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terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26357: Humor de caserna (92): "Então a senhora não me conhece ?!...Foi-me buscar a Bambadinca quando eu fui ferido!"... (Maria Arminda Santos, ex-ten grad enfermeira paraquedista, FAP, 1961/70)

Guiné, Bissalanca, BA12, s/d   > Da esquerda para a direita, (i) a Maria Arminda; (ii) a Maria Zulmira André (falecida em 2010); e (iii) a Júlia Almeida (falecida em 2017). 

 Foto de cronologia do Facebook da Maria Arminda Santos. (Editada e reproduzida aqui com a devida vénia...) (LG)



 
A Maria Arminda Santos (n. 1937, ex-tenente graduada enfermeira paraquedista, 1961-1970, hoje ref) pertenceu ao grupo das Seis Marias, nome pelo qual ficou c
onhecido o 1.º curso de Enfermeiras Paraquedistas portuguesas feito em 1961. Nossa grã-tabanqueira nº 500 (desde 23 de maio de 2011), co,m mais de 6 dezenas de referências no blogue, é agora a decana ou a matriarca das antigas enfermeiras paraquedistas: tem uma "memória de elefante" e é uma excelente contadora de histórias.

Nasceu e vive hoje em Setúbal. Os pais eram oriundos do concelho de Mafra. O pai foi combatente da I Grande Guerra. E algumas histórias que ouviu dele,   terão influenciado a sua decisão de ser enfermeira e depois paraquedista.

Passou por todos os TO, e nomeadamente Guiné (1962 / jan 63) e depois  1965/67, e 1969 (vários períodos no CTIG, onterrompidos, por outras missões), até passar à disponibilidade em finais de 1970.





Fonte: Excertos de Maria Arminda - "Manifestaçóes de reconhecimento."  In: "Nós, enfermeiras paraquedistas", 2ª ed., org. Rosa Serra, prefácio do Prof. Adriano Moreira (Porto: Fronteira do Caos, 2014), pág. 370 (com a devida vénia) (Imagem acima: Capa do livro)

Coautoras (das 30 da lista, com a Rosa Serra, editora literária, 18 são Marias...):

Maria Arminda Pereira (Santos por casamento) | Maria Zulmira André   | Maria da Nazaré Andrade (†) | Maria do Céu Policarpo | Maria Ivone Reis (†) | Maria de Lourdes Rodrigues | Maria Celeste Guerra | Eugénia Espírito Santo | Ercília Silva | Maria do Céu Pedro (†) | Maria Bernardo Teixeira | Júlia Almeida 
(†)  | Maria Emília Rebocho | Maria Rosa Exposto | Maria do Céu Chaves | Maria de Lourdes Cobra | Maria de La Salette Silva | Maria Cristina Silva | Mariana Gomes | Dulce Murteira | Aura Teles | Ana Maria Bermudes | Ana Gertrudes Ramalho | Maria de Lurdes Gomes | Octávia Santos | Maria Natércia Pais | Giselda Antunes (Pessoa, por casamenti) | Maria Natália Santos | Francis Matias | Maria de Lurdes Costa.

____________________________________________

Então a senhora não me conhece ?!...

por Maria Arminda Santos




(...) A vida dá tantas voltas! E, assim sendo, em 1974, resolvi mudar de casa e fui morar para uma zona desconhecida.

Ninguém sabia quem eu era e o que fazia ou tinha feito. 

Passados poucos dias abordou-me um vizinho, um homem da rua, como é hábito dizer-se na minha terra, que me perguntou se eu não o conhecia.

Não tinha a mínima ideia de já alguma vez o ter visto, pelo que respondi negativamente. Então, com um largo sorriso. disse-me:

–  Pois eu lembro-me muito bem de si, foi-me buscar a Bambadinca. quando fui ferido!

Não queria acreditar, mas era verdade!

Passado pouco tempo, os habitantes da rua ficaram a saber...

Foi numa época menos boa e de certa conflitualidade, após o 25 de Abril, e o modo como a população encarava os militares que tinham estado em Africa não era muito favorável.

Esse facto nunca me intimidou e, sempre que fosse oportuno, eu afirmava que tinha andado na guerra do Ultramar como enfermeira. (...)

(Seleção, revisão / fixação de texto, título. negritos, itálicos: LG)

__________________

Nota do editor:

Último poste da série > 4 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26348: Humor de caserna (91): O anedotário da Spinolândia (XIV): "Vão-se todos vestir com a roupa que tinham quando viram o helicóptero!"... (Mário Gaspar, ex-fur mil art, MA, CART 1659, Gandembel e Ganturé, 1967/69)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26319: Notas de leitura (1758): O Arquivo Histórico Ultramarino em contraponto ao Boletim Official, até ao virar do século (7) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 6 de Novembro de 2024:

Queridos amigos,
Tanta turbulência na História da Guiné neste período que precede o 5 de outubro de 1910. O quebra-cabeças da ocupação continua a ser a reorganização militar, não se querem indígenas na terra, mas sim de S. Tomé e Angola e até de Moçambique, ninguém se mostra disponível para corresponder ao pedido, o encarregado do Governo anda de candeias às avessas com o Chefe de Estado-maior, os Balantas andam insubmissos em Goli, insubmissa está toda a região do Oio, é nisto que chega um capitão de Infantaria para governar, Francelino Pimentel, escreverá um importante relatório ao ministro da Marinha onde deixa bem claro a porção de focos de hostilidade permanente, há régulos que se tinham revoltado que pedem perdão, os de Bissau pedem perdão, os do Oio pedem perdão, no entanto há situações de grande tensão na circunscrição de Cacine, Francelino Pimentel ainda consegue recrutar 144 indígenas, chega o 5 de outubro, o governador demite-se, depois disso a favor da nova ordem, depois demite-se e embarca para Lisboa, nesse mesmo mês de outubro chega o governador Carlos Pereira, o tal que manda derrubar as muralhas à volta de Bissau. Estamos agora na Guiné da I República.

Um abraço do
Mário



O Arquivo Histórico Ultramarino em contraponto ao Boletim Official, até ao virar do século (7)

Mário Beja Santos

Oliveira Muzanty revelou-se um governador dinâmico em campanhas e expedições, como é evidente com resultados espúrios. Reaparece na Guiné no início de 1909, a sua ação foi alvo de importantes críticas, acusaram-no de não ter conseguido resolver os principais problemas ligados ao Oio e à ilha de Bissau. Chega e regressa prontamente a Lisboa, o encarregado do Governo é o secretário-geral Duarte Guimarães. O Residente de Geba, Belmiro Ernesto Duarte Silva, recebe o do régulo do Cuor, Abdul Injai, o pedido para socorrer os postos Balantas que estavam a ser atacados, e então o Residente pede ajuda ao régulo Abdulai do Xime, terá assim nascido uma desinteligência entre Abdul Injai e o chefe do posto de Bambadinca, à cautela o Residente de Geba determina que não sejam entregues armas e munições a Abdul.

