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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P15059: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (7): Bedanda


1. Parte VII de "3 anos nas Forças Armadas", série do nosso camarada Tibério Borges (ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726, Cacine, Cameconde, Gadamael e Bedanda, 1970/72).


3 anos nas Forças Armadas (7)

Bedanda

Em Bedanda a companhia era de africanos com excepção da maioria dos graduados. Fui encontrar, imaginem, o Zé Cavaco que é meu conterrâneo. O mundo é pequeno. Apenas fui tapar um buraco durante um mês. Alguém que foi de férias ou que chegou ao fim da comissão. Quem sabe se doente! Pode ser que um dia saiba mais coisas através do Zeca. Sei que o Comandante era o Capitão Ayala Boto. Nesta unidade havia um padre.


Bedanda era um lugar onde os ataques se davam. Num dia de trovoada precisamente no momento do estalar do primeiro trovão sofremos um ataque ao arame. Nas férias antes de vir para este aquartelamento adquiri um gravador de bobines com muita música gravada em casa dos meus amigos Marino Lemos e Maria Teves e estávamos a ouvir boa música clássica quando esse ataque se deu.


Ficamos hesitantes uma fracção de segundo sem saber se era a guerra ou se era trovoada. Mas eram as duas coisas ao mesmo tempo. Larga pés para que vos quero a caminho das valas. Porém as fotos não passam dum momento de boa disposição, treinando, imaginando um ataque.

Mas a guerra tem muitas facetas sendo uma delas a Marinha que pela Guiné andava a desminar rios. E aconteceu enquanto lá estive. O rio Cumbijã que banhava aquela zona foi minado e tivemos sorte porque foi na altura da maré vazia que alguém deu por isso. Era por ele que as LDG’s ou LDM’s abasteciam, via marítima e fluvial, o aquartelamento. Assim vieram os peritos tratar do assunto.


Nesse mesmo rio fui uma vez com o sintex fazer uma caçada ao crocodilo pois disseram-me que esses hidrossáurios apareciam por ali. Apanhei um. Alguém da milícia prontificou-se para tirar a pele e prepará-la para um colega do Porto a levar para ser tratada e que depois ma enviaria de retorno. Até hoje. A carne de crocodilo acho que foi o preço de preparar a pele. A pele de crocodilo dava para fazer malas e sapatos, na altura, e que custavam muito dinheiro. Na altura o exército estava com falta de capitães e arranjou maneiras de cativar civis para esta tarefa.



Que era perigoso andar por ali, era, mas quando somos novos não medimos bem as consequências. A guerra apresentava-nos muitas surpresas e tudo podia ter acontecido. Apanhar material de guerra ao inimigo também aconteceu.


Os nossos obuses não eram rebuçados nenhuns e cada bujarda levava 45kg. E lembro-me uma vez que fui fazer um patrulhamento para uma zona de aldeamento onde andavam pessoas não controladas por nós,  combinando com o artilheiro o lançamento destes rebuçados para pontificar a pontaria do obus. Sei que vi do lado de lá do rio pessoas a andarem de canoa e outras pessoas que ali viviam.



Por vezes o abastecimento dos alimentos nem sempre eram feitos por LDG’s e em alternância os aviões deixavam esse precioso bem cair de paraquedas.


Ir de férias era muito bom, nem que fosse o tal artigo do RDM que nos dava 5 dias. Sair do mato e no meu caso estar em Bissau era fugir do inferno e chegar ao paraíso. Chegava a Bissau completamente descontrolado, desnorteado mas sabia que estava melhor do que no mato. Já não me lembro como sabíamos que era num dia marcado mas o certo é que íamos de avioneta para Bissau. Sei que nos instalávamos no hotel e depois era passear por Bissau. Comprar uma bebida, normalmente cerveja, era o ritual normal e que vinha acompanhado sempre dum pratinho de camarão. Os serões eram passados no QG onde se jogava bingo e saíam bons prémios, como frigoríficos. Estes no mato trabalhavam a petróleo. Foi no QG que encontrei o Capitão Albergaria que conheci em casa do Marino Lemos. Muito isolado e retirado. Lembro-me de ter conversado com ele. Aqui em Bissau ouviam-se todas as histórias passadas em todos os aquartelamentos. O hospital era o centro de todas as notícias más que aconteciam no mato. Soube que muita tropa dos comandos morreram e muitos dos que tiraram a especialidade comigo em Lamego. Era tropa de intervenção juntamente com outra como fuzileiros, rangers, etc. Lembro-me vagamente de ter estado em casa dum militar cuja mulher estava em Bissau.

No mato o tempo era difícil de passar e para distrair um pouco íamos até à tabanca. Éramos rodeados de muito miúdos pois entrar em diálogo com a população não era fácil pois existia sempre uma desconfiança. Outra maneira de viver e estar ocupados por outro povo que não os deixava estar livres e a fazer a sua vida não era fácil.


Outra distracção era o futebol que nos abstraía de tudo o que era guerra. Fazíamos boas partidas deste desporto.


Dentro do quartel as mais diversas situações proporcionavam as mais diversas conversas cavaqueiras ora amenas ora tristes mas tínhamos um médico, o Bravo, com o qual passávamos horas de boa disposição pois ele tinha jeito para as anedotas ou histórias.


Outras vezes vestia-me à civil para fazer crer que não estava no mato.


Por vezes dava uma voltinha fora do arame farpado, também, para distrair.


O General Spínola visitava as suas tropas sem prévio aviso. Metia-se num helicóptero e foi o que nos aconteceu por altura do Natal.


Um certo dia tive uma surpresa. O meu colega Silva que me enviou para Bedanda veio fazer-me uma visita.



Em Bedanda passei por um mau momento em que o meu estado psicológico não foi dos melhores.

