domingo, 2 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2324: (Ex)citações (1): Um pouco de humor de vez em quando também nos faz bem (Henrique Matos)



Na foto, à esquerda: Dois primatas em Guileje... O maior é o nosso amigo e camarada J. Casimiro Carvalho, ex- Fur Mil Op Esp, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350, Dez 1972/Mai 1973). Na nossa Tabanca Grande não queremos ninguém como o macaco da justiça: cego, surdo e mudo...

Foto: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.

1. Mensagem do Albano Costa (Guifões, Matosinhos):

Caros Luís Graça e co-editores

É só para fazer uma pequena rectificação, sobre a foto do post P2321: o colega que está na foto não é o Zé Teixeira, mas sim um outro colega, de nome Carlos Azevedo... Ele esteve em Bedanda, em 1970/72, não faz parte da Tabanca Grande, mas vive na mesma freguesia do Zé Teixeira.

O Blogue cada vez está mais interessanto, bem hajam.

Um abraço
Albano Costa

2. Mensagem do editor, L.G.:

Zé: Está esclarecido o mistério do tuga... Gostei da tua prosa. Como viste, publiquei-a de imediato.


3. Mensagem do Zé Teixeira (Matosinhos):

Certo, Luís. O blogue é um espaço aberto onde toda a gente deve expor as suas ideias. A dinâmica do próprio blogue se encarregará de fazer as correcções devidas. Foi o que eu tentei fazer de imediato. Podes crer que fiquei chocado, embora compreenda que para quem presumivelmente não esteve na guerra criasse outas expectativas.

Abraço fraternal do

J.Teixeira

4. Comentários, já publicado, ao post P2323:

Henrique Matos:

Contrariamente à opinião do Zé Teixeira, que respeito, confesso que até me diverti bastante a ler o apontamento de Manuel Trindade sobre o Hino de Gandembel, pois estou convencido que se tratou duma paródia e apenas se destinava ao Beja Santos. Um pouco de humor de vez em quando também nos faz bem.

Luís Graça:

Leiam o que escrevi no post 2205, de 23 de Outubro último:

A bianda, o tacho, a comes-e-bebes, o rancho, além do álcool, era talvez a principal preocupação do tuga na Guiné... O supremo luxo era um bifinho com batatas fritas e ovo a cavalo, em Bissau, Bafatá, Nova Lamego, regado com vinho verde ou com umas bazucas...

Veja-se, nos nossos cancioneiros, como o fantasma da fome, a pulsão da comida (e da bebida), inspirava os nossos poetas e humoristas de caserna. É apenas uma amostra... Também deveria fazer parte de qualquer filme-documentário sobre o quotidiano das NT, nos buracos (aquartelamentos e destacamentos) em que vivia... Esta também é outra face da guerra. Talvez um dia alguém a consiga passar para o grande écrã. Como diz o Jorge Cabral, a 'nossa' guerra não teve apenas duas faces, era um verdadeiro caleidoscópio...

Eu acrescentaria mais o seguinte: aguentámos tudo o que havia a aguentar - para além do razoável e às vezes até do humano - com estoicismo, com valentia, com galhardia, com 'sangue, suor e lágrimas', sem dúvida, mas também com muito humor (negro, às vezes)...

Henrique Matos< 5. Ver também o comentário do Joaquim Mexia Alves (Monte Real, Leiria):

A minha primeira reacção foi igual à do Zé Teixeira e confesso que essa reacção ainda não me abandonou. Sou uma pessoa de humor, julgo eu, e gosto do humor, como se poderá ver por algumas coisas que escrevi. Não sou no entanto apologista de que tudo serve para o humor, e há coisas que tocam tão profundamente as nossas vidas, sobretudo ao nível dos sentimentos, que devem ser respeitadas por todos.

Posto isto, desvalorizo o assunto, não lhe dando importância, pois me parece a melhor forma de com ele lidar. Ao que percebi, o Manuel Trindade não pertence à Tertúlia nem esteve na guerra em África, por isso não pode perceber como certas coisas doem e não é com humor deste que cicatrizam, mas enfim, tudo bem.

A minha pergunta, que coloco aos nossos comandantes é: Será boa politica a intervenção de pessoas que não tendo vivido a guerra, aqui querem opinar sobre ela, seja de que maneira for, com humor ou sem humor? Não poderá perder-se um pouco a identidade da Tertúlia?

Abraço camarigo do

Joaquim Mexia Alves

1 comentário:

joaquim disse...

Meus caros "camarigos"

A minha primeira reacção foi igual à do Zé Teixeira e confesso que essa "reacção" ainda não me abandonou.
Sou uma pessoa de humor, julgo eu, e gosto do humor, como se podferá ver por algumas coisas que escrevi.
Não sou no entanto apologista de que tudo serve para o humor, e há coisas que tocam tão profundamente as nossas vidas, sobretudo ao nivel dos sentimentos, que devem ser respeitadas por todos.
Posto isto, desvalorizo o assunto, não lhe dando importância, pois me parece a melhor forma de com ele lidar.
Ao que percebi, o Manuel Trindade não pertence á Tertúlia nem esteve na guerra em África, por isso não pode perceber como certas coisas "doem" e não é com humor deste que cicatrizam, mas enfim, tudo bem.
A minha pergunta, que coloco aos "nossos comandantes" é: Será "boa politica" a intervenção de pessoas que não tendo vivido a guerra, aqui querem opinar sobre ela, seja de que maneira for, com humor ou sem humor?
Não poderá perder-se um pouco a identidade da Tertúlia?

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves