terça-feira, 31 de agosto de 2010

Guiné 63/74 - P6912: Controvérsias (104): O caso António Lobo Antunes: Apesar de um pouco de todos nós ter morrido na guerra... que haja paz! (JERO)

A1.  Mensagem do JERO [, foto à direita], com data de ontem:

Caro Comandante



Ainda de São Martinho do Porto envio-te, em fim de férias, uma "actualização" do caso António Lobo Antunes [, ALA]. A versão é minha feita com o auxílio de algumas "peças" do nosso blog a que darás o destino que entenderes.


Cumprimentos a tua mulher e um abraço para ti do tamanho da Baía.


JERO


A2. Lobo Antunes e as “metáforas”… “Os factos não interessam nada”…
por JERO

Finalmente parece que está encontrado um caminho para a paz na “guerra” entre Lobo Antunes e os ex-militares (Expresso, de 28 de Agosto de 2010).

Recordamos resumidamente algumas das “peças” desta história da vida real, que incomodou sobremaneira o mundo dos ex-combatentes onde nos incluímos.

1- O tenente-coronel do Exército Carlos Matos Gomes, que escreve sob o pseudónimo de Carlos Vale Ferraz, classificou recentemente como «fantasias e delírios» as declarações do escritor e ex-combatente António Lobo Antunes sobre a guerra colonial.

Lobo Antunes descreveu um cenário de barbárie causado pelos militares portugueses na zona de Angola onde cumpriu comissão de serviço na guerra, numa das entrevistas que integram o livro Uma Longa Viagem com António Lobo Antunes.

Descontente, um grupo de ex-combatentes, oficiais na reforma, quis processar o escritor por «atentado à honra e dignidade dos militares», tendo apresentado ao chefe do Estado-Maior do Exército uma petição nesse sentido.

A possibilidade de se avançar para um processo-crime foi rejeitada, por se tratar de uma «obra de ficção», noticiou recentemente o semanário Expresso, segundo o qual os militares admitem dar «um par de murros em público» ou «ir ao focinho» do escritor, a quem chamam ainda «bandalho» e «atrasado mental».

2- Uns meses antes -18 de Novembro de 2009- o comentário do meu “irmão de armas” Mexia Alves no blog do nosso “Luís Graça e Camaradas da Guiné” (P 5292) começava assim «…apenas vos digo que isto deve ter sido das coisas que mais me insultou como ex-combatente da guerra do Ultramar.

«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».

(…) Mas são sobretudo estas duas frases que me indignam, «E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros», porque faz dos militares portugueses um bando de assassinos frios e sem piedade, o que nós sabemos nem de longe nem de perto corresponde à verdade.

(…) Abraço camarigo para todos. Joaquim Mexia Alves

3- Aconteceram muitos e variados comentários de outros ex-combatentes.

Pela sua importância destacamos o comentário do nosso Editor Luís Graça que, entre várias considerações, referia então:

«As infelizes frases ditas, no estrangeiro, por um escritor de que eu sou leitor(…), reportam-se à sua condição de médico militar durante a guerra colonial e, nessa qualidade, não nos podem deixar indiferentes, dizem-nos também respeito... Em todo caso, não podem ser usadas como título de caixa alta, postas entre parênteses, fora de contexto, muito menos como libelo de acusação para linchamento do homem e do escritor em praça pública... Há que ler o livro e inserir essas e outras frases no contexto da experiência do autor que era, antes de mais, um oficial miliciano e só depois médico e só mais tarde escritor (em 1985, torna-se escritor profissional, abandonando a psiquiatria)... Deixo aqui outras frases do livro, o qual resulta - é bom não esquecê-lo! - de uma longa conversa com o Lobo Antunes, mantida pelo jornalista João Céu e Silva (que é, de facto e de jure, o AUTOR DO LIVRO!), entre Setembro de 2007 e Maio de 2009:


(...) [JCS] Dessa guerra há um dia que o tenha marcado mais do que todos os outros ?


[ALA] Há o dia 13 de Outubro de 1972, mas não posso dizer porquê. Foi uma violência, nunca vou esquecer esse dia! (p. 111)... (...) Eu nunca quis falar nem nunca escrevi sobre a guerra! (p. 110)... Há dias, tive uma conversa com um amigo... e recordei algumas coisas da tropa, o resultado foi que passei uma noite má. Acho que não há quem não tenha vindo de lá afectado (p. 111)...


Qual é esse terrível segredo que o escritor tem guardado, até hoje, só para si? E que não quis compartilhar com o João Céu e Silva (p. 391) ?... Aliás, essa "declaração inédita", esse terrível parágrafo que começa pelas terríveis palavras "Eu tinha talento para matar e para morrer"... podem ser "parte da solução do mistério sobre um certo episódio em África que se recusou a revelar-me" (sic) ... E, se for de facto assim, é um daqueles segredos que o homem leva para a cova , e não apenas uma manifestação da imaginação delirante do autor de "Memória de Elefante" (1979) ?

De resto, as declarações do veterano da guerra colonial de Angola podem levantar (levantam, seguramente) uma questão ética, que tem ver com ambiguidade, confusão e conflito de papéis a que o Lobo Antunes também não escapa, como ser social: onde acaba a consciência moral do homem, do militar e do médico e começa a liberdade criativa do escritor ? (…) Não sou advogado do escritor, muito menos do homem. E quero sobretudo reafirmar aqui um dos nossos princípios fundamentais, a (ix) liberdade de expressão (entre nós não há dogmas nem tabus), princípio esse que tem que ser compatível com o (i) respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros (hoje e ontem)...

4 - Voltando à actualidade (e ao Expresso de 28 de Agosto) a divulgação da troca de cartas entre António Lobo Antunes e o General Chito Rodrigues (Presidente da Liga dos Combatentes) somos surpreendidos pela novidade de que o escritor só se apercebeu da polémica – que dura há meses - durante o último fim de semana. E porquê ?

Porque não é um homem do seu tempo... A responsabilidade da afirmação é nossa e resulta do facto do próprio escritor reconhecer que «…não compro jornais, não tenho computador, não vejo televisão, nem vou à Internet».

E finalmente admite uma falha no relato que faz nas suas memórias de guerra. «Deveria ter dito que cada companhia teve 150 baixas e que cada batalhão teve 600 baixas”, porque, explica,«um pouco de todos nós, no melhor dos casos, morreu na guerra».