Publicado por Tibério Borges
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Nota do editor

Postes da série de:

8 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14850: Tabanca Grande (469): Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726 (Cacine, Cameconde, Gadamael e Bedanda, 1970/72)

15 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14879: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (2): Passagem pelo BII 18 de Ponta Delgada, IAO no RI 11 de Setúbal e embarque em Lisboa no Ana Mafalda

23 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14921: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (3): De Bissau para Cacine

5 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P14974: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (4): Cacine

15 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P15006: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (5): Invasão a Conakry e, Entre Cacine e Cameconde
e
23 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P15031: 3 anos nas Forças Armadas (Tibério Borges, ex-Alf Mil Inf MA da CCAÇ 2726) (6): Gadamael Porto

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8841: Convívios (378): 1º Encontro da CCAÇ 6, Onças Negras, e outro pessoal de Bedanda... Dia 5 de Novembro, na região da Bairrada: 1º anúncio (António Teixeira)


Fotos:  © António Teixeira (2011). Todos os direitos reservados


1. Mail do António Teixeira, com data de hoje, enviado aos seus camaradas da CCAÇ 6 (Onças Negras), com pedido de divulgação através do nosso blogue: 

Caros Onças Negras: 

Finalmente o nosso primeiro encontro já está em andamento. Para já, já temos data. O encontro será a 5 de Novembro, um sábado. Procuramos uma data com pelo menos um mês de antecedência para que todos possamos organizar as nossas vidas, visto que este encontro, como primeiro que é (lembrem-se que muitos de nós já não nos vemos há cerca de 40 anos), é de caráter obrigatório. 

Como disse um dos nossos Comandantes, o então nosso Capitão Ayala Botto, quem não estiver na parada leva uma porrada. 

O local, em princípio, também já está decidido. Para que fique praticamente equidistante, optamos pelo centro do país e que seja de fácil acesso. Assim, decidimos pela Bairrada, para degustarmos uns bácaros bem regados por aquele líquido divino cheio de "bolinhas". Ainda estou à procura do lugar ideal, que pelo menos reuna as seguintes caraterísticas: (i) boa relação qualidade/preço, (ii) em que possamos estar lá pela tarde toda; e (iii) a que se chegue facilmente . 

Também para contratar o lugar será necessário ter o número de convivas o mais aproximado possível. Assim, solicito que me contactem logo que vos seja possível confirmando a vossa presença, para que eu possa por minha vez contactar o restaurante. Será muito interessante que consigam contactar outros camaradas que por lá passaram [, na CCAÇ 6 ou noutras subunidades, Bedanda, região de Tombali].

No fim deste mail eu colocarei as pessoas que eu consegui contatar. Quero também aproveitar para vos comunicar que foram convidados 3 grandes amigos, que serão os convidados especiais do primeiro encontro: os nossos amigalhaços Luís Graça e Carlos Vinhal (do blogue Tabanca Grande) e o Lino Reis, que apesar de nunca ter estado em solo Bedandense, fartou-se de nos ver, mas por outro ângulo: visto de cima, pois foi piloto da Força Aérea e esteve lá no princípio da década de 70. 

Como se trata do primeiro encontro, de certeza que vai haver grandes manifestações de alegria, algumas até talvez um pouco exageradas, e como tal decidimos que desta vez seria só para os combatentes. As nossas companheiras desta vez tem de se contentar em ficar em casa e depois comer uma sandoscha de leitão que nós lhe iremos levar. 

Então, aqui está a lista dos contactados [, uma parte dos quais faz parte desta Tabanca Grande, que é o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]: 

Nuno Dias Ferreira, 
Vasco [Santos] (Cripto), 
Joaquim [Pinto] Carvalho
Dino, 
Luis Nicolau, 
Joaquim Silva, 
Luis Graça, 
Carlos Vinhal 
e Luis Santos.

O Vasco e o Carlos Azevedo (que estão comigo e com o Bravo nesta organização) vão contactar o Dias enfermeiro, o Naia e o Nelinho enfermeiro. Estou também a tentar contactar o Valente (alferes do pelotão). Agora vejam se conseguem encontrar mais alguém. 

Para entrar em contacto comigo, a melhor forma será por mail:



Ou por telefone: 917803681 (Se por acaso não atender, deixem mensagem por favor). 

Agora resta-me ficar à espera de notícias vossas. 

Aquele grande abraço, António Teixeira 

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Nota do editor


Último poste da série > 29 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8836: Convívios (371): 10.º Encontro do Pessoal do HM 241 - Bissau, dia 5 de Outubro de 2011 em Santarém (Manuel Freitas)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7802: Álbum fotográfico de Amaral Bernardo (Alf Mil Med, CCS/BCAÇ 2930, Catió, Cacine, Bedanda, Guileje, Gadamel, Tite, Bolama, 1970/72) (1): O reabastecimento de Bedanda, no tempo das chuvas, através do Nordatlas, com lançamento de pára-quedas






Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1971 > Reabastecimento do aquartelamento e povoação através do Nordatlas e do lançamento  de géneros por pára-quedas,  durante a época das chuvas. Fotos do Álbum de Amaral Bernardo, ex-Alf Mil Med, CCS / BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72)... Esteve em 1971 em Bedanda (*), onde foi rendido em Dezembro de 1971 pelo Mário Bravo.

Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados.


"Estive em Bedanda, durante 13 meses, sob o comando do capitão de cavalaria Ayala Botto [, CCAÇ 6]. Um grande comandante, um verdadeiro oficial de cavalaria... que nos derretia com mimos: ovos liofilizados e outras delícias, que vinham de Lisboa, de uma fábrica da família...
 
"Estive primeiro em Cacine, que era deslumbrante... Percorri todo o sul, acabando em Bolama, depois de passar por Bedanda, Gadamael, Guileje, Tite... A CÇAÇ 6 tinha fulas e um pelotão de balantas... Em Bedanda, os tipos do PAIGC apareciam nas minhas consultas, nas calmas, disfarçados com a população...
 
"Bedanda, no tempo das chuvas, era inacessível por terra, transformava-se numa ilha. Ficava entre dois rios, o Cumbijã, a oeste e o seu afluente, o Ungariol, a leste e a norte... Era abasteciada  pelos fuzileiros e pela força aérea...
 
"Em 2005 falei com o Nino sobre os ataques a Bedanda, quando ele era o comandante da região sul... Havia malta na tabanca que lhe fazia sinais de luz (com uma lanterna) para orientação do tiro... À terceira, eles acertavam todas...
 
