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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26351: Tabanca dos Emiratos (14): Visita nas férias de Natal ao antigo Ceilão, a Taprobana de "Os Lusíadas", hoje Sri Lanka (Jorge Araújo) - Parte II



Foto nº 14 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 >"Vários macacos subiram à varanda do meu apartamento no 3º. andar, no Senani Hotel, em Kandy, a capital cultural e espiritual do país.


Nota do editor LG:

 Trata.se de um exemplar da espécie Macaca sinica é um macaco do Velho Mundo endémico do Sri Lanka (só existe nesta ilha). Há 3 subespécies. (É conhecido aqui pela designação "rilewa" ou "rilawa"; em inglês, "toque macaque").

Vive em bandos que podem ir a mais de duas dezenas de indivíduos. Há três subespécies. É um macaco de porte médio, embora seja o mais pequeno do género Macaca. Mede entre 35 e 62 cm, de comprimento, sem a cauda (esta mede entre 40 e 60 cm). Os machos pesam entre 4,1 e 8,4 kg, quase o dobro das fêmeas.

É considerrada uma espécie em perigo, devido à destruição do seu habitat, à caça e ao tráfico (como "pet"). Em menos de 40 anos de independência, entre 1956 e 1993, metade da floresta da ilha foi destruída (por causas das plantações e da recolha de lenha). Os agricultores consideram este primatas como uma praga. O governo chegou a propor a venda à China de 100 mil macacos,  um negócio que foi abortado pelo protesto dos conservacionistas... Foi também uma vítima inocente da guerra civil de 1983/2009 entre o exército do Sri Lanka e os Tigres de Tamil.




Foto nº 15 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 > "Tuque-tuque, o transporte mais popular no país"



Foto nº 16 > Ceilão > Kandy > 22 de dezembro de 2024 > "Um elefante, domesticado, nas festas budistas. É um animal sagrado e protegido por lei (mas mal tratado em cativeiro, segundo acusações frequentes).



Foto nº 17 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 > "Fachada do Hotel Senani rodeado de árvores de grande porte e comunidade de macacos "



Foto nº 18 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 > "Mais um macaco a fazer equilíbrio nos fios eléctricos"



Foto nº 19 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 > "Vista do meu apartamento"



Foto nº 20 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 > "Instalações da fábrica de chá Damro em Kandy" (1). ("5 mil hectatres de plantações de chá, é obra"... vd. o sítio da DamroTea e a história do chá, um produto colonial, no Sri Lanka)


Foto nº 21 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 > "Instalações da fábrica de chá Damro em Kandy" (2)



Foto nº 22 > Ceilão > Kandy > 20 de dezembro de 2024 > "Espaço comercial da empresa de chá:  três funcionárias e a Maria João".



Foto nº 23 > Ceilão > Ella > Ella Gap Hotel > 21 de dezembro de 2024 > Ella fica perto de Badulla, a cerca de 270 km de comboio, da capital  Colombo.



Foto nº 24 e 24A > Ceilão > Ella > Ella Gap Hotel > 21 de dezembro de 2024 > Árvore de Natal no Hotel... A diferença de fuso horário entre Colombo e Lisboa é de 5 horas e meia...


Foto nº 25 > Ceilão > Ella > Ella Gap Hote > 21 de dezembro de 2024 > "Eu à porta do Hotel de Ella"


Fotos (e legendas): © Jorge Araújo (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Mapa do Sri Lanka: principais cidades do país

Fonte: USA > CIA > The World Factbook (com  a devida vénia...)





Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974); nosso coeditor, a viver há uns anos entre Almada e Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos. É um dos nossos coeditores. Como autor, tem mais de 335 referências no nosso blogue. Tem várias séries: "Tabanca dos Emiratos", "Memórias cruzadas...", "(D)o outro lado combate"...





Banda desenhada infantil "Portuguese in Sri Lanka: part two: their exploits" (em inglês). Texto. Hashana Bandara; ilustração: Saman Kalubowila. (Sumitha Publishers. s/d., s/l. 24 pp.) Fonte: Poth Pancha, Panadura, Sri Lanka: uma livraria "on line" para crianças com menos de 12 anos (Imagem reproduzida com a devida vénia...)