Em Bolama, o secretário-geral Duarte Guimarães e o Chefe de Estado-maior Ilídio Nazaré, andam de candeias às avessas. Os indígenas das povoações de Mansoa atacaram o posto de Goli (provavelmente Porto Gole), mas foram repelidos, nova zanga entre o secretário-geral e o Chefe de Estado-maior, o primeiro nomeou o segundo comandante do posto de Goli. Chegado a este lugar, Nazaré ordena a saída do corpo auxiliar do chefe Abdul e prepara-se um ataque a uma povoação de Balantas, Nhafo, os Balantas não ofereceram resistência. Continuam as desavenças entre as duas autoridades. Ilídio Nazaré virá mais tarde para Lisboa, tinha entregue a Muzanty um plano de reorganização militar da província. Nazaré pretendia não fazer recrutamento de indígenas, anteriormente este recrutamento tinha sido feito à custa de homens de Mutaro Injai e de Abdul Injai. Para Nazaré, uma perfeita e cabal ocupação da província carecia de uma divisão em sete zonas militares, a que corresponderia uma guarnição com um total de 2 mil homens. Mas estava consciente de que tais encargos eram pesados para o tesouro, daí ter proposto para a província uma guarnição de um pelotão misto de Engenharia, uma bateria mista de Artilharia, um pelotão de Cavalaria e quatro companhias de Infantaria, num total de 871 homens. Considerava que o problema do recrutamento indígena se resolveria com gente de Angola. Na província só se poderia contar com Turancas para a cavalaria e alguns Fulas para a infantaria.

Chega, entretanto, o novo governador, o capitão de Infantaria Francelino Pimentel, reajusta o plano de reorganização militar, é curioso o modo como propõe a distribuição das forças que se deveria fazer pelos diversos postos da província: no Xime e Bambadinca, região Fula perfeitamente dominada, os postos não necessitavam de grande força militar, o mesmo acontecendo em Arame e Samogi, respetivamente nas regiões Baiote e Balanta do rio Farim; quanto a Goli e Caraquecunda, os postos deveriam ter guarnição reforçada, era preciso “manter em respeito a gente do chefe Abdul”; Culicunda deveria manter-se ocupada, se bem que com reduzida guarnição; quanto a Bissau, esta precisava de uma forte guarnição “não só para prevenir a eventualidade (pouco provável) de um golpe de mão por parte dos Papéis, como ainda para garantia de segurança do elemento estrangeiro.” Francelino Pimentel escreve para Lisboa que a situação política da província se mantinha pouco satisfatória. Havia grandes falhas no pagamento do imposto palhota. Pedia para a província uma guarnição própria. O ministro do Ultramar responderá em março de 1910 informando Bolama de que as companhias de atiradores e a companhia indígena de Moçambique iriam ser substituídas de duas companhias indígenas de Infantaria, com o efetivo de duas companhias cada, a serem recrutados na Guiné, S. Tomé e Angola. Verificar-se-ão enormes dificuldades no recrutamento de indígenas fora da Guiné.

Um pouco antes da chegada de Francelino Pimentel apresentaram-se em Bolama representantes de todo o Oio pedindo a paz e aceitando todas as condições que o secretário-geral lhes impunha: entrega de todas as armas Snider, construção de três postos à escolha do Governo, multa de 200 vacas e pagamento do imposto a partir de janeiro. Ilídio Nazaré não foi ao Oio para ratificar a condições de paz, o secretário-geral decidiu esperar pelo novo governador.

Ilídio Nazaré irá ser procurado por um representante de régulos que se tinham revoltado, Infali Soncó do Cuor e Boncó Sanhá de Badora, propuseram uma conversa com os grandes e chefes de quase toda as povoações do Oio, procurava-se o reconhecimento de que todos os habitantes do Oio pretendiam a paz. Ilídio Nazaré elaborar um relatório sobre esta digressão através do Oio e relata o teor das conversas havidas com os dois régulos que no passado se tinham revoltado, no fundo eles procuravam o perdão.

Chega Francelino Pimentel à Guiné e aceita perdoar os Papéis, lavrou-se um auto de vassalagem, os régulos de Intim, Bandim e Antula, como representantes do povo da região dos Papéis pediam perdão ao Governo de Sua Majestade, e acatavam certas condições: ficavam obrigados a prestar auxílio ao Governo “quando chamados para castigar povos insubmissos ou rebeldes”, ficando com direito a “metade das presas feitas em gado ou géneros”; não permitiriam que na sua região se praticassem morticínios ou se aplicassem castigos que denodassem barbaridades.

Há ainda a apontar um incidente fronteiriço da circunscrição de Cacine, a delimitação de fronteiras não impediu que continuassem incidentes com indígenas dos territórios franceses. Foi o que aconteceu em Cacine, houve uma incursão de Futa-Fulas que vieram para caçar e cortar borracha no mato. O régulo queixou-se, houve para ali desacatos, demorou a voltar à normalidade. No final de dezembro de 1909 estabeleceu-se um posto militar na região do rio Armada, próximo da povoação Balanta de Bissorã, posto esse que foi atacado no início de janeiro de 1910 pelos Oincas. O novo governador informa o ministro que a criação dos postos militares e a nomeação dos régulos do Cuor e Badora haviam sido feitos contra a vontade do gentio, temia novos ataques dos Oincas, mas havia que ocupar pacificamente as regiões dos Papéis e dos Oincas, e substituir os régulos Abdul e Abdulai “que tão nocivos e prejudiciais têm sido na região de Geba”. Mas havia que aumentar a guarnição, o governador insistia que as forças da província eram insuficientes, insistirá junto do ministro no problema de organização militar, o que escreve merece meditação:
“Por um lado, temos os Papéis, Balantas e Biafadas, aparentemente submissos, por outro a residência de Geba, odiando-se Fulas-Forros e Fulas-Pretos e a região dos Oincas insubmissos; em Cacheu, seis regiões aparentemente submissas, três insubmissas devido a leviandades dos Residentes, por os terem obrigado ao pagamento coercivo do imposto palhota, e os Manjacos – por onde Vossa Excelência pode muito bem calcular que a ocupação pacífica de algumas regiões se tem de fazer inadiavelmente, evitando-se complicações futuras que podem acarretar sérios dissabores.”
E, mais adiante, acrescenta: “O ter-se adiado e esperado que a evolução do tempo se encarregue de resolver importantes assuntos coloniais, bem patente e frisantemente nos tem provado as graves questões diplomáticas que têm advindo, quantos territórios temos perdido, as imposições que temos suportado e as quantias fabulosas que a metrópole se viu obrigada a despender com colunas de operações, quantias que, somadas, dariam para desenvolver e fazer prosperar a maioria das províncias.”

