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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23296: Convívios (928): 48.º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 19 de maio de 2022 - Parte I: os "bandalhos" que se estão a tornar clientes...


Foto nº 1 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 >  Foto de  grupo, começando pelo lado esquerda, o Zé Ferreira, o Manuel Resende, o Mário Fitas e o Jorge Teixeira. Do lado direito, outro "bandalho", o José Sousa que veio integrado na "deputação" do Norte, o José Diniz de Sousa Faro, o Domingos Robalo, o António Duque Marques... O camarada, a seguir, de camisa amarela, estou com dificuldade em identificá-lo... Apesar de diversas desistências de última hora, com medo da sexta vaga da  Covid, a ala compôs-se e tudo parece ter corrido bem. 

Foto nº 2 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 >  Dois dos escritores de O Bando: tão bem dispostos quanto talentosos, o  Francisco Baptista e o José Ferreira

Foto nº 3 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 >  José Ferreira. Eduardo Moutinho Santos e Eduardo Campos (com ar de quem já está meio "covidado": foi um dos que adoeceu, a seguir)...

Foto nº 4 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 >  Outro dos escritores de O Bando, António  Carvalho, e o seu "assistente", o Zé Manel Cancela.

Foto nº 5 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 >  O bandalho-mor, o Jorge Teixeira, encantado por vir à terra dos mouros, e o seu assssor jurídico, Ricardo Figueiredo.

Foto nº 6 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 > Mais dois ilustres "bandalhos", o Fernando Súcio e o José Sousa.


Foto nº 7 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 > "Volta, Armando (Pires)... estás perdoado", parece querer dizer o Miguel Rocha, tendo à sua esquerda o Manuel Macias, cujo sorriso, tranquilizador, vale por mil palavras: "Armando, temos saudadrs tuas"-


Foto nº 8 > Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio  > 19 de maio de 2022 > Faltaram também casais com "new look": o nosso Jorge Ferreira, vinte anos mais novo, e a sua nova companheira...

Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. Conforme foi notícia aqui no blogue (*), ao fim destes dois anos e tal de pandemia de Covid-19 que nos obrigaram a ficar sozinhos e tristes em casa,  a Magnífica Tabanca da Linha, com sede em Algés, Oeiras, abriu as suas portas de par em par, para receber os seus magníficos tababanqueiros e convidados, no "reservado" do Restaurante Caravela de Ouro.  

Estavam inscritos cerca de 9 dezenas de convivas, mas houve desistências de última hora devido  à nova vaga de Covid-19 que veio  estragar a nossa primavera de 2022...

Este convívio contou com uma belíssima representação do Porto, oriunda da mais famosa tertúlía literária, memorialística, cultural, recreativa, gastronómica, almocarística, jantarística e escursionista lá do Norte,  registada originalmente sob o nome de Bando do Café Progresso, das Caldas à Guiné e, mais familiarmente conhecida nas redes sociais como os "Bandalhos". O bandalho-mor é  o Jorge Teixeira.

Com fotos do Manuel Resende (o régulo e o homem dos sete ofícios da Magnífica Tabanca da Linha) damos aos nossos leitores uma primeria ideia do que foi este 48º Convívio. O adjunto, Armando Pires, embora ali a dois passos (mora em Mira Flores) optou por ficar em casa, acautelando a sua saúde. Mas a sua ausência foi notada e sentida...

(Continuação)
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Nota do editor:

(*) Útimo poste da série > 19 de maio de 2022 > Guiné 61/74 - P23276: Convívios (927): A Magnífica Tabanca da Linha reabre hoje, em Algés, no Restaurante Caravela de Ouro, ao fim de mais de dois anos de pandemia... Uma luzidia representação do Porto, de "O Bando" (incluindo 3 escritores), vem animar este 48º convívio, já histórico...

sábado, 23 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P21002: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (11): O Bando festejou mais um ano

1. Em mensagem do dia 27 de Abril de 2020, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos esta Boa memória da sua paz, dedicada ainda ao confinamento.


BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ - 10

O Bando fez mais um ano


“Num te mexas beilho, não.
Nem gozes a bida, não.
Bais ber o que perdeste,
Ou a merda que fizeste.
Já foste, ó meu Morcão!”

(autor desconhecido)

No final de cada ano, cada individuo devia fazer uma retrospectiva e destacar quais os melhores dias que passou. Pelo que tenho observado, poucas são as pessoas que ultrapassam o registo do número dos dedos de uma mão.

Felizmente que nem eu nem os meus principais amigos pertencemos a essa multidão de morcões que espera pacientemente pela sua “boa horinha do Senhor”.