"Os melhores abrigos, à prova do 120, eram os de Guileje... Mas o Spínola proibiu a construção de mais bunkers, queria que o pessoal fosse todo para as valas... Foram tempos muitos duros, tive uma [grande] actividade como médico... e eu próprio cheguei a desejar secretamente ser ferido para poder ser evacuado dali" (Amaral Bernardo, membro da nossa Tabanca Grande, desde Fevereiro de 2007).


 _____________
 
Nota de L.G.:
 
(*) Vd. poste de 16 de Fevereiro de 2011 > Guiné 7799: Os nossos médicos (22): Um pedido de desculpas por uma falsa informação a (e um firme repúdio pelas insinuações de) o ex-Cap Art Morais da Silva, comandante da CCAÇ 2769 (Amaral Bernardo)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7784: Em marcha, a ideia de um próximo encontro da malta que passou por Bedanda (António Teixeira)

1. Dois comentários do António Teixeira [, foto à esquerda], inseridos no poste P7778 (*)

(i) Caro [José] Figueiral:

Vamos a notícias. Este fim de semana tive aqui em casa a companhia da família [Pinto de ] Carvalho. Como te disse as nossas famílias ficaram muito unidas e é com frequência que nos visitamos.



Ele, que está a par destes acontecimentos, referiu-me que já falou pessoalmente com o Dr. Nuno, com o Dino e com o Luis Nicolau (era o cabo que tratava do correio). Todos eles confirmaram a vontade no nosso encontro. Vai tentar entrar em contacto com o Capitão que te substitui, o Gastão Silva, que parece que está no Algarve.


Também enviei um mail ao Cap [Carlos] Ayala Botto e ele teve a gentileza (eu não o conheci) de me enviar o mesmo mail que te enviou.


Quanto ao Baltazar, parece que vai ser possível. O Vasco [Santos] já esteve com ele há uns tempos e parece que tem o telemóvel dele. Vamos esperar.


E já agora quanto à memória, nunca esqyeceria aquela noitada, pois foi a minha primeira acção militar. E até teve piada.


Quanto às batatas, como me lembro, assim como o sabor do vinho que nos enviavam, daqueles ovos com sabor a químicos e da bianda e marmelada quando já não havia mais nada.

Um grande abraço, companheiro
[António Teixeira]

(ii) Caro Rui [Santos]:

Foi com imenso prazer que li e reli o seu comentário, sobretudo porque temos mais um Bedandense entre nós. Melhor, o Rui é que encontru mais Bedandenses pois pelos vistos está há mais tempo aqui no Blog do que nós.



E é também com muito prazer que lhe comunico que está em marcha a realização de um encontro de Bedandenses, e claro está, contamos consigo. Nesta fase, estamos a tentar encontrar mais pessoal para engrossar o grupo (que já não é pequeno).


Quanto ao seu comentário em que faz a descrição da Bedanda do seu tempo, creio eu que pouco mudou para o quando lá etivemos. A Companhia lá em cima, com o Capitão e mais 4 Alferes (um deles destacado no "Pelotão"), a casa do chefe de posto, etc. Nós tinhamos felizmente mais um alferes médico e outro alferes artilheiro. Mesmo a sua descrição do Pelotão foi minunciosa e eu quase que me vi lá.


Quanto á operação representadas nas fotografias, tratava-se de uma operação de rotina executada todos os meses. Limitava-se ao patrulhamento das margens do rio para a passajem do comboio fluvial, já ele de si patrulhado por 2 LDM  (ou LDP  ?) e alguns sintex dos Fuzileiros e também com proteção aérea dos Dakotas. Assim, até dava para levar a máquina fotográfica (Tenho quase a certeza absoluta de que nunca houve problemas nestes patrulhamentos, pelo menos durante o meu tempo. Quanto ás outras operações, essas já eram bem mais complicadas e por várias vezes tivemos "embrulhanços", isto para não falar dos ataques ao aquartelamento que eram habituais).


Quando referi a noitada passada no rio Ungariuol para controle das canoas junto ao Nhai, realmente há um erro aqui. Não se tratava do Ungariuol, mas sim de um outro afluente do Cumbijã (se é que realmente se pode chamar aquilo afluente). Referi Nhai, mas é preciso ter em conta que nós consideravamos 2 Nhais: o Nhai Grande e o Nhai Pequeno, e eu referia-me a este, que ficava um pouco acima de Incala.

Quanto a fotos, ainda tenho por aqui bastantes, que irei postando com o tempo. Como disse noutro lado, tive a sorte de herdar do Furriel Vago Mestre um laboratório de fotografia que ficava nas traseiras do posto médico e que foi responsável pela minha paixão pela fotografia.



Muito mais havia a falar, mas ficará para outra oportunidade. Para já fica a grande alegria de encontrar um novo amigo. Daqui lhe envio um grande abraço e com ele segue a minha amizade.

António Teixeira


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Nota de L.G.:


(*) Vd. poste de 14 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7778: Memória dos lugares (139): Bedanda no meu tempo (Rui Santos, ex-Alf Mil, Op Esp, 4ª CCAÇ, 1963/65)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7656: Memória dos lugares (123): O Alf Mil Médico Mário Bravo em Bedanda, na CCAÇ 6 (Dezembro de 1971 / Março de 1972)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72>  S/d > Visita do General Spínola... À sua esquerda o Cap Cav Carlos Ayala Botto.



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72>  Visita do General Spínola (de costas)... À sua frente, à direita,  o Cap Cav Ayala Botto.




Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72> Os Alferes Mil Borges, Mário Bravo e Figueiral [ ou Figueiras ?]...



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72> Mário Bravo e o seu pelotão de djubis, fazendo a continência...

Fotos: © Mário Bravo (2011). Direitos reservados


1. Mensagem do Mário Bravo, respondendo às minhas perguntas (*) sobre as suas andanças na Guiné, como Alf Mil Médico:

Luís Graça:

Cá vai a resposta às várias questões que me colocas e deste modo dar imagem do meu percurso na Guiné.

