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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Guiné 61/74 - P18860: Os 81 alferes que tombaram no CTIG (1963-1974): lista aumentada e corrigida (Jorge Araújo)



Fotos de João Tavares Pinto > Álbum da Guerra Colonial: Guiné (1966/68). In: Vidas e Memórias de uma Comunidade > Vidas Contadas > Migrações (com a devida vénia).

[João Tavares Pinto nasceu em 3 de janeiro de 1946 em Vila Velha de Ródão. Combateu na Guiné entre novembro de 1966 e agosto de 1968. Entre julho de 1967 e janeiro de 1968, esteve em Portugal em convalescença, após ter sido ferido em combate. Tem 14 fotos no seu álbum. Estas duas fotos foram editadas e reproduzidas aqui, no nosso blogue, com a devida vénia...]



Jorge Alves Araújo, ex-fu mil, op esp / ranger, 

CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974); nosso coeditor


OS 81 ALFERES QUE TOMBARAM NO CTIG (1963-1974)  (ACIDENTE, COMBATE  OU DOENÇA): LISTA CORRIGIDA E AUMENTADA



1. INTRODUÇÃO

Ainda que a lista dos «Alferes» que tombaram no CTIG (1963-1974) tenha sido já divulgada no blogue, por iniciativa do nosso camarada Artur Conceição (ex-Sold Trms da CART 730, Bissorã, Farim e Jumbembem, 1965/67) - P6658 e P12124 (*) - os meus últimos trabalhos de investigação permitiram-me identificar algumas divergências.

Por exemplo: nessa primeira lista, no n.º 68 (ordem alfabética) é referido o nome de «Miguel J. S. Moreno (FAP), 24/9/72 C», como tendo falecido na Guiné. Na minha investigação encontrei uma outra referência ao mesmo nome, mas com o óbito a acontecer em Mueda (Moçambique), conforme se prova no quadro abaixo:




Aproveitando estes dados mais recentes, decidi corrigir esse primeiro levantamento, saudando o camarada Artur Conceição pelo seu labor inicial, apresentando agora ao Fórum uma nova lista actualizada (admitindo-se a hipótese de continuar incompleta).

Para que não fiquem na "vala comum do esquecimento", como costumamos afirmar, eis os quadros estatísticos dos 81 (oitenta e um) alferes, nossos camaradas, que tombaram durante as suas Comissões de Serviço na Guerra no CTIG, 69% dos quais em combate (Vd. Gráfico a seguir).


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)



2.  QUADROS POR CATEGORIAS E ORDEM CRONOLÓGICA




















Fontes consultadas [com cruzamento]:

http://www.apvg.pt/
http://ultramar.terraweb.biz/

(com a devida vénia)

Termino, agradecendo a atenção dispensada.

Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.

Jorge Araújo.

18JUL2018.

________________

Nota do editor:

(*) Vd. postes de

29 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6658: Lista alfabética dos 75 alferes mortos no CTIG, 54 (72%) dos quais em combate (Artur Conceição)

7 de outubro de  2013 > Guiné 63/74 - P12124: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (22): Onde e como estava afixada, na parada, a placa toponímica com o nome do Alf Tavares Machado [, da CART 1613, morto em combate, em 28/12/1967] ? (Pepito)

quinta-feira, 8 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18391: (D)o outro lado do combate (21): "Plano de operações na Frente Sul" (Out - dez 1969) > Ataque a Bedanda em 25 de outubro de 1969 (ao tempo da CCAÇ 6, 1967-1974) - II (e última) Parte (Jorge Araújo)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > Agosto de 1972 > O obus 14

Foto: © Vasco Santos (2011). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971 > A famosa e feliz foto do ex-Alf Mil Médico Amaral Bernardo, membro da nossa Tabanca Grande desde Fevereiro de 2007: a saída do obus 14, de noite.

"Foi tirada com a máquina rente ao chão. Bedanda tinha três. Uma arma demolidora. Um supositório de 50 quilos lançado a 14 km de distância... Era um pavor quando disparavam os três ao mesmo tempo... Era costume pregar sustos aos periquitos... Eu também tive honras de obus, quando lá cheguei... Guileje não tinha nenhum obus, mas sim três peças de artilharia 11.4. A peça era esteticamente mais elegante do que o obus" - disse-me o Amaral Bernardo, no dia em que o conheci pessoalmente, no Porto, no seu gabinete no Hospital Geral de Santo António, que é a sua segunda casa, e onde é (ou era, em 2007) o director do ensino pré-graduado da licenciatura de medicina do ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar/HGSA Ciclo Clínico (ou seja, responsável por mais de meio milhar de alunos, um batalhão; reformou-se, entretanto] [LG]...

Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

Guiné > Região de Tombali > Bedanda> CCAÇ 6 > 1970 > O famoso obus 14... [Julgamos que esta foto terá sido dada ao Hugo Moura Ferreira por uma dos camaradas da CCAÇ 6 que estavam em Bedanda em 1970}.

