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terça-feira, 10 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26904: Vivências em Nova Sintra (Aníbal José da Silva, Fur Mil Vagomestre da CCAV 2483/BCAV 2867) (15): A despedida do Quartel de Brá e o Regresso

CCAV 2483 / BCAV 2867 - CAVALEIROS DE NOVA SINTRA
GUINÉ, 1969/70


VIVÊNCIAS EM NOVA SINTRA

POR ANÍBAL JOSÉ DA SILVA


47 - DESPEDIDA DO QUARTEL DE BRÁ

Todo o Batalhão aprumado e engraxado apresentou-se, sem armas, ao General Spínola.
Depois do discurso de despedida proferido pelo General, seguiu-se a leitura dos louvores para as Companhias. Das quatro, a CCS e três operacionais, só a minha a CCAV 2483, os gloriosos "CAVALEIROS DE NOVA SINTRA", não recebeu qualquer louvor. Mais uma grande desilusão. Se fomos para Nova Sintra porque éramos a Companhia mais bem preparada para lá permanecer os primeiros seis meses, mas acabamos por ficar vinte, com o pior aquartelamento em termos de instalações e o mais doloroso, tivemos cinco mortos em combate e as outras nenhum, salvo a CCS que teve um por acidente com arma de fogo dentro do quartel. Não é de esquecer que o nosso capitão foi gravemente ferido. Sei a razão, naquele momento o nosso Comandante de Companhia era um alferes e o de todas as outras eram capitães do quadro permanente. Quero com isto dizer, que os louvores não se destinavam às companhias, pois estas extinguiam-se à chegada a Estremoz, mas sim aos capitães do quadro que tinham carreiras militares a seguir. Para além duma grande injustiça, foi também uma humilhação, desta maldita guerra.

Ensaio para desfile despedida
Cervajaria Pelicano
Alocução General Spínola
Marginal estrada para Stª Luzia
Catedral de Bissau


48 - O REGRESSO

Embarcamos no navio Úige no dia 22 de Dezembro de 1970. O pessoal estava e continuou eufórico até à chegada a Lisboa. A noite de Natal foi passda a bordo. Para além do jantar habitual, à meia noite foi servida uma ceia, com tudo o que comporta uma ceia daquela noite. Bacalhau com batatas e legumes, bolo rei, rabanadas e outras goluseimas, sem esquecer o tinto e o branco, e o espumante. No dia de Natal o barco foi autorizado pelas autoridades marítimas espanholas a aproximar-se do porto de Las Palmas, sendo visível a marginal, as palmeiras e o movimento automóvel. Chegamos a Lisboa no inicio da noite do dia 28, mas dado que não podiamos atracar, o barco ficou ancorado ao largo. De certeza que ninguém dormiu. Rádios, gravadores e cantoria fizeram-se ouvir toda a noite. De manhã cedo do dia 29, o barco atracou ao cais e começou o desembarque. As malas e os sacos estavam pesados por causa das compras, o que o tornou mais lento. No cais o pessoal desenfreado ía à procura dos seus familiares. Com facilidade encontrei os meus pais e irmã.

É o momento em que não de pode controlar as lágrimas. Seguiu-se o agrupar das tropas para o desfile perante as autoridades militares.

As camionetas da Setubalense esperavam por nós e entrado o último militar iniciou-se a viagem para Estremoz. No quartel, ordeiramente fizemos a entrega do fardamento e efetuadas as demais formalidades finalmente pudemos vestir a roupa civil. Seguiram-se as despedidas sempre emocionadas, com a promessa de encontros futuros, que felizmente acontecem todos os anos. Oa cafés encheram-se para o último copo. Num deles o meu amigo Jardim quis conhecer o meu pai e eu sabia porquê. Tentou convencê-lo a deixar-me ir com ele para Angola, a sua terra natal. Dizia que a avó queria que ele fosse gerir umas fazendas ou roças e pretendia levar-me para o ajudar. Ainda em Nova Sintra ao luar africano, por diversas vezes ensaboou-me a cabeça, procurando convencer-me. Não fui por razões familiares e porque tinha assegurado o regresso ao meu emprego. Grande amigo o Jardim. Por quatro vezes veio ao nosso convívio annual e na primeira emocionei-me com uma lágrima ao canto do olho.

O Úige afastando-se do cais
O cais
A terra à vista são as Canárias
Paz e sossego depois de 22 meses de muita inquietação
O alferes Martinho a mandar acelerar
Continência perante as autoridades

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 3 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26878: Vivências em Nova Sintra (Aníbal José da Silva, Fur Mil Vagomestre da CCAV 2483/BCAV 2867) (14): Tite, Quarto dos Furriéis e Últimos dias em Bissau

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26833: Tabanca Grande (574): José Manuel Loureiro Cochofel, ex-Fur Mil Inf - Minas e Armadilhas, da CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888 (Bambadinca, Fá Mandinga, Xitole e Saltinho, 1966/68), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 904

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano José Manuel Loureiro Cochofel, ex-Fur Mil Inf - Minas e Armadilhas, da CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888 (Bambadinca, Fá Mandinga, Xitole e Saltinho, 1966/68), com data de 21 de Maio de 2025, com a sua apresentação à tertúlia do nosso Blgue:

Sou o José Manuel Loureiro Cochofel, nascido em 11/12/1945, em Ribeira de Pena e actualmente tenho residência em Grijó, Vila Nova de Gaia.
Estou na situação de aposentado depois de uma vida ligada à Gestão de Pessoas.

Ingressei no Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria em 1965 no CSM em Tavira, concluindo a instrução em 30/10/1965. De seguida ingressei na Escola Prática de Engenharia em Tancos onde tive oportunidade de frequentar e concluir em 11/12/1965 o Curso de Minas e Armadilhas.
Passei depois a integrar o Regimento de Infantaria I, na Amadora.
No final desse ano de 1965 fui destacado para dar formação a uma companhia em Chaves.
Concluída essa etapa fui destacado para Santa Margarida e integrar a CCAÇ 1551, do BCAÇ 1888, que veria a ser destacada para a Guiné (Bissau).

De 20/4/1966 a 22/01/1968, estive na Guiné como Furriel Miliciano de Minas e Armadilhas, SPM 3358, CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888, passando por vários locais (Bambadinca, Fá, Xitole, Ponte dos Fulas, Saltinho, etc.).

Envio algumas fotos

Cumprimentos
José Cochofel


O Soldado Instruendo do CSM (CISMI) José Manuel Cochofel
BI do Fur Mil Inf MA José Manuel Cochofel
Fotos tiradas durante a viagem para a Guiné, a bordo do N/M Uíge
A caminho de Bambadinca
Xitole > Fur Mil José Manuel Cochofel
Almoço com camaradas do Pelotão
Alferes e Furriéis do Pelotão do Fur Mil José Manuel Cochofel
Fur Mil José Manuel Cochofel em Bissau com camaradas
Ex-Fur Mil José Manuel Cochofel na actualidade

********************

2. Comentário do editor CV:

Caro José Manuel Cochofel, sê bem-vindo à nossa Tabanca Grande, tertúlia de antigos combatentes e amigos da Guiné. Temos para ti o lugar 904 à sombra do nosso poilão. Muito obrigado por te juntares a nós.

Tanto do BCAÇ 1888 como da tua CCAÇ 1551, não temos registos dignos de nota, talvez por, da tua Companhia, termos na tertúlia só o camarada José Moreira de Castro Neves, que foi Furriel de Armas Pesadas. Talvez tenhas contacto com ele uma vez que é um nortenho de Valongo. 

Terás de assumir a responsabilidade de fazeres, aqui no Blogue, a história da 1551, que afinal é parte da tua própria memória enquanto combatente. É da nossa responsabilidade deixar algo aos vindouros, contado por cada um de nós, os que lá estivemos, antes que o faça alguém que nunca pisou aquela terra vermelha, cor natural, mas tanbém da cor do nosso sangue ali derramado. 

Ficamos ao teu dispor para qualquer dúvida. No fim deste teu poste verás alguns marcadores que te levarão directamente aos postes onde é contado algo sobre, por exemplo, BCAÇ 1888; CCAÇ 1551; Bambadinca, etc. É só explorares. Também se clicares, lá em cima, no nome das localidades por onde andaste, abres as Cartas respectivas, podendo assim revisitares as tabancas e as picadas que jamais esqueceste.

Termino, deixando-te um abraço em nome da tertúlia e dos editores, que ficam na expectativa de novas notícias tuas.

CV
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Nota do editor

Último post da série de 7 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26774: Tabanca Grande (573): António Augusto Arteiro Cardoso, ex-Fur Mil Vagomestre da 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/73 (Camajabá e Piche, 1974), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 903

terça-feira, 20 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26819: Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) - Parte II: De Lisboa a Bissau, no T/T Uíge



Foto: o paquete Uíge no qual viajei/viajámos para  Bissau.


1.  O Carlos Filipe Gonçalves, de alcunha Kalu Nhô Roque (como consta na sua página no facebook) nasceu em 1950, no Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde. 

Foi fur mil amanuense, na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74... 

É membro da nossa Tabanca Grande desde 14 de maio de 2019, sentando-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 790. Tem cerca de 2 dezenas de referências no nosso blogue.

É uma figura conhecida do na sua terra: r
adialista, jornalista, historiógrafo musical, e escritor, vive na Praia, capital de Cabo Verde. 

É também amigo do nosso camarada Manuel Amante da Rosa, e seu contemporâneo no QG/CTIG. 

Já aqui publicámos cinco postes com a sua versão dos acontecimentos do 25 de Abril de 1974, em Bissau (*). São excertos de um livro de memórias que ele tem em preparação, ainda sem  título (definitivo). E que quer continuar a partilhar connosco.

Abrimos, entretanto, uma nova série, de modo a abarcar o início da sua comissão no CTIG, em 1973. Na Metrópole, durante a recruta, a especialidade e a mobilização em rendição individual para o CTIG,  passou por Tavira, Vendas Novas,  Leiria e Lisboa.   

A fonte que utilizamos é a página do Facebook da Tabanca Grande.(***)





Cabo Verde > Ilha de São  Vicente > Mindelo > 9/11/2012 > 11h11 >  Baía do Porto Grande e Monte Cara, ao fundo.

Foto (e legenda): © João Graça (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Recordações de um furriel miliciano amanuense (Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG, Bissau, 1973/74) (Carlos Filipe Gonçalves, Mindelo) (**)



Parte IIA: Despedida e Partida para a Guiné



Noite sim, noite sim, na pândega, fui vivendo aqueles dias de «férias». Finalmente, a viagem para Bissau ficou marcada para domingo, 25 de fevereiro de 1973, no paquete Uíge. 

Era um envio especial de «efectivos» para «rendição individual» de militares que já tinham ultrapassado muitos meses após o final da comissão no ultramar! Não puderam regressar a tempo à metrópole, porque havia falta de gente para os substituir! 

Bem, quando a rapaziada do Campo de Ourique soube que eu partia no próximo domingo, disseram logo: “Temos que fazer uma despedida em grande!” Teria de ser na sexta-feira, pois, no sábado eu devia de dormir nos Adidos e, como se sabe, no quartel depois da meia-noite ninguém entra, ninguém sai; eu não queria correr o risco de um atraso no embarque, que seria mal interpretado e seria punido!isciplina militar é para se cumprir! 

Reunidos no Café Gigante, no meio da conversa fiada, Dani me perguntou: “Então? Como vai ser a despedida?” O Zé Rui argumentou: “Eh pá, vais para a Guiné!! Olha, que aquilo está mau! Proponho o novo cabaré que abriu aí pelos lados da Avenida Liberdade… a noite termina com striptease!” 

Na minha cabeça surgiu logo o pensamento: posso não voltar! Aceitei então a proposta. (…) (#)

(...) Chegou a hora da despedida, a malta, vai me dando fortes abraços, acompanhados de conversas ocas, sem significado para mim. Dizia um: “O tempo passa depressa! Já, já, cá estarás connosco a parodiar!” Gritava outro: “Não vai ser nada, pá! Aguenta-te, OK!” Ou então: “Ficamos à tua espera! Logo, logo, estarás de regresso!” 

Cada um foi para o seu lado, pois, naquele dia, o popó do John estava avariado, aliás nem me despedi dele porque não nos acompanhou! E não voltei a vê-lo depois. Apanhei um táxi… cheguei ao QG…. 

De repente senti-me só e envolvido num absoluto silêncio, a minha cabeça andava à roda, a mente vazia… adormeci.

Sábado, foi arrumar a mala e ultimar os preparativos para a viagem, dormi no Quartel de Adidos, em Belém. Domingo logo cedo, nem houve tempo para o pequeno-almoço, foi logo formatura e «chamada» da malta que ia embarcar.

 Entregaram a “guia de marcha” e os papéis da promoção a furriel miliciano, foram logo avisando: “Só colocam as divisas quando já estiverem no barco!” Dada a ordem “Está no ir”, subimos nos camiões com a bagagem, formou-se depois um comboio, lá fomos rumo ao cais de Alcântara. 

Quando lá chegámos, fiquei espantado com o povo que lá estava: centenas de pessoas, entre familiares, amigos, namoradas, esposas, algumas com bebés ao colo! Gente e mais gente para despedir dos cerca de 600 militares que iam partir para a Guiné. O ambiente estava pesado, choros, abraços, beijos de uma mãe ou namorada em lágrimas, olhos vermelhos que os lenços limpam constantemente… 

No meio daquela confusão, ouço chamar: “Kalu! Kalu!” Reconheci logo, a minha tia e o meu primo! Prometeram que iam ao cais e não faltaram! Fiquei sensibilizado, senti-me querido, amparado pelo apoio da família. Eu estava emocionado, a conversa foi pouca, ficamos ali parados… 

A tia Orlanda tinha providenciado a abertura de uma conta num banco, para eu depositar e amealhar o vencimento que a partir de agora ia dispor. Ela alertou: “Guarda bem estes papéis de referência da conta, para poderes fazer as transferências!” 

Eu acenava que sim, havia então uma pausa…. Minha tia repisava: “Quando voltares terás um dinheirinho para comprar um carro, mas, pensa em estudar, o estudo é o mais importante!” Estas palavras, nada significavam para mim, porque, dois anos de comissão na Guiné, eram uma eternidade e ainda nem tinham começado!

Dada a ordem para o embarque, eu não quis esperar muito, decidido, abracei a minha tia e o meu primo, despedimo-nos, apanhei a bagagem… dirigi-me às escadas do barco. O paquete Uíge era um barco grande, sobretudo muito alto… ao subir as escadas, notei, centenas de serpentinas lançadas ao vento, balançavam e faziam um som estridente… 

Quando cheguei ao barco, fui logo arrumar a bagagem no camarote e voltei para a amurada. Daqui de cima, via lá em baixo aquela gente toda aos prantos, há um murmúrio constante, os que estão no barco seguram serpentinas que estão nas mãos de alguém em terra. Se a fita de papel se partia, os meus colegas logo gritavam, chamavam o familiar e lançavam outra serpentina… 

Fiquei emocionado com este espectáculo, lágrimas afloraram nos meus olhos. Tirei os óculos, limpei as lentes. Aumentava cada vez mais o número destas longas e compridas tirinhas de papel de várias cores. 

Finalmente, ouve-se um grosso apito, são retiradas as escadas, o barco ainda apita várias vezes, enquanto afasta-se do cais… Os militares a bordo desenrolam cada vez mais e mais, as serpentinas, aumenta o ruído… prá, prá, prá, daquele conjunto enorme de tiras de papel ao vento… que ligam os que estão a bordo, àqueles que estão em terra… até que… pouco a pouco, uma a uma, as fitas de papel começam a partir-se e ficam soltas ao sabor do vento…

Lá no cais, os familiares a acenam com lenços brancos… à medida que o barco se afasta, as pessoas ficam cada vez mais pequenas; começa-se então a sentir os primeiros balanços do barco. Iniciamos a viagem a caminho da Guiné!

____________

Nota do autor:

(#) Não posso publicar o livro integralmente são apenas extractos… Por isso, apenas posso dizer agora, que depois de muitas peripécias e flashes da vida nocturna lisboeta… e ocorrências insólitas nesse cabaré… Foi uma noite de luxo, com Whisky, etc. e tal…. Até que…. saídos do tal cabaré...


Parte IIB:   De Lisboa a Bissau, no T/T Uíge
 


No tombadilho do barco sopra um vento frio, Lisboa vai ficando para trás, não há muita conversa entre nós, imperam a tristeza e a saudade. Os meus companheiros de viagem começam a retirar-se do convés. Eu também vou para o camarote, encontro três colegas, vejo-os a retirar as divisas de cabo miliciano e colocar sobre os ombros as divisas de furriel. Fiz a mesma coisa, concretiza-se assim a tão ansiada promoção.

Sinto-me outra pessoa. Para trás ficaram meses de uma vida difícil e até de humilhações quando da instrução (recruta e especialidade). Escondido vestia-me à civil, pois, isso era vedado aos praças e instruendos como eu; a comida melhorou com a promoção a cabo miliciano, mas continuava a não ter qualquer salário; durante mais de seis meses, o pré (salário do soldado) era menos de uma dezena de escudos; depois da promoção a cabo miliciano, passara a 90 escudos! Uma miséria! (***)

Logo dependia da mesada que a minha mãe me enviava. Com esse dinheirinho, que recebia em carta registada, pagava as despesas, lavagem da roupa, as comezainas em Tavira e Vendas Novas (onde tinha feito a recruta) ou em Leiria (onde tinha feito a especialidade) e as paródias com a malta estudante em Campo de Ourique. 