(i) Quando cheguei a Bissau, em 20 de Novembro de 1971, fiquei instalado no QG (Quartel General), durante cerca de quinze dias;

(ii) Durante esse tempo fiz estágio em veterinária (no mataoduro), em inspecção alimentar e outras actividades relacionadas com a profissão;

(iii) Embarquei,  num belo dia, num Cesna civil , para Catió e daí para Bedanda, onde fui substituir o Amaral Bernardo (colega do Porto) [que passou 11 meses em Bedanda];

(iv) Pela consulta que fiz a documentos e fotos dessa época, posso dizer que cheguei a Bedanda em Dezembro de 71;

(v) Fui recebido pelo Amaral Bernardo e, como ele diz em determinado momento, também tive o meu baptismo de fogo - um disparo do obus 14 (que estoiro !!);

(vi) Aí, Bedanda, iniciei a minha campanha de médico militar, num local onde as condições não eram as melhoras, mas que eram compensadas com uma entreajuda fora do que se pode imaginar;

(vii) Durante este período, deslocava-me de modo regular aos quarteis de Guileje, Gadamael Porto e também Cacine;

(viii) Lembro-me que em Fevereiro de 1972, fui deslocado para Catió, para substituir o colega que lá estava;

(ix) Fiz uma pesquisa na minha documentação pessoal e acho que, com as devidas reservas, terei estado em Bedanda até Março de 1972;

(x) Foi uma eternidade, atendendo às condições e ruído que de modo constante (ataques repetidos ), nos atormentavam;

(xi) Em resumo, foi um período de tempo curto, mas que me marcou de modo intenso, porque senti a proximidade das pessoas, num ambiente hostil e com todas as dificuldades inerentes.

Gostei de conhecer tanta gente boa. Para completar e tentar ao mesmo tempo chamar ex-militares de Bedanda, vou enviar umas fotos da minha colecção pessoal, pedindo desculpa pela qualidade menos conseguida, mas eram outros tempos do mundo fotográfico.

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Nota de L.G.:

Últino poste desta série > 21 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7651: Memória dos lugares (122): Os Adidos (Belmiro Tavares)


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4915: Tabanca Grande (172): Carlos Azevedo, ex-1.º Cabo da CCAÇ 6, Bedanda (1971/72)

1. Mensagem de Carlos Azevedo, ex-1.º Cabo da CCAÇ 6, Bedanda, 1971/72, com data de 1 de Setembro de 2009:

Caríssimo Luís Graça

Antes de mais vou-me apresentar.
Fui um entre tantos que cumpriram o serviço Militar na bela Guiné.
Tive dois Capitães na Companhia em Bedanda, o Sr. Capitão Carlos Ayala Botto e o Sr. Capitão Gastão, dois Homens com um H Grande!

Não fui herói, nem exemplo extraordinário.

Tenho acompanhado desde o início estes trabalhos no teu blogue, e a dada altura vejo alguém que esteve em Bedanda no meu tempo (71-72), não sei se por ter estado no Pelotão destacado, o certo, é que não encontrei o tal Vietname referido por esse meu Camarada de armas. Claro que as coisas por vezes não eram fáceis, daí ao Vietname.
Passei bons momentos e alguns menos bons!

Fiz grandes amigos nessa CCAÇ 6 (Companhia de Nativos) onde poucos éramos europeus.
No Pelotão (7), entre eles só um trasmontano, Ismael Barros, radicado há muitos anos em França, que me contou que Nino Viera se entregou a ele em Bedanda em 1973, Fevereiro ou Abril, no tempo do Sr. Capitão Gastão, estando em Bedanda uns dias a ser interrogado por pessoal vindo de Bissau. Disse o meu amigo que nesses dias foi um pandemónio em Bedanda. Terá sido levado para Bissau? O certo, é que se lhe perdeu o rasto.

Aquando do exílio do Sr. Nino em Vila Nova de Gaia, o meu amigo Ismael mostrou interesse em falar com ele; pediu-me inclusive para eu tentar contactar com o Sr. Major Valentim Loureiro, que foi cônsul na Guiné, mas eu nunca consegui.

Mas o mais engraçado disto tudo, é que quando em 2000 regressei à Guiné, com entre outros o nosso camarada Albano Costa, indaguei junto do nosso motorista, um tal Tcheno, que me referiu que na altura dos factos era muito jovem, admitindo no entanto essa possibilidade, devido às muitas pressões desde o assassinato de Amílcar Cabral.

Como vês, há tanta coisa por se saber... Histórias muito mal contadas pelos Capitães, nomeadamente os de Bissau, e também os nossos governantes, os de antes e os de agora. Digam a verdade! Esses Senhores que nos respeitem um pouco, porque demos o melhor de nós, fazendo sempre o que nos foi exigido e foi, muito, a troco de nada.

Sabes, o meu camarada trasmontano não mente!

Com um abraço para a Tabanca toda,
Carlos Azevedo

Carlos Azevedo em Bedanda


2. Comentário de CV:

Carlos, bem-vindo à Tabanca.

Se bem te lembras, estivemos a conversar a última vez em Lavra, aquando da inauguração do Memorial aos combatentes da Freguesia.

Sempre resolveste vir até nós, esperamos que para nos contares a tua experiência por Bedanda.

Como sabes, aqui no Blogue pautamo-nos por, dentro do possível, falarmos de factos que vivemos pessoalmente ou que são fundamentados em bases sólidas.

Se for verdade o Nino ter-se apresentado em Bedanda, ser lá interrogado, e de repente perder-se-lhe o rasto, como se justificou a sua fuga, uma vez que não se tratava de um simples guerrilheiro, mas de um alto responsável pela operacionalidade do PAIGC no sul da Guiné? Se ele se apresentou voluntariamente, por que se ausentou de novo sem nunguém dar conta? Esta fuga teria consequências muito complicadas para quem estava responsável pela sua guarda.
Esperemos que apareça alguém a corroborar este episódio.

