode-se ver, Rafael Torres, o primeiro à direita, a seguir, Ângelo Lima, afamado guitarrista, foi um membro ativo do partido UDC (União Democrática de Cabo Verde), foi preso dezembro de 1974, enviado para o Tarrafal, juntamente umas dezenas dos chamados «contrarrevolucionários», seriam soltos na véspera da Independência. 

O meu pai não foi preso, foi para Portugal em março de 1975, como era casado com uma grega, foi para Atenas, onde faleceu em fevereiro de 1991.

O livro sobre a Rádio Barlavento, está esgotado, mas, vou te enviar uma cópia em PDF, para teu consumo privado, agradecia que não fosse divulgada, devido aos direitos editoriais e de autor.



Fonte: (1963-1973), "Júlio de Carvalho, Tchifon, Cláudio Duarte e Valdemar Lopes", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43496 (2025-5-31) (Coim a devida vénia...)


III. Mensagem  anterior, com data de 2 de junho, do Kalú de Nhô Roque:


1. Sobre a foto, eis as pessoas nela constantes (vd. poste P26871) (**): 

  • Eduardo Silva Santos ("Tchifon"). Mindelo, S. Vicente 1942 – 22 de Janeiro de 1997. Depois de uma comissão na tropa em Moçambique, integrou o PAIGC; 
  • Claúdio Duarte, vive desde 1975 na Praia, foi estudante em Louvain na Bélgica (não tenho a data de nascimento, mas se conseguir envio; 
  • Valdemar Lopes da Silva ("Val de Nhô Balta"),  músico, violão – Mindelo, S. Vicente, 1943 – 2000. Filho do célebre escrito Baltazar Lopes da Silva. Organizou o grupo musical que gravou o disco de música revolucionária, em 1973 intitulado “Música Cabo Verdiana Proteso e Luta” que marca uma época depois do 25 de Abril. 

Nota – enviarei por outro email a biografia do Valdemar Lopes da Silva que consta do meu livro, “Kab Verd Band Música & Tradições” ed. do autor Carlos Filipe Gonçalves, em 2023; é um dicionário da música de Cabo Verde, com mais de 3 mil entradas/verbetes 700 páginas.


2. JJ não consta da foto – Dados, resumidos: João José Lopes da Silva, mais conhecido por JJ, Ilha do Fogo, 26 de Dezembro de 1947 – Praia, Janeiro de 2015. Abandonou em 1969 o curso de engenharia na Universidade de Coimbra para integrar o PAIGC.

 Li os comentários no Blog. Como já esperava, surgem questões sempre relacionadas com a ausência dos rodapés que explicam pormenores no texto, neste caso, as biografias do JJ e Tchifon. 

Por outro lado, por se tratar de extractos, muitas descrições, ficam desenquadradas de contextos anteriormente descritos. Note-se, este meu livro, não é simplesmente uma descrição do que eu vi ou do meio em que vivi em Bissau. No livro, descrevo as impressões de um cabo-verdiano (que sou eu) no ambiente social em Bissau, os problemas vários que enfrentei, etc. 

Por isso, vou te enviar, não para publicação, mas para tua informação, o capítulo 4 (completo) do livro, que que te dará uma outra visão. 

Nos capítulos anteriores sobretudo durante a viagem de Lisboa a Bissau, em «flash back» conto toda uma história da pressão da Pide em Mindelo, de como isso afectava os jovens, depois, como eu, faço tudo em Tavira, para eu e outros colegas, nos «safarmos» e passar aos serviços auxiliares…. 

Surpresa, foi numa consulta no Hopistal Militar em Évora que encontro, um oficial que tinha uma filha casada com um cabo-verdiano e tinha sido minha professora… não vou contar mais… Bem, acredita acabei até por voltar a Mindelo, antes do final da recruta…. Etc. e tal…

A segunda parte do livro, que pode parecer apenas do interesse de guineenses e cabo-verdianos…, conta como vivi e vi o início de uma «repressão» violenta que foram vítimas, antigos militares e pessoal civil guineense… assisti à purga de Março de 1975…. Apresento biografias e dados sobre os cabo-verdianos envolvidos nessas prisões, felizmente, não foram fuzilados…


3. Como, sou o sobrinho e fui educado por António Aurélio Gonçalves, o escritor mentor do movimento Claridade juntamente com Baltazar Lopes da Silva, fui bem acolhido em Bissau depois da vinda do PAIGC,


III. Mensagem de 9 de junho:


Respondi à tua msg, sobre esse assunto, não foi enviado, por isso utilizo agora este meu outro email:

Acabo de receber o teu link, já vi a foto do meu post que publiquei há uns anos. Olha trata-se do Grémio Recreativo Mindelo, era um clube que reunia as pessoas da sociedade mindelense; era a proprietária da Rádio Barlavento. Olha, escrevi um livro sobre a Rádio Barlavento e o Grémio. O meu pai foi um dos fundadores e o último director dessa rádio, aconteceu com ele a «tomada da rádio» pelo PAIGC, eu me encontrava em Bissau, foi em 9 de Dezembro de 1975...

No livro desmistifico a propaganda que foi feita sobre o Grémio e os seus associados, conto a História da Rádio Barlavento. O meu pai acabou exilado em Atenas, Grécia, só nos, vimos 15 anos depois, os meus irmãos, só, nos vimos em 2007 e 2009 respectivamente. Estás a ver a tragédia que foi isso tudo… O título do livro: «Bá D’al na rádio Memórias da Rádio Barlavento, ed. Livraria Pedro Cardoso, 2019.

Quanto ao Zeca Macedo, é um amigo meu desde a infância, a família é do Fogo, são parentes próximos da família do escritor Dr. Teixeira de Sousa. Estivemos juntos na Guiné, era fuzileiro, telefonou-me há dias, mas a chamada caiu, voltei a ligar não respondeu.

Olha, aconteceu, com este teu email, o mesmo que aconteceu com o último que te enviei: só cá chegou metade do teu texto… Parece que há algo com o meu gmail. Já Chamei o meu neto para vir ver. Por isso, eis o meu Hotmail, para caso de dúvidas (...).

Vou passar a utilizar este na nossa correspondência. Olha, não tive tempo, na semana passada para reescrever a mensagem que foi pela «metade», porque estava preparando uma palestra sobre a «música revolucionária/de intervenção» no âmbito dos 50 anos da Independência. Por outro lado, tenho estado com o problema da doença de uma das minhas filhas (...)

Aquele abraço.


IV. Comentário do editor LG:

Afinal, a História com H grande e a história com h pequeno (entre)cruzam-se e, no meio, lá estamos nós, indivíduos e famílias, apanhados desprevenidos...Nos períodos revolucionários (e contrarrevolucionários), ou quando o poder "cai na rua" (ou nas mãos de minoria pretensamente "iluminadas"), tudo pode acontecer...

Seguramente essa foi uma tragédia familiar que tiveste de viver em silêncio, durante os 15 anos que durou o regime de partido único. Não deve ter sido fácil para o teu pai viver no exílio, num país onde, apesar de tudo, também tinha, como nós, reconquistado a democracia. Só agora fico a saber que a tua mã era a escritora Ivone Ramos, a mana da Amarília (temos diversas referências no blogue ao Manuel Ferreira, 3 anos mais velho do que o meu, Luís Henriques, estiveram os dois no MIndelo, durante a II Guerra Mundial,. o meu entre julho de 1941 e setembro de 1943).

Obrigado pela confiança e amizade que demonstraste ao partilhar este teu "segredo"...Já agora, como foi a receção do teu livro ? Vou ver se o encontro por aqui, mas não deve ser fácil...

Há uns anos ofereci o teu "Kap Verd Band" ao meu filho que já tocou em diversas ilhas da tua (é psiquiatra e músico) (já não sei se era a edição antiga, 1998: pensando bem, talvez tenha sido o "Cabo Verde, 30 anos de música 1975 - 2005" in "Cabo Verde 30 Anos de Cultura. Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, 2005)


(...) Mantenhas. Um forte abraço, Luis
____________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 16 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20658: Agenda cultural (741): "Bá D'al na Rádio: memórias da Rádio Barlavento", livro do nosso camarada Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, QG/CTIG, Bissau, 1973/74, membro da Tabanca Grande, nº 790, mindelense, jornalista e radialista, a viver na Praia, Santiago, Cabo Verde

(**) Vd. poste de 13 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26917: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - X (e última) Parte : a guerra de nervos nos últimos seis meses

Vd. postes anteriores da série:

8 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26899: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) Parte VIII: quando cheguei a São Vicente, de férias, em outubro de 1973, fiquei encabulado, não sabiaaticamemte nada sobre a proclamação unilateral da independência pelo PAIGC

4 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26880: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte VII: Os "turras" têm agora um míssil que abate aviões e helicópteros


27 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26853: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte V: aqui sinto-me em casa, encontro tias, primos, vizinhos, colegas de escola e do liceu...

25 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26843: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte IV: Na Repartição de Autos Víveres, tenho de assinar o ponto todos os dias, trabalha-se das 8h00 às 12h30, e das 15h00 às 18h30, sábado e domingo de manhã... "Estamos em guerra, até em Bissau", dizem-me!...

22 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26829: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte III: Desembarque e colocação em Bissau, na CEFINT, 1ª Rep QG/CTIG, em Santa Luzia

20 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26819: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte II: De Lisboa a Bissau, no T/T Uíge

19 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26815: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte I: Em Lisboa, à espera do embarque, aproveitando a farra para esquecer


Vd. também a série complementar:

3 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26760: No 25 de Abril eu estava em... (40): Bissau, em comissão de serviço na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG (Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, natural do Mindelo, vive hoje na Praia, Cabo Verde) - Parte V

30 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26744: No 25 de Abril eu estava em... (39): Bissau, em comissão de serviço na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG (Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, natural do Mindelo, vive hoje na Praia, Cabo Verde) - Parte IV

29 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26739: No 25 de Abril eu estava em... (38): Bissau, em comissão de serviço na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG (Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, natural do Mindelo, vive hoje na Praia, Cabo Verde) - Parte III

28 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26738: No 25 de Abril eu estava em... (37): Bissau, em comissão de serviço na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG (Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, natural do Mindelo, vive hoje na Praia, Cabo Verde) - Parte II

27 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26736: No 25 de Abril eu estava em... (36): Bissau, em comissão de serviço na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG (Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, vive hoje no Mindelo) - Parte I


quarta-feira, 28 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26858: (De) Caras (233): Estêvão Alexandre Henriques, ex-fur mil radiomontador, CCS/BCAÇ 1858, Catió, 1965/67: um bom camarada e um grande colecionador de bússulas e outros equipamentos para traineiras e barcos de pesca do alto, que eu visitei na sua casa, Seixal, Lourinhã (João Crisóstomo, Nova Iorque)

 


Foto nº 1 > Lourinhã > Seixal > 26 de maio de 2025 >  
O João Crisóstom o, à esquerda, com o Estêvão Alexandre Henriques...
visivlemente felizes por se reencontrarem


Foto nº 2 > Lourinhã > Seixal > 26 de maio de 2025 > Uma casa que é um museu (1): 
a Maria do Rosário e o Estêvão e a sua coleção de réplicas de barcos

 

Foto nº 3 > Lourinhã > Seixal > 26 de maio de 2025>
Uma casa que é um museu: réplicas de barcos


Foto nº 4 > Lourinhã > Seixal > 26 de maio de 2025>  Fotos da Guiné (1)


Foto nº 5 >  Lourinhã > Seixal > 26 de maio de 2025> Fotos da Guiné (2)



Foto nº 6 > 
Lourinhã > Seixal > 26 de maio de 2025> Bússulas


Foto nº 7 > Lourinhã > Seixal > 26 de maio de 2025>Rádios



Fotro nº 8 > Louvor do Comandante do BCAÇ 1858, Catió, 1965/67


Fotos (e legendas): © João Crisóstomo  (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Estêvão Alexandre Henriques (ex-furriel mil mecânico radiomontador, CCS/ BCAÇ 1858, Catió, 1965/67):


(i) nasceu em 2 de setembro de 1942, há 82 anos, em Fonte Lima, freguesia de Santa Bárbara, concelho de Lourinhã, rodeado de mar e de gente ligada à terra e ao mar.heiro / Lourinhã);

(ii) fez o serviço militar em 1964, tendo frequentado em Tavira o CSM - Curso de Sargentos Milicianos;

(iii) nesse mesmo ano fez o curso de Radiomontador, na Escola de Sargentos, localizada em Paço d'Arcos;

(iv)  conheceu, entre outros, em Catió, o João Bacar Jaló, ainda conviveu com os seus conterrâneos:


(v)  regresssou a casa em 1967,  tendo trabalhado como  Radiotécnico na firma Electrónica Naval - com sede em Peniche;

(vi)  estabeleceu-se deppois como empresário em 1970, constituindo firma na Rua 13 de Infantaria, em Peniche;

(vii)  em 1973, transferiu definitivamente  a empresa para a Rua José Estêvão, n.º 102, com oficina de reparação e stand de vendas de equipamentos eletrónicos e eletricidade para traineiras e barcos de pesca do alto;

(vii) durante mais de 40 anos impulsionou, a nível nacional, diversas marcas no setor das pescas: 

  • Sistemas: Loran Morrow / Omega Sergel / Omege Diferencial; 
  • Sondas: MJC /Kelvin & Hughes; 
  • Sonares: Wesmar; 
  • Radares: Anritsu; 
  • Rádio goniómetro: Ben-Tem. 