Aqui entendemos e subscrevemos.

«…Falou (fala) da guerra como fala da sua vida pessoal” de maneira completamente metafórica”, porque “os factos não interessam nada” e é preciso ver “a natureza e a verdade mais profunda das pessoas”.

Fica por esclarecer «…o sistema por acumulação de pontos entre os soldados ganhos com a morte dos velhos e crianças…».

Será com certeza mais uma metáfora que, na nossa opinião de ex-combatente, é, no mínimo, de extremo mau gosto…

Lobo Antunes não está acima da crítica… e os ex-combatentes merecem respeito, consideração e tranquilidade na reminiscência das suas memórias.

Apesar de um pouco de todos nós ter morrido na guerra…que haja paz!

JERO
 
B.  Outros comentários recentes de camaradas nossos que não chegaram a ser "postados":
 
B1. Do Torcato Mendonça,com data de 24 do corrente:
 
Camarada Amigo [C.V.]:

O Gen Chito Rodrigues, Presidente da Liga de Combatentes,  mostrou o seu desagrado pela entrevista do A. Lobo Antunes. Uma tal Liga dos Combatentes do Ultramar quer ouvir o escritor, isto no DN de hoje. Deve ser no seguimento da notícia da contra capa do último Expresso. Agora anda tudo a ver se chega primeiro.

Fui ver os recortes mas não encontrei.Tenho é o livro/entrevista Uma longa viagem com ALA do J. Céu e Silva. Sei que saiu aqui, e de que maneira, a condenação ao ALA. O sujeito estava (está?) louco quando disse aquilo e não venham com ficções...um fulano que é psiquiatra há tantos anos...

Porque escrevo? Só para te alertar que, provavelmente, vai aparecer aí Bernarda...deve ser só granada de fumos... das outras já se gastaram todas...

Um abraço, C.Vinhal,

do Torcato


B2. Do Carlos Filipe, com data de 25 do corrente:
 
UM LIVRO V/S UM (EX)-COMBATENTE

Lobo Antunes, com mérito próprio, escritor com todo o direito de criar suas obras literárias, com mais ou menos ficção, com histórias baseadas ou não em maiores ou menores verdades. Ninguém lhe pode tirar esse direito. E muito menos impôr-lhe o que deve ou não escrever. O que seria uma aberração da inteligência humana.

O que podemos nós, leitores, é aceitá-lo ou não, fazer a leitura dos seus livros ou não. Embora se lermos os seu livros, tenhamos o direito de estudar e criticar, sem dúvida alguma.

Já escrevi num comentário ao P6878,  "nuito mal vai a liberdade de expressão e de pensamento neste país, com a agravante de se tratar da interpretação de factos já com tempo suficiente de neutralizar barreiras de convivio intelectual". Também fiz referência à obra do escritor.

Porque volto ao assunto ? Partindo dos pressupostos acima, nada dá o direito aos "combatentes" de castigar quem quer que seja, pelo conteúdo do seu trabalho literário.

Isto faz-me lembrar o tempo da censura, da recolha (roubo) de livros das livrarias pela PIDE/DGS, etc. Ou ainda a detenção de alguém que tivesse publicado um trabalho com alguma distribuição. Para já não falar nas buscas a casas a onde a mesma suspeitasse haver pequenas bibliotecas de livros ditos subversivos.

Bem!... o principal motivo deste texto não é exactamente porque os "combatentes " estejam zangados ou não com o Sr. Escritor. De nenhuma forma me afecta, a não ser a preocupação do lento, mas contínuo aferrolhar da liberdade, em nome de valores muito discutiveis.

O principal motivo é a intervenção (declarações) de um sr. Tenente-Coronel de nome Morais [qualquer coisa] à televisão (SIC).

Sabendo-se que o próprio Chefe do Estado Maior do Exército, não patrocionou uma queixa contra o escritor Lobo Antunes, creio que, por considerar uma obra de ficção, o sr Ten Cor começou por afirmar que os "combatentes" tinham muita razão para estarem zangados com o escritor. Porque no seu entender do escritor "de certa maneira" chamou-os de assassinos. Chamou??

A seguir acrescenta "eram combatentes fizeram tanto quanto possivel uma guerra limpa". Afinal há guerras limpas e sujas e tambem outras com algumas nódoas, digo eu. E o sr Ten Cor não tem a certeza.

Reconhecendo que houve excessos por parte das forças armadas portuguesa (pouco claros,  digo eu) como em todas as guerras, chegamos ao verdadeiro DETONADOR da questão.

Garante o sr. Tenente Coronel Morais [Qualquer Coisa], que, " esses excessos praticados pelas F. Armadas, não foram planeados, não foram excessos projetas pelos Estados Maiores " estes "...nunca planearam nenhuma chacina, nenhum morticinio...as coisas aconteceram pelo chamado ruído, nevoeiro da guerra".

Há aqui qualquer coisa que não bate certo, que me coloca a seguinte interrogação: Não havia Cadeias de Comando? Então de Alferes até aos Soldados, que eram os que iam para o mato, seriam eventualmente os potenciais elementos que sujavam a guerra toda, porque a guerra limpa era a nível superior. Raios, afinal quem se sujou ou quem sujou ??

Não havia meios de comunicação (mesmo deficientes)? Grande parte das operações não eram planedas mesmo a nivel de Batalhão? E tantas outras ainda a nivel mais superior, mesmo ministrial ?? Então de quem foi e quais foram as directivas para as grandes operações que deram tanto burburinho a nivel internacional? Tudo isto, mesmo considerando os imponderáveis.

Sendo por aqui que o Sr.Ten Cor começa, vai agora ao encontro do texto do Lobo Antunes que tanto incomodou as nossas "praças"!!!

A questão dos "prémios", que parece ser o extrato da obra do escritor, para mim tambem é uma absoluta parvoíce e ridícula.

Diz o sr Ten Cor Morais [Qualquer Coisa]"...que nunca teve conhecimento" de tais prémios. Acredito até me ser razoavelmente demonstrado o contrário.

