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quarta-feira, 13 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23427: (Ex)citações (411): O calor e alguma ociosidade inerente levou-me a andar aqui pelo blogue a passear pela infinita quantidade de publicações que por cá há, com destaque para a região do Boé onde, em 1987, fui abrir uma missão com hospital de campanha, no âmbito dos Médicos Sem Fronteira (Ramiro Figueira, ex-Alf Mil Op Esp da 2.ª CART/BART 6520/72)

1. Mensagem do nosso camarada Ramiro Alves de Carvalho Figueira, médico na situação de reforma, ex-Alf Mil Op Especiais da 2.ª CART/BART 6520/72 (Nova Sintra, 1972/74), com data de 12 de Julho de 2022:

Boa tarde.

O calor e alguma ociosidade inerente levou-me a andar aqui pelo blog a passear pela infinita quantidade de publicações que por cá há. Chamou-me a atenção uma série de publicações sobre o local onde foi declarada a independência da Guiné, em 24 de Setembro de 1973. De entre estas publicações, a de uma antropóloga alemã de seu nome Tina Kramer que andou a percorrer a Guiné praticamente de lés-a-lés e que dedica uma referência a Lugadjole onde terá sido declarada a independência em 1973.

Ora acontece que nas minhas andanças pelas medicinas estive ligado aos Médicos Sem Fronteiras e, em 1987, coube-me ir abrir uma missão com hospital de campanha, na Guiné-Bissau, no sector do Boé. Confesso que senti algum entusiasmo, o Boé era para todos quantos estiveram na Guiné durante a guerra um local mítico e penso que não havia ninguém, pelo menos no meu tempo, que não soubesse da retirada de Madina do Boé e do desastre do Che Che.

Partimos de Lisboa num dia que não recordo em Setembro de 1987 com uma equipa de 4 médicos, um enfermeiro e um encarregado da logística. Não tinha regressado nunca mais à Guiné desde o fim da comissão em 1974, mas depressa me ambientei, desde logo à chegada com aquele calor intenso que nos subia pelas pernas acima a recordar o desembarque no mesmo local em 1972. 

Poucos dias depois a partida para Gabú (Nova Lamego) onde dormimos um dia e fomos recebidos pelo governador local, o Paulo (não me recordo do nome todo dele), homem que andou na luta e tinha uma recordação perene dela, uma prótese numa perna.

No dia seguinte partimos para Lugadjole, local destinado para a missão. A estrada era uma velha picada daquelas que todos nos recordamos com os seus buracos e saltos inopinados. Parámos em Canjadude, uma tabanca com ar arrumado e limpo, mas que logo a seguir tinha ainda as marcas da guerra, uma viatura blindada e uma camioneta, completamente calcinados jaziam à beira da estrada. 

Finalmente o Che Che e a jangada. Íamos num jipe cedido pelo governo,  seguidos por uma camioneta onde carregávamos todo o material para a montagem do hospital, a entrada na jangada foi uma habilidade de equilibrismo complicada, mas depois a saída, à chegada do Che Che, foi mesmo um prodígio de equilíbrio que o condutor do jipe, de seu nome Domingos, e o condutor da camioneta executaram quase que por milagre.

Reiniciámos a viagem a caminho de Béli onde chegámos ao fim de umas horas muito difíceis de trajecto. Em Béli estava uma missão de alemãs que nos acolheu muito bem e nos deram uma refeição deliciosa de cabrito (disseram-nos que era…) acompanhadas de vinho branco fresquíssimo delicioso, de tal forma delicioso que um dos colegas que me acompanhava apanhou uma enorme bebedeira e acabou por fazer o resto do caminho a dormir quase não se apercebendo dos tremendos saltos que o jipe dava. 

Chegámos a Lugadjole já ao anoitecer e ainda tivemos de descarregar a camioneta para termos camas onde dormir dado que a casa onde fomos alojados nada mais tinha do que paredes, eram casas construídas pelos soviéticos quando tentaram explorar bauxite naquele local, o que acabou por não se revelar rentável e o local foi abandonado.

Os dias foram-se passando entre as consultas e trabalhos para nos instalarmos e um belo dia conseguimos convencer o responsável local, um homem de poucas falas, chamado Kassifo N’Cabo, a levar-nos ao local onde fora declarada a independência. 

No jipe dele e ainda no jipe que nos tinha sido cedido pelo governo guineense, saímos a caminho da fronteira com a Guiné Conakri e, pouco antes da tabanca de Vendu Leidi subimos a um ponto um pouco mais alto, que na crónica da Tina Kramer fiquei a saber que se chamava Orre Fello, onde uma estrutura meio abandonada nos foi indicada como tendo sido o local da declaração da independência. 

Na verdade, não sei se realmente terá sido ali que se deu o acontecimento, mas dada a proximidade da fronteira (Vendu Leidi situa-se práticamente nela) e o local meio perdido nos confins do Boé, admito que terá sido esse o tal local.

Por agora é só, as descrições do trabalho em Lugadjole são longas e provavelmente fastidiosas. Resta dizer que montámos o hospital de campanha que tinha bloco operatório e que esteve a funcionar creio que cinco ou seis anos.

1 – Mapa da região, onde marcado com uma estrela se pode ver o local de Orre Fello
2 – Guiné-Bissau >Região de Gabu > Sector do  Boé > Médicos Sem Fronteira > 1987 > Fotografia minha acompanhado por um dos médicos, o Dr. João Luís Baptista, no Che Che
3 –Guiné-Bissau >Região de Gabu > Sector do  Boé > Médicos Sem Fronteira > 1987 > Baga Baga junto de Béli
4 - Guiné-Bissau >Região de Gabu > Sector do  Boé > Médicos Sem Fronteira > 1987 > Vendu Leidi > Orre Fello > Local da declaração de independência
5 –Guiné-Bissau >Região de Gabu > Sector do  Boé > Médicos Sem Fronteira > 1987 >  Vendu Leidi > Orre Fello >  Casa que se dizia ter sido de Amílcar Cabral
6 – Guiné-Bissau >Região de Gabu > Sector do  Boé > Médicos Sem Fronteira > 1987 >  Jangada do Che Che

Fotos (e legendas): © Ramiro Figueira (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Abraço
Ramiro Figueira

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22122: Um olhar crítico sobre o Boé: O local 'misterioso' da proclamação solene do Estado da Guiné-Bissau, em 24 de setembro de 1973, em plena época das chuvas - Parte II: Missão a Gaoual (Jorge Araújo)


Foto 1 > fonte: Citação:
 (1973), "II Congresso do PAIGC, na Frente Leste" [18 a 23 de Junho de 1973], Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_44115, com a devida vénia.

 


Imagem de satélite do itinerário entre Boké e Gaoual, com 151 kms (google.com; hoje), localidades da República da Guiné, sinalizando-se, ainda, algumas das povoações da região do Boé (Boé, Béli e Lugajole) situadas no Sudeste do território da Guiné [GB].





O nosso coeditor Jorge [Alves] Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494
(Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior, ainda no ativo. Tem cerca de 290 referências no nosso blogue.


 

GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE

UM OUTRO OLHAR SOBRE O "LOCAL MISTERIOSO" DA PROCLAMAÇÃO SOLENE DO ESTADO DA GUINÉ-BISSAU, EM SETEMBRO DE 1973, EM PLENA ÉPOCA DAS CHUVAS

PARTE II

- AS PRIMEIRAS "ACÇÕES" E O ESTUDO DAS ACESSIBILIDADES ('CORREDORES') NA FRONTEIRA DO BOÉ, EM JUNHO DE 1964 -

 


► Continuação do P22106 (I) (15.04.21) (*)


1.   - INTRODUÇÃO


Conforme ficou expresso no P22106 (15Abr21), que serviu de lançamento do projecto de "reconstrução historiográfica do puzzle do Boé" e zonas limítrofes (a que for possível…), seria interessante poder encontrar provas factuais sobre a incógnita, a misteriosa, a obscura ou a enigmática localização onde decorreu a «I Assembleia Nacional Popular», durante a qual teve lugar a «Proclamação Solene do Estado da Guiné-Bissau, em 24 de Setembro de 1973», assim como o da realização do «II Congresso», que legitimou o evento anterior. 


Enquanto tal não acontecer, estes dois factos continuam a ser considerados como "embustes históricos", por fazerem parte do "imaginário político e maquiavélico do PAIGC".


Porque nos documentos consultados, relativos ao desenrolar das duas cerimónias, não existem quaisquer referências à variável "clima" (ventos e chuva), o mesmo acontecendo nas imagens das curtíssimas e cirúrgicas reportagens fotográficas a que tivemos acesso, as suspeitas manter-se-ão inalteráveis, uma vez que ambas foram organizadas em "plena época das chuvas".



Por outro lado, ainda que tenhamos procedido à leitura das narrativas que constituem o vasto espólio existente no Blogue, com início no P3911, de 18Fev2009 (já lá vão doze anos!), o objectivo não é repeti-las, embora a elas possamos recorrer, sempre que necessário, como fonte primária de informação. 