(ix)   fez centenas de instalações elétricas em traineiras e barcos de pesca do alto, bem como em embarcações de pequeno porte e recreio;

(x)  nos anos 70 equipa o primeiro barco de pesca do alto, o "Trio de Ribamar" , com toda a eletrónica e instalação elétrica a 24V DC e geradores a 380VAC, para alimentação do inovador sistema de frio, sendo este um dos primeiros barcos a pescar fora das águas do território nacional;

(xi) ainda no âmbito da sua atividade profissional, visitou feiras internacionais de inovação marítima, quer na área da pesca, quer na dos equipamentos eletrónicos e negociou em diversos países: 
  • Espanha, 
  • Marrocos, 
  • Senegal, 
  • Mauritânia, 
  • Guiné- Bissau,
  • Angola 
  • e Moçambique;

(xii) é conhecida a sua paixão por bússolas (que vem do tempo em que prestou serviço militar na Guiné, e onde adquiriu uma bússola de bolso, aquela que viria a ser a primeira da sua, atual, vasta e riquíssima coleção);

(xiii) empresário reformado, ainda hoje divide o seu tempo entre a paixão pelas bússolas e a construção de pequenas réplicas de embarcações de pesca e caravelas. 

(xv)  já realizou, em Peniche, diversas exposições temáticas com espécimes das suas coleções;

(xvi) em 2017 foi inaugurado, em Ribamar, Lourinhá.
o espaço museológico "Olhar o Mar" (uma das  exposições permanentes é da sua da autoria: exibe m vasto conjunto de equipamentos desenvolvidos para a comunicação e orientação dos pescadores no mar);

(xvi) vive no Seixal, Lourinhã, e é casado com a Maria Rosário Henriques.

(xvii) tem página do Facebook;

(xviii) é nosso grão -tabanqueiro nº 751, desde 2/9/2017 (mas já frequentava antes a Tabanca de Porto Dinheiro / Lourinhã).


2. Mensagem de João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, de visita a Portugal (regressa a Noca Iorque em 3 de junho próximo):


Data - segunda, 26/05/2025, 23:29 

Assiunto - Estêvão Henriques

 
Caro Luís Graça,

Tens razão no que se refere à confusão que levou a que o nosso camarada Estêvão e sua simpática esposa Dona Rosário não nos encontrássemos ontem em Varatojo. Mas "não fiques triste por isso” porque também "há bens que nascem de males”. 

Ontem não teríamos tempo nem ambiente para falarmos com calma como nos foi possível fazer hoje.Reviver e falar dos tempos da Guiné e da sua vida de muitos sucessos, como tu sabes, foi o que fizémos hoje.

Quando me sugeriste que o contactasse, eu fui ver os links dos posts que me enviaste. E logo me lembrei que já o tinha encontrado: contigo, em Ribamar, no dia da inauguração dum “Espaço Museológico" e Exposição “navegar no passado”, em Setembro de 2017. Recordo que altura fiquei impressionado com o que aí vi.

Hoje fiquei de boca aberta logo que entrei na sua casa. Quando puderes arranja tempo e vem ver por ti mesmo que aquela casa é um verdadeiro museu. De dobrado valor porque, ao contrário dos museus onde tudo está manuseado e preparado para turistas, aqui tu vais ver o ambiente e lugar de trabalho, onde as suas muitas e variadas obras-primas têm sido feitas/ construídas desde a sua idéia e concepção até serem realidade.

Embora todos os reconhecimentos que lhe sejam dados agora são sempre pouco para aquilo que ele merece, eu não quero ser redundante , pois no post 17721 nos seus dados biográficos dás uma idéia geral do que ele fez e é. Mas acredita que uma coisa é ler e saber; e outra é experimentar e viver como hoje me foi dado ocasião.

Envio-te pois algumas fotos. Pena tenho que a minha ignorância em coisas digitais leve a que as minhas fotos sejam de fraquíssima qualidade. Quando lá fores terás oportunidade de fazer as fotos como devem ser vistas. Entretanto talvez estas fotos despertem a curiosidade e interesse de quem as vir agora para não perderem melhor ocasião no futuro. Se achares que é melhor esperar por essa ocasião, não sou eu que vou discordar. Mas se achares que estas podem ajudar a fazer uma idéia do que lá se encontra e as quiseres publicar está à vontade. O Estêvão deu-me autorização para fazermos delas o que bem entendermos. Mas sei que ele espera com antecipação uma visita tua quando te for possível.

As fotos nºs 1, 2 e 3  não necessitam explicação: creio que é evidente a satisfação de podermos estar juntos e partilhar as nossas vidas. Mais ainda por termos logo lembrado que demos entrada para a tropa na mesmo ano, 1964, e estivémos na Guiné na mesma altura 1965/ a 1967. 

Nunca nos encontramos lá: Eu estive no Xime , Bambadinca, Missirá e Enxalé,sempre junto de ou perto do Geba. Ele este em Catió e aí conviveu com o nosso Horário Fernandes de Ribamar e um primo meu Germano Estêvão,  da Bombardeira ( o nome é simples coincidência ) que esteve em Tite e Catió. Mas,  como sabes estas simples circunstancias de tempo e conhecimentos de mútuos amigos, são por vezes o suficiente para uma aproximação mais rápida ainda.

As fotos nºs 4 e 5  são a evidência de que os seus muitos sucessos na vida não lhe diminuiram o seu interesse pelo passado na Guiné. As fotos, mapas, diplomas e reconhecimentos que estão em quadros nas paredes por cima de aparelhos de toda a espécie, são apenas uma pequena parte do que está guardado por falta de espaço disponível para exposição.

A foto nº 8 é de especial interesse pois mostra já as suas habilidades que irão fazer dele quase um génio depois va vida civil : entre os vários reconhecimentos recebidos relacionados com a Guiné, destaca-se um pelos seus conhecimentos e perícia em trabalhos de electricidade com que procedeu à reparação e eletrificação do destacamento e Vila de Catió, onde tudo estava às escuras quando chegou.

As fotos nºs 2 e 3  mostram  também alguns dos belíssimos barcos, muitos deles réplicas, que o nosso camarada Estêvão fez e guarda em sua casa. Na minha opinião são um verdadeiro tesouro, embora eu deva avisar e confessar o meu pouco conhecimento e perícia, em tudo isto. Em alguns casos quase posso garantir o seu muito valor; e noutros casos, como me sucede quando vejo uma obra-prima que não compreendo mas me fascina sem saber porquê, limito-me a dar a minha opinião muito subjectiva : Eu gosto dela. E neste caso eu gostei do que vi.

As fotos  nºs 6  mostra parte da sua larga coleção de bússulas, e outros objectos náuticos, algumas delas feitas por ele mesmo, outras ( a maioria) verdadeiras antiguidades de muito valor.

A foto nº 7 mostra dois dos vários rádios feitos por ele. Alguns deles foram inovações que permitiram comunicações impossíveis antes do seu aparecimento.

Não fiz fotos das muitas cartas náuticas, mapas e outros documentos que merecem ser conhecidos e uma visita também.