Nessa fase inicial da tropa para além do frio (chegara Portugal em janeiro de 1972) o problema foi a minha adaptação ao rancho: café pão com marmelada ou margarina ao pequeno-almoço; sopa e alguns pratos preestabelecidos ao almoço como por exemplo, feijoada com chispe ou massa com carne; ao jantar, pescadinha de rabo na boca com batatas cozidas, um prato invariável! Sempre que podia, ia comer umas bifanas por aí, num restaurante ou tasca. (…)

Ao meio-dia sou acordado pelo toque de corneta para refeição. Levantei-me a correr, felizmente não tinha despido a farda, saio do camarote e vejo que o barco é um quartel flutuante! No convés estavam os «praças» a fazer a formatura para o almoço! Os furriéis, depressa descartaram a responsabilidade e delegaram nos cabos a tarefa de fazer a chamada, etc. e tal. 

Os «praças» foram para um refeitório onde nunca cheguei a ir. Nós, os graduados, fomos almoçar num salão de luxo destinado a sargentos e oficiais. Boa comida, bom vinho, boa sobremesa… e o melhor de tudo: garçons a servir! Portanto, nada a reclamar. Depois da bica, fomos dormir.

Às 16 horas, sou de novo acordado pelo toque de refeição da corneta. Bolas, devem ter-se enganado, o jantar é com certeza às 7 ou 8 horas, o que se passa? Mas, ordens são ordens, levantei-me da cama e saí. No corredor, ouço dizer que é hora do lanche! Fomos, ao salão, encontramos mesa posta: bolos, bolachas, sumos, chá e café… garçons a servir! Nada mau! Voltamos a comer!

(…) O tempo foi passando, às 7 horas soou a corneta, toque para o jantar. Repete-se o cenário: boa comida, bom vinho, garçons a servir. Pouco se falava à mesa, as amizades irão desenvolver-se ao longo dos próximos cinco dias da viagem, depois de se travar conhecimento e obter a confiança dos colegas.

Depois do jantar, fez-se a leitura da “Ordem do Dia”. Recorde-se, estamos num quartel flutuante, tudo se passa como em qualquer quartel. Soube então que haveria projecção de filme no convés e que durante a viagem não haveria toques de recolher e nem de alvorada, apenas os toques à refeição. 

E lá fomos ver um filme projectado num ecrã dependurado num dos mastros do navio; os oficiais e sargentos ficavam na amurada da meia nau, os soldados no convés. Logo no início, desenhos animados da Disney, depois o filme…. 

Enquanto passavam as imagens, olhava de vez em quando para o céu estrelado! Sentia então aquela saudade da minha Ilha de S. Vicente e dos meus familiares… A malta interrompia os meus pensamentos com alguma conversa, fumava-se, o tempo ia passando…

Estava assim estabelecida a rotina da viagem, a que se juntou nos dias seguintes, uma jogatina de cartas e de dados, pelos «praças» no convés. Dezenas de grupos de quatro a seis soldados apostavam e jogavam, ouviam-se risadas, gritos quando alguém ganhava, discussões quando havia desconfianças de enganações… Os oficiais e sargentos apenas observam, para não dar confiança e atrevimento aos subordinados, mas, alguns, à socapa também apostavam.

No terceiro dia de viagem comecei a sentir o calor tropical, imaginei que estaríamos a aproximar do mar de Cabo Verde. Comecei então a tomar banhos de sol, ia só de calções para o convés, estendia-me, imaginava estar numa das praias do meu distante S. Vicente… Os outros imitaram-me, logo, todo o mundo também estava de calções e sem camisa a tomar banhos de Sol! 

Antes do almoço, voltava ao camarote e tomava um longo um banho de chuveiro para refrescar. Que remédio! Com o mar ali à nossa volta, mas impensável um banho de mar…. Relembrava então o hábito de nadar na água sempre tépida e depois ficar estendido ao sol na praia da Matiota em S. Vicente, a minha ilha… (…)
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Nota do Autor – Como devem compreender, são extratos que estou a publicar… Devo, pois,  explicar, neste ponto, em flash back descrevo várias peripécias, na recruta e especialidade e como consegui ir para a junta de saúde e obter uma reclassificação para Serviços Auxiliares, o que me livrou da especialidade “Atirador/Operador Cine”, ou seja, envio para o mato no caso de mobilização! 

Também descrevo situações que tive com a Pide em Mindelo, etc., num jogo surdo e mudo, por causa de uma carta que recebi de um amigo, em Comissão no Ultramar, na qual ele dizia estar apreensivo pois ia para uma operação no mato e logo ele temia pela vida! 

Imaginem, a carta tinha sido violada…. Felizmente, não me valeu nem prisão nem convocação à sede, como aconteceu com muitas outras pessoas, por ninharias. 

(Revisão / fixação de texto: LG)



T/T Quanza > BCaç 617 >  A caminho da Guiné > c. 8-15 janeiro de 1964 > Tela para projeção de filmes  ao ar livre...