Nota de JA/LG: 

Na primeira imagem acima pode ler-se em inglês: "Os Portugueses que chegaram ao Sri Lanka acidentalmente, em 1505, empenharam-se em estabelecer o seu poder na região costeira norte da ilha, até por volta de 1580" (... o que não é exato: a presença portuguesa manteve-se até meados do séc. XVII, Colombo cairia nas mãos dos holandeses apenas em 1656, depois de uma heróica resistência, tendo sobrevivido apenas menos de uma centena de defensores...Os holandeses por sua vez serão substituídos pelos ingleses em finais do século XVIII.


1. Continuação da publicação de uma fotorreportagem sobre o antigo Ceilão, hoje Sri Lanka (independente desde 1948, do domínio britânico), feita durante as últimas férias de Natal pelos nossos amigos Jorge Araújo e Maria João (que vivem em Abu Dhabi, EAU).(*)


(...) 21 de dezembro de 2024.

Caro Luís,  bom dia, com uma diferença horária de 5 horas e meia. Ontem tive de suspender o envio de fotos devido à quebra de rede na Net e face ao adiantado da hora fui-me deitar.

Considerando que já tens imagens para mais de um poste, apenas anexo mais umas duas ou três da cidade de Ella. OK. Abraço, Jorge (e Maria João).

PS - A festa budista a que se refere a foto nº 16 aconteceu no domingo em Kandy. (Os budistas representam cerca de 3/4 da população.)

Iremos a seguir para a costa sul.  Bom fim de semana Só estou contatável através deste canal. Obrigado.

PS - Faltam ainda as Partes III (a caminho do Sul do Sri Lanka)  e IV (visita à cidade de Galle ou Taprobana, e arredores, local de acostagem do capitão-mor Lourenço de Almeida).

(Revisão / fixação de texto, título, edição das fotos, negritos e itálicos: LG)

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sábado, 4 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26349: Tabanca dos Emiratos (13): Visita nas férias de Natal ao antigo Ceilão, a Taprobana de "Os Lusíadas", hoje Sri Lanka (Jorge Araújo) - Parte I

 

Banda desenhada infantil "Portuguese in Sri Lanka: part two: their exploits" (em inglês). Texto. Hashana Bandara; ilustração: Saman Kalubowila. (Sumitha Publishers. s/d., s/l. 24 pp.)  Fonte: Poth Pancha, Panadura, Sri Lanla: uma livraria "on line" para crianças com menos de 12 anos  (Imagem reproduzida com a devida vénia...)

A primeira estrofe de "Os Lusíadas" do Luís Vaz de Camões, cujos 500 anos do seu nascimento estamos a comemorar, começa justamente por fazer uma referència ao antigo Ceilãpo, a Taprobana, dos gregos e dos romanpos:  "As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram". (JA/LG) 


Foto nº 1 > Ceilão > 20 de dezembro de 2024 > Aeroporto de Colombo, a capital  (uma cidade fundada pelos portugueses, no séc. XVI). O atual Sri Lanka tornou-se indepente, pacificamente, em 1948: estava desde o séc. XVIII sob o domínio da coroa britànica.



Foto nº 2 > Ceilão > 20 de dezembro de 2024 > Sigiriya, na região Norte



Foto nº 3  > Ceilão > 20 de dezembro de 2024 >  Jipe das picadas na região de  Sirigiya

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Foto nº 4 > Ceilão > 20 de dezembro de 2024 > Elefante na região de Sigiriya, na região Norte




Foto nº 5 > Ceilão > 20 de dezembro de 2024 > Mais elefantes na região de Sigiriya


Foto nº 6 >  Ceilão >20 de dezembro de 2024 > A picada dos elefantes


Foto nº 7 e 7A >  Ceilão >20 de dezembro de 2024 > Canoas de  passeio para os turistas


Foto nº 8 > Ceilão >20 de dezembro de 2024 > Mesa com vários alimentos para o almoço, em casa rural


Foto nº 9 > Ceilão >20 de dezembro de 2024 >  Cozinha, onde se confeccionam os alimentos (A Maria João à esquerda.)


Foto nº 10 > Ceilão >20 de dezembro de 2024 >   Espaço exterior ao local onde se tomam as refeições



Foto nº 11 > Ceilão >20 de dezembro de 2024 > "Bolanha" de arroz 


Foto nº 12 > Ceilão >20 de dezembro de 2024 >   A estação de comboios de Badulla (1)


Foto nº 13 > Ceilão >20 de dezembro de 2024 >   A estação de comboios de Badulla (2)



Foto nº 14 > Ceilão >20 de dezembro de 2024 >   A estaçáo de comboios de Badulla (3)



Fotos (e legenda): © Jorge Araújo (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974); nosso coeditor, a viver há uns anos entre Almada e  Abu Dhabi, Emiratos Árabes Unidos. É um dos nossos coeditores. Como autor, tem mais de 335 referências no nosso blogue. Tem várias séries: "Tabanca dos Emiratos", "Memórias cruzadas...", "(D)o outro lado combate"...



1. A escassas semanas de completar 520 anos do início da conquista e ocupação do então Ceilão pelos portugueses, aproveitamos as férias da atividade académica para visitar este país do sul da Ásia, no Oceano Índico, tendo Colombo por capital. (População estimada; 22 milhões de habitantes; superfície: 65,6 mil km2.)

Este é um destino muito procurado pelos estrangeiros residentes  nos Emiratos Árabes Unidos (EAU).

Neste contexto e de modo a simbolizar o período das Festas Natalícias, envio algumas "rabanadas recheadas de história", sobre a presença dos lusitanos nesta região, em particular na agora República Democrática  Socialista do Sri Lanka, seguida de imagens desta minha nova "comissão de serviço".

Segundo consta na literatura consultada (Enciclopédia de História Inglesa), o primeiro português a alcançar esta ilha, foi o capitão-mor Lourenço de Almeida (Martim, c. 1480 - Chuil, Índia. 1508),  único filho varão de Francisco de Almeia (Lisboa, c. 1450 - Baía de Saldanha, costa sul-ocidental da África do Sul,  1 de março de 1530).(Foi o primeiro vice-rei da  Índia Portuguesa, 1505-1509).

Lourenço de Almeida tornou-se capitão-mor, ao serviço do pai, e em 1505 foi incumbido,  por ele, da missão de interceptar uma frota moutra, carregada de especiarais, que navegava pelo Oceano Índico. Por motivo de uma tempestadae, a sua embarcação saiu da rota pretendida, acabando por aportar no Ceilão, na cidade de Galle, na costa sul. (Ceilão, também conhecida por Taprobana, na antiguidade clássica e na idade média.)

O capitão-mor Lourenço de Almeida procurou manter relações  conmerciais amistosas e cordiais com o rei de Cota,  Dharmaparakrama Nahu - a quem inclusive chegou a oferecer proteção militar em troca de de um tributo anual, pago em canela (uma especiaria de alto calor  comercial na Europa de então).

Este foi o primeiro passo dado rumo à consolidação do predomínio comercial e político lusitano naquela região, tendo culminado em 1518 quando o rei de Cota  outorga aos portugueses a autorizaçáo para erigir um forte na cidade portuária de Colombo,  bem como um rol de concessões especiais que lhes conferiam o direito de ezxercer actividades na ilha. 

O Ceilão passou, assim,  a integrar a esfera de influência colonial de Lisboa, tendo aí permanecido até meados do séc. XVII.

Após a  construção do forte na cidade portuária de Colombo, os portugueses estenderam gradualmente o seu controlo sobre as áreas costeiras, nomeadammnete a Norte. Em 1592, após guerras intermitentes  com os portugueses, o rei mudou a capital do seu reino para a cidade interior de Kandy, um local que ele considerou mais seguro contra ataques. 

Em 1619, sucumbindo aos ataques dos portugueses, chegaria ao fim a existência independente do Reino de Jaffna.