Camarada, estás formalmente apresentado à Tabanca, agora é só começares a trabalhar.
Recebe um abraço de boas-vindas da tertúlia.
CV
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 15 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4822: Tabanca Grande (171): Joaquim Gomes Soares, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2317/BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana (1968/69)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3335: Controvérsias (6): O acidente aéreo de 25 de Julho de 1970 (Carlos Ayala Botto)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Março de 1969 > Op Lança Afiada > Um Helicóptero Allouette III. Em primeiro plano, o nosso camarada e amigo Paulo Raposo, na altura Alf Mil da CCAÇ 2405 (Mansoa e Dulombi, 1968/70) uma unidade que dois meses antes tinha perdido 17 dos seus homens no desastre de Cheche, no Rio Corubal, na retirada de Madina do Boé, em 6 de Fevereiro de 1969.

Foto: © Paulo Raposo (2006). Direitos reservados .

1. Mensagem, com data de hoje, do Cor Cav Ref Carlos Ayala Botto, prezado membro da nossa Tabanca Grande desde Janeiro de 2007 (*):


Caro Luís Graça:

Na semana passada enviei um mail com mais alguns pormenores do acidente de helicóptero na Guiné e onde morreram os deputados e os militares que os acompanhavam. Devo ter enviado para um endereço errado, pois ele nunca foi publicado no nosso blogue e eu penso que tem interesse (**).

O acidente ocorreu no dia 25 de Julho de 1970, quando os deputados regressavam a Bissau, onde o avião da TAP já os esperava no aeroporto para virem para Lisboa. O tempo estava péssimo, mas foi decidido fazerem a viagem.

Eram 3 helicópteros e, quando se viram no meio de grande borrasca, 2 ainda conseguiram aterrar numa pequena ilha no meio do rio Mansoa, mas o 3º não o fez e despenhou-se, morrendo não só os deputados, o piloto e o mecânico como também o Capitão de Cavalaria José Carvalho de Andrade (era do meu curso) que os acompanhava.

Sei que o Comandante da esquadrilha e piloto de um dos helicópteros era o hoje Coronel Cubas a quem, se o localizarem, poderão pedir mais esclarecimentos.

Um abraço

Carlos Ayala Botto

2. Comentário de L.G.:

Obrigado, coronel, pelo seu contributo. Confirmo que não recebi o seu mail anterior. Continua a haver, entre nós, uma pequena divergência quanto às datas. Na Liga dos Combatentes, na lista dos Mortos no Utramar, consta o nome do Cap Cav José Carvalho de Andrade, morto, por acidente, na Guiné, em 25/7/70. O nosso pesar pela perda deste seu camarada de curso e nosso camarada da Guiné, e que até agora ninguém referira.

3. Em data posterior a este poste, em 20 de Outubro de 2008,e em resposta ao meu comentário, Ayalla Botto mandou o seguinte mail:

Caro Luis Graça:

Não tenho dúvidas que a data certa foi 25 de Julho. Lembro-me perfeitamente que na manhã desse dia tentei contactar telefonicamente o Cap Carvalho de Andrade e fui informado de Bissau que ele estava fora acompanhando os deputados. Se calhar àquela hora já tinha morrido…

Ele estava de fim de comissão e tinha-me pedido para receber em Lisboa o carro dele que estava a chegar a Lisboa. E eu fui de propósito nesse sábado ao Regimento de Lanceiros 2, onde estava colocado... Nessa mesma tarde fui informado do acidente.

São coisas que não esquecem pois ele era muito meu amigo.

Um grande abraço

Carlos Ayala Botto

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

(**) Vd. postes de:

11 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3296: Controvérsias (4): O acidente aéreo de 26 de Julho de 1970 (Jorge Picado)

10 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3292: Controvérsias (3): O acidente de helicóptero que vitimou Pinto Leite (J. Martins / J. Félix / C. Vinhal / C. Dias)

sexta-feira, 14 de março de 2008

Guiné 63/74 - P2638: Fórum Guileje (4): Minas aquáticas em Bedanda (Ayala Botto)

1. Mensagem do Carlos Ayala Botto, hoje Cor Cav, na situação de reforma (1):

Caros amigos,

Em relação ao que nos diz o Manuel Lema Santos (2), posso acrescentar que ao tempo em que eu era o Comandante da CCAç 6 em Bedanda, apareceram, ao que suponho, as primeiras minas aquáticas e muito perto do porto de Bedanda. Foram detectadas absolutamente por acaso porque a maré tinha baixado mais do que o habitual e elas ficaram à vista. Foram desactivadas pelos especialistas da Marinha que se deslocaram de Bissau.

Normalmente o Cmdt do comboio (que era mensal) era o 2º Tenente da Reserva Naval Serradas Duarte, que até à pouco tempo esteve na Direcção do Teatro de S. Carlos.Não sei precisar a data mas creio ter sido no início de 1972.

Um abraço para todos
Carlos Ayala Botto

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Notas dos editores:

(1) 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

(2) Vd. postes anteriores:

12 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2626: Fórum Guileje (1): E Cameconde ? Cabedu ? E a nossa Marinha ? (Manuel Lema Santos / Jorge Teixeira / Virgínio Briote)

12 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2628: Fórum Guileje (2): Nunca uma guerra foi feita de uma só batalha (Mário Fitas)

13 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2629: Fórum Guileje (3): A Marinha esteve como peixe dentro de água no CTIG, e teve um papel logístico fundamental (Pedro Lauret)

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Guiné 63/74 - P2140: Tabanca Grande (35): Notícias do Tony Tavares (CCAÇ 2701) e do António Batista (CCAÇ 3490) (Ayala Botto)

1. Mensagem do Ayala Botto, membro da nossa tertúlia, que esteve na Guiné (1970/73), tendo sido comandante da CCAÇ 6, em Bedanda, e depois ajudante de campo do General Spínola (1):


Caro amigo
Aqui vão 2 notícias que, creio, interessam a todos:

- O Tavares, o tal militar da CCAÇ 2701 que esteve no Saltinho de 1970 a 72 e que actualmente vive na República Checa, veio a Portugal para, juntamente com a mulher de nacionalidade checa, estar presente na reunião da sua Unidade (2). É bonito!

- Já estão a ser feitas diligências, juntamente com o Carlos Clemente (cor.), para se poder actualizar a caderneta militar do António Silva Batista, o tal morto-vivo natural de Moreira, Concelho da Maia (3).