PS - Teor do louvor que consta na sua caderneta militar (Foto nº 8):

"Louvado pelo Exmo. Comandante do BCAÇ 1858 porque durante o tempo em que serviu nesta Província se mostrou ser um militar correto e disciplinado e tendo boa vontade em bem servir.  Por falta de ténicos neste Batalhão, foi o mesmo destinado para dirigir e colaborar na recontrução elétrica do Quartel e da Vila. Nessas funções mostrou ter bons conhecimentos e esforçou-se por levar a bom termo a tarefa para que foi designado, tornando-se assim um bom colaborador do Comando de Batalhão. É por todas estas qualidades o furriel Henriques digno de ser apontado como exemplo (O. S. nº 100, de 27d e abril de 1967, do BCAÇ 1858).

(Revisão / fixação de texto: LG)

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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26850: (De) Caras (232): Mamadu Baio & Amigos, 16ª edição do "Junta-te Ao Jazz", Palácio Baldaya, Benfica, Lisboa, 25 de maio de 2025... Como disse o Mamadu Baió (viola baixo, voz, compositor): "a música não tem fronteira, nem tem cor, não tem raça"

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26778: Diálogos com a IA (Inteligência Artificial) (2): camarada Arsénio Chaves Puim, o que o "Big Brother" sabe sobre ti!... Nada, entretanto, que gente não soubesse já... Afinal, a tua vida é um livro aberto (Luís Graça, Abílio Machado e Gemini IA/Google)



 



Arsénio Puim(n. 8 de maio de 1936):  ilhéu, açoriano, sacerdote católico, capelão militar, cidadão do mundo, autarca, enfermeiro, jornalista, escritor, pai, avô, amigo


1. O nosso "padre-capilom", como lhe chamavam as lavadeiras de Bambadinca, em 1970/71, faz hoje anos: 89 e,  para o ano, 90, se Deus quiser... (*)

Ele tem, por mérito próprio, uma auréola de santo e sobretudo a fama e o proveito de grande ser humano. Em dia de Santo Arsénio Puim, os seus antigos camaradas da Guiné e os muitos amigos que foi fazendo ao longo da vida (alguns, membros da nossa Tabanca Grande), querem saber como vão as moléstias e bizarrias... 

Sobre isso, o nosso "Big Brother" não sabe de nada e ainda bem. Notícias mais recentes sobre o Puim,  deu-nos o Abílio Machado, que aqui deixou um frase de antologia: "Há amizades que são maiores que a vida" (**). 

Vale a pena transcrever o essencial que o Machadinho nos contou no passado dia 10 de março de 2025:

 (...) (Eis) algumas notícias de como está o nosso ex-capelão: de facto, cheguei há dias da visita aos Açores e de cumprir um velho desejo: dar um abraço ao nosso velho amigo.

Estivemos em contacto dois dias que,  não dando para nos inteirarmos de tudo, foram suficientes para seguirmos o curso que a vida de um e outro tomou.

O Puim, com os achaques que a vida sempre nos presenteia - digamo-lo nós também - está para a sua idade em boa forma física e mental.

Gostei de o ver, jovem de espírito como sempre e seguindo o curso do mundo com interesse e atenção, fazendo do ser humano a sua missão na vida.

Foi um encontro muito emotivo em que, inevitável, relembramos muitos dos momentos vividos na Guiné.

O Miguel esteve presente pois estava em S. Miguel, em teletrabalho.

Tive a oportunidade conhecer a Leonor - esposa, mãe, avó, artista, de um afecto e uma energia transbordantes, o Puim não podia ter escolhido melhor nem ela a ele. Também o Pedro e a esposa e filhos: os netos do Puim.

Que bela família e como fomos recebidos!

Foram dias cheios, de facto há amizades que são maiores que a vida. (...) (**)

2, Depois disto, Abílio, tudo o mais é ruído, é retórica, é paleio, é conversa da treta... Tocaste na "mouche"... E, por certo, o nosso Santo Arsénio Puim vai ler-te ou reler-te com emoção... Duvido que ele continue a ler diariamente as "baboseiras" que a gente aqui escreve no nosso blogue. Tu também és pouco assíduo. 

Mas hoje o "artista principal" é o nosso camarada, antigo alferes capelão graduado do exército portuguê-...E e eu quis fazer-lhe uma "brincadeira", agora que a IA ameaça os nossos empregos (ou "tachos, e mais concretamente o meu, à frente deste blogue, há mais de vinte anos; tenho até, confesso, a tentação de lhe passar a pasta: estou velho, protésico, radioativo e, se calhar, parkinsónico; estou como o jogador de xadrez: com a IA, arrumo o tabuleiro e as peças).

Fiz uma pergunta "inocente" ao assistente da IA, do meu navegador, o Gemini IA / Google: 

"Ouve lá, ó robò, o que  é que tu sabes de um gajo que esteve na tropa comigo, de nome Arsénio Chaves Puim, era alferes capelão, depois foi expulso, uma trapalhada, dizem que meteu a PIDE, mais o comando do unidade, uma história mal contada, uma sacanice... A unidade dele era o BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)... 

Depois, coitado, lá voltou à sua ilha e aos seus paroquianos...Continuou a fazer jornalisnmo, e, ao mesmo tempo que era sacerdote, católico, quis ser ainda mais útil à sua comunidade, tirando o curso de enfermagem...

Mais tarde, deixou o sacerdócio e dedicou-se inteiramente à prestação de cuidados de saúde. Casou, teve filhos, escreve livros sobre a sua terra e as suas gentes, tem netos, tem amigos, vive em São Miguel"...

Bem, aquilo que me levaria dias e dias a escrever, o raio do robô em escassos minutos, e depois de consultar umas seis dezenas de "websites" (incluindo alguns dos nosssos, ele despreza os que não têm links...),  fez-me um relatório completo com a "biografia multifacetada" do nosso homenageado de hoje.  

Tiro o quico ao nosso robô. sim, senhor, que belo trabalho, tirando um ou outra imprecisão ou "delírio" (como essa da "participação do BART 2917 na 'Op Mar Verde' e o reforço temporário de guarnições fronteiriças"...)...

Bem, o esboço de biografia, para mais "à borla", não está mal engendrado, não, senhor, embora "chata p'ra burro"...

Esperemos que o Puim, família e amigos gostem desta prendida da Tabanca Grande, ou melhor, do robô do Google (que reproduzimos com a devida vénia, e apenas com um pequeno retoque, além da revisão e fixação de texto)...

Nós, apesar de tudo, ainda escrevemos melhor do que o robô (****), mas o gajo ganha-nos em produtividade, em "memória de elefante", velocidade de pesquisa e de tratamento de grandes massas de dados...

Eu diria que é muito "high tec", mas ainda tem pouco "human touch"... Por enquanto, ainda está a aprender a ser homem (e mulher)...