Foto: © Hugo Moura Ferreira (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 

(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018


GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE > "PLANO DE OPERAÇÕES NA FRENTE SUL" (OUT-DEZ'69) - ATAQUE A BEDANDA EM 25 DE OUTUBRO DE 1969 (AO TEMPO DA CCAÇ 6, 1967/1974)

(Parte II)
1. INTRODUÇÃO

Com a presente narrativa, a última de duas relacionadas com o ataque a Bedanda em 25 de Outubro de 1969, ocorrido treze dias após o primeiro, encerra-se a análise à segunda missão do "plano de acções militares" do PAIGC (*), de um "pacote" de nove – mais uma do que inicialmente pensado, uma vez que Buba seria contemplada com outra flagelação "extra" devido aos fracassos registados por "Nino" Vieira (1939-2009), e seus guerrilheiros, na primeira – todos eles previstos concretizar durante o último trimestre desse ano, nas regiões de Quinara e de Tombali, contra os diferentes aquartelamentos das NT, cujo calendário se recorda abaixo.

Para a elaboração deste trabalho de pesquisa global, apresentado em fragmentos, continuaremos a utilizar um documento base, que é o relatório "das operações militares na Frente Sul" [http://hdl.handle.net/11002/ fms_dc_40082 (2018-1-20)], localizado no Arquivo Amílcar Cabral, existente na Casa Comum – Fundação Mário Soares, adicionando-lhe, sempre, outras informações de diferentes fontes bibliográficas, como metodologia de caracterização e de aprofundamento histórico.




2. O AQUARTELAMENTO DE BEDANDA E AS SUAS UNIDADES


Como foi referido no primeiro fragmento do ataque a Bedanda [P18387] (*), os antecedentes históricos da CCAÇ 6 têm a sua origem na estrutura orgânica da 4.ª CCAÇ (Companhia de Caçadores Nativos [ou Indígenas], esta criada e instalada, primeiramente, em Bolama em finais de 1959.


Quatro anos e meio depois, em Julho de 1964, mudou-se para Bedanda, por necessidades operacionais, como resposta ao pedido de intervenção dos africanos no esforço da guerra. Em 1 de Abril de 1967, decorridos três anos após a instalação dos seus primeiros efectivos em Bedanda, esta Unidade foi renomeada, passando a designar-se por Companhia de Caçadores n.º 6 [CCAÇ 6 - "Onças Negras"].


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1970 > Vista aérea da tabanca e aquartelamento. Foto que nos foi enviada pelo nosso camarada, da primeira hora, Hugo Moura Ferreira, ex-alf mil inf, que esteve na Guiné, entre novembro de 1966 e novembro de 1968, primeiro na CCAÇ 1621 (Cufar) e depois na CCAÇ 6 (Bedanda).

Foto: © Hugo Moura Ferreira (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Um ano depois, em 10 de Junho de 1968, como reconhecimento da importante acção desenvolvida nas múltiplas missões que lhe foram confiadas, a CCAÇ 6 viria a ser merecedora de uma condecoração atribuída pelo Governo Central ao seu Estandarte [Cruz de Guerra de 1.ª Classe], em cerimónia pública presidida pelo Chefe de Estado, Almirante Américo Thomaz (1894/1987), de homenagem às Forças Armadas Portuguesas, realizada no Terreiro do Paço, em Lisboa.

Recorda-se, acima, o texto que originou a condecoração tornado público na comunicação social [DL, em 11 de Junho de 1968, p11; e DN, em 12 de Junho de 1968].

Para além da CCAÇ 6, o Aquartelamento de Bedanda dispunha também de um Pelotão de Canhões sem Recuo [PCS/R], de um Pelotão de Artilharia de obus 14 [Pel Art] e de um Pelotão de Milícias [Pel Mil n.º 143], da etnia fula.


3.  O ATAQUE A BEDANDA EM 24OUT1969… QUE PASSOU PARA 25OUT1969 DEVIDO A SUCESSIVAS FALHAS NA SUA ORGANIZAÇÃO,

Desenvolvimento da acção: (Conclusão)

No dia 24 de Outubro [de 1969], às 17h15, as forças do Corpo Especial de Exército deviam atacar as instalações militares do campo de Bedanda mas, devido ao número insuficiente de transportadores não puderam concentrar no local toda a quantidade de munições necessária e muito menos distribui-la a tempo para as 3 posições de fogo, razão principal porque tiveram que adiar a missão.

No dia seguinte, com a aprovação do Comandante do Corpo Especial de Exército ("Nino" Vieira), as forças de Artilharia prontificaram-se a realizar a operação e a iniciá-la à mesma hora indicada para o dia anterior [17h15]. Às 17h00 todas as peças estavam prontas para o tiro, quando descobriram uma avaria na comunicação. Devido a esse imprevisto só meia hora mais tarde iniciaram o fogo de enquadramento com uma peça de canhão 75, desde a posição de fogo do GRAD. O inimigo [NT] respondeu imediatamente, cortando a instalação em dois pontos. Só 15 minutos depois foi retomada a direcção de tiro e deram por terminado o enquadramento para as [peças] GRAD [foguetes/foguetões de 122 mm]. Imediatamente as peças de canhão abriram fogo, realizando tiro indirecto desde a distância de 2.000 metros. Do posto de observação, pareceu (a visibilidade, dada a hora já avançada da tarde, era deficiente) ser um tiro efectivo, cobrindo a zona indicada.

