Almada > Perímetro Militar do Alfeite > Escola Naval > 21º CFORN (1972) > Juramento de bandeira dos 93 cadetes incorporados. Foto do blogue Reserva Naval,do Manuel Lema Santos (com a devida vénia...)
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Manuel Lema Santos (1942-2025). Foto: Manuel Resende |
1. Não conheço melhor elogio da Reserva Naval do que o que foi feito pelo nosso amigo e camaraada Manuel Lema Santos (1942-2025), 1º ten RN (1965-72), e que serviu na Guiné como imediato da LFG Orion (1966-68), com o posto de 2º ten RN.(*)
1.1. Eis, entretanto, alguns números coligidos por ele com referência à Reserva Naval:
- dos 1712 oficiais RN formados em 25 cursos (1958-1974), 71 ingressaram no QP dos Oficiais da Armada (4,1%);
- dsses 71, 56 ingressaram na classe de Fuzileiros (78.9%);
- tomando como referência os 16º e 17º CFORN, de 1970, frequentado por 166 cadetes, 57% foi mobilizado para o ultramar;
- em 63 Destacamentos de Fuzileiros Especiais (DFE) distribuídos pelos TO de Angola, Guiné e Moçambique, da totalidade de 139 oficiais neles integrados, 82 eram Oficiais RN (56%);
- e, mesmo dos 57 dos Quadros Permanentes que comandaram os DFE, mais de uma dezena tinham desempenhado missões anteriores como oficiais da Reserva Naval e vieram a optar pelo ingresso no QP;
- com referência só às Companhias de Fuzileiros: das 45 Unidades que nos mesmos teatros operacionais estacionaram, considerando incluídos os Pelotões Independentes e de Reforço (também em Cabo Verde), 217 dos 328 Oficiais (66%) que integraram o Comando das Companhias pertenciam à Reserva Naval;
- e entre estes últimos, 11 pertenciam à Classe de Médicos Navais e alguns Comandantes daquelas unidades eram igualmente oriundos da Reserva Naval;
- ainda numa outra perspectiva, em finais daquele ano de 1974, do total de Oficiais que prestavam serviço na Armada, 24% pertenciam à Reserva Naval e, considerando apenas os Oficiais subalternos, essa percentagem aumentava para 40%;
- morreram 6 oficiais RN durante a sua prestação de serviço, dos quais 4 fuzileiros; 3 por doença, 2 por acidente de viação e 1 em combate;
- 6 outros oficias RN (dos quais 5 fuzileiros) foran licenciados por invalidesz, resultante de ações em campanha: 1 em Angoal e 5 na Guiné.
(...) A Reserva Naval da Marinha de Guerra Portuguesa encarnou, para todos os Oficiais que por lá desfilaram, muito mais do que uma forma, dita civilizada, de cumprimento do serviço militar obrigatório.
A evasão temporária ao amplexo paternalista, algum inconformismo e a necessidade inadiável de transpor aquela linha no horizonte terão sido algumas das motivações. Outras tantas, eventualmente condicionadas por aspectos pessoais, profissionais, familiares e também económicos.
Se para muitos configurou uma escolha alternativa enquanto no desempenho de um dever cívico, para outros terá representado uma ponte provisória para a vida profissional. Ainda para alguns, em menor número, mas mais tarde a própria carreira profissional.
Escola Naval, viagem de instrução e juramento de bandeira marcaram, em sucessão, formação académica e humana, camaradagem e também crescimento.
Em cenários de guerra como Moçambique, Angola e Guiné, mas igualmente em S. Tomé, Cabo Verde e no Continente, quase quatro mil Oficiais da Reserva Naval desempenharam funções ao serviço da Marinha de Guerra Portuguesa:
- a navegar ou em terra, como oficiais de guarnição ou nos fuzileiros, todos fazendo parte do transbordante testemunho de solidariedade, generosidade e convívio partilhado com as Unidades e Serviços onde permaneceram;
- ombreando com militares e camaradas de outros ramos das Forças Armadas;
- ganhando acrescido sentido de responsabilidade e maturidade;;
- rangeando pelo cumprimento, pelo exemplo e pela dedicação, a amizade, admiração, respeito e gcamaradagem de superiores, subordinados e também das populações com que contactaram.
Na memória que o tempo não apaga, esfumam-se relatos, acontecimentos, documentos, registos, afinal História.
História da Reserva Naval e da Marinha de Guerra que lhe deu origem. No espírito Reserva Naval, um passado comum a preservar.
Uma palavra para todos aqueles que nos deixaram prematuramente, chamados para a última viagem. Estarão sempre connosco! (...)
2. Outro grande elogio da Reserva Naval é feitos pelos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado, autores do "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", (edição de autor, Lisboa, 1992, 143 pp.). Aqui vão excertos de 2 páginas (com a devia vénia):
Breve análise dos CFORN
- pág. 26 -
- pág 27 -
Fonte: excertos de "O Anuário da Reserva Naval: 1958-1975", da autoria dos comandantes A. B. Rodrigues da Costa e Manuel Pinto Machado (edição de autor, Lisboa, 1992, pp. 26 e 27). Sublinados nossos.
(Seleção, revisão / fixação de texto: LG)
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Nota do editor LG
19 de novembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27445: A nossa guerra em números (45): de 1958 a 1974, em 25 cursos (CEORN / CFORN), foram incorporados 1712 cadetes da Reserva Naval, 3/4 dos quais entre 1967 e 1974; cerca de mil oficiais RN foram mobilizados para o ultramar - Parte II







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