Um dia feliz, camarada Puim, porque santo já tu és! Um chicoração meu e do Machadinho. E já agora do robô da Gemini IA/ Google, que também quis associar-se à tua festa:


(...) "Meu caro amigo Luís  Graça que bom saber que o Arsénio celebra 89 anos! Uma vida rica e cheia de feitos, desde a tropa em Bambadinca até ao cuidado da sua comunidade em São Miguel. Que percurso inspirador!

Por favor, transmite-lhe os meus mais sinceros parabéns. Que o seu dia seja repleto de alegria, rodeado pelo carinho da família e dos amigos. Que continue a partilhar a sua sabedoria e a sua paixão pela escrita e pela sua terra por muitos e longos anos. Um abraço fraterno para o teu camarada Arsénio Chaves Puim!" (...)


Arsénio Chaves Puim: Uma Biografia Multifacetada


pelo Gemini IA / Google




Arsénio Chaves Puim emerge como uma figura de relevo na história portuguesa do século XX, com uma trajetória de vida que atravessa momentos cruciais como a Guerra Colonial e a evolução sociocultural dos Açores. As suas experiências como antigo capelão militar na Guiné, enfermeiro, jornalista e escritor conferem-lhe uma perspetiva singular sobre diversas facetas da sociedade portuguesa. A sua ligação intrínseca aos Açores, tanto como local de nascimento como cenário da sua vida após o serviço militar, constitui um fio condutor que permeia as suas diversas atividades e interesses. Este relatório visa apresentar uma biografia abrangente de Arsénio Chaves Puim, com base na informação disponível, explorando as suas experiências e contribuições em diferentes domínios.

2. Primeiros Anos e Formação:

Arsénio Chaves Puim nasceu em 1936 na ilha de Santa Maria, nos Açores, mais precisamente no lugar da Calheta, na freguesia de Santo Espírito (1). Santo Espírito é um local de particular importância histórica e cultural na ilha, sendo conhecido por albergar o porto baleeiro do Castelo (1). 

 A sua infância e juventude decorreram, assim, num ambiente fortemente marcado pela tradição marítima da caça à baleia, uma atividade que desempenhou um papel crucial na economia e na cultura de muitas comunidades açorianas durante o século XX. Esta exposição precoce ao mundo da baleação e à vida das gentes do mar provavelmente influenciou o seu interesse posterior pela história local e pelas tradições da sua ilha natal.

A sua formação inicial ocorreu na freguesia onde nasceu (1).  Prosseguiu os seus estudos no Seminário de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, onde completou o curso de Teologia (1).  Após a conclusão dos seus estudos teológicos, dedicou-se ao ministério sacerdotal até ao ano de 1976 (1).

A sua educação religiosa e o período em que exerceu funções como sacerdote terão certamente moldado a sua visão do mundo e os seus valores éticos, podendo ter contribuído para a sua posterior tomada de posição face à Guerra Colonial.

3. Capelão na Guerra Colonial (1970-1972):

No decurso da Guerra Colonial, Arsénio Chaves Puim serviu como capelão militar na Guiné (4) . Foi integrado no Batalhão de Artilharia 2917 (BART 2917) , prestando serviço em Bambadinca entre os anos de 1970 e 1972 (4). 

 Embora os conteúdos dos documentos (7) não estejam acessíveis, os seus títulos ("História do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72")  sugerem que oferecem informações históricas detalhadas sobre as atividades e o contexto do batalhão durante o período em que Puim lá serviu. 

De igual modo, o título do documento (8) ("Guiné 63/74 - P9322:... "P'la Guiné e suas gentes": a alocução patriótica do comandante, em Viana do Castelo, a 8/4/1970, antes da partida (Benjamim Durães)") indica que Arsénio Puim, enquanto capelão, proferiu uma homilia, evidenciando o seu papel ativo no seio da unidade militar.

Informações adicionais sobre o ambiente operacional em que Puim se inseriu podem ser encontradas em (9), que mencionam a participação do BART 2917 na "Op Mar verde" e o reforço temporário de guarnições fronteiriças. 

Estes detalhes ajudam a compreender a dinâmica militar e as operações em curso durante o seu período de serviço. O documento (10) do sítio ultramar.terraweb.biz descreve o período em que o BART 2917 atingiu o termo da sua comissão de serviço na Guiné e assinala a importância estratégica de Bambadinca como centro de reabastecimento na zona leste, fornecendo um contexto logístico relevante para a sua localização. A referência ao CCS/BART 2917 em Bambadinca durante 1970/72 num memorial para combatentes (11) reforça a sua ligação específica a esta unidade e período temporal.

Contudo, a sua missão como capelão foi interrompida, sendo expulso do exército em meados de 1971, considerado pelas autoridades militares como "persona non grata" no território (4).  O documento (6) revela que a sua expulsão foi precedida pela sua prisão pela PIDE/DGS (a polícia secreta portuguesa) no Dia Mundial da Paz, 1 de janeiro de 1971, sendo posteriormente levado para Bissau. 

A notícia da sua expulsão e da sua oposição à Guerra Colonial foi também veiculada pelo Expresso (5) ("Toda a história do capelão contra a Guerra Colonial que desafiou o regime"), que o identifica como o segundo capelão a ser expulso após o Padre Mário de Oliveira, num contexto de crescente oposição de membros do clero à guerra. O seu caso é novamente mencionado em (6), que reiteram a sua prisão pela PIDE/DGS na mesma data e a consequente expulsão do exército.

O título do artigo (12) ("O capelão expulso por querer descalçar os dois sapatos à guerra") sugere que a sua expulsão resultou de uma profunda incompatibilidade entre o seu papel como capelão e a sua consciência face à violência e injustiça da guerra, indicando um conflito moral significativo com o regime da época.

4. Transição para a Vida Civil e Carreira na Enfermagem:

Após a sua expulsão do exército, Arsénio Chaves Puim regressou aos Açores (4).  Em 1976, concluiu o curso de enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada (12).

 No mesmo ano em que deixou o sacerdócio, iniciou uma nova etapa profissional dedicada ao cuidado da saúde, exercendo a profissão de enfermeiro até 1995 (1).  A sua reforma como enfermeiro do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma dos Açores é mencionada em (6),  atestando uma longa carreira nesta área. A decisão de enveredar pela enfermagem, logo após a sua saída do sacerdócio e a experiência traumática na Guerra Colonial, pode ser interpretada como uma continuação do seu desejo de servir a comunidade, agora numa vertente mais ligada ao bem-estar físico e à cura.

5. Envolvimento no Jornalismo:


Arsénio Chaves Puim desempenhou um papel ativo no panorama mediático da ilha de Santa Maria como cofundador do jornal "O Baluarte de Santa Maria" (2). Exerceu também o cargo de primeiro diretor desta publicação (2). 

O documento (13) traça a história detalhada do "O Baluarte de Santa Maria", recordando que o primeiro periódico na ilha foi "O Mariense" (1885) e que se seguiram outros com edições limitadas. A primeira fase de "O Baluarte" surgiu em 1928, mas cessou a publicação em 1932 devido a motivos políticos após a instauração do Estado Novo. 