Ora aqui está uma boa razão para manifestar a minha satisfação por ter vivido mais um ano de alegrias e de bons convívios. Dentre eles, terei que destacar as oportunidades bem vividas junto do nosso Bando.

Com o Bando, saboreamos boa camaradagem, boa amizade e a boa gastronomia, cultivamos os conhecimentos e promovemos o bom-viver.

Visitámos os lugares mais lindos, os mais históricos e os mais sagrados. Apreendemos o nosso Património, revivemos as nossas raízes e recordamos as nossas tradições.

Quinta Sr.ª da Graça

Com o Bando, tanto olhámos deslumbrados o nosso Douro (Vila Real, Régua, Mogadouro, Pocinho, etc.) como convivemos nas fraldas do Barroso, nas encostas do Alvão e do Marão, nas vinhas de Penafiel e da Sr.ª da Graça, nas escarpas da Senhora do Salto e da Serra do Pilar, nas praias do Litoral, nos jardins do Bom Jesus de Braga, de Aveiro, de Ponte de Lima ou no “presépio” de Crestuma.

Galafura - Douro

O Bando assalta o Castelo do Mogadouro

No Big Beef

Com o Bando, fomos ao Museu do Douro, Museu dos Clérigos, Museu Militar, Museu do Gramido, Museu Vivo dos Combatentes, Museu do FCP, Parque Biológico, Jardim Botânico, Museu do Infante, Museus de Vila do Conde, Museu das Conservas da Murtosa, Museu do Montesinho, Museu dos Pescadores de Espinho, Museu Souza Cardoso de Amarante, a Nau Quinhentista, o Isqueiro da Maia, etc., etc..

Na Nau Quinhentista e outros Museus de Vila do Conde

Com o Bando, relembrando os nossos camaradas, fomos ainda ao RAP 2, ao GACA 3, ao Dia do Combatente de Gondomar, ao 10 de Junho de Crestuma e ao 25 de Abril na Régua.

No GACA 3 - Espinho

Com o Bando, percorremos os lugares mais típicos e mais simbólicos da nossa mui digna Cidade Invicta (o Porto, pois claro!), Património da Humanidade. Aqui, cabe referir que beneficiámos da companhia do Bandalho Jorge Portojo, mais que “Doutor” a falar sobre a História Tripeira. Ribeira, Banharia, Sé, S.Bento, Fontaínhas, Batalha, Aliados, Bolhão, Campo 24 de Agosto, Antas, Areosa, Carvalhido, Boavista, Campo Alegre, Palácio, Caldeireiros, Massarelos, Foz, Alfândega, Infante, etc., etc., são pontos de referência permanente e cheiinhos de Histórias. E, no que toca a nomes, ele discorria facilmente sobre as personagens mais sonantes do burgo portuense e arredores. Dava gosto ouvi-lo quando lembrava as origens do Porto e de Portugal, os seus donos na Idade Média, o Infante D. Henrique, a fauna fluvial do Rio Douro, a Ferreirinha, as guerras, as revoluções, os Bispos, o Camilo, o Eça, o Alexandre Herculano etc., etc..

O Portojo gozando das imagens nas alturas (e dos digestivos), no “17º.” do Hotel D. Henrique

E, por fim, em jeito de Almoço de Natal, já fomos contemplar o Porto, através da panorâmica disponível no Restaurante 17.º, do Hotel D. Henrique, fomos à Taberna do Rústico e à Quinta do Costa.




Também com o Bando, saboreámos os melhores petiscos da região nortenha. Seria injusto se não lembrasse:
- O Cozido Transmontano do Pires
- Os petiscos do Regula e do Ramirinho
- O Sável do Vigário de Atães
- Os Rojões do Pinto da Rua dos Polacos
- As Tripas da Rosinha da Marroca
- A Cabra Velha do Súcio
- A Paella do Ricardo de Recarei
- O Leitão da Casa do Casalinho
- O Bacalhau à Liberdade da Churrasqueira das Antas
- Bacalhau com todos no Carpa
- A Carne Estufada de Penafiel
- Chanfana no Pote Velho
- O Magusto da Campeã
- O Risoto do D. Henrique
- Lampreia de Rio de Moinhos
- Arroz de Sarrabulho de Ponte de Lima
- Feijoada da Luísa
- Bacalhau assado no Monte São Felix
- Assado do Big Beef
- Caldeirada na Casa das Enguias (Torreira)
- Posta no Lareira do Mogadouro
- Cabrito no Zeca Diabo de Brunhoso
- Sardinhas no Milho Rei de Matosinhos
- Vitela no Merendola da Maia
- Espetada no Mar à Vista da Madalena
- Lulas com Gambas em Espinho
- A Francesinha na Marisqueira do Porto
- O Polvo no Madureiras
- Caras de Bacalhau no S. Nicolau
- Cabrito refogado na Taberna do Rústico
- Self Service no Choupal dos Melros