O que está implícito neste "desafio de resiliência" é percorrer "outros (novos) caminhos, trilhos ou picadas da Região do Boé", ou com eles relacionados, sinalizados na análise hermenêutica dos documentos disponíveis nos arquivos de Amílcar Cabral (1924-1973), aos quais se adicionam algumas "peças jornalísticas" apoiadas em factos relevantes, e na sua triangulação, por serem as únicas hipóteses que hoje dispomos, pois as outras, as do "terreno", já não são exequíveis.


Como primeiro exemplo do que acabámos de descrever, está o facto de no âmbito das "Comemorações do 42.º Aniversário da Independência da Guiné-Bissau" (1973-2015), o jornalista guineense (creio) Lassana Cassamá, correspondente da VOA – organização internacional de notícias multimédia dos EUA, ter referido que Teodora Inácia Gomes [foto 1], nascida em 13 de Setembro de 1944, em Empada, região de Quinara, militante e dirigente do PAIGC desde 13 de Junho de 1964, ter feito "parte das poucas pessoas que procuraram e encontraram o local da proclamação da Independência Nacional, entre Luís Cabral (1931-2009) e Nino Vieira (1939-2009).


Esta é, naturalmente, uma boa informação!


Fonte:

https://www.voaportugues.com/a/guine-bissau-assinala-42-anos-de-independencia/2972574.html



Depois da (mítica) "Madina do Boé" ter sido indicada como o local da (última) cerimónia, outros foram alvitrados como alternativa ao oficial, todos eles pertencentes à região do Boé, de que são exemplos: "Lugajole", "Vendu-Leidi", "Lela" ou "Malanta"…, como referido no P21554, de 17Nov2020. 


Será que, para além destas, poderemos encontrar outra (s) possibilidade (s)? É esse o objectivo de partida!


Para a sua concretização, foi/está definido um plano de estudo, estruturado por ordem cronológica, de modo a compreender as consequências da actividade operacional das forças beligerantes, e das suas estratégias, bem como das influências produzidas por estas na mobilidade dos diferentes agregados populacionais que foram afectados.


Assim, nesta parte dois, para começar, daremos a conhecer os objectivos das primeiras "acções" da guerrilha, elencadas por Amílcar Cabral, a que deu o nome de «Missão a Gaoual», a realizar em Junho de 1964 (ano e meio depois do início do conflito). 

Esta missão, atribuída a Armando Ramos, incluía a realização de vários estudos nas áreas de fronteira entre as duas Guinés, merecendo destaque, neste âmbito, os relacionados com as acessibilidades – "corredores" de passagem e circulação mais seguros – na região do Boé.


2.   - AS PRIMEIRAS ACÇÕES DA GUERRILHA NA REGIÃO DO BOÉ:

   - EM CADA UM DOS LADOS DA FRONTEIRA

2.1 - Missão a Gaoual


1. – Contacto com o Governador. Expor as razões da visita. Pedir-lhes todo o apoio, no quadro do que ficou estabelecido na reunião que o Secretário-geral teve com ele e outros responsáveis da República da Guiné no Ministério da Defesa Nacional e Segurança.


2. – Colher o maior número de informações em Gaoual mesmo sobre a situação no Boé.


3. – Visitar a fronteira, indo por Koumbia e Ngolé até Lela. De Lela ir a pé até Hancundi, na mata que está próximo da fronteira. Estudar as possibilidades da travessia do rio Féfiné-Senta. Estudar as condições da mata. Estudar o caminho a pé que vai de Lela à fronteira, entrando pelo Boé. Na volta ir a Pato-Kono, perto de Guidali e tomar, a pé ou de jeep, o caminho que segue para Fidibore e Kampoundiny, indo até à fronteira. Estudar esta zona.

 

 


 


Imagem de satélite da região do Boé, sinalizando-se, a vermelho, a linha de fronteira onde deveriam ser identificados os melhores locais para funcionarem como "corredores" ou "portas de entrada".


4. – Obter informações sobre a possibilidade de passagem, a pé ou de carro, entre Neteré (perto do Rio Féfiné) e Tiankouboye (perto de Madina do Boé).

5. – Durante a visita à fronteira, obter o maior número de informações sobre a situação no Boé, sobretudo no que se refere a Béli, Dinguiras, Madina, Dandum. Enviar para dentro do país um ou mais comissários informadores, se possível, os quais devem regressar com urgência, antes do fim da missão.

6. – Regressar a Gaoual. Contactar de novo o Governador e regressar a Conacri.