O governador é chamado a Lisboa, no regresso depara-se-lhe um conflito entre o encarregado do Governo e o secretário-geral, consegue recrutar 144 indígenas, pede dinheiro para construir habitação para as famílias deles, o ministro pede para que este problema orçamental fique na província. E assim chegamos ao 5 de outubro de 1910, o governador demite-se, depois diz que não, que é a favor da nova ordem republicana, depois insiste na exoneração, a 21 de outubro entregou o Governo e seguiu para Lisboa. O novo governador, o tenente da Armada Carlos de Almeida Pereira chega a Bolama a 23 de outubro.

Armando Tavares da Silva
Governador Carlos de Almeida Pereira (o primeiro governador da República), 1910-1913
Mapa holandês de 1727, a Guiné seria a Negrolândia
Abdul Injai
Interior da Fortaleza de Cacheu
Governador Francelino Pimentel

(continua)
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Notas do editor

Post anterior de 20 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26294: Notas de leitura (1756): O Arquivo Histórico Ultramarino em contraponto ao Boletim Official, até ao virar do século (6) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 23 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26303: Notas de leitura (1757): "Lavar dos Cestos, Liturgia de Vinhas e de Guerra", por José Brás; Chiado Books, 2024 (2) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26156: In Memoriam (517): José Manuel Amaral Soares (1945-2024), ex-fur mil sapador MA, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70); morava em Caneças, Odivelas




José Manuel Amaral Soares (1945-2024)


1. Por intermédio do Humberto Reis, nosso colaborador permanente (e meu vizinho de Alfragide), tive ontem a triste notícia da morte, no passado dia 10, de mais um nosso camarada e amigo, o José Manuel Amaral Soares (1945-2024), ex-fur mil sapador minas e armadilhas, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). (*)

Soubemos, pela notícia da agência funerária, que a cerimónia fúnebre se realizou no passado dia 11 de novembro, pelas 15:30, tendo sido antecedida de velório e de missa de corpo presente. O corpo saiu depois da capela mortuária da igreja de Caneças, para o cemitério local.

 família enlutada transmitimos ainda, em tempo, os nossos votos de pesar e a nossa solidariedade na dor. O Soares vai ficar aqui também connosco, à sombra do nosso simbólico e fraterno poilão. Queremos honrar a sua memória e lembrarmpo-nos dos bons e maus momentos qiue passámos juntos. Por lapso, ele não passou a figurar na lista alfabética da nossa tertúlia, logo em abril de 2005, como deveria ter acontecido pelas nossas regras. Ingressa agora, a título póstumo, na nossa Tabanca Grande. com o nº 895.

O Soares residia em Caneças, concelho de Odivelas, e estava doente há já alguns tempos, o que não o impediu de ir ao último convívio da malta de Bambadinca, em Vila Nova de Azeitão, no passado dia 25 de maio, de cadeira de rodas, amparado pela filha (**)

Em Bamdadinca, estivemos juntos cerca de 10/11 meses  (entre julho de 1969 e maio de 1970). As nossas instalações eram comuns, incluindo a messe e o bar de sargentos. 

Muito mais assíduo do que eu nos convívios do pessoal de Bambadinca do nosso tempo, encontrámo-nos também algumas vezes em vários locais do país: por exemplo, em Lisboa, na Casa do Alentejo (2007) (***), em Castro Daire (2009), etc. 




Vila Nogueira de Azeitão > 25 de maio de 2024 > Restaurante Típico Manuela Borges> 28º almoço-convívio do pessoal de Bambadinca de 1968/71 (BCAÇ 2852, CCÇ 12 e outras subunidades). A organização coube ao João Gonçalves Ramos (ex-sold radiotelegrafista, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, jun 69/ mar 71).Sentados, da esquerda para a direita: Fernando Calado (CCS/BCAÇ 2852) (Lisboa), Gabriel Gonçalves (CCAÇ 12) (Lisboa). Silvino Carvalhal (CCS/BCAÇ 2852) (V.N. Famalicão), e o José Manuel Amaral Soares (CCS/BCAÇ 2852) (Caneças / Odivelas).(**)

(Foto gentilmente cedidas pelo Humberto Reis, tirada por um fotógrafo da organização. Edição e legendagem complementar: Humberto Reis e Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, 2024)


Castro Daire > Freguesia de Monteiras > Zona Industrial da Ouvida > Restaurante P/P > 30 de Maio de 2009 > 15º Convívio do pessoal de Bambadinca, 1968/71, CCS / BCAÇ 2852, CCAÇ 12 e outras subunidades adidas > O ex-fur mil sapador, MA,  CCS / BCAÇ 2852, José Manuel Amaral Soares.


Foto ( legenda): © Luis Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Casa do Alentejo > 26 de Maio de 2007 > Encontro do pessoal de Bambadinca 1968/71 > A organização coube ao Fernando Calado, coadjuvado pelo Ismael Augusto, ambos alferes da CCS/BCAÇ 2852 (1968/71). 

Aqui na foto o Ismael Augusto e o José Manuel Amaral Soares, ex-furriel mil sapador, ambos da CCS / BCAÇ 2852. O primeiro vivia em Lisboa (trabalhou na RTP como engenheiro e gestor;  e era na altura consultor e docente universitário nas áreas da multimédia). O Soares, por sua vez, vivia em Caneças.(***)

Foto ( legenda): © Luis Graça (2007). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. O Zé Manuel Soares foi dos primeiros camaradas a aparecer no blogue. No poste P5, de 20 de abril de 2005 (****), publicámos a sua convocatória para o convívio desse ano, do pessoal de Bambadinca 1968/71 (de que ele era o organizador, como já o tinha sido em anos anteriores):



"Guiné, Bambadinca 68/71. 

"Companheiros: Desejo que estejam de saúde assim com os vossos familiares. Vamos mais uma vez realizar o nosso almoço anual a fim de convivermos, matarmos saudades e ainda relembrarmos aqueles bons e menos bons momentos que cimentavam a nossa amizade; de tal forma que passados 37 anos sentimos ainda um grande prazer de estar juntos, ainda que por breves horas.

"Por tudo isto, camaradas, no próximo dia 11 de junho espero por todos na Baixa de Faro, junto ao Jardim Manuel Bivar, pelas 10.30 horas. 

"Vamos aí fazer a nossa concentração para que, depois das habituais formalidades, possamos seguir para o Cais da Porta Nova e às 11.00 horas embarcar até à Ilha Deserta. Durante o percurso vamos apreciar a bela paisagem da magnífica Ria Formosa. 

"Quando forem 13.00 horas iniciaremos o nosso alomoço, composto apenas por produtos do mar. O preço por pessoa é de 48 euros com viagem de barco incluída.  As crianças dos 5 aos 11 anos pagam 50%, portanto 24 euros.