Terminado o fogo dos canhões, as peças do GRAD fizeram o seu primeiro disparo que, do posto de observação, pelo clarão produzido, pareceu-nos ter atingido o objectivo. [Este disparo ficou na história da guerra por ter sido o primeiro foguete 122 mm a ser lançado por uma peça GRAD contra as NT]. Mais tarde, segundo os camaradas de infantaria situados a poucas centenas de metros do objectivo, esse disparo caiu dentro do objectivo. Deu-se a ordem de tiro de bataria e, salvo um foguete danificado, foram lançados os restantes [cinco], os quais se dispersaram pela periferia do objectivo.

Finalmente, os morteiros 82 iniciaram fogo, da mesma posição de fogo dos canhões, realizando fogo rápido, mas desordenado e sem muita afectividade, devido à impossibilidade de dirigir tiro naquela altura (tinha anoitecido já completamente) pois haviam roto [danificado] completamente as instalações telefónicas.


Citação: (1963-1973), "Combatentes do PAIGC deslocando uma peça de artilharia anticarro", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_ 43753 (2018-2-12) (com a devida vénia)

Conclusão

1. O tiro de artilharia, no seu conjunto, não foi efectivo como esperávamos, especialmente devido à falta de direcção continua e ordenada do tiro e isso motivado pelas interrupções sistemáticas das instalações telefónicas.

2. Dada a distribuição dos quartéis (com pequenas concentrações em 3 pontos), Bedanda não é um objectivo muito favorável à utilização das [peças] GRAD. Prova-o o facto do primeiro obus ter caído dentro do objectivo e os restantes terem-se dispersado sem atingi-lo.

3. Com a experiência herdada de B1, concluímos que a direcção de fogo feita com a utilização de telefone não dá a mínima garantia. A introdução de rádios impõe-se como uma necessidade urgente para que a realização dessas operações tenham o mínimo de garantia e coordenação com os bi-grupos de infantaria.


4. Não é recomendável a realização de tiro de enquadramento de noite. A observação e as respectivas correcções são vagas e imprecisas.

5. O transporte de munições até aos pontos desejados é algo que deve ser encarado com toda a responsabilidade e garantido contra quaisquer atrasos ou imprevistos.



Actuação da Infantaria

A infantaria deveria actuar imediatamente depois do bombardeamento artilheiro.

Contava com os seguintes efectivos assim distribuídos:

- 3 bi-grupos no quartel do meio, com 5 bazookas RPG-7 (4 granadas cada)

- 2 bi-grupos no quartel de cima (onde estão as lojas), com 2 RPG-7 (4 granadas cada)

A acção da infantaria, prevista para as 17h45 (a operação devia ter início às 17h15) só foi possível 3 horas mais tarde, devido à reacção do inimigo [NT], que abandonou os quarteis, refugiando-se no mato, contra o intenso, embora não muito efectivo, fogo da artilharia. Três horas depois, quando o inimigo [NT] regressava aos quartéis, foi completamente surpreendido com fogo de bazookas (21 RPG-7) e outras armas de infantaria. Sofreu grande número de baixas, que, segundo informações posteriores, ultrapassou os 30 [trinta].

A retirada foi sem problemas, pois o canhão inimigo [NT] e sua dotação foram destruídos pelo primeiro foguete do GRAD.


Correcção às informações obtidas posteriormente pelo PAIGC:

De acordo com a base de dados existente na Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (sítio: http://apvg.pt), relativa ao número de militares – continentais e de recrutamento local – falecidos nos TO ultramarinos, verificou-se que durante o período em que a Companhia de Caçadores n.º 6 (CCAÇ 6) prestou serviço em Bedanda [de 01Abr1967 a 27Abr1974 = sete anos] o número total de baixas foi de 12 (doze), sendo 10 (dez) do Recrutamento Local e 2 (dois) do Contingente Metropolitano.

Das 10 (dez) baixas de naturais da Guiné, 5 (cinco) morreram em combate (50%), 3 (três) por acidente (30%), 1 (um) por doença (10%) e 1 (um) por afogamento (10%).

Para que conste, foi elaborado o competente quadro nominal.


Pelo acima exposto, conclui-se que as informações obtidas por parte do PAIGC, quanto ao número de mortos durante esta acção, carecem de fundamento (são absolutamente falsas), na medida em que este seu ataque não provocou qualquer baixa mortal, não obstante todo o aparato bélico.