Mas mais uma vez , suporta-se em uma pequena parte do texto (já referenciado) do romance, do livro, da ficção, ou até eu posso chamar-lhe desvario literário do escritor Lobo Antunes, para deixar claro o seguinte: "...os combatentes têm razão para estarem fortemente zangados e para quererem castigar o escritor Lobo Antunes, por uma falsidade que ele cometeu",  esclareceu-nos o sr. Ten Cor.

Novas perguntas se me colocam: Quem são exactamente estes "combatentes" que querem castigar o escritor e como se revestia o castigo, de que tipo ??? Ainda estão de alguma forma no activo estes "combatentes" ???

Será que estão estes "combatentes" a acelarar para a frente, na esperança de chegarem a uma grandiosa parada, a que se faça a apologia da mordaça e outros desvios democráticos, tão em voga ???

Por último, o Sr. Tenente Coronel Morais [Qualquer Coisa] é apresentado como membro da Comissão Executiva do Encontro Nacional de Combatentes, por isso tinha socialmente o dever moral de tentar apaziguar a situação e não falar sobre ela como um "grito de guerra" sendo perentório de que " ...zangados...e quererem castigar o escritor Lobo Antunes... "

Por outro lado tendo sido (com certeza) oficial na guerra colonial, chefiando homens em situação hostil, deveria saber, no meu entender, desviar as "sinergias" dos combatentes (estou a falar de ex-combatentes e no meu entender) para os problemas que se lhe colocam hoje com idades que rondam os 60 anos, como a saúde, pensões, tratamentos, cuidados hospitalares e outros.

Sou anti-militarista, anti-colonialista. Andei por lá como os outros e repudio solenemente o que se passou nas as ex-colónias, mas não aceito que se venha atribuir a "sujidade" da guerra aos Soldados e/ou a Graduados de pequena patente. A HISTÓRIA NÃO SE APAGA.

P.S. - Actualmente que se saiba não estamos em guerra, em lado nenhum, portanto não existem combatentes, designação que deriva de condição de guerra ou outra similar. O que existem são ex-combatentes ou ex-militares. Salvo que ainda se tenha algures o sentimento de que se esteja em algum tipo de guerra surda.

E assim se vai lançando as "Sementes do Diabo".

http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/noticias-pais/2010/8/ex-combatentes-do-ultramar-indignados-com-declaracoes-de-livro-de-lobo-antunes24-08-2010-23399.htm

Carlos Filipe
1º Cabo Radiomontador,
CCS/BCAÇ 3872,
Galomaro, 1971/74

B3. Este outros mails anteriores do Carlos Filipe (que está em tratamento por motivo de doença oncológica) mereceu o seguinte comentário da minha parte (LG):

Meu caro Filipe:  Sei que o momento que estás a passar, na tua vida, é penoso, doloroso, e eu não quero contribuir em nada para que o teu fardo ainda seja mais pesado... Pelo contrário, desejo-te rápidas melhoras e sobretudo muita força, física e mental, para venceres esta "má onda"... Quero estar contigo neste momento difícil que seguramente há-de passar...


Quanto aos documentos que nos tens enviado [ nomeadamente um artigo do El Correo de la Unesco, em espanhol, sobre as colónias portuguesas, de 1973], confesso que, por motivo de férias e menor disponibilidade de tempo para o blogue, ainda não os apreciei em detalhe... Mas já percebi o seu interesse documental. Oportunamente dir-te-ei a minha opinião. Até lá conto com a tua activa colaboração. Mas, deixa-me acrescentar, que no nosso blogue privilegia-se os textos "inéditos", incluindo documentos policopiados, da época, oriundos das NT ou do PAIGC, de circulação restrita, com interesse historiográfico, etc. É sempre necessário alguma relação, directa ou indirecta,com a temática na Guerra Colonial na Guiné...


PS - Em relação ao texto, corajoso, contra a maré, que escreveste em defesa do ALA [, António Lobo Antunes,], estou indeciso em voltar à polémica que começou, de resto, no nosso blogue... Por um lado, considero o assunto encerrado; por outro,  "aquela guerra não é nossa"... O ALA (que aprecio mais como escritor do que como homem e médico) não precisa deste "ruído" (...). É confrangedor ler certos comentários, que não gostaria de voltar a (re)ler no nosso blogue [...]. Se leres o blogue não oficial do ALA, por ele está tudo esclarecido...


http://www.alawebpage.blogspot.com/

[ Revisão / fixação de texto / bold a cor / título: L.G.] (*)
____________

Nota de L.G.:

(*) Último poste da série > 22 de Agosto de 2010 > Guiné 63/74 - P6880: Controvérsias (103): O BCAÇ 237, a CCAÇ 153, o Coronel Bessa, o Major Pina, o início da guerra... (Carlos Silva / José Pinto Ferreira)

36 comentários:

Anónimo disse...

Nao terá havido muito mais sérios "atentados à honra e dignidade dos militares" do que as tao incríveis declaracoes de um escritor em obra de ficcao? (O caso de Goa,entre outros).Nao serao as fronteiras da loucura à chamada "normalidade,por vezes,bem ténues entre artistas,escritores ou pintores,ditos de génio?(mesmo em psiquiatras?!) "Um par de murros em público","ir ao focinho"bandalho","atrasado mental"...andam alguns dos reformados em leituras atrasadas de Eca de Queiroz,ou das actas da Assembleia da primeira República? Nao tocará Luís Graca no ponto certo ao escrever:"Nao quero dar protagonismo,de borla,aos coroneis e generais reformados que andam a pôr-se em bicos de pés"? Um abraco.

Joaquim Mexia Alves disse...

Eu tinha lido no Expresso a notícia sobre o assunto de Lobo Antunes.
Apeteceu-me voltar a escrever sobre o assunto, mas deliberadamente remeti-me ao silêncio.
Mas ao vir o assunto novamente à tona de água, desculpem mas não me calo!

E começo logo por dizer que se o autor de tais frases fosse um qualquer sujeito que não tivesse o pendor intelectual de ALA, caiam-lhe em cima e defenestravam-no!