"Camaradas, a vossa confirmação tem que ser feita até ao dia 1 de junho, impreterivelmente, com cheque cruzado para José Manuel Amaral Soares (...). Para toda ajuda, telemóvel 96 242 80 53".


3. Além destas referências no blogue, há uma do tempo de Bambadinca, que nos é particularmenmte cara pelas fotos de camaradas daquele tempo e dos nossos quartos. As fotos foram-nos enviadas pelo nosso muito querido e saudoso amigo e camarada de Coimbra, o Carlos Marques Santos (1943-2019), ex-fur mil, CART 2339 (Mansambo, 1968/69) (*****)



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 >  Bambadinca > CCS/ BCAÇ 2852 (1968/70) >  "Na primeira fila, veem-se os Furriéis Oliveira e Soares. Na 2.ª fila, eu (Marques dos Santos) mais o furriel Carlos Pinto... A foto foi tirada pelo furriel Rei (Cart 2339), meu inseparável companheiro de férias. No interregno das nossas férias aconteceu o desastre do Cheche – Madina do Boé, em 6/2/1969, onde também a CART 2339 esteve envolvida com material auto e apoio logístico"

O Humberto Reis veio depois completar o nome dos dois camaradas que apareciam em primeiro plano: à direita, o  José Manuel Amaral Soares,  ex-furriel mil sapador de minas e armadilhas, CCS / BCAÇ 2852; e à esquerda, o "ranger" Fernando Jorge da Cruz Oliveira (hoje a viver em Fernão Ferro, Seixal). Quanto ao Carlos de Oliveira Pinto, era  radiomontador  (morou depois no Porto onde se formou em engenharia).




Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/ BCAÇ 2852 (1968/70) >  "Aqui, já com o furriel Rei na 1.ª fila",

Comentário de LG: "Como se pode ver pelas fotografias, não se passava sede no Hotel de Bambadinca e, a avaliar pela decoração das paredes dos quartos, os seus hóspedes tinham uma permanente ligação (espiritual, estética, mágica, poética, erótica...) com o mundo das "fadas"  que povoavm os seus sonhos ou ajudavam a climatizar os seus pesadelos,,, Além disso, supremo luxo, tinham direito a lençóis brancos, lavados, e até a frigorífico elétrico"...




Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/ BCAÇ 2852 (1968/70) > O Carlos Marques Santos em trânsito para Mansambo, depois da licença de férias na metrópole. (*****)


Fotos (e legendas): © Carlos Marques dos Santos (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


Acrescenta o Humberto Reis em relação a esta última foto: "(...) pode ver-se um frigorífico que eu comprei quando os velhinhos da CCS / BCAÇ 2852 se vieram embora e ficou para a malta da CCAÇ 12 que depois mudou para o meu quarto".

Comentário de LG:

 "Um frigorífico (para mais  elétrico), naquelas paragens e naquele contexto, era um verdadeiro luxo! 

"O nosso (o do Humberto, que ele compartilhava com a malta do quarto, como eu e o Tony Levezinho) só funcionava à hora do almoço e à noite, quando estava ligado o gerador... Foi depois revendido aos periquitos que nos vieram render, em finais defevereiro de 1971. 

"E julgo que terá chegado, heroicamente, até à hora da partida do último soldado português na Guiné. Provavelmente terá sido oferecido a um camarada do PAIGC. Por falta de energia eléctrica, terá morrido ingloriamente no montão de lixo que deixámos em Bambadinca, a começar pela tralha da guerra, incluindo obuses 14...

"Um felizardo do mato, com direito a férias (nem que fosse em Bissau, também conhecida por guerra do ar condicionado), ia de barco, civil, a partir de Bambadinca, ou apanhava uma LDG no Xime ou, ainda, uma boleia, de helicóptero ou de Dornier, DO 27 (o que era mais difícil, por causas das prioridades, do elevado custo do transporte aéreo e sobretudo do factor C - a cunha).

"A sede da CCS / BCAÇ 2852, a que a CCAÇ 2590/CÇAÇ 12 estva adida, em Bambadinca, funcionava como hotel para os militares em trânsito, oriundos dos aquartelamentos e destacamentos do setor (em especial, Xime, Mansambo, Xitole, Missirá e Fá Mandinga) ou até de outros setores da Zona Leste (Bafatá, Gabu, Galomaro...).

"Comparadas com as do Xime, Mansambo ou Xitole, as instalações para oficiais e sargentos em Bambadinca eram as de um hotel de cinco estrelas... Daqui que a malta de Bambadinca (CCS / BCAÇ 2852, CCAÇ 12 e outras subunidades) procurava sempre 'desenrascar'   os alferes e furriéis milicianos em trânsito... 

"Mais do que cumplicidade corporativa, havia solidariedade para com os camaradas que viviam em piores condições do que nós... De resto, havia sempre camas vazias, nomeadamente da malta operacional que frequentemente dormia no mato ou estava destacada fora de Bambadinca (como era o caso da CCAÇ 12)." (...)


(*****) Vd. postes de:

domingo, 27 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26083: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (36): E que Deus, Alá e os bons irãs nos dêem a bianda e o mafé de cada dia...

 


Foto nº 1 >  Guiné- Bissau > Outubro de 2024 > "Cacres bem vivos ... para o prato tradicional da Guiné... Mercado de Gamamudo,  estrada entre Mansoa e Bambadinca".(Cacre, caranguejo da bolanha, de cor escura, termo do crioulo)



Foto nº 2 >    Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "O almoço de hoje", disse o djubi...


Foto nº 3A > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > O "pescador"... lançando a rede (numa bolanha antes de se chegar a Bambadinca, na estrada Mansoa - Jugudul -Bambadinca; o fotógrafo ve de Bissau e vai a caminho de Bafatá).



Foto  nº 3 > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 >  "Pesca para o almoço em uma das bolanhas antes de Bambadinca" (ele escreve "Babadinca", como pronuncia o povo...)



Foto nº 4  > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "Mercado de Gamamudo": um sorriso para a fotografia...


Foto n º 5 > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "Mercado de Gamamudo: vendedeira"



Foto n º 5A > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "Mercado de Gamamudo": uma banca com legumes e peixe (da bolanha)



Foto n º 5B > Guiné-Bissau > Outubrode 2024 > "Mercado de Gamamudo": peixe seco fumado...


Foto n º 5C > Guiné-Bissau > Outubrode 2024 > "Mercado de Gamamudo":  como se chamam em crioulo estas frutas e  legumes (algumas das quais nos são familiares) ?

 (Ver aqui brochura, em pdf,  36 pp.,  "Guiné-Bissau,da terra à mesa: produtos e pratos tradicionais". que faz referência a frutas e legumes, que têm diferentes nomes em português,  crioulo e línguas locais tais como:  jagatu, tomate sinho, quiabo, niebé (feijão mancanha), foroba, nené badaje, citi (óleo de palma), fole, tambacumba, limão-da-terra, mandiple, manganaça, cabaceira,veludo,tamarindo...



