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sexta-feira, 27 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26960: In Memoriam (553): O Fernando Calado (1945 - 2025) que eu conheci e com quem convivi na Casa do Alentejo (José Saúde, Beja)




Fernando Calado (1945 - 2025). Foto: LG (2013)


1. Texto acabado de enviar pelo José Saúde (escritor, vive em Beja, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CCS/BART 6523, Nova Lamego, 1973/74):

Data - sexta, 27 de junho de 2025, 10:34  
Assunto - O Fernando Calado que eu conheci 


Camaradas e amigos,

As nossas vidas, ou seja, a nossa intemporal existência ao cimo deste planeta chamado Terra, são precisamente efémeras. Mas, ao longo das nossas presenças humanas, cruzámos azimutes que nos enviaram para a presença factual na guerrilha da Guiné. 

Uns antes, outros depois. Todavia, restou uma amizade que ousou reforçar laços de companheirismo e de proximidade. Não importou, nem tão-pouco importa, o tempo que por lá andámos pisando terrenos em que o momento seguinte era de uma pura incerteza.
 
Conheci o Fernando Calado, bem como a sua esposa Rosa Calado, um casal que me atrevo apontá-lo como cinco estrelas, e que me proporcionaram momentos inolvidáveis. Ambos são gentes humildes e oriundas do meu Alentejo, concretamente vizinhos de Ferreira do Alentejo. Aqui nasceram, sendo que mais tarde se radicaram em Lisboa.

O Fernando sempre marcou presença nos vários livros que lancei na Casa do Alentejo, em Lisboa, onde a sua esposa, Rosa Calado, dirigente, se apresentou, e sempre, disponível, para me receber. Foram tardes de plenas cavaqueiras, tardes infindáveis onde o público se encantou com o cante alentejano e dos grupos musicais que elevaram as nossas vozes aos píncaros do seu melodioso cantar.

E se é verdade que a vida é, tão-só, uma pequena gota de orvalho que desfalece num abrir e fechar de olhos, não deixa também de se apresentar como um mar de prazeres enquanto por cá andamos. 

Fernando, camarada e amigo, sei que os teus últimos instantes de vida foram marcados pelo sofrimento, resististe, terás negado o bilhete para tal viagem sem regresso, mas, ela, a morte, fez-te uma “emboscada” e levou-te deste planeta terrestre.

Até logo, Fernando. Descansa em paz. A Rosa, o teu doce amor, ficará a rezar por ti e eu espero reencontrar-te no reino do além.

Adeus, Zé Saúde
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