Um abraço
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Nota dos editores:

(1) Vd. post de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

(2) Vd. posts de:

25 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2132: Convívios (30): CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72 (Paulo Santiago)

20 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1974: Tugas da diáspora (1): Tony Tavares (CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72): De Zlin, República Checa, com amor

(3) Vd. post de 30 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P2011: Vamos ajudar o António Batista, ex-Soldado da CCAÇ 3490/BART 3872 (Júlio César / Paulo Santiago / Álvaro Basto / Carlos Vinhal)

terça-feira, 24 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1990: Carta aberta ao Cor Ayala Botto: O caso Batista: O que fazer para salvar a sua honra militar ? (Paulo Santiago)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Campo de futebol > Cerimónia de Encerramento 1º Curso de Instrução de Companhgais de Milícias > 24 de Dezembro de 1971, > O Com-Chefe General Spínola passa revista às tropas (milícias) em parada. O Alf Santiago segue atrás com o Cap Tomás, ajudante de campo do general Spínola, antecessor do Cap Cav Ayala Botto (hoje, coronel ma reforma e membro da nossa tertúlia) (1).

Foto: © Paulo Santiago (2006). Direitos reservados.

1. Texto do Paulo Santiago:

Caro Coronel Ayalla Botto:

Eu, emotivo e, ainda,combatente de causas justas, sinto-me revoltado com a situação criada ao Batista, ex-combatente na Guiné e prisioneiro de Guerra.

Se ainda não leste, vai ao nosso blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné ver os posts sobre a pessoa em causa (2).

Antes de continuar, faço um breve preâmbulo de apresentação. Sei que és amigo do Carlos Clemente, um dos meus maiores amigos desde o dia em que cheguei à Guiné, em Outubro de 1970 (3) .

Penso que também estavas convidado,para um jantar, perto de Oliveira do Hospital, em casa do Coronel Carvalhais, no passado dia 27 de Junho. Já em 2006 tinha ido a esse jantar, a que não estiveste presente. Este ano não fui, andava naquela data pedalando no Caminho de Santiago Francês.

Há meses, fiquei muito chocado quando soube, através de um comum amigo, da morte inesperada do cunhado do Clemente, Gen António Palma. Há dez anos, estive 6 meses em Lisboa num Curso de Formação da Direção-Geral de Veterinária. Todas as 3ªs feiras jantava em casa do Carlos, onde também ía o António, que me dava boleia para o local onde estava alojado.

Contigo na Guiné, só estive uma vez. Foi no Saltinho, após o Gen Spínola ter recebido uma carta de um militar, queixando-se da péssima qualidade do rancho, que era óptima na CCAÇ 2701, companhia do Carlos. Esse episódio já o contei no blogue.

Tive vários contactos com o Gen Spínola, principalmente em Bambadinca, quando comandava uma Companhia de Instrução de Milícias, isso ainda no tempo do teu antecessor, Cap Tomás. No dia 24 de Dezembro de 71, dia da cerimónia de encerramento do 1º curso que dei aos Milícias, fui à boleia no heli para o Saltinho, onde o General ía fazer uma visita de Natal e eu passar aquela data com os meus homens, [do Pel Caç Nat 53].

Mas, voltemos ao Batista. Como escrevi no blogue, é um homem humilde e sem rancores.
Senti que aquele ex-militar tem uma grande mágoa, em virtude de a sua Caderneta
Militar omitir a sua condição de Combatente e Prisioneiro de Guerra.

Sinto que era um documento que talvez gostasse de mostrar aos netos. Mais que qualquer possível pensão, o seu lamento é o apagamento feito do período de Julho 71 a Novembro de 74. Um qualquer burocrata cometeu esta injustiça, daí a minha revolta.

Será possível alguém refazer aquela parte, bem sofrida, da vida do ex-Soldado António
Batista? Agradeço-te se puderes fazer alguma coisa,ou dar-me algumas dicas para que justiça seja feita. Tudo isto mexeu comigo.

Um abraço de camaradagem do

Paulo Santiago
(ex-Alf Mil Cmdt do pel Caç Nat 53,
Saltinho,1970/72)

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Notas dos editores:

(1) Vd. post de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

(2) Vd. posts de:

23 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1986: António da Silva Batista, o morto-vivo do Quirafo: um processo kafkiano que envergonha o Exército Português (Luís Graça)

22 de Julho de 2007:Guiné 63/74 - P1983: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (1) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)

22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)

(3) Vd. posts de:

12 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1168: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (1): Periquito gozado

13 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1170: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (2): nhac nhac nhac nhac ou um teste de liderança

19 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1192: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (3): De prevenção por causa da invasão de Conacri

13 de Novembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1275: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (4): tropa-macaca, com três cruzes de guerra

4 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1338: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (5): estreia dos Órgãos de Estaline, os Katiusha

13 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1424: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (6): amigos do peito da CCAÇ 2701 (Saltinho, 1970/72)

5 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1564: Memórias de um Comandante de Pelotão de Caçadores Nativos (Paulo Santiago) (7): Fogo no capinzal

12 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1653: Memórias de um Comandante de Pelotão de Caçadores Nativos (Paulo Santiago) (8): A pontaria dos artilheiros de Aldeia Formosa

23 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1687: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (9): Maluqueiras na picada Saltinho-Galomaro-Bafatá

3 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1812: Memórias de um comandante de pelotão de caçadores nativos (Paulo Santiago) (10): As mulheres dos meus homens eram minhas irmãs

domingo, 1 de julho de 2007

Guiné 63/74 - P1906: Notícias sobre o Cap Cav Rei Vilar, comandante da CCAV 2538, morto em 1970 (Benjamim Durães / Ayala Botto)

Notícias sobre o Capitão de Cavalaria, Rei Vilar, morto em Fevereiro de 1970, e a sua unidade, a CCAV 2538, sediada em Susana )1969/71)(1)


1. Mensagem do Benjamim Durães:

Dos meus apontamentos verifiquei que o Capitão Rei Vilar fazia parte da CCAV 2538 do BCAV 2876 que esteve na Guiné de Julho/69 a Maio/71.