Mas vamos ao assunto e vamos ser claros:
Aquilo não é uma obra de ficção é uma entrevista. São-lhe feitas perguntas e ele responde. Em nada do que li é percebível que ALA passa da realidade para a ficção.
A desculpa agora apresentada das 150 baixas e das 600 baixas é apenas isso, desculpas de quem percebeu que tinha metido a “pata na poça”!
E os pontos também é ficção?
E as mortes das mulheres, crianças, prisioneiros e por aí fora, também é ficção?
Já o disse e repito:
Tive um irmão em Angola de 62 a 65 e nada disso é verdade, mas sim um delírio de alguém que quer protagonismo e que, ou enlouqueceu, ou é pura e simplesmente mentiroso.

E desculpa meu camarigo Luís mas considero esta frase de muito mau gosto:
«Por outro não quero dar protagonismo, de borla, aos coronéis e generais reformados que andam a pôr-se em bicos de pés...»
De tão mau gosto, que me junto a esses Coronéis e Generais Reformados e reafirmo que aquilo que ALA disse é para mim um insulto bem pior que muitos mais.

Até porque muito provavelmente alguns desses Coronéis e Generais Reformados cruzaram e calcorrearam as mesmas picadas que eu e todos os que passaram naquela guerra em Angola, na Guiné e em Moçambique.

Mas não vou perder mais tempo com isso, porque o sujeito, depois do que disse, não me merece a mínima consideração!

Acabo como comecei:
Se o autor de tais frases fosse um qualquer sujeito que não tivesse o pendor intelectual de ALA, caiam-lhe em cima e defenestravam-no!

Um abraço camarigo a todos.

Anónimo disse...

O tempo é curto. Sou leitor do Antº Lobo Antunes. Leio porque gosto, como gosto de dois amigos que ele cita frequentemente: Melo Antunes e Cardoso Pires. Escrevo presente porque certas pessoas não desaparecem para mim. Meus Pais, meus Irmãos, saíram mas falo com a ausência deles e são presente.

Já encontrei os recortes, já tenho a "pasta" com os escritos aqui saídos. Já reli e nada aqui escrevi. Diz o Luís Graça e bem; entre nós não há tabus. Diz o Carlos Nery e bem:há uma maioria silenciosa atenta...ao blogue.
Mandei um email Ao Carlos Vinhal com CC aos Editores. Não pretendia ir além do conhecimento restrito. Para quê dar mais "guita ao papagaio"?Ou o tal excessivo protagonismo que fala o Editor Mor? Espera-se,digo eu.
Veio o Jero e o Filipe já tinha aparecido a disso falar. Pouco é certo.
Então que assim fique, sujeito a mais comentários e tudo bem. Mas leiam o que saiu antes e principalmente agora...lembram-se da frase com a definição de Amigo/Camarada que apareceu por aqui á esquerda do blogue? Lembram-se do que foi escrito sobre a guerra e os combatentes pelo mesmo escritor...não é ficção...nada não, são palavras e ditos que saem e dizem o que não se queria dizer ou quer...diz-se e ponto final...
Tem razão o José Belo (olá Lapão já tinha saudades, falas no Eça e, e escritor em causa, creio ter invalidado aquela frase: há três escritores em Portugal...o Eça, o Eça e...o Eça) ao dizer que a fronteira entre o são e o louco ( entre "") é mais ténue entre entre certas pessoas. Falas nos Psi...está bem e sei porquê. Eles são mais facilmente induzidos a assim falarem...

Não tenho mais tempo. Um abraço ao Jero, ao L Graça,ao J Belo e a ti Filipe um abraço especial e forte... Abraços a todos e fico um pouco "Na Sombra no Mar que Aqueles Cavalos Fazem"...e não sendo artista, escritor e, menos ainda génio (nem de lâmpada)...sou, isso sim um pouco louco.

Ab do Torcato

Luís Graça disse...

Meu Joaquim:

Retiro a frase que consideraste de "mau gosto"... As insinuações devem ser banidas do nosso blogue... Por outro lado, temos generais e coronéis, nossos antigos camaradas, combatentes, operacionais, a quem a carapuça não assenta mas que poderiam sentir-se atingidos na sua honra... O blogue não é corporativo, não opondo oficiais de alta patente contra os de baixa patente, milicianos contra QP, soldados contra graduados, ontem, hoje e amanhã...

Eu subscrevo a frase, essa sim feliz e de bom gosto, do nosso camarada Jero: "Apesar de um pouco de nós ter morrido na guerra... que haja paz"!!!

De Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses, na última semana de férias, vendo os Canadairs e os helis reabastecer-se de água no Douro para apagar os fogos de mais um verão do nosso descontentamento... Na segunda feira já é dia de pica-boi, como dizem os brasileiros que sabem de bois...

Com saudades de vocês todos, independentemente da idade,do posto, da arma, da unidade e subunidade, do sector operacional, da etnia, da região de naturalidade, do clube, da religião, das simpatias partidárias, dos valores, da classe social actual, da marca do carro, do escalão do IRS, dos escritores preferidos, do género, das características antropométricas ou quaisquer outras particularidades que distinguem, como pessoa, um ex-combatente de outro ex-combatente (da Guiné, Angola, Moçambique)...

O nosso blogue não as ignora, nem as esquece, nem as escamoteia, mas também ... não divide para reinar!

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu camarigo Luís

Absolutamente de acordo quanto à frase do Jero que subscrevo contigo!

Um grande abraço e tem paciência mas costuma dizer-se que tudo o que é bom tem um fim, o que parece ser o caso das férias!!!!

Anónimo disse...

Camaradas
O Lobo Antunes é psiquiatra ou pelo menos já exerceu a profissão. Concerteza conhece colegas da especialidade, porque não marcar umas consultas com um médico amigo, e tentar resolver a barafunda que vai naquela cabeça.
Alfa Bravo
Luís Borrega

Anónimo disse...

Sr. C Filipe,
opõe generalidades às objectivamente rechaçadas afirmações concretas do tal escritor, veementemente questionado na sua divagação por muitos camaradas combatentes cuja experiência será significante e cuja memória não pode ser aviltada por 'desenhos-animados', boa oumá que tivesse sido a intenção.
É de uma grande vacuidade, esta sua intervenção; tudo que disse era já sabido.

SNogueira

Anónimo disse...