Foto nº  6  > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "Mercado de Gamamudo:  Legumes da época" (...aos montinhos, um regalo para a vista)



Foto nº 7A > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "Mercado de Gamamudo":   frutas e legumes.


Foto nº  6A  > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "Mercado de Gamamudo: Frutas e  legumes da época" (é sempre um regalo para a vista...)


Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > "Mercado de Gamamudo"  (Pormenor de uma banca)


Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Outubro de 2024 > Em Jugudu, foto tirada do jipe: "... E lá vão eles 
[ balantas] para a sua cerimónia, e estamos nós em 2024"...

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O nosso "embaixador em Bissau" voltou ao seu posto. Depois de ter passado aqui o verão, na sua adorada Águeda, decidiu que estava na hora de voltar para aquela terra verde-rubra, que é a sua segunda ou terceira terra (depois de Angola e Portugal)...Já lá está "atabancado" há quatro décadas. (E na Tabanca Grande, há 18,  desde 1 de junho de 2006).

E quando lá chega, agora que vem aí o tempo seco, enquanto que por cá começa a aparecer a chuva, o frio. a neve, a água pé  e as castanhas, o nosso querido Patrício Ribeiro nunca se  esquece de "partir mantenhas" com os seus amigos e camaradas do "Puto"  que se reunem sob o poilão da Tabanca Grande (*)...

Sobre ele escrevemos, em 2017, o seguinte pequeno retrato a corpo inteiro:


Angola, c. 1969/72
  • Patrício Ribeiro,  empresário,  
  • português de Águeda, 
  • da colheita de 1947, 
  • vivido, crescido, educado e casado em Angola, Nova Lisboa / Huambo; 
  • antigo fuzileiro naval (Angola, 1969/72)
  • que retornou ao "Puto" (na véspera da independência...),
  • fixando-se entretanto na Guiné-Bissau, em 1984,
  •  país onde fundou a empresa Impar Lda, 
  • que é líder na área das energias alternativas; 
  • é um daqueles portugueses da diáspora 
  • que nos enchem de orgulho 
  • e nos ajudam a reconciliarmo-nos com nós mesmos 
  • e afugentar o mau agoiro dos velhos do Restelo, dos descrentes, dos pessimistas; 
  • é de há muito tratado carinhosamente  como o ´pai dos tugas´, 
  • pelo carinho e apoio que dá aos mais jovens, 
  • que chegam à Guiné-Bissau, em visita ou em missões de cooperação; 
  • de vez em quando lembra-se de nós 
  • e manda-nos fotos das suas andanças por estas bandas da África Ocidental;
  •  já estava na altura de lhe criar uma série só para ele: 
  • e chamámos-lhe, à série,   "Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro)"...(marca registada) (o primeiro poste é de 3 de abril de 2017 ) (**)

2. Embora a coluna já não o deixe andar no "gosse, gosse", ele continua a adorar conduzir o seu jipe e a calcorrear a "nha terra"... 

Seguramente que ele é, na Guiné-Bissau, uma das pessoas que melhor conhece todas aquelas bolanhas, lalas, matas, florestas, trilhos, picadas,  rios, braços de mar, tabancas, mercados, escolas,  pequenos hospitais, alojamentos locais, "resorts" turísticos, etc., e a sua gente, simples, gentil, jovem, trabalhadora... Para não falar da fauna e da flora, ele que já foi caçador, e agora só caça... de telemóvel. 

Gente guineense que todos os dias tem de lutar pelo sua "bianda com mafê"...nem que seja um peixinho da bolanha (fresco, seco ou fumado), ou uns cacres... Ou seja, é preciso, lá como cá, ganhar "o pão nosso de cada dia", ganhar para o arroz para o mafé (molho ou caldo, geralmente feito de carne, peixe ou marisco, que se junta ao arroz,a bianda).

O Patrício gosta mais de fazer e de fotografar, do que perder tempo com blá-blá... Aqui vão as suas belíssimas e sempre surpreendentes fotos (tiradas de telemóvel, com razoável resolução, c. 600 kb) com as respetivas legendas, precisas e concisas...


Obrigado, "senhor embaixador"!... E boa estação, boa estadia. Boa noite, aqui da Lourinhã. 

PS1 - Patrício, quando chegarmos ao poste 40 (vamos ainda no 36), temos de começar a pensar numa seleção das tuas melhores fotos, que estão profundamente ligadas às tuas e nossas geografias emocionais... 

Temos de passá-las a papel. Pode ser que a empresa, a Impar Lda, agora do teu filho, nora e neto...queira patrocinar a edição de um livro a condizer... Tu mereces, a gente merece... Afinal, a IMpar Lda é uma empresa social e ambientalmente responsável e dá um contributo importante para o desenvolvimento sustentado do país onde opera... (Ofereço-me para escrever o prefácio...)

PS2 - Afinal, estás a fazer 40 anos de Guiné... e 75 de África!...  "Manga de ronco", temos  que celebrar. Não te esqueças que não levas o patacão para o céu!...O São Pedro não aceita o CFA nem o dólar nem o euro... Só as "boas ações"... E um livro é uma boa ação. 

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 23 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25429: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (35): A Casa dos Direitos (antiga esquadra policial), no centro histórico de Bissau

(**) Primeiro poste da série >  3 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17203: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (1): um recorte do "Bolamense" (set / out 1963), e duas fotos para recordar: (i) uma visita do João Melo, ex-1º cabo op crito da CCAV 8351, ao antigo quartel de Cumbijã, região de Tombali; e (ii) o ilhéu de Caió, região do Cacheu

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25651: Notas de leitura (1701): Cuidado com o material em falta! (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 29 de Novembro de 2022:

Queridos amigos,
Andamos a ler as peripécias vividas por um engenheiro civil em Bolama, em 1928, era Governador o Major Leite de Magalhães, o sr. engenheiro tinha as contas no caos, ofendia gente e levava lambada, era sancionado pelo Governador em pleno boletim oficial, contestava sempre, e não esconde que tinha amizades em Lisboa. Nisto saltaram recordações de material em falta, a necessidade urgente de fazer processos de abate para ferros retorcidos de camas, colchões, fronhas e lençóis queimados, armas escavacadas. E logo um alferes na sede do batalhão, em Bambadinca, me pedia para em cada flagelação eu meter as faltas que ele tinha nos seus depósitos. Fatal como o destino, apareceu-me um coronel com cara de poucos amigos a perguntar como é que eu tinha mais abates que 2 batalhões juntos... Tudo se explicou, tudo se perdoou, mas isto do material em falta, deteriorado ou avariado, pode dar as mais inusitadas chatices, regressara a Portugal há bem 6 meses e bateu-me à porta um polícia, tinha que pagar um lençol rasgado (que, evidentemente, recebera rasgado, e com a calmante explicação que não tinha importância nenhuma) ou então teria que o acompanhar à esquadra.
Cuidado com o material em falta!