Claro que tudo isto só se consegue graças a um excepcional núcleo de amigos ex-Combatentes que, por coincidência, já reuniam no Café Progresso antes de irem para a tropa, para Vendas Novas e, depois, para a Guiné. A eles se juntaram outros habilitados camaradas que, perante boas provas dadas, foram sendo agradavelmente admitidos. Agora, que o Progresso fechou, vão mais ao Piolho, Adega de Chaves, Badalhoca, Calhambeque, Guedes, etc. E chamam-lhe Reuniões de Trabalho.


Sentimos muito a falta dos que já partiram, especialmente a do Fundador do Bando, o Jorge Portojo e a do Bom Professor, o Carlos Peixoto.

Porém, a sua lembrança dá-nos mais força para cada vez mais nos agarrarmos à vida que nos resta.

E porque essa vida está indissociavelmente ligada às “combatentes” que nos têm acompanhado desde a maldita guerra que nos marcou, chegou a hora de lhes darmos maior atenção e maior abertura nos convívios que participamos. Afinal, elas são valentes e sabem mais da guerra que muitos condecorados da nossa Pátria.

Não vamos parar, ó meu!
Nem vamos esmorecer.
Para irmos par’o Céu,
Falta muito que fazer

Se o Covid nos levar
Sem honras, sem orações,
Nunca nos vai apagar
Das boas recordações.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 16 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20980: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (10): Feliz em África (em jeito de biografia)

sábado, 18 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20868: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (7): Op. Confinamento, retrato do estado psicológico dos Bandalhos

1. Em mensagem do dia 9 de Abril de 2020, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos esta Boa memória da sua paz, dedicada à senhora sua Mãe, uma centenária que parece ter vencido o terrível Coronavírus.


BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ

6 - Op. Confinamento

Todos nós, incluindo, talvez, as nossas autoridades sanitárias, estávamos convencidos de que este novo “coronavírus” não chegaria a Portugal. Quem acreditava que esta “peste chinesa” se viesse a deslocar até cá?
Com muito respeito pelos “chinocas”, os tais que estão, pacificamente, a tomar o Mundo, só quando “il nostri fratelli italiani” foram invadidos, é que acreditámos que aquilo se poderia alargar até aqui.
Todavia, essa fatalidade era atribuída mais ao descuido dos italianos do que à sua imparável evolução. E fomos acreditando que ela não nos apoquentaria. Porém, a sua implantação foi-se alargando pela Europa e pelo Mundo.

O último dia de convívio do “Bando” (11.Março.2020)

Enquanto isto acontecia, nós, os do “Bando”, mantínhamos os nossos contactos, as rotinas e as nossas brincadeiras.
De repente, a coisa agravou-se aqui mesmo ao lado, em Espanha, e começou a invadir-nos sorrateiramente.

Foi já em plena pandemia da Covid -19 que, no final de mais um excelente convívio – Op. Sarrabulho - que o nosso Presidente assumiu, com mais rigor, a devida orientação comportamental do nosso “Bando”.


E foi na taverna do S. Tomé que, quando se apercebeu que o presunto havia sido devorado sofregamente, como causa evidente do acumulado stress e ansiedade, deu um murro na mesa e decretou:
- Vamos entrar todos de quarentena!

Desde então, são casos e casos de inadaptação caseira; de trabalhos, abusos e conflitos; de manifesta falta de calma e evidente ausência de jeito. Se, fora de portas, não valíamos grande coisa, agora, internados, mostramos que não valemos um chouriço (para não dizer: um caralho).
Mas, por outro lado, temos de louvar o esforço de alguns e, acima de tudo, enaltecer as nossas mulheres (as legítimas, claro!) que, decepcionadas com a possibilidade de segunda lua-de-mel, vêm heroicamente resistindo a tudo de mau e do pior que um velho lhes possa dar.

Para fazermos uma ideia da situação actual dos nossos “Bandalhos”, aprisionados nos seus lares, vamos referir os abandalhados casos, cujos verdadeiros nomes, como é óbvio, não vamos poder apontar (porque apontar é… feio).

- Mal chegou o primeiro fim-de-semana, uma série de “Bandalhos” procurou saber se o Zé dos Fados continuava nessa vida de pataniscas e binho berde. É que ele deixou a malta muito apreensiva devido ao seu contacto durante a Op. Sarrabulho. Só aliviámos a ansiedade depois de decorridos os tais 14 dias.