 


2.2 - Informações que interessa obter - concretamente


● No exterior


a) – Movimento de pessoas entre os dois lados. Se há gente do lado da República da Guiné que dá informação ao inimigo. Se há famílias que vivem dum lado e do outro da fronteira.

b) – Comércio entre os dois lados. Se há gilas que fazem vaivém constantes. Se a gente do lado da República da Guiné está interessada no comércio com a gente do nosso lado.

c) – Gente da nossa terra que vive do lado de cá, permanentemente, tanto em Gaoual como nas outras povoações próximas da fronteira. Ligações entre essa gente e a do interior.

d) – Onde estão os oportunistas. Quantos são exactamente (homens e mulheres). O que estão a fazer. Quem são os chefes.

e) – Se os habitantes das povoações próximas da fronteira, na República da Guiné, são ou não simpatizantes com a nossa luta. Se estão ou não predispostos a ajudar, em caso de necessidade.

  



f) – Possibilidades de alimentação na proximidade da fronteira. Se há arroz e outros alimentos de base.

g) – Natureza e estado das estradas, picadas e caminhos, na República da Guiné, perto da fronteira ou conduzindo à fronteira. Possibilidade real da passagem de jeep e de camião.

h) – Rios presentes no caminho e ao pé da fronteira. Possibilidades de os atravessar.

i) – Natureza do terreno (montes, vales, mato, floresta, etc.).

j) – Condições da mata de Lela [na República da Guiné]. Se é boa para instalar uma base de combatentes.


● Em relação ao interior:


a) – Se há tropas portuguesas no Boé e número exacto ou aproximado, armas de que dispõem, onde estão instaladas. Se fizeram fortes, trincheiras, etc..

b) – Quem é o chefe de Posto em Madina (nome, branco ou africano, etc.). Quem é a autoridade colonial em Béli e em Dandum.

c) – Se os chefes fulas são todos contra nós. Quais os que são contra nós: nome, importância, local onde vivem, posição do povo em relação a eles, etc.. Se as suas tabancas estão fortificadas.

d) – Se os chefes fulas têm armas e gente armada. Quantos homens, que espécies de armas, em que localidades.

e) – Se a jangada de Ché-Che que liga para o Gabú, está a funcionar ou não. Se há outras jangadas no rio Corubal, onde estão instaladas. Se há tropas (portugueses ou fulas) a defender a jangada.

  



Foto 2 > Região do Boé > Estrada (picada) de Ché-Che para Béli (30Jun2018), cinquenta e quatro anos depois da missão ordenada por Amílcar Cabral, em 24Jun1964. Foto do álbum de Patrício Ribeiro – P18862, com a devida vénia.


f) – Estado em que se encontra a estrada entre Contabane (perto do Saltinho) e Madina do Boé. Se a tropa portuguesa vigia ou anda nessa estrada.

g) – Estado da estrada entre Ché-Che (rio Corubal) e Béli e entre Ché-Che e Madina. Estado da estrada entre Béli e a fronteira (Vendu-Leidi). Estado da entrada entre Madina e a fronteira.

h) – Informações sobre número, armamento, presença de soldados africanos, etc., nas tropas inimigas estacionadas em Piche e Gabú-Sare (Nova Lamego).

i) – Possibilidades reais de travessia (onde e por que meios) do rio Féfiné no Boé.

 

 




Foto 3 > Região do Boé > Picada para Dandum (30Jun2018), cinquenta e quatro anos depois da missão ordenada por Amílcar Cabral, em 24Jun1964. Foto do álbum de Patrício Ribeiro – P18863, com a devida vénia.



j) – Situação alimentar no Boé. Se há arroz e outros alimentos de base (milho, milho preto, funcho, etc.). Se a população não tem falta de alimentos e de artigos de primeira necessidade (sal, fósforos, tabaco, açúcar, tecidos, etc.).

l) – Se há comerciantes europeus (ou africanos) em Madina, Béli e Dandum. Quem são e quantos são.

(m) – Situação Política – Se o povo está contente. Se sabe bem da luta. Se há gente que aprova a luta. Se a população paga impostos e a quem paga (aos chefes fulas, ao chefe do Posto?).

n) – Empregados e funcionários africanos no Boé. Quem são, qual a sua posição em relação ao Partido e a luta, estado da família, etc..

 



Fonte: Citação:
(1964), "Missão AR - Missão a Gaoual", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40180 com a devida vénia

(Continua… com outras análises) 

 ► Fontes consultadas:

Ø  (1) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 07061.033.030. Título: Missão AR – Missão a Gaoual. Assunto: Instruções de Amílcar Cabral para Armando Ramos - Missão a Gaoual. Pontos que devem ser discutidos com o Governador de Gaoual e as informações que devem ser aí recolhidas. Missão de reconhecimento à fronteira com a Guiné-Conakry, exterior e interior (Boé). Declaração. Data: Quarta, 24 de Junho de 1964. Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Manuscritos de Amílcar Cabral. Nota de Amílcar Cabral: "Lucette: Arquivar". Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Documentos.