Um abraço do
Mário



Cuidado com o material em falta!

Mário Beja Santos

A situação de que vou falar foi vivida por muitos combatentes e relaciona-se com material deteriorado sobre o qual havia exigências severas de processo de abate. Imagine o leitor como o assunto sobreveio, lendo documentação manuscrita com um século ou mais que se encontra nos reservados da Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa. Folheando uma grossa pasta, dei com uma novela vivida por um engenheiro civil, diretor das obras públicas em Bolama, no primeiro semestre de 1928, era governador da Guiné o Major Leite Magalhães e o engenheiro chamava-se Caetano Marques de Amorim, recusou ir para o Estado da Índia, foi despachado para a Guiné onde teve muitíssimos problemas, desde ter levado forte pancadaria de deportados ofendidos, uma advertência feita pelo governador em pleno boletim oficial e ser dado como um diretor de obras públicas altamente negligente. O inspetor extraordinário José Manuel de Oliveira e Castro envia ao governador em 29 de agosto de 1928 o resultado da inspeção financeira que levara a cabo na Direção das Obras Públicas.

Escreve:
“A inspeção teve início em 14 de abril último, pelo balanço dado ao cofre e pela verificação dos documentos nele exigentes, representando despesas efetuadas.
E dada a forma irregular como se haviam realizados os pagamentos constantes da documentação ali encontrada, no montante de muitas centenas de escudos, foi necessário proceder a um estudo e confronto demorados com a escrituração da Direção da Fazenda.
Relativamente ao Depósito de Materiais e Ferramentas, não podia ter lugar qualquer exame à sua escrita, porque ela não existia. Existia, sim, um livro sem obediência aos mais rudimentares preceitos legais, mal escriturado e atrasado. Os materiais e ferramentas existentes no Depósito, encontravam-se aos montes, sem indicação de preços e sem referência a faturas.
Foi, portanto, necessário promover a regularização da escrita, o inventário de toda a existência e a organização do novo livro, por onde se pudesse conhecer as espécies dos materiais e dos artigos à carga desse Depósito. Tal serviço foi protelado por parte do respetivo Fiel, durante muito tempo, e, para a sua mais breve conclusão indispensável se tornou que a Direção da Fazenda lhe suspendesse os vencimentos até concluírem e apresentarem os respetivos trabalhos.
Só em 10 de julho do ano corrente, o Sr. Diretor das Obras Públicas, engenheiro Marques de Amorim, me comunicou que o Fiel do Depósito tinha regularizado a escrita. Mas, vista ela, notou-se-lhe a falta de vários elementos que verbalmente lhe foram pedidos e que não apresentou, até que os pedi oficialmente. Em 11 do mesmo mês, vieram esses elementos com a nota da Direção das Obras Públicas, e no mesmo dia estava ultimada a inspeção financeira, cujos resultados levei ao conhecimento daquela Direção.
Verificado está que a demora havida se deve ao caos em que se encontrava a parte financeira daquela Direção, que, é indispensável acentuar-se, a mim, como inspetor extraordinário me pertencia apenas verificar e não organizar e compor, como fiz, não só pelo natural empenho da regularidade de todos os serviços da colónia, como também para satisfazer às instâncias do engenheiro Marques de Amorim, abraços com as dificuldades resultantes dos mais processos adotados anteriormente ao seu exercício.”


Despede-se com os cumprimentos da época (Saúde e Fraternidade), continuei a ler o processo, Marques de Amorim tentou agredir o deportado político José Simões da Piedade, disse a quem o ouviu que se estava a “cagar na revolução”, os deportados ajuramentaram-se para lhe dar um corretivo, Leite Magalhães irá puni-lo por comportamento desrespeitoso, enfim, uma perfeita cegada. Enquanto tudo isto lia, ocorreu-me o que vivera em Missirá, corria o mês de agosto de 1968. Peripécias inesquecíveis, e como é próprio destes casos, com ameaças de punição à vista.

Estava acerca de 1 mês a comandar Missirá e Finete, vivi em Missirá mais tempo, e um dia o cabo-quarteleiro, de nome Veloso, de voz ciciante e sempre a retorcer para baixo a sua bigodaça me recordou que havia uma divisão que eu ainda não visitara, um depósito de material sem préstimo, que conviria urgentemente denunciar à CCS do novo batalhão que ia chegar em breve a Bambadinca. Lá fui visitar o dito depósito, emanava um cheiro nauseabundo a podridões várias, ali havia de tudo, ferros de cama enferrujados, capacetes que tinham perdido préstimo, umas estranhíssimas peças em couro a cheirar a mofo, restos de terrinas metálicas rachadas ou amolgadas, enfim, um mundo inesperado de sucata com que eu não sonhara. E começou uma aventura kafkiana: interrogado o furriel que estava encarregado da contabilidade e manutenção, declarou nunca ter feito autos de abate, nem lhe conhecias a fórmula; anotado como prioritário o assuno na minha agenda, vou a correr falar com o tenente da secretaria do BART 1904, entregam-me formulários, insistem que devo fazer rapidamente o preenchimento dessa documentação, partirão em breves semanas. E preencheu-se aquela burocracia, senti alívio de meter em sacos toda aquela traquitana nauseabunda.

Não tinha passado 1 mês desde a chegada do novo batalhão, sofro uma flagelação de monta em Missirá, na noite de 6 de setembro, fez-se o relatório e descriminaram-se as perdas, o novo alferes encarregado da manutenção do material pede-me para eu alterar os números: na flagelação perderam-se 2 camas, ele recomendou que eu pusesse 20; arderam lençóis, fronhas e colchões, “Epá, põe aí qualquer coisa como 30 pares de lençóis e fronhas e mesmo os colchões, fiz o inventário aqui do batalhão, nem podes imaginar o material que falta, tenho que pedir auxílio a quem sofre flagelações para não vir a ter chatices”.

E cada vez que eu tinha uma flagelação aquele brioso alferes da CCS avolumava perdas.

Até que um dia desceu um helicóptero em Missirá, dele saiu um coronel com ar de poucos amigos, depois de um seco aperto de mão pediu-me um ambiente reservado para conversarmos, foi direito ao assunto, em Bissau achava-se completamente inacreditável que naquele quartelzinho com um pelotão de milícias e um pelotão de caçadores nativos houvesse perdas que excediam à vontade as de um batalhão que estivesse permanentemente a ser atacado. Respondi-lhe sem hesitar que tinha perdas e não enjeitava a camaradagem, como o Sr. Coronel podia imaginar ninguém estaria interessado em levar para a metrópole cobertores malcheirosos, ferros de cama, pedaços de fronha, rolos de arame farpado, procedera com solidariedade e não estava arrependido. O Sr. Coronel então sorriu, deve ter considerado que era com aquela franqueza chamar os bois pelos nomes que valia a pena encerrar o assunto, como aconteceu, meses depois o tal inquérito que foi arquivado.