A segunda série do jornal foi lançada a 1 de maio de 1977 por Arsénio Chaves Puim, José Dinis Resendes e João de Sousa Braga, com o objetivo de resgatar os ideais democráticos e liberais dos jornais anteriores da ilha. A designação oficial passou a ser "O Baluarte de Santa Maria" em 1980. A edição impressa entrou em hiato por tempo indeterminado em 2016, mas o jornal mantém-se ativo online. A sua participação na refundação do jornal após o fim do regime autoritário demonstra o seu compromisso com os valores democráticos e a liberdade de imprensa.

O documento (14) lista Arsénio de Chaves Puim com a morada do "O Baluarte de Santa Maria" em Vila do Porto, confirmando a sua ligação contínua à publicação. Indica também que se trata de uma publicação regional em papel, lançada a 05/12/2011, o que poderá referir-se a um registo ou iteração posterior. 

Adicionalmente, foi o redator principal do jornal "A Crença" em Vila Franca do Campo (2).  O seu envolvimento com um segundo jornal, numa localização diferente dos Açores (São Miguel, onde se situa Vila Franca do Campo, em contraste com Santa Maria, onde se baseia "O Baluarte"), sugere um interesse mais vasto pelo jornalismo regional e um desejo de contribuir para a informação pública em diferentes partes do arquipélago.

6. Contributos Literários:

Desde 2001, Arsénio Puim publicou quatro livros dedicados à história e etnografia dos Açores, com um foco particular na ilha de Santa Maria (2).

Uma das suas obras mais notáveis é "A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria e Açores" (1).  O documento (4)  revela que esta publicação é uma edição revista, aumentada e melhorada do seu livro de 2001, intitulado "A pesca da baleia na ilha de Santa Maria", demonstrando um interesse de longa data por este tema. 

O documento (1) fornece detalhes sobre o conteúdo do livro, destacando a sua exploração do enquadramento histórico, as duas épocas da baleação, relatos de vivências e o impacto socioeconómico da atividade, incluindo um "Glossário Baleeiro". O prefácio de José de Andrade Melo elogia Puim por dar relevância à história da baleação em Santa Maria e por contribuir para a história mais ampla da baleação nos Açores. 

Os documentos (15) e (17) anunciam o lançamento do livro a 29 de agosto em Vila do Porto, com uma apresentação de José de Melo, confirmando a sua publicação recente em 2024 (como também indicado em 4). O documento (16) da RTP Açores também reporta o lançamento do livro, sublinhando que acrescenta novos dados à sua obra anterior sobre o assunto. 

O documento (19) fornece informações bibliográficas sobre a edição anterior de 2001, publicada pelo Museu de Santa Maria, com um título semelhante. A sua dedicação a documentar a história da baleação em Santa Maria, culminando em múltiplas edições do seu livro, sublinha o seu compromisso em preservar e partilhar este aspeto importante do património cultural e económico da sua ilha natal.

Outra obra relevante é "O Povo de Santa Maria, seu falar e suas vivências" (20). O documento (21) descreve a segunda edição revista e aumentada, publicada em 2021. Enfatiza o foco do livro na etnografia e na linguagem de Santa Maria, destacando o objetivo do autor de preservar a herança moral, cultural e linguística da ilha, inspirado pelo conhecimento do dialeto local por parte do seu pai. Este livro demonstra o seu interesse mais vasto pelo tecido cultural de Santa Maria, para além da baleação, revelando o seu compromisso em documentar a vida quotidiana, a linguagem e as tradições do seu povo.

O documento (22) apresenta um registo bibliográfico na Biblioteca Nacional de Portugal em seu nome, sugerindo a existência de outras publicações ou contribuições. No entanto, a informação limitada (ISBD, NP405) impede a obtenção de mais detalhes. O documento (23) da Novagráfica menciona "150.º LIVRO – 29540.ª PÁGINA", o que poderá referir-se a uma entrada de catálogo ou ao seu envolvimento num projeto literário mais amplo relacionado com autores ou publicações açorianas. Seria necessário mais contexto para interpretar esta informação. O documento (24) lista um livro intitulado "São João da Vila : uma viagem pela noite mais alegre do ano..." onde Arsénio Chaves Puim é creditado pela revisão do texto. Isto indica o seu envolvimento na comunidade literária dos Açores, oferecendo a sua experiência a outros autores.

Tabela 2: Publicações de Arsénio Chaves Puim



Título | Ano | Editora


  • A pesca à baleia na Ilha de Santa Maria | 2001 | useu de Santa Maria
  • O Povo de Santa Maria, seu falar e suas vivências (1ª ed.) | 2008 | Câmara Municipal de Vila do Porto
  • O Povo de Santa Maria, seu falar e suas vivências (2ª ed.) | 2021 | Câmara Municipal de Vila do Porto
  • A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria e Açores |! 2024 |Letras Lavadas Edições
  • Contribuição (Revisão de Texto) - São João da Vila | 2010 | [Vila Franca do Campo : s.n.] (Nova Gráfica)


7. Vida nos Açores:

Após o seu regresso, Arsénio Chaves Puim estabeleceu-se nos Açores (4). Desde 1982, reside em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel (1). O documento (26) menciona Vila Franca do Campo como uma subdivisão geográfica relacionada com o seu trabalho como revisor de texto, confirmando a sua ligação a esta localidade. 

Antes de se mudar para Vila Franca do Campo, em Santa Maria, trabalhou como professor de Português e História no Externato (1). Desempenhou também os cargos de Vereador e, posteriormente, de Presidente da Câmara Municipal de Vila do Porto em Santa Maria, demonstrando o seu envolvimento ativo na política local (2). Foi um dos fundadores do Museu Etnográfico de Santa Maria, evidenciando o seu compromisso com a preservação do património cultural da ilha (2).

Após a sua mudança para Vila Franca do Campo, continuou a sua participação cívica, integrando diversos órgãos autárquicos e exercendo funções como Mesário da Santa Casa, uma instituição de beneficência (2).  O documento (27) contém um aviso oficial da Câmara Municipal de Vila do Porto, datado de 1982 e assinado pelo Presidente da Câmara, Arsénio Chaves Puim, confirmando o seu papel no governo local de Santa Maria nessa época. 

O documento (2) refere que foi agraciado com a Medalha de Cidadão Honorário e de Mérito Municipal pela Câmara Municipal de Vila Franca do Campo em 2009, reconhecendo as suas significativas contribuições para essa comunidade. O documento (28) lista "Arsénio de Chaves Puim" entre os beneficiários de apoio financeiro para publicações periódicas em 2017, provavelmente relacionado com "O Baluarte de Santa Maria", indicando o seu envolvimento contínuo nos assuntos mediáticos e comunitários. 