Ø  (2) Instituição: Fundação Mário Soares Pasta: 05248.000.048. Título: II Congresso do PAIGC, na Frente Leste (?). Assunto: II Congresso do PAIGC, na Frente Leste: Teodora Inácia Gomes, Arafam Mané, Silvino da Luz [Juvêncio Gomes], José Araújo, Bernardo Vieira (Nino), Aristides Pereira, Luís Cabral, Pedro Pires, Vasco Cabral, Carmen Pereira e Victor Saúde Maria. Data: Segunda, 18 de Junho de 1973 – Sexta, 22 de Junho de 1973. Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Documentos.


 

Ø  Outras: as referidas em cada caso.

Termino agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

20Abr2021

___________


Nota do editor:


(*) Último poste da série > 15  de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22106: Um olhar crítico sobre o Boé: O local 'misterioso' da proclamação solene do Estado da Guiné-Bissau, em 24 de setembro de 1973, em plena época das chuvas - Parte I: A variável "clima" (Jorge Araújo)

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21554: Casos: a verdade sobre... (17): o mistério do "berço da nacionalidade": Madina do Boé? Lugajole? Vendu Leidi? Lela ou Malanta, já na Guiné-Conacri, na Estrada Nacional n.º 23, permitindo uma fácil (e segura) ligação à base de Boké?... (C. Martins / António Martins de Matos )

(...)

Texto da proclamação do Estado da Guiné-Bissau, pelo PAIGC, em 24 de setembro de 1973, documento datilografado, de 4 folhas, em formato  A4... Em parte alguma do texto há uma referência ao local, a não ser  "Região do Boé" (p. 4) ou "Região Libertada do Boé" (p. 2). 

Hoje há indícios crescentes de que a cerimónia, com a presença de alguns (poucos) observadores estrangeiros, se realizou no território da vizinha República da Guiné, nalguma localidade fazendo fronteira com a região do Boé mas servida pela Estrada Nacional nº 23, como era o caso de Lélaa e de Malanta, e portanto com fácil ligação à base de Boké, mais a sul.

Citação:
(1973), "Proclamação do Estado da Guiné-Bissau", Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral - Iva Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40019 (2020-11-17) (com a devida vénia...)


1. Comentários ao poste P21539 (ª):
 
(i) C. Martins [, médico, ex-cooperante da AMI, na Guiné-Bissau, em 1998; ex-alf mil art, 23º Pel Art, Gandembel, 1973/74; profundo conhecedor da Guiné-Bissau e com informantes privilegiados no território tem mais de 3 dezenas de referências no nosso blogue; não integra a nossa Tabanca Grande por razões de deontologia profissional]:

Caro Rosinha,  esse médico não sou eu.

Estive em 98 durante a guerra civil como voluntário da AMI [, Assistência Médica Internacional], sediado em Canjufa , fazendo uma cobertura sanitária de toda a região de Gabú.

Sobre o tema supra já dei para este peditório.

Conheço a região do Boé, na época seca é quase desértico com caraterísticas de savana, e na época das chuvas cresce muito arvoredo junto às linhas de água e é praticamente intransitável.

Conheço a tabanca de Lugajole onde a AMI teve uma missão durante vários anos desde finais de 80 e principios dos 90.

Quem contactou com ex-guerrilheiros desde os de mais elevada hierarquia até aos de base, sabe perfeitamente qual é o tipo de comportamento: quando fala a orgãos de comunicação ou similares, o PAIGC segue a escola soviética (vidé Maria Turra ), mas quando em contacto meramente pessoal é pessoal muito simpáticos e não tem problema nenhum em dizer a verdade.

Têm muito respeito por nós, ex-combatentes, inclusive não têm problema nenhum em dizer que, se Portugal quisesse voltar novamente a administrar a Guiné,  eles não voltariam a revoltar-se contra nós.
Cada um que tire as suas conclusões.

PS - É evdienten que o PAIGC ao proclamar a independência [em 24 de setembro de 1973] tinha que dizer qie foi em território [libertado] da Guiné.
 


António Martins de Matos


(ii) António Martins Matos (ten gen pilav refor, ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74]


Factos e Opiniões

Vamos aos factos: Nunca saberemos onde aconteceu a Declaração de Independência.

A razão de tal desconhecimento é ser um assunto sigiloso, do tipo Segredo de Estado. A República da Guiné-Bissau não pode reconhecer publicamente que a referida Declaração tenha sido feita fora do seu território.

Primeiro foi Madina do Boé, mais tarde agarrou-se a Lugajole [ou Lugadjole].