Jornalistas, mentiras e memória histórica (ainda a Guerra Colonial)

Um tal Manuel Catarino destila uns punhados de fel na edição de hoje do matutino Correio da Manhã. Intitula-se "jornalista" de qualidade que nos dias de hoje tem pouco de laudatório quanto à dimensão ética e à imparcialidade da figura correspondente. Os jornalistas transformaram-se em "escrevinhadores de opinião' mais do que em relatadores de factos, profissão para que os accionistas lhes pagam nos respectivos órgãos de informação. E acham-se com direito a tudo: a caluniar, a ligar gente de bem a canalhas, a inventar, a fazer justiça (pelas suas canetas).


O tema é ainda o livro de António Lobo Antunes e a descrição da guerra colonial. O dito cujo Catarino leva uma boa leiva de parágrafos a retratar as companhias do exército colonial como um grupo de bons rapazes, incapazes de malícia e de propósitos assassinos, quando a máquina de guerra que integravam tinha como objectivo: esmagar os inimigos, destruir as suas defesas, dividir os blocos de apoio. Uma pesquisa aos arquivos do Ministério da Defesa português revela os episódios macabros desta campanha, a quem se dê ao trabalho de investigar o que realmente se passou: que as tropas portuguesas foram treinadas para matar e eliminar fisicamente, ponto final.


Querer esconder isso - 35 anos depois do fim da guerra colonial- é tapar o sol com uma peneira, é rir-se dos que o denunciaram e se recusaram a alinhar com esta palhaçada. A memória histórica de um povo merece que se acerte as contas sem paleativos e laços cor-de-rosa.


António Lobo Antunes faz um serviço importante à nossa memória histórica e deve ser saudado por isso; até porque se instalou numa certa opinião bem pensante que afinal fôramos bons rapazes e que a guerra deveria ter continuado, porque éramos capaz de a ganhar.


Por amor de Deus, nos curtos anos que fomos governados por estrangeiros não descansámos enquanto não nos livrámos deles. Achamos que os pobres pretos deveriam continuar com a nossa manápula em cima, porque afinal gostavam do nosso chicote.


Repugna-me este sadismo de opereta que procura encobrir a verdade, disfarçar o indisfarçável, usando o argumento da honra, essa sedução suprema. Não sei se a honra esteve no decapitar da cabeça do preto, no jogar à bola com ela na parada, na violação das pretas no musseque porque dava "tusa" como está abundantemente documentado nos livros sobre a guerra. Trinta e cinco anos depois do fim da Guerra há quem não perceba o que lhe aconteceu, nem para que foi usado pelo regime salazarista.


Achar que um escritor deva ser o bode expiatório deste jogo de quimeras é o supremo gozo dos inúteis e dos palhaços. Para o futuro ficarão os livros de António Lobo Antunes; dos Catarinos deste país dificilmente ficará algum registo. Dos muitos mortos (dos dois lados) de uma guerra injusta e inútil, traços de muito sangue derramado.


(...) Uma mentira conscientemente repetida por alguém com elevadas responsabilidades públicas roça a canalhice. Apanhado a mentir, António Lobo Antunes ficou ainda mais rosadinho: não por vergonha, mas desfeito em raiva. Agarrou-se a uma desculpa – que também ela é reveladora do carácter. Explicou--nos – a todos – que falara "metaforicamente". Não fomos capazes de perceber o alcance das suas sábias palavras: "Qualquer leitura no sentido literal do que digo é abusiva." A culpa é nossa – que levamos à letra o que Lobo Antunes diz – como se não existisse diferença entre um testemunho e a ficção.
O tal Catarino
AG
Exílio de Andarilho
30.08.2010

Anónimo disse...

Caros camaradas,

Desculpem mas? Chorar?... Rir?... Perante caso tão sério!...

É que se responder como ofendido, é castigar o ofensor!... Onde está a dita liberdade de expressão?

Está aqui o "Lápis Azul"?

Só espero é que não venham chamar "Salazaristas" aos Combatentes. Pois todos lá estiveram.

Que há quem queira essa praga já toda morta, "cambada de velhos chatos" é uma verdade!

Mas lembrem-se que mesmo depois de morto, ainda terão de ser quatro a transportar esse combatente.

Há muitas formas de destruir a História.

Não será esta uma delas?!

Guerras?... Alguma vez o homem esteve sem guerra? Veja-se a História Universal e hoje em dia também.

Então só esta meia dúzia de ainda sobrvimentes, sem direito já à memória dos que partiram e dos que lá se foram é que são essa "escumalha"?

Assuma-se a dignidade, não se digam asneiras.

Mário Fitas

Anónimo disse...

A chamada de atencao para o facto de as "divagacoes" do escritor terem sido obtidas em ENTREVISTA,e nao em romance como julgava,tornam as possíveis explicacoes...bastante mais complicadas. Compreendendo as razoes que possam levar o Editor de um blogue "envolvente" como este a retirar a frase "Nao quero dar protagonismos..........",peco ao meu Amigo Mexia Alves a liberdade de "concordar em discordar" no que diz respeito a alguns dos que se andam a pôr em bicos de pés,pertencam eles a uma qualquer elite de aparentes intocáveis,ou sejam "só" vulgares cidadaos em democracia. Ocasioes bem mais sérias existiram nos últimos 70 anos para que as auto-denominadas reservas morais da Nacao tivessem reagido em defesa da sua honra. Um abraco.

Anónimo disse...

Camaradas
Já expandi no blogue a minha análise de paisano, e, também já referi que nunca me dispus a morrer pela Pátria.
Outros, sim. Diziam que até a dormir estavam de serviço, mas não guardo memórias comprovativas dessas afirmações.
Fui para África, porque não tinha alternativa ao equilibrio familiar.
Como a maioria, julgo eu.
Fui para lá enviado por uma clique de governantes e militares, que me obrigaram a passar dois anos de fome e a sugeitar-me a perigos inopinados. E, a esse propósito, tenho criticado a inoperância do Gen. Spinola.
Fui combatente.
Mas não ando para aí a pavonear-me. Os relatos que tenho feito no blogue, não dissimulando essa vertente, preocupam-se mais com a traição a que os milicianos da minha companhia foram sugeitos, em resultado da ganância dos xicos. Mas não confundo aqueles três com o universo de militares do QP. E tenho notícia de outras companhias onde, também, se verificavam comportamentos análogos.
Eu nunca imaginei o abandono do Ultramar. Imaginava, sim, que fosse dada oportunidade aos habitantes das colónias para assumirem um destino independente, apesar dos riscos que algumas antigas colónias já evidenciavam.
Senti em Angola que o fim do império estava eminente, antes do 25 de Abril.
Eram as notícias sobre os militares do QP que me chegavam pelo Expresso, pelo Comércio do Funchal, por correspondência particular.
Agora, uns oficiais, parece, exibem mandato informal (ou especulam) para, a propósito do ALA, virem resgatar a glória de terem feito uma revolução que nunca controlaram.
Talvez por isso dá-se tanta importância ao que disse o ALA.
Eu, paisano, quero lá saber o que ele disse a propósito da guerra do ultramar.
Mas gostaria que a Liga dos Combatentes, por exemplo, desenvolvesse uma acção de solidariedade, que aglutinasse interessadamente os ex-combatentes. Mas não parece ser essa a sua vocação. Ou quem a gere não revela arte para mobilizar e alargar essa solidariedade.
P.S. Agradeço ao Torcato o belo e sensato texto que assina.
Abraços fraternos
JD