Por outro lado, desde o início do conflito [1963] e até à alteração do nome para CCAÇ 6 [1967], a 4.ª CCAÇ contabilizou 15 (quinze) baixas, sendo 5 (cinco) do Contigente Metropolitano e 10 (dez) do Recrutamento Local.

Seguindo o mesmo procedimento anterior, apresenta-se o respectivo quadro nominal.


Continuaremos a desenvolver este tema com a apresentação dos principais factos ocorridos em cada um dos restantes ataques.

Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.
07MAR2018.
_______________

Nota do editor:

(`) Vd. poste de 7 de março de 2018  > Guiné 61/74 - P18387: (D)o outro lado do combate (21): "Plano de operações na Frente Sul" (Out - dez 1969) > Ataque a Bedanda em 25 de outubro de 1969 (ao tempo da CCAÇ 6, 1967-1974) - Parte I (Jorge Araújo)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14839: Efemérides (193): Lourinhã, 28 de junho de 2015: comemoração dos 10 anos do monumento aos combatentes do ultramar - Parte II: alocução do ten gen inf ref, lourinhanense, Jorge Silvério





Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos mortos do Ultramar >  Comemoração dos 10 anos, organizada pela AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste e pela CM Lourinhã > 28 de junho de 2015 > Alocução, de improviso,  do  ten gen ref, lourinhanense, Jorge Silvério...

 [ Nasceu em Ribamar,  Lourinhã, em 1945...  Estudou no Colégio Luís Ataíde, colégio privado fundado e dirigido pelo dr. Virgílio Pissarra, antes de ir para a Academia Militar (soube agora, pelo Virgínio Briote, foram condiscípulos, na Academia Militar, entre 1962 e 1964)... Fez comissões em Moçambique e Angola. Disse-me que gosta de visitar o nosso blogue, mesmo não tendo passado pela Guiné.  Só o conhecia de vista, disse-lhe que temos algumas afinidades, e entre elas o facto de minha bisavó do lado paterno, do clã Maçarico, ter nascido em 1864, em Ribamar, terra onde tenho muitos parentes, diversos camaradas de armas, antigos combatentes,  e alguns bons amigos; no colégio do dr. Pissarra, também estudaram alguns dos meus amigos como o dr. Luís Venâncio Ferreira Rei, médico, natural do Seixal, de saudosa memória;   a este colégio sucedeu, em 1959 o Externato D. Lourenço,  propriedade da igreja católica, enter 1958 e 1972]








Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos mortos do ultramar > 28 de junho de 201Comemoração dos 10 anos, organizada pela AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste e pela CM Lourinhã. Evocação dos 20 lourinhanenses. mortos na guerra colonial  nos TO de Angola (nove), Guiné (seis)  e Moçambique (cinco),  feita pelo ex-ur mil J. Picão Oliveira (Guiné, zona leste, 1973/74), e membro da comissão organizadora que há 10 anos inaugurou este monumento.

Destaque para a Associação de Paraquedistas Tejo Norte, com sede em Oeiras, que mais uma vez dignificou e abrilhantou esta festa, com a sua presença ativa,

A lista, alfabética e detalhada.  dos 20 bravos da Lourinhã que morreram na guerra do ultramar/guerra colonial, está publicada no portal Ultramar Terraweb, num excecional serviço prestado a todos nós e ao país pelo nosso camarada António Pires e a sua equipa.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos mortos do ultramar > 28 de junho de 2015 > Comemoração dos 10 anos, organizada pela AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste e   pela CM Lourinhã > Da esquerda para a direita, o vice-presidente da município locaol, Fernando Oliveira (ele próprio um ex-combatente, "ranger", que fez comissão de serviço em Moçambique, em 1973/74); Pedro Maragarida, presidente da união das freguesias de Lourinhã e Atalaia, e  Jaime Bonifácio Marques da Silba, nosso grºã-tabanqueiro, membro da comissão organizadora que, há 10 atrás, materializou este projeto.



Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos mortos do ultramar > 28 de junho de 2015 > Comemoração dos 10 anos, organizada pela AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste  e pela CM Lourinhã > Representantes da Associação de Paraquedistas Tejo Norte, com sede em Oeiras


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos mortos do ultramar > 28 de junho de 2015 > Comemoração dos 10 anos, organizada pela AVECO -Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste  e pela CM Lourinhã > Da direita para a esquerda, o ten gen Jorge Silvério, os irmãos Tourita e o presidente da CM Lourinhã, engº João Duarte.


Lourinhã > Largo António Granjo > Monumento aos mortos do ultramar > 28 de junho de 2015 > Comemoração dos 10 anos, organizada pela AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste   e pela CM Lourinhã > Antigos fuzileiros e outro pessal da Marinha pousam junto ao monumento, na presença do presidente da CML.