O filme sobre o evento, feito por uma equipa sueca, mostra viaturas a desfilar ao longo de uma estrada, debaixo de uma mata cerrada. Diz o presente post, “ainda hoje é quase impossível chegar a Lugadjole por estrada”.
 

Capa e contracapa da livro do António Martins de Matos, 
"Voando sobre um ninho de Strelas", 2ª edição, revista e aumentada 
(Lisboa, Sítio do Livro, 2020, 456 pp.)


Vamos às opiniões:

Para mim, que, por causa do livro sobre os Strelas, andei a esgravatar este assunto, encontrei variadas soluções, a terceira mais falada… Vendu Leidi.

A minha opinião é outra: 

Léla, a duzentos e vinte quilómetros de Bissalanca, fora do alcance dos Fiat-G 91 e apenas a três quilómetros da fronteira, já no território da Guiné-Conacri. Tem tudo o que aparece no filme: estrada, mata frondosa, segurança.

Quanto àquela historieta de terem levado as rampas dos Strelas mas se terem esquecido dos sistemas de pontaria…,  a história do capuchinho vermelho é mais credível.

Que os Strelas nem tinham rampas de lançamento!

(iii) C. Martins:

Caro A.M. Matos:

Quase no alvo... grande Pilav!

E.N. [Estrada Nacional]n.º 23 [, Guiné-Conacri],  mais a sul: localidade... não digo porque posso ser processado, e não tenho provas materiais.


(iv) Comentário do editor LG:

Já gastámos  "muita tinta" (neste caso, muitos Kbytes), à volta da toponímia associadas ao "berço" da Nação Guineense: durante anos aceitaram-se, acriticamente, em Portugal, na Guiné-Bissau e no resto do mundo, algumas "lendas e narrativas" do PAIGC à volta desta questão... Ainda hoje há trabalhos académicos (até da Academia Militar!) em que se refere o topónimo Madina do Boé como o local da declaração de independência unilateral (DUI) da Guiné-Bissau...

Pelo menos desde 2009 que nós aqui, nosso blogue, temos debatido esta questão que não é de lana caprina: "a verdade a que temos direito", não é só para alguns, é para todos... (**)

E vamos continuar a debater, sem intuitos polémicos, com serenidade, com assertividade, porque a guerra já acabou há muito e não há mais inimigos... Mas a História, essa, vai-se fazendo e refazendo... Daí que este e outros dossiês sobre a "história da Guiné, 1961/74" não chegarão ao fim, tão cedo, pelo menos nos tempos mais próximos... 

Infelizmente, os que protagonizaram a guerra,  de um e do outro lado,  estão a envelhecer, a adoecer e a morrer...  Do lado do PAIGC, já haverá muito pouca gente viva (e credível) que possa trazer algo de novo sobre a questão  do "berço da Nação"...

[Revisão e fixação de texto para efeitos de publicação neste blogue: LG]

(**) Vd., por exemplo, postes de:


20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3920: Dossiê Madina do Boé e o 24 de Setembro (2): Opção inicial, uma tabanca algures no sul, segundo Luís Cabral (Nelson Herbert)

1 de março de  2009 > Guiné 63/74 - P3955: Dossiê Madina do Boé e o 24 de Setembro (3): O local estava minado e o PAIGC sabia-o (Jorge Félix)

17 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4042: Dossiê Madina do Boé e o 24 de Setembro (4): Ajudas de memória (Abreu dos Santos)

9 de outubro de  2009 > Guiné 63/74 - P5079: Dossiê Madina do Boé e o 24 de Setembro (5): Lugajole, disse ele (Luís Graça)

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21539: Casos: a verdade sobre... (16): Onde foi o "berço da nacionalidade" ? Terá sido em Feto Lugajole, uma colina à cota de 200 mt, frente à atual tabanca de Lugajole ? Fica a 5 km da fronteira, a 40 km de Madina do Boé... E ainda hojé é intransitável de carro, em setembro... (Patrício Ribeiro, Bissau)

 


 Foto nº4 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé >  2005 > Restos do Quartel de Madina > Entrevista a dois antigos militares,   ainda tinham a caderneta militar portuguesa.

 
 Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé >  2010> Passeio para visitar o local onde o PAIGC diz que proclamou a independência em 24/9/1973.


Foto nº 5  > 
Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé >  2010>   Monumento à independência.



Foto nº 6 >  Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé >  Lugajole > Na colina declararam a independência, ao fundo, foto obtida  a partir do Centro de Saúde


Foto nº 1 > 1/7/2018 > Escola de Madina do Boé e cantina escolar



Foto nº 1A > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé >  1/7/2018 > Escola Básica (EB) de Madina do Boé > Cantina Escolar > Programa financiado  pelo Departamento Americano de Agricultura (USDA) , sendo o promotor o Porgrama Alimentar Mundial (WFP).


 Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé >  2005 > Vendu Leidi > Antiga guerrilheira que costumava acompanhar o Amílcar Cabral nas deslocações ao Boé. Esta foto foi tirada, na tabanca Vendu Leidi ( ver mapa militar Vendu Leidi) a sul de Lugajol, junto a fronteira da Guine Conacri, quando a RTP a foi entrevistae para um programa sobre a independência. 


 

Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé > Uma da diversas escola, 2018,  no caminho entre Beli e Madina


Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Região de Gabu > Sector de Boé > 2018 >  Uma das diversas escolas, em tabancas que encontramos no caminho entre Beli e Madina.



Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro(2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de Patrício Ribeiro 

 [, português, natural de Águeda, criado e casado em Angola,  com família no Huambo, antiga Nova Lisboa, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bissau desde meados dos anos 80 do séc. passado, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.; tem também uma "ponta", junto ao rio Vouga, Agueda, onde se refugiou agora, fugindo da pandemia de Covid-19: é o português que melhor conhece a Guiné e os guineenses, o último dos nossos africanistas: tem uma centena de referências o nosso blogue]


Data - domingo, 8/11, 15:41


 
Boas tardes,

É estranho a RTP nunca ter passado nas televisões a reportagem que fizeram nas colinas do Boé, em 2005.

Será que a reportagem mexeu em Lisboa, em algo que não interessava alterar?  Ou foram os antigos militares Portugueses naturais da Guiné, que a reportagem filmou com as cadernetas militares, dentro do que resta do antigo Quartel de Madina, que não interessava informar?

Não sei quantas operações militares foram feitas durante a ocupação de Beli, para o sul do rio Féfine, para os lados de Vendu Leidi…

Certamente seria zona livre do PAIGC, “naturalmente” pela dificuldade de lá chegar (onde os Angolanos andam a fazer furos de sondagem de Bauxite)

A independência foi declarada em cima de uma colina, à cota 200 mt,  “por cima da Tabanca de Lugajole” (conforme monumento, que lá foi construído).

- 5 Km, da fronteira.

-10 km, a sul de Beli.

-40 km, a leste de Madina do Boé (e onde em setembro é quase impossível lá chegar por estrada, devido à época da chuvas).

Esta zona é muito bonita, nem parece que estamos na Guiné.


Abraço, de domingo de confinado.

Patrício Ribeiro

2. Mensagem enviada em 25 de outubro último pelo Patrício Ribeiro

Luís,

Para nós os confinados, aqui vai.

Sobre a "Montanha Cabral", nunca ouvi falar deste lugar, das diversas vezes que fui a Madina do Boè.

Falei com 2 investigadores Portugueses  que conheces, o Geólogo, Paulo Aves e o Biólogo, Luís Catarino, que também fizeram trabalhos no Boé, mas também não conhecem a "Montanha Cabral".

Madina fica á cota de 90 mt, em uma zona plana (foto 1) mas uma das diversas colinas,  a Dongal Dandu, perto de Dundum,  tem a cota 170 mt (ver carta geológica da Guiné Bissau do Paulo Alves, assim como mapas militares e outros que me ofereceste em CD)

Ver P 18.862, com outras fotos, que enviei daquela zona (*).

Parabéns à Joana Benzinho e sua equipa que, com muito sacrifício, andam a levar a língua Portuguesa a locais de difícil acesso,

Depois da AMI [, AssistênciaMédica Internacional,]  nos anos 80 com a sua equipa médica, chega mais alguém a falar Português ao Boé, esta língua é pouco falada naquela zona.

Envio uma foto de uma antiga guerrilheira do PAIGC ( foto nº 2 tirada em 2005), que costumava acompanhar o Amílcar Cabral, quando ele se deslocava pelas colinas do Boé.

Esta foto foi tirada, na tabanca Vendu LeidI ( ver abaixo mapa militar de Vendu Leidi),  a sul de Lugajol, junto a fronteira da Guine Conacri, quando a RTP a foi entrevistar, para um programa sobre o dia da Independência da Guiné Bissau.

Não sei quantas operações militares, se terão feito para o sul do rio Féfine. Certamente seria zona libertada do PAIGC “naturalmente” pela dificuldade de lá chegar (ver mapa de Capebonde)

“A independência [, em 24 de setembro de 1973] foi declarada a mais de 200 mt altura, numa colina perto da tabanca de Lugajole”:  ver monumento (fotos nº  3, 5 e 6 ), poste P 5050 (**)

Ora em  setembro é quase impossível chegar, mesmo hoje,  por estrada, àquela zona. [Recorde-se que a indepência unilateral da Guiné-Bissau foi feita pelo PAIGC em 24 de setembro de 1973.]