A CCAV 2538 foi render a CCAÇ 1791, e foi rendida em Abril/71 pela CCAV 3366.

Do BCAV 2876, além da Companhia do Cap Rei Vilar, faziam também parte as CCAV 2538 e 2540.

O Capitão Rei Vilar faleceu a 18 de Fevereiro de 1970.

Esta é a minha ajuda que posso dar.

Durães

Ex- Fur Mil, Bambadinca, CCS BART 2917 (1970/72)


2. Mensagem do Ayala Botto:

Caro Luís Graça:

Não tem sido fácil saber qualquer coisa mais sobre a morte do Cap Vilar após mais de 30 anos.

Através de um camarada do curso dele, confirmei que a sua morte foi na sequência de uma emboscada, mas parece que foi um tiro isolado quando tudo parecia já estar resolvido.

Soube que os outros 2 capitães do Batalhão eram o hoje General Durão Correia e o Cor Jaime Vieira, ambos também de Cavalaria. Não consegui ainda o contacto deles mas vou tentar, até por que me dou muito bem com ambos. Assim que souber algo mais, aviso.

Um abraço
Ayala Botto

Cap CCAÇ 6
Ajudante de campo de Spínola
Hoje Cor Cav, na reforma (2)

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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 30 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1902: Manuel Rei Vilar, França: Quem conheceu o meu irmão, Cap Cav Luís Filipe Rei Vilar, morto em Susana, em Fevereiro de 1970 ?

(2) Vd. post de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1850: O 10 de Junho, o Hernâni Lopes e a malta da tertúlia (Ayala Botto / A. Marques Lopes / Hugo Moura Ferreira / Lema Santos)

Lisboa > Belém > Forte do Bom Sucesso > Memorial aos Mortos do Ultramar > 10 de Junho de 2007 > Ramos de flores de diversas associações de antigos combatentes.

Lisboa > Belém > 14º Encontro Nacional de Combatentes > 10d e Junho de 2007 > Malta da nossa tertúlia > Da esquerda paara a direitra, reconheço, entre outros o António Santos(e a esposa), o Tino Neves, o Hugo Moura Ferreira (e a esposa), o Marques Lopes e, por fim, o Fernando Chapouto (e a espoa).

Lisboa > Belém > 14º Encontro Nacional de Combatentes > 10 de Junho de 2007 > O Vacas de Carvalho, O Fernado Franco e o Hugo Moura Ferreira (e esposa)


Lisboa > Belém > 14º Encontro Nacional de Combatentes > 10 de Junho de 2007 > O Marques Lopes e o Fernando Chapouto
Fotos: © Hugo Moura Ferreira (2007). Direitos rerservados.

Ainda a propósito do 14º Encontro Nacionald e Combatentes, Lisboa, Belém, 10 de Junho de 2007 (1), aqui ficam mais alguns apontamentos e esclarecimentos:


1. Caro Marques Lopes:

Eu também lá estive mais uma vez, mas como não conheço pessoalmente ninguém da tertúlia não dei por vocês. Foi pena.

Em relação ao Hernâni Lopes, ele próprio referiu que embora tenha feito o Serviço Militar na Reserva Naval, nunca esteve no Ultramar e que não era antigo combatente.

Um abraço para todos

Carlos Ayala Botto


2. Caro Ayala Botto:

As minhas desculpas. Confesso que não estive atento ao discurso do Hernâni Lopes, pois estava na conversa com os amigos. Por isso perguntei ao Lema Santos da razão por ser o Hernâni Lopes a fazer o discurso. E foi ele que me disse que ele tinha estado na Reserva Naval, a cuja Associação pertence, tal como o Lema Santos. Pareceu-me também - e mal, então - que ele me disse que o Hernâni Lopes tinha estado na Guiné. Fica a correcção. Os meus agradecimentos.

Abraço

A. Marques Lopes

3. Caros Amigos e Camaradas;

Os meus agradecimentos a todos e também um esclarecimento: O Ernâni Rodrigues Lopes (escreve-se mesmo assim) foi do 7º CEORN (Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval) e entrou para a Escola Naval em 15.8.1964 para a classe de Administração Naval. Como Oficial da Reserva Naval, não esteve na Guiné no seu tempo de permanência ao serviço da Marinha de Guerra.

É presidente da Mesa da Assembleia Geral da AORN - Associação dos Oficiais da Reserva Naval (2) e julgo que terá sido nessa qualidade que esteve presente na cerimónia do 10 de Junho.

O Almirante Nuno Gonçalo Vieira Matias foi Chefe da Estado-Maior da Armada e, enquanto 1º tenente, comandou o destacamento nº 11 de Fuzileiros Especiais na Guiné de 1968 a 1970. É também sócio honorário da Associação.

Um abraço para todos,

Manuel Lema Santos

2. O A. Marques Lopes aproveitou tamnbém para nos mandar mais umas fotos da malta da tertúlia que esteve no 10 de Junho em Belém. Sem legendas...Autoria: Hugo Moura Ferreira.

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Nota de L. G.:

(1) Vd. posts de:

12 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1841: Estive no 10 de Junho... e que bem que me soube olhar aquela multidão de boinas e de cabelos brancos... (A. Mendes, 38ª CCmds)

13 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1842: 10 de Junho: Nós também estivemos lá (A. Marques Lopes / Lema Santos)

(2) O nosso camarada Jorge Santos, na sua página Guerra Colonial tem (e mantém actualizada) uma lista bastante completa de dezenas de associações de antigos militares e combatentes portugueses, dos três ramos das forças armadas, sediadas em Portugal e no estrangeiro, incluindo os respectivos contactos (endereço postal, telefone, fax, e-mail, URL). Dessa lista também consta a AORN.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Guiné 63/74 - P1427: Boas vindas ao coronel Ayala Botto e anúncio do próximo encontro do pessoal da CCAÇ 6 em Junho de 2007 (Hugo Moura Ferreira)

Guiné > Região de > Cufar > CCAÇ 1621 > s/d > Coluna de Sangonhá para Cacine> Foto disponibilizada por pessoal da CCAÇ 1621, por ocasião do último convívio (Junho de 2006).