Anónimo disse...

Não entrando por altas análises de carácter militar, social, artístico, etc. e tal, o que há que ter presente (e não sair daí) é:

1º.- As afirmações não constam de um livro onde, porventura, pudesse ficcionar uma realidade vivida ou ouvida, MAS DE UMA ENTREVISTA onde pretendeu abordar a REALIDADE de uma guerra CONCRETA;

2º. O escritor em questão NÃO FOI UM COMBATENTE mas sim um MÉDICO MILITAR;
3º. As respostas (tanto quanto se sabe) não foram obtidas sob coacção.

PORTANTO, essas DECLARAÇÕES só são compreensíveis/aceitáveis se quem as prestou for inimputável.

Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Não entrando por altas análises de carácter militar, social, artístico, etc. e tal, o que há que ter presente (e não sair daí) é:

1º.- As afirmações não constam de um livro onde, porventura, pudesse ficcionar uma realidade vivida ou ouvida, MAS DE UMA ENTREVISTA onde pretendeu abordar a REALIDADE de uma guerra CONCRETA;

2º. O escritor em questão NÃO FOI UM COMBATENTE mas sim um MÉDICO MILITAR;
3º. As respostas (tanto quanto se sabe) não foram obtidas sob coacção.

PORTANTO, essas DECLARAÇÕES só são compreensíveis/aceitáveis se quem as prestou for inimputável.

Alberto Branquinho

Anónimo disse...

A atenção dos distintos camaradas não incidirá apenas na entrevista
-houve várias- mas nas afirmações que o apatetado escritor vem publicando; desde as cartas que escreveu dramatizando infantilmente -qual metaforicamente!?-, passando pelos livritos em que descreve ou menciona a guerra em Angola e acabando, agora sim, nessa propalada entrevista recente. A toada foi sempre excessiva e deve ser repudiada a importância dada aos textos do sr.
Esta -e outras- discussão em certa medida promove a sua ressonância pública e incha-lhe o ego. Ora, a inchar só se for pela via proposta por alguns dos visados pela atoarda.

SNogueira


(Pensei que nunca mais ia ouvir falar disto aqui!)

Anónimo disse...

Caros Camaradas.

Esclarecimentos que julgo oportunos saber:

O anónimo AG! Não será anónimo? Desconheço o Exilio!

Solicito nos termos do blogue, que este comentário (com o perigo de ser considerado "Lápis Azul") o mesmo seja retirado, ou que se edentifique convenientemente o comentador.

Ao José Dinis solicito que embora conhecido, se identifique convenientemente.

Para ti Zé Dinis desculpa, não é cá fora que se critica ou combate uma Instituição, vai lá Liga dos Combatentes (Nucleo Cascais/Oeiras) e diz.

Vamos trabalha, mesmo que se aponte a G3, seja ao alvo certo e assumindo esta é minha.

Mário Fitas

Luís Graça disse...

Extraído, pelo editor L.G., do blogue (oficioso...) de António Lobo Antunes

Segunda-feira, 30 de Agosto de 2010

só mais um post sobre ALA vs "ex-combatentes"

Caros leitores de António Lobo Antunes:

No post anterior deste blogue, dei por encerrado um tema que me esgotou bastante. À parte ser António Lobo Antunes o principal alvo de muita calúnia, insultos e chegando a ameaças de integridade física, também eu, enquanto administrador deste espaço dedicado ao escritor (e abro aqui parêntesis para reafirmar que este espaço, embora seja do seu consentimento, não é de António Lobo Antunes, mas uma iniciativa privada de um leitor dirigido aos outros leitores)também eu, dizia, fui afectado, pois recebi alguns e-mails com o pior dos conteúdos a propósito deste tema - obviamente os remetentes pensavam que esses e-mails seriam lidos pelo escritor. E, portanto, durante mais ou menos um ano, fui recebendo essas mensagens, o que me obrigou até a mudar o endereço de e-mail. Por essa razão também o meu desgaste e a minha vontade de arrumar o assunto.

Apesar de já ter decidido encerrá-lo no nosso espaço - porque, embora a guerra colonial esteja presente na obra de António Lobo Antunes, este particular episódio com alguns ex-combatentes em nada tem que ver com a literatura e por isso não querermos explorá-lo aqui - decidi hoje abrir uma única excepção para reproduzir um texto que diz tudo o quanto eu desejava dizer há muito tempo. Esse texto foi escrito num blogue cujo autor teve a amabilidade de me notificar via e-mail. O seu nome é Arnaldo Gonçalves e assina o blogue Exílio do Andarilho. Segue o texto que li e que gostaria ainda de partilhar convosco:

[Texto já aqui reproduzido, em sede de comentários. L.G.]

http://alawebpage.blogspot.com/2010/08/so-mais-um-post-sobre-ala-vs-ex.html

Luís Graça disse...

Eis o endereço do blogue do AG:

http://exilioandarilho.blogspot.com/2010/08/jornalistas-mentiras-e-memoria.html

E o seu perfil pode ser lido aqui:

http://www.blogger.com/profile/08290604162546512454

Informação recolhida pelo editor L.G.

Anónimo disse...