- Ao fim de 5 dias de confinamento, já havia chamadas telefónicas entre mulheres amigas que desesperavam com o comportamento de seus maridos, mais agarrados ao álcool e isolamento do que aos seus deveres do amor e do acasalamento. Um deles foi recuperado pelo INEM, de garrafão na mão, já sobre a Ponte da Régua e outro a dormir, quase em coma, num tasco perto das Termas de S. Vicente. Este justifica-se porque, como de costume, andava aos cabritos; o outro já não diz coisa com coisa (Será excesso de inspiração poética?).

- Outro, querendo mostrar as suas capacidades de eterna juventude, encheu um saco de produtos de fumeiro e uma “bag-in-box” de 20 litros de vinho barato, agarrou no gato e fugiu para a parte alta do concelho de Gondomar.


Subiu a uma árvore e lá se instalou. De tempos a tempos, dá gritos a imitar o Tarzan. É fácil localizá-lo, porque ele assumiu que agora vive nos 1.ºs Galhos da 3.ª Árvore da Rua dos Loureiros, em Medas.

- Outro Bandalho, dali dos lados do S. Domingos da Serra (já perto da China), agarrado ao instrumento, não faz outra coisa. A mulher é que já não o aguenta. Ele, muito criativo, inventa posições, mexe com as mãos, trabalha com os dedos e murmura alguns sons, mas… pouco consegue.

- O Rapaz da Foz, está tão obcecado por ver o mar a bater no farol, que não sai do muro da Foz, nem por nada. Já não usa telemóvel, não ouve ninguém, nem a mulher a chamá-lo para ir comer. Vive perto de outro “Bandalho”, o “Sorridente”, que não larga a neta, nem para a mãe lhe dar de mamar. Nos intervalos, vai ter com o primo, para emborcar digestivos, num dos bares clandestinos.


- O Senhor de Rio Tinto, também se isolou. Não comenta no facebook e não vem à janela, porque tem vergonha do bigode, já mal-amanhado. É que anda desesperado porque o barbeiro fechou e ele, que andava sempre aparadinho, tornou-se num “Bandalho” de aspecto reles.

- O Mesquita também está sem contactos. É pena, porque ouvi-lo defender a pureza das cores Azul e Branco é uma maravilha. Esperemos que não se tenha zangado com as insinuações infames lançadas pelo tresmalhado duriense, na Op Lampreia.

- O Frade, tão reservado nos seus comentários, desapareceu da malta. Há quem diga que saiu de casa e anda focado na procura de um gajo, seu conhecido, a quem demos um chapéu do Bando em troca de um porco (que ainda não entregou).

Entre Bandalhos as promessas são para cumprir

- Chocante é o caso do Bandalho que já não pode ir para Cinfães tratar das coisas do campo, e que ficou preso nas encostas de Coimbrões. Não se cansa de mandar fotos para o facebook, dizendo para onde está a olhar e o que está a fazer. Passa a vida a contar os comboios que passam. Dizem que, da janela, armado em Chefe de Estação, faz sinais com uma bandeira, sempre que um comboio passa. A mulher, coitada, de manhã cedo, leva-o, com o cão, ao relvado da rotunda do Morango, para fazerem exercício e aliviarem… as tripas.

Ainda mais simples que a açorda alentejana

Também já mostrou que está a pão e água. E que, mesmo assim, faz petiscos.

- O Isolino está cada vez mais isolado. Quer entregar a pasta de Presidente da Casa dos Lampiões, e ninguém aceita. Dizem que foi apanhado pela Polícia, na zona de Campanhã, a bater de porta em porta nas casas de Super Dragões a fim de lhes entregar a referida casa abandonada.

O Súcio em Mato Grosso

- Do Súcio ninguém sabe nada. Faz tudo em segredo. Tanto pode estar na Terra Santa a ver o que fazem ao Cristo, como na Praia Copacabana a apreciar o bamboleio das bundas gostozonas. Para mim, ele deve estar retirado em Amazonas, para onde se tem direccionado muito ultimamente. Esperemos que se cuide das perigosas coronas e das covids traiçoeiras.

- De referir também, que o nosso Presidente tem passado um mau bocado. A mulher, que sempre teve por casa alguns cães em trânsito para o abrigo da sua Associação Protectora da Póvoa de Varzim, está inactiva e acusa stress pela ausência do barulho dos habituais inquilinos. Pediu-me para eu arranjar umas cassetes de cães a ladrar, para a ajudar a acalmar e a adormecer.
Por outro lado, ele não suporta a fome (está a engordar que é uma coisa abismal). Foge de casa, procura tascos e confeitarias que ainda estejam abertos. Há dias, caiu de cama, cansado, porque tinha ido lá para junto do Quartel do Carmo, pensando que as “pastelinhas de Chaves” estavam disponíveis (abertas). Não as encontrou abertas e, desfalecido, levaram-no para casa numa carrinha de apoio aos “sem-abrigo” da zona dos Clérigos.

- O Valdemar de Paredes, que andava sempre fora, foi enjaulado num Lar. Saturado com aquele ambiente de velhotas, fugiu para casa, prometendo que passaria a acatar todas as ordens familiares.

- Quem está, também, a atravessar um mau bocado é o Mano Velho. Passados os primeiros 15 dias, já com a arca em baixo e os talhos fechados, virou-se para as “nhecas”, coelhos e gatos, que anda a tentar apanhar. Dizem que está a emagrecer mais de quilo e meio por dia. Se a DGS não mandar abrir os talhos, vai ter problemas sérios com os vizinhos, caso tenha sucesso na “apanha”.

- O João Caladinho, agora que está fechado, tornou-se numa rela insuportável. Dizem os de Massarelos que vêem, lá no alto de Gaia, uma senhora loira a fazer sinais de fumos escuros, perigosamente perceptíveis por Índios da Ribeira, Vagabundos da Foz e Pistoleiros da Afurada.

- No Zoológico da Maia, já foram vistos “Bandalhos” em fuga. Não sabemos se estarão a fugir dos humanos. O certo é que um deles foi apanhado no terraço do Isqueiro, de malas aviadas, à espera de algum Ovni. Há quem diga que isso se deve mais a uma questão de desafecto com um afim familiar.

Foi lá em cima, no terraço do “Isqueiro”, que surpreenderam o Maiato preparado para fugir.

- Lamentável foi saber que o Arturinho do Bonjardim, famoso pela sua perspicácia no “negócio das carnes”, apanhou um enxerto de porrada ao tentar levar donzelas ao domicílio.


- Ao “Bandalho” de Crestuma, muito habituado a sair ao encontro dos primos, foi-lhe escondida a chave do carro e, quando queria fugir de bicicleta, tiraram-lhe as rodas. Agora, só lhe resta comer e dormir, olhar o desleixado quintal ou sentar-se a escrever umas merdas. Sem barbeiro, mais parece um animal.

- Salve-se o caso do Zé Ricardo, que se instalou na sua mansão de férias. Anda ocupado a recriar o seu passado ligado a Cabuca. Ele reactivou a Rádio “Nô Tera”, de onde tem transmitido poesia, palestras culturais e, até, a tal missa em crioulo.
Todavia, nem tudo lhe tem corrido pelo melhor. Tem sido incansável a mostrar à enclausurada namorada as suas habilidades gastronómicas. Algumas foram transmitidas em directo nas redes sociais e hoje, já constam na “Play List” dos vídeos sobre essa matéria.

A satisfação depois da limpeza na zona das suites dos cães.

Claro que ninguém come o que ele cozinha. Nem os cães. Um deles, o famoso Orelhas, comeu, tentando agradar ao patrão, mas a diarreia que apanhou foi tal que o obrigou a uma desinfestação monumental da suite dos cães.

Este é o tal Orelhas que goza de privilégios irritantes. Desta vez, gritou comigo, escaqueirou-me o chapéu e peidou-se descaradamente à nossa frente.

- O Chico do Mogadouro, apanhado pelo Estado de Emergência, teve que ficar em Brunhoso. Está hospedado em rigoroso isolamento sanitário, na casa do Zeca Diabo. Só lá entram os habitantes de Brunhoso e os emigrantes que vão chegando. Pensa-se que esta aldeia ficou vacinada com o desmesurado consumo de vinho caseiro de alta graduação (16/17 Graus) e com a bosta do gado acumulada nas ruas ao longo dos séculos, como pavimentação. Confiamos que com essa tal imunidade local, mais as mesinhas e dietas dessa unidade hoteleira, ele venha de lá carregadinho de energia para nos motivar, que a gente bem precisa.

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Vamos acreditar que tudo correrá pelo melhor. Perante os primeiros resultados, confirma-se que os ex-Combatentes, acusados de “peste grisalha”, se estão a defender bem do coronavírus. Será das vacinas de cavalo que tomaram?

José Ferreira
(Silva da CART 1689)
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20839: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (6): Bó Coelha, uma força da natureza, com 100 anos, está a resisitir ao Coronavírus