Ao fundo. Escultura em bronze do combatente da Guerra do Ultramar. O monumento é da autoria do arquitecto A. Silva e da escultora A. Couto

Fotos (e legendas) : © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Foi há 10 anos, em 26 de junho de 2005, que foi inaugurado, na Lourinhã, o monumento aos combatentes do Ultramar.  Na altura, a cerimónia contou com a presença do presidente da Liga Portuguesa de Combatentes, ´ten gen ref Chito Rodrigues  e o ten gen., lourinhanense,  responsável pelo pessoal do exército, Jorge Silvério, além do presidente da edililidade local, José Manuel Custódio. Estiveram ainda presentes os presidentes da ADFA - Associação Portuguesa dos Deficientes das Forças Armadas (, na altura,  o bombarrralense e meu amigo Manuel Patuleia Mendes), da APVG - Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra (que era o António Basto, hoje fundador e vice-presidente da AVECO, que ansceu de um cisão da APVG)  e o comandante da EPI - Escola Prática de Infantaria. (*).

Para celebrar esta  efeméride, os 10 anos do monumento,  a AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, que tem sede na vila da Lourinhã, a Câmara Muncipal da Lourinhã e a União das freguesias de Lourinhã e Atalaia,  quiseram homenagear os cinco lourinhanenses, felizmente ainda vivos, antigos combatentes, que formaram a comissão organizadora original. (**)

Recorde-se, mais uma vez, os seus nomes,  por ordem alfabética:

 (i) Adílio Braz F. Fonseca (natural de Ribamar - Lourinhã);

 (ii) Jaime Bonifácio Marques da Silva (natural de Seixal - Lourinhã);

(iii) João M. Rodrigues Delgado (natural da vila da Lourinhã);

 (iv) José F. Picão Oliveira (natural da vila de Lourinhã); e

 (v) José M. Bonifácio da Silva (natural de Seixal - Lourinhã). (*)

O encontro, no passado dia 28 de junho,  contou com a presença de largas dezenas  de antigos combatentes, dos três ramos das forças armadas, e de diversas associações, oriundos de diferentes partes do país. Esteve também representada a ADFA - Associação Portuguesa dos Deficientes das Forças Armadas, através de um  dos seus dirigentes.

 Desse encontro apresentamos dois  vídeos e mais algumas fotos.

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sexta-feira, 23 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9647: Blogoterapia (202): Louvo e peço a benção de quem vela por nós (Ana Paula Ferreira, filha do ex-1º cabo Fernando Ferreira, o cabo 14, da CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió e Cachil, 1964/66)

1. Mensagem da nossa amiga Ana Paula Ferreira*, filha do ex-1.º Cabo Fernando Ferreira (mais conhecido por Cabo 14, da CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió e Cachil, 1964/66) [, foto à esquerda], com data de 16 de Março de 2012:

Peço verdadeiras desculpas por não seguir o protocolo, que só existe para facilitar a comunicação entre todos. Tenho lido vários postes. Vivo em Braga e aqui existe uma "subsidiária" da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra. Deixo o meu apelo: não hesitem recorrer a esta associação.

Em primeiro lugar,  a minha mãe recebeu mil e tal euros, pelo tempo que o meu pai passou na Guiné (para ela, uma verdadeira fortuna). Temos também, como sócios, à nossa disposição e por 10 Euros, psicólogo, psiquiatra e assistência jurídica. Eu tenho usufruído da ajuda de um psiquiatra, que, quando lhe falo da Guiné, não tenho que esmiuçar. Posso ficar calada. Ele sabe do que falo e meus amigos, eu nunca estive na Guiné (isto só conseguiria ser explicado com postes  anteriores).

Louvo e peço a benção de quem vela por nós, pelo trabalho exaustivo que fazem por todos nós, veteranos e filhos de veteranos. A mim trouxeram-me o conforto da partilha (de forma detalhada também): tentei, em vão, como já disse anteriormente, e, agradeço do fundo do coração, a quem retransmitiu a mensagem que enviei, comunicar com os colegas do meu pai. Os que atenderam o telefone... são almas tristes e frustradas: os filhos abandonam sem compreender ou então nem sequer admitem terem estado onde estiveram, na altura em que estiveram.

Lamento profundamente a falta de ajuda que estes homens tiveram. Ou continuam a ter. Nem todos têm um computador, ou a alma gentil de alguém que os guie por estas terras menos conhecidas e muito menos perigosas do que algumas vezes enfrentaram, mas a ingratidão e ignorância grassam e asfixiam. Sei que não tenho de dizer mais.

Concluo. A todos aqueles que se julgam ignorados: Não são e nunca o serão,  enquanto pessoas como eu existirem... e são muitas.

A todos os que desistiram e amarguram: Há outros como vocês, que falam do mesmo, queixam-se do mesmo, acreditem, não estão sozinhos. Nunca estarão.

Vivam todos aqueles que,  obrigados,  viram as suas tvidas ransformadas para sempre, sem recurso, nem apelo. Bem hajam os que nunca aceitaram a morte.