Mário, buenas noches!
Poupas-me um grande trabalho se me falares das virtudes da Liga. É que já tenho uma provecta idade; a vida relativamente organizada, até me permite desconhecer a Liga, mas leio e oiço, também neste espaço, que há muita gente a viver diferentes dificuldades, e sem capacidade para dar passos em busca de solução.
Para não falar dos aberrantes critérios para atribuição das pensões "Paulo Portas". É que há combatentes que não recebem, requereram e estão aposentados. E haverá outros que nunca ouviram falar delas.
Olha pá, não sejas fundamentalista, pois tenho assinado com o JD da ordem, à semelhança de alguns outros. Mas já que assumes a função de mestre-escola, agora vou assinar em termos. No entanto, diz-me lá: pedes a eliminação de outro comentário, porque não te agradou o teor? Se assim foi, acho mal, porque também é uma opinião, que não ofende ninguém, e oferece outro caleidoscópio.
Dedico-te um grande abraço
José Dinis
José Dinis

Anónimo disse...

E andam anjos e arcanjos em rebuliço tocam trombetas ou vuvuzelas....bu bu bu e os deuses estão prontos para reunião.

Será hoje que já é quase ontem??? mas os deuses terão horas???não...não...

AB do TM ah não....
Abraço do Torcato Mendonça

Anónimo disse...

Pois, Luís, já tinha ido ao blogue exílio de andarilho. E lá está um poste (24/8?) que, sobre os militares portugueses na guerra, diz o seguinte: "Houve com certeza actos de bravura e os militares que nela combateram foram pessoas de bem".
Ab
Carlos Cordei

Anónimo disse...

Meu caro Zé Dinis,

Esclarecimentos:

Quanto à Liga estamos conversados:
"Quem quer vai, quem não quer manda".

Quanto à esmola do "Paulo Portas" sabes perfeitamente que tudo foi tratado atrvés do Estado Maior das Forças Armadas. Não misturemos.

Não há fundamentalismos, agrado ou desagrado. Tanto que fiz o meu comentário apenas por conhecimento da primeira e sétima letras do alfabeto.
O restante são palavras e conjecturas tuas. Escrevi algo? Mostra. Não é agradável Zé!

É que já tive um caso parecido com este motivo.

Um abraço,

Mário Fitas

Anónimo disse...

Quanto à inconsciente estupidez das divagacoes,menos factuais,do escritor,em entrevista, estamos plenamente de acordo. Quanto ás opinioes de alguns sobre os "livritos",creio que serao (ainda?) livres de variar.Sem esquecer serem os tais "livritos" dos mais vendidos(e premiados) no estrangeiro no que diz respeito a escritores portugueses contemporâneos. Será que vamos militarizar os gostos literários com o conhecido grito da "ordem unida" na parada:Pela direita!....Perfilar!? Um abraco.

Anónimo disse...

Verifico agora que a dificuldade de o meu comentário "entrar" ontem à noite causou:
- a publicação de dois comentários iguais;
- a frase final me ter saido truncada.
Assim, a frase final COMPLETA era:
«PORTANTO, essas DECLARAÇÕES só são compreensíveis/aceitáveis se quem as prestou for inimputável ou pretendeu fazer "show-off" de "combatente de dentro de quartel"».
Alberto Branquinho

Unknown disse...

Reposição necessária(?)
O esrito ou dito pelo escritor, não altera em nada a minha opinião sobre o mesmo, nas suas "leviandades" intelectuais, embora lhe reconheça créditos enquanto homem de letras e intelectual.

Dito isto, aptece-me (com respeito) levantar a voz e dizer "ninguém percebeu nada(?)".

O motivo do meu comentário, não foi o escritor, mas sim o Ten.Cor. sr. Morais Pequeno com as suas declarações à SIC.
Declarações de carácter inquisitório, e pouco concordante socialmente, com o que devia ser a postura de oficial de patente superior.
O link está no respectivo Post.

Necessito de perguntar. Será mais fácil dissertar (no melhor têrmo, de momento) sobre um Escritor do que sobre um Ten.Cor.??


DEPOIMENTO do Fuzileiro Especial sr. António Lourenço, combatente na Guiné, entre 1968 e 1972.

Depois de nos esclarecêr que se alistou na Marinha de forma voluntária em 67 e descrever alguns do seus episódios de guerra, depõe o seguinte:

" Nessa altura, havia um "saco azul" nos fuzileiros donde saía o dinheiro para nos pagar por cada arma que apreendíamos aos guerrilheiros..."

"O dinheiro que sobrava era divido por todos. No tempo em que estive na Guiné houve duas festas das grandes. Quando cheguei a Lisboa, comprei um fato novo com parte do dinheiro que me coube". (1)

Das duas uma:
Ou é mentira pura e simples.
Ou, não sendo aos milhares as armas capturadas ou abandonadas, estas tinham uma um "valôr" monetário alto.
O que se pode concluir ?
E ainda, quem vai agora "castigar" o Fuz.Esp. António Lourenço, pergunto eu.

(1) Caderno nº8, pág 28, de " As Grandes Operações da Guerra Colonial".

Um abraço para todos e para cada um.
Por alguma missiva mais pessoal, eu estou estável por agora. Mt.Obrigado.

p'lo não anonimato

Carlos Filipe
ex CCS BCAÇ3872 Galomaro
galomaro@sapo.pt

Anónimo disse...

Caro Camarada Carlos Filipe. Tirando as referências a assuntos relacionados com a profissao,haverá algo restante a dissertar sob a maioria dos Excelentíssimos Senhores Tenente-Coroneis Reformados? Há exceções ilustres,mesmo no nosso blog. Mas..... Um abraco.

Joaquim Mexia Alves disse...

Meus caros camarigos

Percebemos, julgo eu, que o comentário anónimo é a transcrição do texto do blogue que o Luís Graça refere no seu comentário.

O referido texto é tão pobre e tão cheio de lugares comuns, que apenas deveria envergonhar a defesa do Lobo Antunes, se é que têm defesa as enormidades por ele proferidas.

Atentem só neste “naco” de prosa:

«Uma pesquisa aos arquivos do Ministério da Defesa português revela os episódios macabros desta campanha, a quem se dê ao trabalho de investigar o que realmente se passou: que as tropas portuguesas foram treinadas para matar e eliminar fisicamente, ponto final.»