Enfim, enquanto lia na Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa os infortúnios e os disparates de Caetano Marques de Amorim, veio-me à lembrança que não se deve descurar o material em falta, quem descura arrisca-se a muitos amargos de boca. E fica aqui a última lembrança. Já em Bissau, pronto para regressar, aboletado num dormitório infecto a que chamávamos “Vaticano III” entregaram-me um lençol esfarrapado, que não me preocupasse, entregava-o assim na data da partida, era material para abate, não havia mais. Acreditei e 6 meses depois, a viver na Avenida do Brasil, em Lisboa, bate-me à porta um polícia e mostra-me um documento em que eu tinha que repor uma maquia por ter esgarçado um lençol em Bissau, se não pagasse imediatamente teria de o acompanhar à esquadra. Mais uma vez se mostrava que é preciso ter muito cuidado em manusear material para abate…

Prestando-se assistência sanitária na Guiné, 1967, Arquivo Global Imagens, com a devida vénia
A messe em Missirá (Cuor) em 1966, imagem do blogue
A minha morança em Missirá, ardida em 19 de março de 1969
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Nota do editor

Último post da série de 14 DE JUNHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25639: Notas de leitura (1700): Factos passados na Costa da Guiné em meados do século XIX (e referidos no Boletim Official do Governo Geral de Cabo Verde, anos 1858 a 1861) (7) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25583: Fotos à procura de...uma legenda (181): Bambadinca, Natal de 1968: Hoje há leitão à Bairrada à mesa do Zé Soldado (Manuel da Costa, ex-sold maqueiro e barbeiro, CCS/BCAÇ 2852, 1968/70)




Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Vésperas de Natal de 1968 > O sold maqueiro Manuel da Costa, de bata branca, finge que faz a "vistoria sanitária" aos leitões que irão à mesa natalícia... Leitões "turras", por certo comprados nas tabancas de Nhabijões, consideradas sob "duplo controlo"... Mas a legenda pode ser melhorada pelos nossos leitores (*)... Por exemplo: "o vagomestre perdeu a cabeça"... Ou: "Leitões ? Só de aviário!...". Ou ainda: "Comprados ? Os balantas não os vendiam aos 'tugas', só se fossem 'atropelados' peçlo burrinho"...

Foto (e legenda) : © Manuel da Costa (2015).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O Manuel da Costa é o barbeiro mais famoso de Dalvares, Tarouca. Foi sold maqueiro, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), pertencendo aos serviços de saúde , chefiados pelo saudoso alf mil médico David Payne. E lá também exerceu a arte de barbeiro, escanhoando caras e rapanda couros cabeludos de oficiais, sargentos e praças.

Tem uma página na Net (Nova Barbearia Costa). Foi profissionamente motorista de longo curso. Reformado, tomou conta e remodelou a barbearia do seu pai.(**)

Da sua página do Facebook (ele é também amigo da nossa página, Tabanca Grande Luís Graça),  tomámos a liberdade  de lhe pedir emprestada esta imagem, que fala por si (vd. acima): o nosso soldado maqueiro a exercer, com rigor e vigor, a autoridade de vedor das carnes que hão de ir às mesas  da Consoada (embora separadas) da Nobreza, do Clero e do Povo, em Bambadinca, 1968...

Acrescenta ele, bem humorado: 

(...) Esta foto foiu irada nas vésperas do Natal de 1968 onde estou numa brincadeira fazendo crer que estava a examinar os leitões. Chamaram-me na barbearia que era junto à cozinha e refeitório geral para os praças e cabos. O que está em tronco nu é o cabo cozinheiro Carneiro e o do camuflado era o cozinheiro Teixeira, já falecido" (...)

(...) Fiz parte da Companhia Comandos e Serviços (CCS) do Batalhão de Caçadores 2852. estava ligado à enfermagem como maqueiro, mas dado a minha profissão de barbeiro que tinha na vida civil desde 1964, comecei a desempenhar essa arte na barbearia do comando, alternando sempre que era preciso vir à enfermaria e aos domingos sempre que o ilustre e saudoso médico Dr. David Payne, já falecido, precisava, lá ia eu fazer psíco às Tabancas só para rapar os cabelos das feridas crónicas dos civis. (...).

Já em tempos o convidei a ingressar no blogue da Tabanca Grande. Ele tem hitórias para contar e mais fotos para partilhar. Não sei se tem aparecido nos convívios anuais da malta de Bambadinca (1968/71): nunca o encontrei, mas eu também sou pouco assíduo (em 28 convívios, fui a meia dúzia)... De qualquer modo, o Manuel da Costa será bem vindo ao nosso blogue. (**)

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Notas do editor:


(**) Vd. poste de 30 de maio de  2015 >  Guiné 63/74 - P14680: Efemérides (190): o ataque a Bambadinca foi há 46 anos, em 28/5/1969, recorda o barbeiro mais famoso de Dalvares, Tarouca, o Manuel da Costa, que foi sold maqueiro, CCS/BCAÇ 2852 (1968/70)

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25576: Tabanca Grande (558): Otacílio Luz Henriques, ex-1º cabo bate-chapas, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) e viola baixo do conjunto "Os Bambas D' Incas": senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 888



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Otacílio Luz Henriques, ex-1º cabo bate-chapas, do pelotão de manutenção comandado pelo alf mil Ismael Augusto, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)... Fazia parte também do conjunto musical,  "Os Bambas D' Incas", da CCS. Foto, sem legenda, do álbum do Otacílio Luz Henriques (que até há uns anos atrás morava em Paço de Arcos, Oeiras; o seu telefone não responde)



 O 1º cabo bate-chapas Otacílio Luz Henriques > Foto nº 436  > Viagem de regresso Bissau - Lisboa > T/T Carvalho Araújo > Ao largo, c. 16-26 de junho de 1970 >



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto do álbum do 1º cabo bate-chapas Otacílio Luz Henriques, do Pelotão de Manutenção (ou da "ferrugem")  que era comandado pelo alf mil Ismael Augusto > Isto... era uma Fox, que morreu de velha, ou capotou... Pertencia ao Pel Rec Daimler 2046, comandando pelo alf mil cav Jaime Machado, nosso grã-tabanqueiro (Senhora da Hora, Matosinhos). O "Chapinhas" também fumcionava como "desempanador"...