Foto (e legenda): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Notas do editor:

(*) Vd. o último poste a série > 3 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26760: No 25 de Abril eu estava em... (40): Bissau, em comissão de serviço na Chefia dos Serviços de Intendência, QG/CTIG (Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, natural do Mindelo, vive hoje na Praia, Cabo Verde) - Parte V


(**) Para se ter uma ideia da depreciação do valor da moeda de então (o escudo português), ao longo do período da guerra do ultramar /guerra colonial (1961/75):  90$00 valiam (a preços de hoje) 47 € (em 1960)...

  • 45 € (1963), 
  • 39 € (1966), 
  • 32 € (1969),
  • 25 € (1972), 
  • 22 € (1973), 
  • 18 € (1974), 
  • 15 € (1975). 

Fonte: Pordata > Simulares > Simulador de Inflação.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26374: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (32): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte VII: O adeus a Bissau


Foto nº 19 >  O último adeus a Bissau



Foto nº 20 > Já no Atlàntico, em mar alto... O Virgílio Teixeira, ao centro, nesta foto de grupo



Foto nº 12 > Um contratempo: uma lancha da Marinmha vem buscar um militar a bordo...


Foto nº 13 > Uma hora depois, o militar regressa, na mesma lancha da Marinha...






Foto nº 14, 14A e 14B > Partida do Uíge, vista de Bissau Velho


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


1. Texto de Virgílio Teixeira (Continuação) (*)


Agora e depois de ver todo o filme da nossa partida de Bissau, vou comentar algumas fotos e cenas (*)

 
Parte I  -  A nossa partida, Bissau, 4 ago69

Continuando, na saída de Bissau, já estamos dentro do navio e por volta das 12 horas, quando se preparava o apito de partida, aparece uma lancha da qual tirei foto (Foto nº 12). Vieram uns capangas e levaram um aferes miliciano para o QG!... Um alferes cujo nome oculto.

Passadas menos de uma hora lá vem a mesma lancha com o dito, que entrou no Uíge sem nada dizer. Está retratado noutra foto (Foto nº 13(.

Eu sei a história, mas peço desculpa de não a contar, são regras básicas. Esta cena era impensável de acontecer. Mas aconteceu. Um navio com 700 homens a bordo, esperou uma hora para que um militar fosse a terra resolver alguma coisa que estava mal resolvida...

Dentro do Uíge já presentia que algo iria acontecer, pois esse companheiro e já amigo do Porto do tempo de escola, passou a manhã toda virado para mim e perguntava: "E se nos vêm buscar? ".

Muitissimas vezes, até que lhe perguntava porquê, sem respostas. E insistia sempre no plural, eu disse que "a mim ninguém me vem buscar!",,,

Continuando a viagem.


Foto nº 16 > O heli do Spínola,
 sobrevoando o T/T Uíge

Às 13 horas o navio Uige de T/T apita porque vai zarpar, começa a abandonar Bissau, a cidade a ficar mais longe (Foto nº 14), o heli do Spinola  a sobrevoar o navio (Foto nº 16), acompanhado com um bombardeiro T6 para protecção e mais o helicanhão. Várias fotografias anexas.

Tudo está retratado em fotos, que são a minha última despedida daquela terra.

Na primeira refeição a bordo, com o balouçar do navio, tive de correr, pois toda a comida foi borda fora. 
A primeira e única vez, nunca mais me lembrei disso. Era o meu baptismo de cruzeiro.

Em relação às fotos impensáveis, "todos ao molho e fé em Deus" (**), o que vim a saber depois, e agora parece que tem lógica depois das observações pertinentes do Luí e Valdemar, vendo agora melhor e com alta resolução e aumento, percebe-se que o pessoal nas lanchas anda atrapalhado com as malas e afins.

O pessoal do meu Batalhão depois da entrega das instalações em S.Domingos ao novo Batalhão que foi render o nosso, foi para Cacheu onde estiveram uns dias. Na viagem na LDG foi chuva toda a noite, e por isso acho que andam a ver se ainda alguma coisa resta em estado normal.

Eu não vim nessa viagem, já estava em Bissau, e nessa noite em que as nossas tropas faziam as deslocações no Rio Cacheu, eu já estava bem instalado em camarotes individuais , jantar de luxo, bar aberto e música de piano, e o jogo para quem gostava.

Tomamos todas as refeições nos 7 dias (3 a 9 de agosto de 1969) na mesa do comissário de bordo, Eduardo António de Ayala Monteiro. Éramos 6 e ao meu lado tinha o major José Manuel Barros Adão que comandava a força expedicionária rumo a suas casas. Era o comandante do BCAÇ 1932.

Embarcaram no Sal e outro sítio de Cabo Verde , e depois em Bissau as seguintes personagens.

- 1ª classe 47 pax
- 2ª classe 105 pax
- 3ª classe 539 pax

Total 691 militares e algumas famílias .

Ainda sobre algumas dúvidas, neste embarque veio do BCAÇ 1933 a CCS, a CC1790 e CCAÇ 1791. Quanto à CCAÇ 1792 nunca esteve juntamente com o seu comando. Foi para a Guiné um mês depois e veio um mês mais tarde.

Do BCAÇ 1932, vinha a CCS e algumas companhias que nunca soube quais eram.

Durante a viagem foi só apanhar sol (Fotos nº 19 e 20), à noite no terraço ver o mar e estrelas, enquanto que a maioria passava o tempo na jogatina, coisa que nunca pratiquei por não saber, nem me puxar.

Mas, ainda tinha um frete pela frente, nas 6 noites com o pessoal a bordo. Ao terceiro dia ou quarto, fui escalado para Oficial de dia no Uíge. Tanta malta para fazer esse serviço e porque me calhou a mim? Não foi fácil, pois além dos trabalhos normais, que todos conhecem, tinha de assistir às refeiçoes a bordo, pequeno almoço, almoço e jantar.


Foto nº 21 > Um navio (petroleiro)
 rumo ao sul

Ao almoço acontece o impensável. Um levantamento de rancho! Já tinha essa experiência quando nos Adidos em Brá acontece-me o mesmo, mas com o pessoal todo marado e eram centenas. Consegui resolver.
Neste caso e apelando à compreensão dos militares, que isso só iria me prejudicar e eles nada ganhavam com essa greve. Muitos soldados e cabos da minha CCS, com quem tinha laços de amizade e convívio, nas jantaradas que se organizaram ao longo da comissão, as coisas acalmaram e já pude ir dormir descansado.

Só pensava se aquilo corresse para o torto, 
teria de fazer relatórios e não sei que mais, e só me ia complicar a minha chegada e passagem à disponibiidade. Tudo acabou em bem, felizmente.

No quinto ou sexto dia, no alto mar esgotei a última foto dos rolos numa imagem de outro barco a navegar rumo a Sul. Para onde? (Foto nº 21).

Teria tanta foto para tirar se tivesse mais rolos mas esgotei com tudo, incluindo um a preto e branco, nem para a chegada tive a oportunidade de fazer uma fotos.

Fica para a próxima expedição.
 


Foto nº 31 > T/T Uíge: 5 ago 69 > Jantar
à mesa do comandante; o Virgílio, ao fundo, de óculos,
do lado direito

Parte II - O jantar de despedida do  dia 8 de agosto de 1969(**)


Um jantar excecional com farda a rigor, a surpresa da noite foi a entrada de vários funcionários de mesa, com as bandejas e o Peru assado à Condestável, com velas e outrascoisas, dançavam enquanto desciam rumo às mesas. Não dá para esquecer. Nunca tinha andado de cruzeiros ou barcos desta dimensão, era o meu baptismo, imperdoável.

Com musica, a Sinfonia nº 9 de Gelinka e Schubert. (**)

Depois os copos no bar e para quem queria havia musica para dançar se houvesse companhia feminina, e havia algumas senhoras.

Na noite do dia 9 de agosto de 1969 foi jantar normal, e dia 10 às 8h da manhã já se via o Cais de Alcântara e Lisboa. (ou Rocha do Conde de Obidos?)

As cerimónias e tudo o resto que a grande maioria já sabe. Eu até gosto disto, militarista.

Eu tinha à espera a minha namorada (minha mulher ainda), minha irmã e marido que a acompanharam, ela afinal tinha apenas 21 anos.

O nosso Tesoureiro tinha a mulher e filho de 2 anos à espera, e combinamos os 4 almoçar a um Restaurante que visitei sempre que ia apanhar avião para a Guiné.

Em 19set67, quando o avião militar DC6 não levantou voo e fiquei numa pensão (na Ajuda ou Anjos, julgo eu, desaguava em Almirante Torres) apanhava o eléctrico e depois de manhã cedo peguei um Taxi para Figo Maduro).

Mais tarde, nas primeiras férias, quando regressei em inícios de julho de 68;

Depois e finalmente, no final das ultimas férias em abril de 69.

Voltaria mais tarde, quando iniciei as minhas viagens para a Guiné Bissau, 4 no total.