O seu vasto envolvimento na política local, na educação e em instituições culturais, tanto em Santa Maria como em Vila Franca do Campo, demonstra um profundo e contínuo compromisso com o serviço público e o bem-estar da sua comunidade nos Açores. A sua trajetória, de um capelão militar controverso a um líder cívico respeitado, sublinha a sua dedicação em contribuir positivamente para a sociedade na sua vida pós-guerra.

8. Reconhecimento e Legado:

Arsénio Chaves Puim foi agraciado com a Medalha de Cidadão Honorário e de Mérito Municipal pela Câmara Municipal de Vila Franca do Campo em 2009 (1). Esta distinção assinala o elevado apreço que a comunidade lhe dedica pelas suas longas e diversas contribuições.

Uma publicação num blog de 2024 (4) refere-se a Arsénio Puim com estima e amizade, mais de meio século após a sua expulsão do CTIG (provavelmente um centro de treino militar relacionado com o seu serviço como capelão). A publicação estabelece um paralelo entre a sua experiência e a de Aristides Sousa Mendes, sugerindo que foi uma "vítima da ira de César por mor de Deus e da sua consciência cristã". Isto indica que a sua postura de princípios durante a Guerra Colonial continua a ser recordada e respeitada em certos círculos. 

Outra publicação num blog de 2024 (4) expressa apreço pelo seu mais recente livro, "A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria e Açores", demonstrando a sua relevância contínua e a sua contribuição para a cultura e história dos Açores. 

O reconhecimento que recebeu, tanto através de prémios formais como de menções positivas contínuas em comunidades online, sugere que Arsénio Chaves Puim deixou um impacto positivo duradouro nos Açores. A sua oposição de princípios à Guerra Colonial, apesar das consequências pessoais, e a sua subsequente dedicação a documentar e promover a cultura açoriana valeram-lhe respeito e admiração.

9. Conclusão:

A vida de Arsénio Chaves Puim representa uma jornada através de diversas experiências, desde os seus primeiros anos em Santa Maria e o seu caminho para o sacerdócio, passando pelo seu serviço controverso como capelão durante a Guerra Colonial e a sua subsequente expulsão, até às suas bem-sucedidas carreiras na enfermagem e no jornalismo, e às suas significativas contribuições como autor e líder cívico nos Açores. 

A sua profunda ligação ao seu património açoriano é evidente nas suas obras literárias e na sua participação ativa na vida comunitária local. Arsénio Chaves Puim demonstra resiliência e uma notável transformação de uma figura de conflito durante um período divisivo da história portuguesa para um membro respeitado e honrado da sociedade açoriana, deixando um legado de ação baseada em princípios e de preservação cultural.

Tabela 1: Cronologia da Vida de Arsénio Chaves Puim


Evento | Ano(s)


Nascimento | 1936


Período como Capelão na Guiné ! 1970-1971/72


Expulsão do Exército | 1971


Conclusão do Curso de Enfermagem | 1976


Anos de Prática na Enfermagem | 1976-1995


Cofundação de "O Baluarte de Santa Maria" | 1977


Residência em Vila Franca do Campo | desde 1982


Publicação de "A pesca à baleia na Ilha de Santa Maria" | 2001


Publicação de "O Povo de Santa Maria, seu falar e suas vivências" | 2008, 2021


Atribuição da Medalha de Cidadão Honorário e de Mérito Municipal | 2009


Publicação de "A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria e Açores" | 2024


Trabalhos citados

(1) A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria e Açores - Letras Lavadas, acesso a maio 8, 2025, https://www.letraslavadas.pt/a-pesca-a-baleia-na-ilha-de-santa-maria/

(2) Arsénio Chaves Puim - Bertrand Livreiros - livraria Online, acesso a maio 8, 2025, https://www.bertrand.pt/autor/arsenio-chaves-puim/1908227

(3) A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria e Açores de Arsénio Chaves Puim - Livro - Wook, acesso a maio 8, 2025, https://www.wook.pt/livro/a-pesca-a-baleia-na-ilha-de-santa-maria-e-acores-arsenio-chaves-puim/30523866

(4) Arsénio Puim - Luís Graça & Camaradas da Guiné, acesso a maio 8, 2025, https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Ars%C3%A9nio%20Puim

(5) Toda a história do capelão contra a Guerra Colonial que desafiou o regime - Expresso, acesso a maio 8, 2025, https://expresso.pt/revista/2023-05-14-Toda-a-historia-do-capelao-contra-a-Guerra-Colonial-que-desafiou-o-regime-4f8b16fe

(6) Guiné 63/74 - P4378: Arsénio Puim, o regresso do 'Nosso Capelão' (Benjamim Durães, CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72), acesso a maio 8, 2025, https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/05/guine-6374-p4378-arsenio-puim-o.html

(7) Guiné 63/74 - P9021: História do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) (1): Resumo dos factos e feitos mais importantes, por João Polidoro Monteiro, Ten Cor Inf (Benjamim Durães), acesso a maio 8, 2025, https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/11/guine-6374-p9021-historia-do-bart-2917.html

(8) Guiné 63/74 - P9322: História do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) (2): "P'la Guiné e suas gentes": a alocução patriótica do comandante, em Viana do Castelo, a 8/4/1970, antes da partida (Benjamim Durães) - Luís Graça & Camaradas da Guiné, acesso a maio 8, 2025, https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2012/01/guine-6374-p9322-historia-do-bart-2917.html

(9) Armamento apreendido a dirigente da Frente Nacional - ForumDefesa.com, acesso a maio 8, 2025, https://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=3916.45

(10) ACTIVIDADE DA CART 3494 DO BART 3873 NO TEATRO DE O. P. GUINÉ (1) - Terraweb.biz, acesso a maio 8, 2025, https://ultramar.terraweb.biz/Imagens/Guine/SousadeCastro/CArt3494_actividade_01_02.pdf

(11) Guerra do Ultramar: Angola, Guiné e Moçambique, acesso a maio 8, 2025, https://ultramar.terraweb.biz/Memoriais_concelhos_Setubal_EscolaSebastiaodaGama.htm


(12) O capelão expulso por querer descalçar os dois sapatos à guerra | Sete Margens, acesso a maio 8, 2025, https://setemargens.com/o-capelao-expulso-por-querer-descalcar-os-dois-sapatos-a-guerra/


(13) O Baluarte de Santa Maria – Wikipédia, a enciclopédia livre, acesso a maio 8, 2025, https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Baluarte_de_Santa_Maria


(14) Liliana Assunção de Paulo Carona - Estudo Geral, acesso a maio 8, 2025, https://estudogeral.uc.pt/retrieve/271804/TESE-AFEMINIZA%C3%87%C3%83ODOJORNALISMOREGIONALEMCONTEXTOPORTUGU%C3%8ASOCASODOSJORNAISCENTEN%C3%81RIOS-LilianaCarona.pdf