Os meus cumprimentos mais respeitosos,

Ana Paula Ferreira, filha de Fernando das Neves Ferreira , intrépido Cabo 14, cujo coração desistiu a 23 de Janeiro de 1991, com apenas 48 anos. Saúdo-te pai e todos os teus colegas de armas e de coração. Alguns de vocês ainda por aí, mas sem quererem "falar no assunto". Eu sei. Dói. A mim também. De forma diferente, já sei, não estive no mato. De corpo e alma, não, só de alma.

Bem hajam.
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7731: Blogoterapia (176): Assinar a petição dos ex-combatentes e lembrar tempos difíceis de meu pai (Ana Paula Ferreira)

Vd. último poste da série de 16 de Março de 2012 > Guiné 63/74 - P9615: Blogoterapia (201): De Nova Iorque com saudade e camarigagem (João Crisóstomo, ex-Alf Mil, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/66)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6613: Patronos e Padroeiros (José Martins) (10): Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra - Nossa Senhora do Sameiro



1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 15 de Junho de 2010:

Caros Camaradas
Mais um Patrono para a Galeria dos Patronos e Padroeiros.

Um abraço
José Martins




Patronos e Padroeiros - X

Padroeira da A.P.V.G. - Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra


Nossa Senhora do Monte Sameiro


D. Sebastião de Matos de Noronha, nascido em 1586, e falecido em Lisboa, na Torre de Belém, enquanto prisioneiro de D. João IV, em 14 de Junho de 1437, à data Arcebispo de Braga, jurou defender o privilégio da Imaculada Conceição da Virgem Nossa Senhora, cujo dogma só viria a ser proclamado em 8 de Dezembro de 1854, por Sua Santidade o Papa Pio IX, beatificado pelo Papa João Paulo II em 3 de Setembro de 2000 [Pio IX nasceu em 13 de Maio de 1792, falecendo em 7 de Fevereiro de 1878. O Cardeal Giovanni Maria Mastai-Ferretti iniciou o pontificado em 16 de Junho de 1846, adoptando o nome de Pio IX].

A primeira pedra do Santuário, construído por iniciativa do Padre Martinho Silva, vigário de Braga, foi lançada no dia 14 de Julho de 1863, no monte Sameiro sobranceiro à cidade de Braga, constituído por uma imagem da padroeira, em mármore, que assentava num amplo quadrado.

Em 10 de Agosto de 1877 é sagrada a Igreja que, um ano mais tarde recebe a imagem de Nossa Senhora do Sameiro, esculpida por Eugénio Maccagnani, escultor italiano.

A construção da cúpula é iniciada em 12 de Julho de 1936 e, cinco anos mais tarde, no mesmo dia, é sagrado o altar da Basílica do Sameiro. O cruzeiro monumental, da autoria do arquitecto David Moreira da Silva foi inaugurado em 7 de Junho de 1953 e, em 13 de Junho do ano seguinte, são inaugurados os monumentos ao Sagrado Coração de Jesus e ao Papa Pio IX. A cripta, construída sob a igreja original, foi inaugurada em 17 de Junho de 1979.

Na visita a Portugal em 1982, Sua Santidade o Papa João Paulo II visita o Santuário do Sameiro onde, dois anos depois, em 3 de Junho, é inaugurada uma estátua ao Sumo Pontífice.

Em 8 de Dezembro de 2004, na comemoração do 150.º aniversário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, o Papa João Paulo II através de um seu delegado do Vaticano distingue o santuário com a Rosa de Ouro.

Nossa Senhora do Sameiro é Padroeira da APVG – Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra e a sua festa foi fixada em 12 de Junho, dia em que S. Pio X coroou oficialmente a imagem de Nossa Senhora da Conceição


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A Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (A.P.V.G.), com o NIPC 504330330, com sede no Largo das Carvalheiras 52/54, da cidade de Braga, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) e foi fundada por escritura pública de 18 de Março de 1999.

É uma Associação que agrega ex-combatentes (Veteranos) da Guerra Colonial de todos os Ramos das Forças Armadas;

Foi reconhecida como pessoa colectiva de utilidade pública de âmbito social e secundariamente de saúde, por despacho de 26/06/2001 publicado no DR III série n.º 160 de 12/07/2001;

Possui actualmente 45.500 associados efectivos, distribuídos por todo o território nacional.

A APVG tem ainda 14 Delegações e 70 Delegados concelhios;
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 12 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 – P6581: Fichas de Unidades (7): Companhia de Artilharia 2673 - CART 2673 (José Martins)

Vd. último poste da série de 7 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6550: Patronos e Padroeiros (José Martins) (9): Força Aérea Portuguesa - Nossa Senhora do Ar

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4990: Agenda Cultural (28): 20 de Outubro de 2009 - Dia do Veterano de Guerra em Aljubarrota/Alcobaça (José Eduardo Oliveira)



1. O nosso Camarada José Eduardo Reis de Oliveira (JERO), foi Fur Mil da CCAÇ 675 (Binta, 1964/65), enviou-nos o programa e um convite para o Dia do Veterano de Guerra em Aljubarrota/Alcobaça, que vai decorrer em Aljubarrota e Alcobaça em 20 de Outubro de 2009:






CONVITE

A.P.V.G. - Uma pouca de história da Delegação de Alcobaça

A APPVG está representada na região de Alcobaça desde 23 de Novembro de 2007.