Durante o reinado de Rajasinghe II (1629-1687), exploradores holandeses chegaram à ilha. Em 1638, o rei assinou um tratado com  Companhia Holandesa das Índias Orientais para se livrar dos portugueses, que governavam a maior parte das áreas costeiras. 

A guerra holandesa-portuguesa que se seguiu, resultou numa vitória holandesa. Colombo cairia nas mãos dos holandese em 1656.

Foi exatemente por Colombo que começámos, depois de termos aterrdo no Aerporto Internacional Bandarnaike, criado em 1944, em plena II Guerra Mundial, como uma base aérea da Real Força Aérea do Reino Unido. A conversão para aeroporto civil foi completada em 1967. 

De seguida apresentaremos algumas das imagens mais emblemátias desta nossa nova "comissão de serviço" (Ver fotos acima.)

(Continua)

(Revisão / fixação de texto, seleção e edição das fotos, título: LG)

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Nota do editor:

Último poste da série > 22 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26067: Tabanca dos Emiratos (12): "Prova de vida" (Jorge Araújo)

sábado, 28 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26321: Os nossos seres, saberes e lazeres (660): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (185): From Southeast to the North of England; and back to London (5) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Setembro de 2024:

Queridos amigos,
Questiono muitas vezes se se justifica esta partilha, se haverá interesse ou curiosidade em acompanhar-me nestas deambulações. É facto que tenho nelas imenso entusiasmo, no caso vertente desenhara um programa para rever a gente de xicoração, locais já conhecidos, e tudo a finalizar desaguando em Londres sem nenhum projeto específico, mergulhar na vertigem da Megalópolis, e tomar em cima da hora decisões. Só havia um fito pré-determinado, percorrer Charing Cross Road, por ali andara em 1978 quando a RTP me permitiu um estágio na BBC TV e Rádio. A partir das 17h estava entregue a mim próprio e descobri que Charing Cross Road tinha imensas lojas com livros e tralha e uma livraria tipo catedral, a Foyles, infelizmente o mercado de Portobello é exuberante ao sábado, tal como a nossa Feira da Ladra, nessa altura estaria já em Lisboa. Foi um desapontamento, Charing Cross Road já não é o que era, como espero contar. E adorei voltar a Ashbourne, foi visita de médico mas teve o seu encanto, como aqui procuro ilustrar.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (185):
From Southeast to the North of England; and back to London – 5


Mário Beja Santos

Lamento que a visita a Ashbourne tenha sido tão minguada, quem conduz quer regressar ainda hoje a Faringdon, são umas boas horas de viagem, das Midlands para o condado de Oxford. Esta cidade é encantadora, não só guarda belíssimos edifícios georgianos e vitorianos, é muito arborizada, cheia de becos e comércio, a sua rua principal, Church Street, distingue-se por conservar marcas da sua importância no século XVIII, fiquei a saber que Catherine Booth, a fundadora do Exército da Salvação é daqui; mas limitado pelo tempo lá fui para a igreja paroquial de Santo Osvaldo com a sua impressionante agulha de mais de 64 metros. Foi consagrada em 1241, 8 sinos no campanário, o maior pesa 700 kg, o coro é vitoriano, vêem-se no teto borboletas, pássaros e animais míticos. Fica-se esmagado frente ao túmulo de Penélope, a filha única de Sir Brooke e Lady Boothby de Ashbourne Hall que faleceu com 6 anos, túmulo em mármore branco, a menina, em posição graciosa, parece estar a dormir; é indispensável ver as janelas do transepto norte, janelas medievais do século XIII, restauradas em 1991, ali se podem ver cinco histórias da infância de Cristo. Não menos impressionante é o túmulo de Thomas Cokayne e sua mulher, Dorothy, este Thomas era o guardião de Maria, rainha da Escócia, vêem-se três galos no seu brasão; a pia batismal é considerada por muitos como o mais belo exemplo em estilo inglês do século XIII (no Derbyshire). É também recomendado ver a janela pré-rafaelita que convoca duas irmãs, Mónica e Dorothy, que morreram num incêndio em casa. De regresso a Church Street também importa contemplar a escola do tempo de Isabel I, não deixa de provocar assombro o bom estado do edifício.

Vista parcial da igreja paroquial de Santo Osvaldo
Santo Osvaldo chegou a ser candidata a catedral para a diocese de Derby, a igreja foi mencionada numa obra fundamental do século XII, o Domesday Book, um inventário indispensável para conhecer a Inglaterra medieval, nesse tempo era seguramente em madeira, nesta construção gótica há mesmo uma cripta normanda. Tem uma longa nave, um amplo transepto, em ambos os braços do transepto há uma capela. É indispensável a contemplação de um conjunto de janelas, tinham uma função de alfabetização para os temas bíblicos.
Veja-se a beleza dos tetos, com motivos florais, num belo apainelamento
Túmulo de Penelope Boothby, data de 1791, está na capela Boothby
Outra perspetiva do túmulo de Penelope Boothby
O guia da igreja de Santo Osvaldo recomenda especial atenção para a janela da natividade onde há vitrais medievais que datam da consagração da igreja; há uma formosa janela com seis linhas de vitrais dedicado às armas heráldicas, que data do século XIV. Como é evidente todos estes vitrais mereceram operações de recuperação, como aconteceu no séc. XIX.
O famoso túmulo de Thomas Cokayne e sua mulher Dorothy
Um pormenor da igreja, andavam por ali duas senhoras a ornamentar os bancos, no dia seguinte teríamos ali a cerimónia de um casamento
Este é o conjunto de vitrais das armas heráldicas. De acordo com o texto do guia de visita, há algo aqui que tem a ver com a história de Portugal. No topo dos vitrais temos as armas de Henrique, Duque de Lancastre, a quem pertencia Ashbourne desde o século XIII, e seu genro João de Gaunt, como sabemos pai da rainha Filipa de Lencastre. É aqui mencionado que o pai da nossa rainha morreu em 1399
Pia batismal que data de 1241, portanto no tempo de consagração da igreja, é tida como um dos mais belos exemplos de vias batismais em todo o condado de Derbyshire. Podemos ver gravados na pia batismal arcos em trifólio como a flor de lis. De acordo com a simbologia, as três pétalas da flor representariam a Santíssima Trindade.
É um dos ícones de Ashbourne, a escola datada do século XVI, o ensino saía dos mosteiros e conventos, era o princípio de uma certa laicização, mas o que impressiona mais é a preservação deste património, diz o guia de Ashbourne que é completamente original.
Uma imponente casa do período georgiano (1700-1820)
Estou de regresso a Faringdon, amanhã partimos para Bath, famosa cidade termal, por ali andaram os romanos. Quando aqui cheguei, surpreendeu-me ver em muitas casas apelos à votação nos liberais democratas, havia pouquíssimas referências aos conservadores, tal como aos trabalhistas, nem uma só menção à extrema-direita. Pedi esclarecimentos, a que se devia este entusiasmo liberal democrata em território que há séculos vota conservador. E foi-me candidamente explicado que houvera entendimento entre todas as forças democráticas não conservadoras que se devia votar nos liberais democratas, era tradicionalmente a segunda força mais plebiscitada, não esquecer que apanhei por inteiro o período eleitoral, Sunak desdobrava-se em comícios e visitas, Lord Starmer fazia a mesma coisa. Pois bem, em Faringdon, creio eu, depois de 286 anos, votou liberal-democrata, a extrema-esquerda até este partido ninguém faltou, tal era o entusiasmo em pôr os conservadores na rua.
É a principal rua de Faringdon, London Street, estou a despedir-me dela com imenso prazer e a ver renovada, tudo limpinho e num brinco, eles têm o mesmo problema que nós, falta habitação, os de Oxford preferem vir para aqui, para esta atmosfera campestre, os preços da habitação são mais suaves. E agora vou arrumar a trouxa, amanhã tomo dois autocarros e vou rever Bath, com todo o gosto.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 21 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26298: Os nossos seres, saberes e lazeres (659): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (184): From Southeast to the North of England; and back to London (4) (Mário Beja Santos)