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto do álbum do 1º cabo bate-chapas Otacílio Luz Henriques, do pelotão da "ferrugem"> Isto... era uma Fox, a da fotografia de cima (aqui vista de ângulo, com as entranhas à mostra)... Na foto, o Otacílio.


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Um viatura pesada (Mercedes ?) "capotada"... No setor L1 havia uma intensa atividade de colunas logísticas: era a partir de Bambadinca que se abasteciam as companhias aquarteladas em Mansambo, Xitole e Saltinho (que pertencia já ao Setor L5 - Galomaro). Foto do ex-1º cabo bate chapas Otacílio Luz Henriques, do Pelotão deManutenção (que era comandado pelo alf mil Ismael Augusto, membro da nossa Tabanca Grande).


Guiné > Zona leste > Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate chapa Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) > Foto nº 326 > 3 militares numa carrinha de caixa aberta, típica da época (, pela marca e pelo desing parece ser uma Toyota Sout, japonesa, dos anos 60)... Não sei se era de um algum civil, ou se estava ao serviço das NT. Ampliando a foto, o condutor não me parece um militar, mas sim um funcionário da administração... se não mesmo o próprio administrador, o Guerra Ribeiro, não ?


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate-chapas Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) > Foto nº 351 > Uma das entradas e saídas de Bafatá, com a avenida principal,   tendo ao fundo o Rio Geba e à direita a igreja (a que chamvam... "catedral")


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate-chapas Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) >Foto nº 361 >  Rua conhecida como a rua da  sede de batalhão (à direita, porta de armas); à esquerda, o restaurante das Libanesas... que não ficava na avenida principal, como já aqui se tem lido... [Segundo o Fernando Gouveia, que é o nosso especialista em Bafatá, a imagem está invertida: a casa das libanesas era do lado direito, e não esquerdo,  de quem desce a rua]


Guiné > Zona leste > Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate chapa Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) > Foto nº 328 > Rio Geba, porto fluvial de Bafatá. Esta foto parece estar invertida. O porto fluvial ficava na margem direita do rio, à esquerda do parque e da piscina... Terá sido tirada do cais acostável junto ao parque... Vd. fotos aéreas do Humberto Reis.


Guiné > Zona leste > REgião de Bafatá > Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate chapa Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) > Foto nº 364 > Mercado de Bafatá.


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate chapa Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) >Foto nº 378 > Aeródromo de Bafatá: chegada de um Dakota


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate chapa Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) > 
Foto nº 377 > Instalações do Esquadrão de Cavalaria.


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Bafatá > c. 1968/70 > Álbum do 1º cabo bate chapa Otacílio Luz Henriques, CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) >Foto nº 493 > Vista aérea da então vila ( cidade a parti de 1970) de Bafatá. Ao canto inferior direito, aparece a igreja  e o edifício da administração... mas parece-me que a imagem está invertida (trata-se de um "diapositivo" digitalizado): a igreja devia estar à direita de quem desce em relação ao rio... 
[O Fernando Gouveia, nosso especialista em Bafatá confirma: a imagem está ao contrário, a igreja (catedral será demais) fica do lado direito da avenida, do lado de quem desce.]

Fotos (e legendas): © Otacílio Luz Henriques, (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo (CART 2339, 1968/69) > 1969 > Atuação do conjunto musical, da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), "Os Bambas D' Incas": > A malta em cima de um abrigo > Da esquerda para a direita, José Maria Sousa (viola solo), de pé; Tony (vocalista), sentado; Otacílio Luz Henriques (viola baixo), de pé; Neves (bateria), sentado; e Peixoto (viola ritmo), de pé (é / era de Ponta da Barca).
 
Foto (e legenda) : © José Maria Sousa Ferreira (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Vila Nogueira de Azeitão > 25 de maio de 2024 > 28º almoço-convívio do pessoal de Bambadinca de 1968/71 (BCAÇ 2852, CCÇ 12 e outras subunidades) > Antigos combatentes e suas famílias

Foto gentilmente cedidaspelo Humberto Reis. tirada por um fotógrafo da organização.  Edição e legendagem complementar:  Humberto Reis e Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)


 Legenda: (i) Sentados: Humberto Reis (CCAÇ 12), António F. Marques (CCAÇ 12), Fernando Oliveira (CCS/BCAÇ 2852), João Gonçalves Ramos (organizador) (CCAÇ 12); (ii) de pé: José Luís de Sousa (CCAÇ 12), (?), Joaquim Fernandes (CCAÇ 12), Otacílio Luz Henriques (CCS/BCAÇ 2852), Ismael Augusto (CCS/BCAÇ 2852), Mourão Mendes (CCS/BCAÇ 2852), (?), Patronilho  (CCAÇ 12), (?)(Cond CCAÇ 12), (?), (?)(Cond  CCAÇ12)


1. O Otacílio Luz Henriques Otacílio Luz Henriques é um "bambadinquense" que costuma aparecer nos convívios anuais da malta... Em 2024 não falhou. Tem 16 referências no nosso blogue e ainda não faz parte, por lapso., da nossa Tabanca Grande. Tem dezenas de fotos no nosso blogue, nomeadamenet de Bambadinca e de Bafatá, algumas das quais, reeditadas, são nostradas aqui.

 Há muito que ele devia ter "honras de Tabanca Grande"...Corrigos esse lapso, hoje. Passa a sentar-se, *a sombra do nosso poilão, no lugar nº 888. 

Ele fazia parte do  Pelotão de Manutenção, da CCS/BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), constituído por 32 militares: (i) um oficial de manutenção (o Ismael Augusto) (**); (ii) um 2º srgt mecânico auto (o Daniel); (iii) um fur mil mec auto (o Herculano José Duarte Coelho); (iv) dois 1ºs cabos mec auto (João de Matos Alexandre e António Luis S. Serafim); (v) mais três soldados mec auto (Amável Rodrigues Martins, Rodrigo Leite Sousa Osório e Virgílio Correia dos Santos)... Tinha ainda um 1º cabo bate-chapas (o Otacílio Luz Henriques, mais conhecido por "Chapinhas"), um correeiro estofador (1º cabo Norberto Xavier da Silva) e ainda um mecânico electro auto (Vieira João Ferraz). Os restantes dezanove eram condutores auto: primeiros cabos (2) e soldados (17)... Gente valente que andou por aquelas picadas do Leste, a conduzir e a "arrebentar" viaturas, militares e civis...(incorporavam-se nas nossas colunas logísticas, também viaturas de comerciantes da região: quando se atascavam, era preciso "desmpená-las", a bem ou a mal...).

Otacílio, és bem vindo (***). Estás entre a nossa malta. Estivemos juntos um ano. Depois veio o BART 2917 render-vos. Tenho pena de já te ver há uns anos. Dá notícias.

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(***) Último poste da série > 15 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25524: Tabanca Grande (557): José Cuidado da Silva, ex-sold at inf, CCAÇ 2381(Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) : senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 887