Nestes dois anos tem feito um trabalho paciente e regular no sentido de se dar a conhecer aos ex-combatentes deste populoso concelho, com 18 freguesias.

Estima-se em cerca de 700 os ex-combatentes da região, a quem temos tentado chegar com a ajuda da maior parte dos Presidentes das Juntas de Freguesia.

Em Alcobaça, sede do concelho, já fizemos diversas acções de sensibilização, nomeadamente no que diz respeito à informação sobre cancro na próstata e diabetes,
conseguindo trazer à cidade especialistas médicos reputados, que fizeram as suas comunicações no Auditório Adâes Bermudes.

Fizemos o acompanhamento de ex-combatentes a Consultas de Psiquiatria e Psicologia no Hospital de Coimbra.

Temos também ajudado diversos ex-combatentes com problemas de stress pós traumático junto de diversos Centros de Saúde da região no preenchimento do “Modelo 1” que, embora existindo às centenas nas estantes dessas instituições, eram praticamente desconhecidos.

Desde há dois anos a esta parte que temos tido um stand de informação durante a Feira de S.Bernardo, que decorre durante uma semana em Agosto (de 20 a 27), e que é visitada por milhares de pessoas."

Já visitámos escolas onde fizemos comunicações sobre a Guerra do Ultramar.

Temos tido o apoio da C.M. de Alcobaça e contamos dentro em breve ter uma sede para a Delegação de Alcobaça.

Actualmente estamos presentes uma vez por semana para atendimento de ex-combatentes na Sede da Junta de Freguesia de Alcobaça.

Embora tentando estar presentes no maior número de convívios pretendemos como principal prioridade ajudar no terreno os que têm problemas e precisam de ajuda enquanto estão vivos.

Valorizamos as lápides de homenagem àqueles que já morreram mas privilegiamos a ajuda enquanto em vida.

Alguns elementos da actual Direcção-
Ø PRESIDENTE: José António Lopes Fialho, associado n.º 10015
Ø VICE-PRESIDENTE: Jorge Conceição Feliciano, associado n.º 44846
Ø SECRETÁRIO: António Damásio de Campos, associado n.º 44847
Ø TESOUREIRO: José Luís dos Santos, associado n.º 44849
Ø VOGAL: José Coelho Marques Maria, associado n.º 44848
Ø SUPLENTE: José Eduardo Reis de Oliveira, associado n.º 44845
Ø SUPLENTE: João Gomes Cordeiro Marques, associado n.º 45207.

Aljubarrota

Vila antiquíssima, o seu nome está ligado à célebre Batalha que deu a vitória ao rei D. João I, em 14 de Agosto de 1385, contra o invasor castelhano. Tornou-se um dos mais fortes símbolos de independência, coesão e orgulho nacional.

A povoação conserva a traça antiga de natureza histórico-medieval, com prédios caracterizados pelo uso de cantarias, colunas, janelas de geometria vária, cor branca nas paredes e volumetria que não ultrapassa o primeiro andar.

A vila é rica em motivos arquitectónicos, memórias históricas e pedras ancestrais, que constituem um museu vivo da História portuguesa.

Ex-libris de Aljubarrota, o Largo do Pelourinho, verdadeira sala de visitas da Vila, conjuga a harmonia da sua dimensão e equilíbrio com a notoriedade dos monumentos que a preenchem.

O conjunto constituído pelo pelourinho, torre sineira isolada e casas das Juntas, é um dos mais belos exemplares arquitectónicos, no seu género, existentes no País.

A Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres constitui o mais antigo monumento de Aljubarrota e o de maior relevo histórico. A Casa dos Capitães, situada junto ao Largo de Nossa Senhora dos Prazeres, é um belo edifício do século XVIII com belíssimas janelas aventaladas, cuja reconstrução, constante de uma lápide é de 1779.

Situada na Rua Direita fica a Casa dos Carvalhos, edifício do século XVIII, de acordo com a data de 1778 que encima uma das portas.

Na praça Brites de Almeida, enquadrada pelo conjunto constituído pela Casa do Celeiro e ruínas da Casa da Padeira, fica a estátua de Brites de Almeida ("a estátua da Padeira").

Sobre a parede do Celeiro, motivos de azulejaria lembram os oragos e vários motivos de Aljubarrota.

O povo de Aljubarrota guarda religiosamente a sua pá em ferro martelado coevo. Pode ser vista na casa solarenga da família Carreira, descendente dos Capitães de Aljubarrota, na Rua Direita.