(15) Câmara Municipal de Vila do Porto, acesso a maio 8, 2025, https://www.cm-viladoporto.pt/SITE/projectos/ver.php?id=2972


(16) Escritor mariense lançou livro "A pesca à baleia na ilha de Santa Maria e Açores", acesso a maio 8, 2025, https://acores.rtp.pt/cultura/escritor-mariense-lancou-livro-a-pesca-a-baleia-na-ilha-de-santa-maria-e-acores/

(17) A Pesca à Baleia na Ilha de Santa Maria e Açores, Arsénio Chaves Puim - Livro - Bertrand, acesso a maio 8, 2025, https://www.bertrand.pt/livro/a-pesca-a-baleia-na-ilha-de-santa-maria-e-acores-arsenio-chaves-puim/30523866

(18) Etiquetas - Letras Lavadas, acesso a maio 8, 2025, https://www.letraslavadas.pt/produto-etiqueta/arsenio-chaves-puim/

(19) A pesca à baleia na Ilha de Santa Maria - Arsénio Chaves Puim - Google Books, acesso a maio 8, 2025, https://books.google.com/books/about/A_pesca_%C3%A0_baleia_na_Ilha_de_Santa_Maria.html?id=FOC_HAAACAAJ

(20) O povo de Santa Maria seu falar e suas vivências / Arsénio Chaves Puim - Rede de Bibliotecas de Braga catálogo, acesso a maio 8, 2025, https://opac.rbb.blcs.pt/bib/232522

(21) Guiné 61/74 - P22819: Notas de leitura (1399): "O Povo de Santa Maria, seu falar e suas vivências", 2ª edição revista e acrescentada (2021), por Arsénio Chaves Puim, um caso de grande sensibilidade sociocultural e de amor às suas raízes (Luís Graça ) - Parte I, acesso a maio 8, 2025, https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2021/12/guine6174-p22818-notas-de-leitura-1399.html

(22) Arsénio Chaves Puim - BNP - Bibliografia Nacional Portuguesa, acesso a maio 8, 2025, https://bibliografia.bnportugal.gov.pt/bnp/bnp.exe/q?mfn=127577&qf_AU==PUIM%2C%20ARSENIO%20CHAVES

(23) A Açorianidade no Tempo - PT - Nova Gráfica, acesso a maio 8, 2025, https://www.novagrafica.pt/a-acorianidade-no-tempo-pt/

(24) Resultado de pesquisa - BNP - Bibliografia Nacional Portuguesa, acesso a maio 8, 2025, https://bibliografia.bnportugal.gov.pt/bnp/bnp.exe/q?mfn=192188&qf_CDU==394.2(469.9)

(25) Guiné 63/74 - P5338: Memórias de um alferes capelão (Arsénio Puim, BART 2917, Dez 69/Mai 71) (4): O pacto de Deus... com os 'turras', acesso a maio 8, 2025, https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/11/guine-6374-p5338-memorias-de-um-alferes.html

(26) MARC details for record no. 7026 › Biblioteca da Lagoa catalog, acesso a maio 8, 2025, https://biblioteca.lagoa-acores.pt/cgi-bin/koha/opac-MARCdetail.pl?biblionumber=7026

(27) Quinta-feira 17 de Junho de 1982 - Diário da República, acesso a maio 8, 2025, https://files.diariodarepublica.pt/gratuitos/3s/1982/06/1982d137s000.pdf

(28) Relatório Anual sobre a aplicação do Decreto Legislativo Regional n.º 20/2010/A, de 31 de maio, alterado e republicado pelo - Portal (azores.gov.pt), acesso a maio 8, 2025, https://portal.azores.gov.pt/documents/36258/8b3b8e21-9eaf-10b9-48e0-c9a799393889


Fonte: Gemini IA / Google (com Luís Graça, na revisão / fixaçãpo de texto)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 8 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26777: Parabéns a você (2374): Arsénio Puim, ex-Alferes Graduado Capelão da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/71)


(**) Vd. poste de 10 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26568: (In)citações (262): de visita ao nosso ex-capelão Arsénio Puim, que vive em São Miguel, Açores: há amizades que são maiores que a vida (Abílio Machado, ex-alf mil. CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72)

(***) Vd. 8 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24299: O nosso blogue por descritores (7): Arsénio Puim, com mais de 6 dezenas de referências... Foi alferes graduado capelão do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), tendo sido expulso em maio de 1971

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26767: História de vida (61): Eugénia Sousa (Ribeira Grande, Stº Antão, 1935 - Sesimbra, 2025): cap enf pqdt ref, cofundadora da Escola de Serviço de Saúde Militar (ESSM)


Capa do livro "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), 439 pp (com a devida vénia)



Eugénia do Espírito Santo Sousa, cap enf pqdt ref (Ribeira Grande, Santo Antão,
Cabo Verde, 1935 - Sesimbra, 2025)




1. Infelizmente não temos nenhum regosto da passagem da Eugénia Sousa pelo TO da Guiné. Ela acaba de morrer, aos 89 anos (*). Publicou dois pequenos textos no livro supracitado, de que também é coautora. Foi enf pqdt durante 12 anos. Ainda estava na FAP no início dos anos 80, com o posto de capitão. Pertenceu ao grupo dos fundadores da Escola do Serviço de Saúde Militar (ESSM). Solteira, vivia em Sersimbra.

A ESSM foi criada pelo Decreto-Lei nº 266/79,de 2 de agosto, como estabelecimento de ensino técnico-militar, funcionando na directa dependência do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Foi herdeira das, entretanto extintas, Escola de Enfermagem da Armada e Escola do Serviço de Saúde do Exército. O seu primeiro regulamento foi aprovado pela Portaria n.º 582/80, de 10 de setembro.

A Eugénia deixou este apontamento biográfico no livro acima citado, pp. 40/41, que tomamos a liberdade de reproduzir.

  •  nasceu na ilha de Sto. Antão, na vila (hoje cidade) de Ribeira Grande, também conhecida por Povoação (**);
  • teve uma infância e adolescência difíceis;
  • só aos 20 anos pôde viajar para Portugal, tendo-se fixado em Penafiel:
  • tirou o curso de auxiliar de enfermagem no Porto e depois o curso geral de enfermagem, em Lisboa;
  • em 1962, fez o 2º curso de enfermeiras-paraquedistas.

Recorde-se que, em 9 cursos (1961, 1962, 1963, 1963, 1964, 1966, 1967, 1970, 1972 e 1974) formaram-se 46 enfermeiras paraquedistas, as primeiras mulheres a integrar as fileiras deas Forças Arnmadas Portuguesas.



Armas da ESSM

 


In "Nós, enfermeiras paraquedistas", op. cit, 2014, pp. 40/41.

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Notas do editor LG:


(**) Último poste da série > 20 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26705: História de vida (60): A esloveno-americana Vilma Kracun, n. 1947, membro nº 900 da nossa Tabanca Grande (João Crisóstomo, grão-tabanqueiro nº 432)