Foto: © Hugo Moura Ferreira (2006). ) (com a devida vénia...) (1)


Caro Coronel:

Verifiquei a sua chegada à nossa Tertúlia e tomei conhecimento da sua mensagem para o Luís Graça (2).

Assim, quero desde já dar-lhe as Boas Vindas e desejar que entre de pleno neste grupo de pessoas admiráveis que nutrem uma paixão enorme pela Guiné e por aquelas Gentes.

Tomarei oportunamente a iniciativa de o convidar para um encontro a fim de poder conversar pessoalmente com alguém que viveu, tal como eu, uns largos meses, com aqueles naturais da Guiné de tão gratas recordações. Desde já lhe posso afirmar que tenho tentado por todas as formas imagináveis, embora sem resultados práticos, o que me traz uma certa tristeza e frustração, juntar o máximo de camaradas, europeus e africanos, que tenham passado por aquela Companhia desde o tempo em que ela era a 4ª CC até que foi à sua extinção.

Mesmo assim continuarei, mesmo publicando uma convocatória, mas sem resultado, para um eventual almoço de confraternização, que aparece no sítio Guerra Colonial > Convívios > 2007,
com o seguinte texto:

4ª CC Indígenas, depois CCAÇ 6, Guiné (Bedanda, 1962/1974):

Em Junho de 2007 realiza-se o Convívio em local a definir até Dezembro de 2006.
Deseja-se a presença de todos os Europeus e Africanos.
Contacto: Moura Ferreira (67/68)

Terminando, e já que este é o primeiro contacto do ano, quero desejar-lhe um excelente 2007.

Cumprimentos.

Hugo Moura Ferreira
Ex-Alf Mil (Mec 5409564)
Guiné 1966/1968
CCAÇ 1621-Cufar / CCAÇ 6-Bedanda

Telefones: 969922669 / 218681014
SKYPE: hugomouraferreira

Windows Live Messenger: mouraferreira@hotmail.com
Sítio na Net: http://mouraferreira.spaces.live.com/
Álbum fotográfico: http://picasaweb.google.com/mouraferreira



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Notas de L.G.:

(1) Vd. Sítio do Moura Ferreira > Fotos

(2) Vd. post de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

(3) Vd. posts de

22 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXCV: CCAÇ 16121 (Cufar); CCAÇ 6 (Bedanda) (1966/68)

6 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1155: Álbum fotográfico (Hugo Moura Ferreira) (1): Bedanda, CCAÇ 6, 1970: O Obus 14 contra o foguete Katiusha

8 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1159: Álbum fotográfico (Hugo Moura Ferreira) (2): Bedanda, ontem (CCAÇ 6, 1970) e hoje

sábado, 6 de janeiro de 2007

Guiné 63/74 - P1407: Tabanca Grande: Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola


Guiné > Bedanda > CCAÇ 6 > 1970 > Resposta do Obus 14 a ataque de foguetes Katiusha, de 122 mm. Foto gentilmente cedida pelo Cor Cav na reforma Ayalla Botto ao nosso camarada Hugo Moura Ferreira. O seu a seu dono...

Foto: © Carlos Ayala Botto, (2006). Direitos reservados.



1. E-mail do Coronel na Reforma Carlos Ayala Botto, enviado a 24 de Dezembro de 2006:

Soube do seu blogue e aqui estou a apresentar-me: Carlos Ayala Botto, estive na Guiné entre 1970 e 1973 e actualmente sou Coronel na Reforma. Na altura era capitão de Cavalaria mas mesmo assim fui nomeado Cmdt da CCAÇ 6 em Bedanda onde estive cerca de 20 meses.

Depois fui convidado pelo NOSSO GENERAL SPÍNOLA (a letra grande é de propósito, pois ele era um CHEFE MILITAR como não conheci outro) para seu Ajudante de Campo, e por isso fiquei lá mais um ano.

Há pouco tempo o Moura Ferreira – que não conheço pessoalmente – telefonou-me e eu enviei-lhe 2 fotos de Bedanda: uma com uma vista aérea e outra com um obus de 14 a disparar. Não sei o que é que ele fez delas.

Queria entrar no seu blogue, mas como oficial de Cavalaria básico que sou, não percebo nada disto e fico a aguardar indicações suas.

Até lá, um abraço e os votos de um Bom Natal.

Carlos Ayala Botto

2. Comentário do editor do blogue:

Meu caro coronel: Julgo que o Moura Ferreira já me tinha falado em si. E outros tertulianos conhecem-no, como é o caso do Paulo Santiago.

Todos os ex-combatentes da Guiné, independentemente do posto que ocupavam, e da opinião (político-ideológica) que tinham sobre a guerra, serão bem-vindos a esta caserna virtual que representa, ao fim e ao cabo, o nosso blogue. Pede-se-lhes apenas que aceitem e cumpram as regras que estão estipuladas para se ser membro desta tertúlia.

Como já deve ter lido, queremos apenas contar as nossas estórias, não queremos fazer História. Essa está feita, ou melhor, serão os historiadores a escrevê-la. Mas não queremos que a nossa valorosa geração desapareça sem deixar o seu testemunho aos vindouros.

Como camaradas que somos, tratamo-nos por tu. Julgo que se sentirá bem na nossa companhia... Também gostaria de ver aqui o meu ex-capitão (que comandou a CCAÇ 2590/CCAÇ 12). Chama-se Carlos Brito, e é hoje coronel de infantaria na reforma.

Boa saúde e longa vida. Luís Graça.

PS - As suas duas fotos relativas a Bendanda e à CCAÇ 6, e que são espectaculares, já foram reproduzidas no nosso blogue (1). O meu especial obrigado pela sua gentileza. Faço aqui hoje uma rectificação quanto ao seu autor. Por lapso, foram atribuídas ao Hugo Moutra Ferreira.

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Nota de L.G.

(1) Vd. post de:

6 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1155: Álbum fotográfico (Hugo Moura Ferreira) (1): Bedanda, CCAÇ 6, 1970: O Obus 14 contra o foguete Katiusha

8 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1159: Álbum fotográfico (Hugo Moura Ferreira) (2): Bedanda, ontem (CCAÇ 6, 1970) e hoje