Um abraço,
JERO
Fur Mil Enf da CCAÇ 675

Fotos: José Eduardo Oliveira (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4818: Dia 8 de Agosto de 2009, Lavra presta homenagem aos seus ex-combatentes (Carlos Vinhal)

No passado sábado, dia 8 de Agosto, a Freguesia de Lavra, do Concelho de Matosinhos, prestou homenagem aos mortos em campanha na Guerra Colonial que estão sepultados no cemitério local, e ao descerramento de um memorial no jardim em frente ao edifício da Junta de Freguesia, lembrando todos os Lavrenses que participaram naquela guerra.

Presidiram a estes actos, o Presidente da Junta de Freguesia de Lavra, senhor Rodolfo Maia Mesquita; Presidente da APVG (Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra), Prof. Doutor Augusto Jesus Oliveira Lopes Freitas e em representação do Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, o Dr. António Fernando Correia Pinto.

No cemitério local, no Panteão ali existente, foi descerrada um lápide com os nomes dos militares ali sepultados e depositada uma coroa de flores.

Nomes inscritos na lápide:

Fernando de Jesus Nogueira
José Gonçalves dos Santos
Albino Dias de Sousa
Manuel Azevedo Carvalho
Januário Joaquim Silva Santos
Sebastião Gomes de Matos

O sacerdote que se ocupou da parte religiosa da cerimónia, terminou com uma alocução onde salientou os malefícios da guerra, lembrando que acabada esta, os políticos bebem champanhe, enquanto os ex-combatentes são relegados ao esquecimento.

Viveram-se momentos tocantes quando se procedeu à chamada dos camaradas falecidos, ali evocados, com a assistência a responder PRESENTE. Um Bombeiro Voluntário, ali presente, interpretou o Toque de Silêncio, seguido do momento de recolhimento que a ocasião impunha.

Falaram seguidamente o Presidente da Junta de Freguesia e o Presidente da APVG, lembrando ambos o esforço que a guerra exigiu a uma geração, quase em fim de vida, a quem nunca foi feita justiça.

No jardim frontal ao edifício da Junta de Freguesia, foi descerrado e benzido um Memorial lembrando o esforço de todos os Lavrenses que participaram na Guerra Colonial. Como Memorial, convenhamos que é muito discreto, mas fica registada a iniciativa.

Seguiu-se uma cerimónia mais formal no Salão Nobre da Junta de Freguesia, sendo a Mesa da Presidência ocupada pelas mesmas entidades.

Começou por falar o Presidente da APVG que numa longa intervenção fez um historial da acção dos militares desde o princípio da guerra colonial até ao 25 de Abril, terminando, batendo na mesma tecla do esquecimento a que os ex-combatentes foram votados.

Falou das iniciativas da APVG em prol dos ex-combatentes que atravessam momentos menos bons da vida, e que são muitos. Atacados pela doença, alcoolismo, stress pós-traumático, abandono por parte da família e consequente vivência na rua, há imensos ex-combatentes muito carenciados. Tudo se faz para colmatar estas necessidades a alguém que já não sabe o rumo, nem consegue viver com normalidade.

Seguiu-se a intervenção do senhor Presidente da Junta de Lavra, que também na qualidade de ex-combatente em Angola, falou das cerimónias realizadas naquele dia e dos combatentes em geral. Retive uma frase relacionada com o esquecimento a que nos remeteram - "Se o povo anda distraído, os combatentes não". Atrevo-me a perguntar se o nosso camarada, permita-se-me este tratamento, se se referia ao Povo propriamente dito ou aos seus legítimos representantes.

Lembrou Rodolfo Mesquita os nossos camaradas sepultados por tudo quanto foi teatro de operações, em cemitérios abandonados, e cujo regresso ao chão pátrio é da mais elementar justiça.

Propôs que o dia 8 de Agosto, em Lavra, fosse doravante dedicado aos ex-combatentes Lavrenses.

Por último, o Dr. António Fernando Correia Pinto, em representação do Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, tomou a palavra, começando por dizer que não sendo ex-combatente, sentiu de perto, tragicamente, os efeitos da guerra colonial, na pessoa de um familiar muito chegado, que veio a falecer em resultado de sequelas contraídas como militar.

Mantendo a tónica dos oradores anteriores, salientou o esquecimento e o abandono a que os ex-combatentes foram sujeitos pela sociedade.

Seguir-se-ia uma palestra versando o tema stress pós-traumático a que já não assisti pelo aproximar da hora de almoço.

Cerimónia religiosa junto ao Panteão do cemitério de Lavra

O Panteão. Do lado esquerdo, a placa com os nomes dos militares mortos em campanha e a coroa de flores depositada momentos antes.

O Presidente da APVG no uso da palavra após o descerramento do pequeno Memorial a todos os Lavrenses ex-combatentes da Guerra Colonial

Vista do Memorial localizado no Jardim em frente do edifício da Junta de Freguesia

Pequeno e discreto, no meio do Jardim.

O Presidente da APVG no uso da palavra, no Salão Nobre da Junta de Freguesia

Pormenor da assistência, no Salão Nobre da Junta de Freguesia

Fotos: © Ribeiro Agostinho e Carlos Vinhal (2009). Direitos reservados.