O Restaurante Escorial , na Rua das Portas de Santo Antão, mais duas lojas acima do famoso Gambrinus, onde num jantar do dia 10 de agosto 99, data da minha chegada em 69, encontrei o nosso "Marocas", Mário Soares e familia (mulher, filho e filha).

O Escorial era já nesse tempo um restaurante de Luxo, almoçamos em 10 de agosto 69 os quatro, e mais a criança de dois anos e tal, filho do Tesoureiro. Eu comi sempre Bacalhau
assado na brasa com os respectivos acompanhamentos, o vinho nessa altura devia ser Verde Branco , mas não de lembro e finalmente uma conta sempre de respeito.

De seguida fomos de táxi para Tomar, a tropa foi de comboio e chegamos ao mesmo tempo.

Feito o espólio, recebemos a massa, e uma guia de marcha com data da peluda para o dia quatro de setembro, dia em que passei oficiosamente à disponibiidade.

No dia 11 de agosto já andava à procura do meu carro, na época os Mini 1000.  E ainda nesse mês já tinha ido ao chapeiro arranjar o carro com uma pequena batida. 

A 11 de março de 1971, tinha a minha filha, a primeira, 7 dias e já tive o acidente que marcou o fim do MINI. 

(Revisão / fixação de texto, seleção e reedição das fotos: LG)

______________


(**) Vd-. poste de 25 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26309: Os nossos regressos (42): Vim com o meu batalhão em 4/8/1969 no T/T Uíge (Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26363: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (31): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte V: o embarque, no T/T Uíge, de regresso a casa, em 4 de agosto de 1969 (continuação)



Foto nº 2 >  Bissau > 2 de agosto de 1969 > O T/T Ana Mafalda atracado na ponte-cais, visto à noite, ao luar (1)


Foto nº 2A > Guiné > Bissau > 2 de agosto de 1969 > O T/T Ana Mafalda atracado na ponte-cais, à noite ao luar (2)



Foto nº 1 > Guiné > Bissau > 2 de agosto de 1969 > O T/T Ana Mafalda, na ponte-cais, ao amanhecer



Foto nº 3 >  Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  Escadas de acesso e minha entrada a bordo (1)


Foto nº 3 > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  Escadasa de acesso e minha entrada a bordo (2)


Foto nº 4 > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (2) 


Foto nº 4A -   Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (3): na ponte-cais, o N/M  Rita Maria, da Sociedade Geral (SG)


Foto nº 4B > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (4): destaque para o Forte da Amura ao fundo


Foto nº 4C > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (4):  destaque para o edifício da Alfândega à direita



Foto nº 5  > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   A LDG 101, da Marinha, encosta ao nosso navio, para embarcar os miligytares e suas bagagens (1)


Foto nº 5A > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   A LDG 101, da Marinha, encosta ao nosso navio, para embarcar os militares e suas bagagens (2)



Foto nº 6  >  Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  LDG 101, da Marinha > Tropas ao molhe, aguardando embarque


Foto nº 7 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  LDG 101, da Marinha > Tropas ao molhe, aguardando embarque... Como se fossem "gado"...



Foto nº 8 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  LDG 101, da Marinha >  O içar das bagagens... Há quem aguarde em traje pouco regulamentar, tocando violando e entoando quiçá o "Fado da Guiné"


Foto nº 9 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge > O navio visto do lado de terra, a LDG 101 e os militares que foram embarcando ao longo da tarde


 Foto n º 10 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge > Barcaça civil, vista de cima do nosso navio


Foto nº 11 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge > Barcaça civil, vista de cima do nosso navio

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]




Vírgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) que estava no sítio certo na altura certa, a preparar o embarque dos seus camaradas, no T/T Uíge, de regresso à Metróple, em 4 agosto de 1969



1. Mensagem do Virgílio Teixeira:

Data - 28/12/2024, 16:17

Assunto - O nosso regresso, no T/T Uíge, em 4ago1969 (*)

No seguimento deste tema (o regresso das Nossas Tropas) (**), envio o lote completo das fotos do meu álbum, cobrinndo esse evento.

Já estão algumas publicadas (***), agora é só fazer a seleção daquilo que interessa para postar e finalizar este impportante momento da nossa vida.

Segue um memorando anexo, com algumas cenas desse evento. As fotos estão cronologicamente numeradas (de 1 a 21, e de 31 a 32) e legendadads.

Um abração. Bom ano se não falarmaos antes e saúde para todos.
Virgílio.
2024-12-28

PS - Agora e depois de ver todo o filme da nossa partida de Bissau, vou comentar algumas fotos e cenas. Ultrapassada a fase das datas (4 e não 10 de agosto de 1969), tenho ainda vários documentos de prova. (...)