Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Bambadinca > Coamndo e CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 1970 > David Payne, o médico referido nesta história,é o mais alto, no meio, de óculos, na na segunda, de pé. O Beja Santos é da ponta do çlado esquerdo, seguido do major Cunha Ribeiro (2º comandante do BCAÇ 2852); à esquerda do m+edico, o cap inf Carlos Alberto Maqcahdo de Brito (hoje cor ref), comandante da CCAÇ 12, e ainda o alf mil at int Abel Maria Rodrigues, também da CCAÇ 12.
Na primeira fila, da esquerda para a direita, um militar que não conseguimos identificar, seguidos de três alf mil, José António G. Rodrigues , António Carlão, ambos da CCAÇ 12, e Isamel Augusto (CCS).
Tratava-se da a equipa de futebol de oficiais de Bambadinca que acabara de jogar contra uma equipa de sargentos. Cunha Ribeiro, david Payne, José Antónioo Rodrigues e António Carlão já náo est´~ao entre os vivos.
Foto (e legenda): © João Pedro Cunha Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Em novembro de 1969, o alf mil Mário Beja Santos, em fim de comissão, deixa Missirá e é colocado em Bambadinca, com o seu Pel Caç Nat 52. Toda a gente esperava ter direito a umas merecidas férias. Mas foi puro engano. A 20 desse mès,o Beja santos começou logo "como oficial de dia" e à noite foi "montar uma emboscada para a estrada do Xime" (*)
No dia seguinte dava à conta à Cristina [Allen, 1943-2021] , a sua noiva, das peripéricas rocambolescas dessa noite. São daquelas histórias passadas na Guiné que, contadas, ninguém acredita.
Este episódio. que me passou na altura completamemente despercebido, merece agora, ao fim de quase 18 anos (!), figurar na nossa série "Humor de caserna" (**)...Felizmente que tudo acabou em bem para o azarado fur mil Pina, do Pel Caç Nat 52 (e posteriormente do Pel Caç Nat 63) (***)
O dedo mindinho do furriel Pina entalado no tapa-chamas da G3
por Mário Beja Santos
Tu não vais acreditar neste episódio burlesco: saímos depois do jantar para uma emboscada decidida pelo major de Operações, a caminho do Udunduma, em ataque anterior a Bambadinca foi aqui que os rebeldes puseram os canhões sem recuo e morteiros.
Estava uma noite serena, saí com duas secções, acompanhou-me o Pina, o Pires tem agora trabalho numa terra aqui perto chamada Sinchã Mamajai. Teríamos feito um quilómetro por um caminho saibroso, e subitamente um grito medonho atravessou a noite, logo me apercebi que não era nem emboscada nem mina.
Fui ao local da gritaria e dei com o Pina estatelado no chão a gritar com um dedo mínimo dentro do cano da espingarda. Tentei tirar-lhe o dedo, impossível. Ele escorregara no saibro e acontecera aquela coisa impensável.
Imagina o que é regressar a Bambadinca com o Pina lívido, um soldado a segurar-lhe a arma, ele a gemer com o seu dedo esfanicado lá dentro. À cautela, retirei-lhe o carregador para evitar acidentes.
Fomos para a enfermaria, ele sentado com a arma em cima da marquesa, com o braço estendido.
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Tapa-chamas da G3; um buraco onde nunca se devia meter o deddo |
O David [Payne, alf mil médico, já falecido] ficou embasbacado, o dedo ia inchando, todos os esforços para lhe retirar o dedo resultavam infrutíferos. Em dado momento, o David, com a testa perlada de suor, chegou a admitir a hipótese de lhe cortar o dedo e aí o Pina gritou que não, preferia ter todas as dores necessárias até se encontrar uma solução para ficar com o dedo inteiro.
O Reis sapador foi buscar varetas, começou a esgravatar à volta do tapa-chamas, o Pina deu um urro, tal era o sofrimento, o Reis enfureceu-se e enfiou-lhe um tabefe, não sei que é que ele se julgava, se feiticeiro ou a desmontar uma mina, pedi ao David para lhe dar uma injecção ao Pina que o deixasse a dormir...
Lembrei-me então que tínhamos desempanadores e pedi para falar com o [1º cabo mec auto João de Matos ] Alexandre. O primeiro cabo desempanador Alexandre conhecia perfeitamente Missirá, dizendo que sempre que a visitara fora recebido à morteirada. Foi ele quem conseguiu desatarraxar o tapa-chamas, o dedo tinha a falangeta quebrada, com fractura exposta, lá se deu um calmante ao Pina (que foi na manhã seguinte evacuado para Bissau) e eu regressei para os mosquitos na emboscada.
(Revisão / fixação de texto: LG)
Notas do editor LG:
(*) Vd. poste de 4 de janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2407: Operação Macaréu à Vista - Parte II (Beja Santos) (14): O falso descanso em Bambadinca
(*) Vd. poste de 4 de janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2407: Operação Macaréu à Vista - Parte II (Beja Santos) (14): O falso descanso em Bambadinca
(**) Último poste da série : 23 de novembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27454: Humor de caserna (222): A chico-espertice às vezes também dava... m*rda (José António Sousa, 1949-2025 / António Carvalho)


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