É estranho a RTP nunca passado “esta reportagem”, feita nas colinas do Boé em 2005. Será que a reportagem mexeu em Lisboa, em algo que não interessava alterar ? Ou foram as muitas cadernetas de antigos militares Portugueses,  naturais da Guiné, que a reportagem filmou, dentro do que resta do antigo Quartel, que não interessava informar ? (foto nº 4) (Ver o Poste P5050 de 4.10.2009) (**).

A tabanca de Lugajole ( ver mapa de Beli) está à cota 110 mt, de onde se pode ver perto uma colina com mais de 200 mt de altitude (foto 5), onde alegadamente  foi declarada a Independência, na zona do Felo Lugajole.

Esta tabanca passou a ser importante pós-independência. Tem diversas construções prefabricadas de betão, provavelmente construídas pela fábrica, que os Cubanos tinham em Bissau, na década de 80 ainda funcionava.

Foi lá construído um bom Centro de Saúde, em blocos de cimento. Onde já dormi, era o melhor hotel da região…

Há poucos anos, tentaram fazer lá mais uma romaria, mas a jangada não deixou.

Foram construídas muitas escolas na região (foto  nº 8) em pequenas tabancas, de muito difícil acesso, onde só é possível as viaturas chegarem no tempo seco. Ao longo do caminho que acompanha o Rio Cobolom, e não em cima nas colinas...

O caminho é entre a tabanca de Cobolom,  é muito bonito, até cruzamento entre Madina e Dandum .

Perto deste cruzamento, morreu o Domingos Ramos, atingido pelos morteiros do quartel de Madina. (ver foto do Memorial, no P 18.863).

A Região do Boé  sofreu grandes alterações nos últimos anos… as casas características dos Fulas, que eram quase todas cobertas a palha e redondas, já quase não existem, agora são retangulares e cobertas a chapa de zinco, como quase por toda a Guiné, perderam a originalidade (foto nº 7).

Os Angolanos, andaram lá a fazer uns furos de sondagem, para a exploração de Bauxite, para os lados de Vendu Leidi.

Já outros procuram, naquela zona, ouro, ainda outros procuram diamantes, etc. Deve haver alguma “coisa” naquelas Colinas e não só as grutas, onde o PAIGC guardava munições.

Já que do outro lado da fronteira, na montanha do Futa Jalom, andam para lá os chineses entretidos, em diversas minas de minerais, junto á estrada de Koundara para Labé. Mas também se dão ao trabalho de abrir a estrada pela montanha acima a ligar as duas cidades.

 Para os Guineenses, o ouro atual é a castanha de cajú… Que dá para construir casas novas e também e trocar a palha da cobertura das casas, por chapas de zinco, e passa a não ser necessário trocar de 4 em 4 anos.

Abraço, que vou fugir para a lareira.(***)



Guiné > Região de Gabu > Setor de Boé > Carta de Vendu Leidi (1959) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa da tabanca de Vendu Leidi, junto à fronteira com a Guiné-Conacri. A sudeste fica o Felo Canhage, uma das colinas do Boé que se aproxima da cota dos 300 metros. A tabanca fica a sul de Lugajole.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camarads da Guiné (2020)



Guiné > Região de Gabu > Setor de Boé > Carta de Béli (1959) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Béli, de Lugajole e do rio Fétiné, afluente do rio Corubal, que divide o Boé ao meio, a parte ocidental e a parte oriental. A declaração de independência teria sido feita  num colina, à cota de 200 metros, Feto Lugajole... Mas não havia estradas para este sítio, na altura, não se sabendo como o PAIGC transportou os seus convidados...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camarads da Guiné (2020)



Guiné > Região de Gabu > Setor de Boé > Carta de Capebonde (1959) (Escala 1/50 mil) > Não havia tabancas nem estradas, apenas um picada que atravessava a fronteira vinda de Béli...

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Notas do editor:


(*) Vd.poste de 21 de julho de  2018 > Guiné 61/74 - P18862: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (7): Os meus passeios pelo Boé - Parte I: 30 de junho de 2018: a travessia do Rio Corubal, de jangada, em Ché Ché

(**) Vd. de 4 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5050: Efemérides (27): Declaração da Independência em 24 de Setembro decorreu não em Madina do Boé mas Lugajole (Patrício Ribeiro)

(***) Último poste da série > 13 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21538: Casos: a verdade sobre... (15): A retirada de Madina do Boé e o enfraquecimento do flanco sul / sudeste do território (regiões de Gabu e Bafatá) (Valdemar Queiroz / Cherno Baldé / António Rosinha / Fernando Gouveia)