Foto do arquivo pessoal de Humberto Reis (ex-furriel miliciano de operações especiais, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).
© Humberto Reis (2006).
Na foto, o José Luís Sousa é o segundo a contar da esquerda para a direita, ladeado pelo Humberto Reis, o António Carlão e o J.L. Vacas de Carvalho.
Foto: © Humberto Reis (2006).
Mensagem do José Luís Sousa, ex-furriel miliciano da CCAÇ 12, o nosso baladeiro, tocador de viola, o nosso camarada madeirense que era a doçura em pessoa...
Recordo-me de, no regresso a casa, em Março de 1971, o Uíge ter parado no Funchal o tempo suficiente para nós irmos, em grupo (em bando!), cantar e dançar o bailinho da Madeira na famosa Rua do Comboio, em casa do Sousa, a mesa farta, e à volta uma alegre e numerosa família madeirense, jovial, simpatiquíssima, alegre, de que guardei para sempre a melhor memória...
A família do Sousa, o nosso Zé da Ilha - era assim que o tratavamos, afectuosamente - , os seus numerosos manos e manas, ainda hoje os associo, a todos, por um qualquer automatismo da memória, ao filme Música no Coração... Foi um momento único e mágico na viagem do nosso regresso a Lisboa...
Vocês, amigos e camaradas da Guiné, não imaginam a alegria que foi, naquela casa, o regresso do mano Sousa, vivinho da costa, devolvido aos pais e irmãos, rodeado por todos os cacimbados dos seus camaradas, os furriéis e alferes da CCAÇ 12...
Voltei a encontrar o Sousa em 1994, em Fão, Esposende, e logo a seguir na sua terra natal... Fui depois várias vezes ao Funchal, por motivos profissionais, e nomeadamente nos últimos meses, mas confesso que não tive o mínimo de tempo para o procurar... Até pela simples razão de ter perdido o seu contacto telefónico... Vejo que o Sousa continua a trabalhar nos seguros... Mais assíduo e mais amigo tem sido o Humberto Reis que nunca deixa de porocurar o Zé Luís quando vai à Madeira...
Com a entrada do Zé Luís, são já cinco os camaradas da CCAÇ 12, da época de 1969/71, que fazem parte da nossa terúlia: eu próprio, o Humberto Reis, o Tony Levezinho, o Jaquim Fernandes e agora o Zé da Ilha...Há ainda o António Duarte, mas este camarada, que nos sucedeu na CCAÇ 12, é já de outra geração (1973/74)... Dois ou três anos de diferença, lá no cu de Judas, no inferno da Guiné, era mesmo uam diferença abissal...
Zé: para a próxima, não me escapas!... Mais tarde ou mais cedo, haveríamos de nos encontrar nesta caserna virtual, de gente tão generosa e boa como a tua família... Espero que esteja tudo bem contigo, a começar pelos teus pais, tão amorosos, e os teus joviais manos e manos, gente feliz com lágrimas de quem eu guardo a melhor das recordações...
Faz-me o favor de mandar as duas fotos da praxe que é para eu te pôr, todo bonitinho, na nossa fotogaleria... E, claro, a uma pequena estória onde falas de ti, de nós, da Guiné... Foi uma enorme alegria receber o teu mail, mesmo telegráfico, que aqui reproduzo para o resto da tertúlia:
Amigo. Lindo o teu trabalho. Qual GRITO DE GUERA dos momentos passados naquela Guiné. Continua. Acompanharei, a partir de hoje, tudo o que de novo for inserido neste Blogue. Um GRANDE abraço do José da Ilha. Madeira, 06-07-06 José Luis Sousa.
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