Calculem que foi preciso ir investigar nos «arquivos do Ministério da Defesa português», para descobrir os “episódios macabros”, (quantos, quais e onde e já agora se lá está relacionada a “norma dos pontos”), e também, pasme-se, que «as tropas portuguesas foram treinadas para matar e eliminar fisicamente, ponto final.»

Pois é, realmente as tropas portuguesas deviam ter sido treinadas para dar abraços quando eram recebidas aos tiros.

Volto a repetir o que afirmei: se o autor de tais dislates fosse um vulgar cidadão, um militar de carreira, um jornalista, caiam-lhe em cima sem piedade!

E agora ainda por cima querem dar a “volta ao texto” de tal maneira que já está em causa um Ten. Cor. e se calhar outros militares do quadro ou não, quando as mentiras foram proferidas por alguém, ALA, que devia ter vergonha na cara.

Reservo-me o direito de voltar “à liça” neste assunto, que me parece estar a ser politizado, quando o que interessa verdadeiramente são as declarações inomináveis de ALA.

Um abraço camarigo a todos.

Ah, e desculpem, mas isto não tem nada a ver com querer calar alguém ou com qualquer liberdade de expressão, tem a ver com o facto de uma figura pública não poder dizer as barbaridades que quiser, lançando lama sobre toda uma geração, e esperar que as pessoas levem isso à conta de uma “liberdade criativa”.
Não, que eu ainda tenho filhos novos para criar e netos para acarinhar e não admito que, não havendo a justa indignação, eles são levados a pensar que o seu pai e avô era apenas um vulgar assassino de mulheres e crianças.

-pirata-vermelho- disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Partindo eu do principio que todos sabem o real signicado de 'castigo' ou 'castigar', logo se coloca em questão o direito moral de o fazer ou praticar.

Escreveu Joaquim M Alves:
"E agora ainda por cima querem dar a “volta ao texto” de tal maneira que já está em causa um Ten. Cor. e se calhar outros militares do quadro ou não, quando as mentiras foram proferidas por alguém, ALA, que devia ter vergonha na cara."

Sobre estas mentiras do ALA, já estamos esclarecidos, eu estou e já expressei como.
Não se trata de dar "volta ao texto", trata-se sim das palavras proferidas de viva voz, para milhares (ou milhões?)de telespectadores por um Ten. Cor.

Se ninguém se pronuncia também (ou em paralelo)com este lado da questão, então sim estamos a dar a "volta ao texto" escamoteando intencionalmente ou não um dos ingredientes dos factos.

"...assunto, que me parece estar a ser politizado,..."

Considero esta a fórmula mais stander de escamotear (no melhor têrmo) as questões. Tudo é politica; demográfica, social, militar, económica, industrial, educacional, tudo! , pois vivemos em sociedades organizadas bem ou mal, cuja organização ou estudo delas é exactamente a 'politica' nas suas variantes.
O que não tem nada a vêr com a merd... da politica partidária.

Fara finalizar, porque não intervirei mais neste Post, fica a pergunta mais clara.
Em que medida o depoimento de um sr Fuz. Esp., apresentado no meu coments, tambem é uma uma grande mentira e/ou uma grande ofensa ???
É assunto para ignorar porque convém, ou é de menos importância também, como as declarações do sr Oficial, ao contrário das declarações do Escritor ???.
Perante as minhas dúvidas às respostas, creio que vou deixar de me preocupar com a integridade do amigo Fuza, o sr António Lourenço.

A História não se apaga.

Um abraço para todos e cada qual.

contra o anonimato
Carlos Filipe
ex CCS BCAÇ3872 Galomaro
galomaro@sapo.pt

Joaquim Mexia Alves disse...

Já na Guiné também havia por exemplo prémios pecuniários pelas minas levantadas!

E o que é que isso tem a ver com "pontos atribuídos por mortes de mulheres, crianças e prisioneiros"?

Eu por exemplo levantei uma mina na estrada Bambadinca-Xitole: sou um assasssino de mulheres e crianças etc.?

Assim não, gaita! Há coisas que não são comparáveis! Comparemos o que é comparável!
Uma arma pode apanhar-se no fim de uma emboscada, ou um ataque em que o IN perdeu a vida em combate, ou fugiu, não tem nada a ver com o que diz ALA!

Abraço camarigo para todos

Anónimo disse...

Já em outra ocasião tive oportunidade de elucidar que havia, em Angola, Guiné e Moçambique, tabelas, regulares e especificadas, de valores pecuniários destinados a premiar a captura de armamento.
Quando a captura resultava de trabalho conjunto o prémio era entregue aos militares que partiparam na acção; quando o valor era avultado o Comando directo poderia optar pela distribuição colectiva e, ainda, no caso de se tratar de valores 'muito altos', poderia a quantia ser aplicada em melhorias gerais no aquartelamento.
A norma indicava todavia que a atribuição do prémio era devida ao militar que capturasse armas ou minas em acção individual.

SNogueira

Anónimo disse...

...mas nada disto se prende com as patetices e infantildades dramatizadas do tal escritor, pois não?


SNogueira

Joaquim Mexia Alves disse...

E o que é que disse o Sr Ten. Cor. que fosse ofensivo para os combatentes?

E ao dizer o que disse não estou a dar a volta ao texto mas sim a recentrá-lo naquilo que era objecto o post: as incriveis declarações de ALA.

Quanto à politização, não fui eu que chamei à discussão a PIDE, e outros considerandos, para escrever sobre, repito, as declarações inomináveis de ALA.

Quanto ao Fuzileiro tem com certeza a sua dignidade, porque uma coisa não tem a ver com a outra tal como escrevo noutro comentário e o S Nogueira também.

Caro Carlos Filipe, não te diriges a mim pessoalmente, mas eu pessoalmente quero desejar sinceramente as melhoras do teu estado de saúde.

Um abraço camarigo para todos

Anónimo disse...

Caros Amigos e Camaradas. Como o nosso debate,já com 33 comentários,vai seguindo,(felizmente),com um calor Lusitano,tomo a liberdade de Vos informar que,na Lapónia,as temperaturas diárias já andam por volta dos zero graus,e as nocturnas já sao negativas. Um grande abraco.

mario gualter rodrigues pinto disse...

Caros camaradas

Temos o António Lobo Antunes armado em Saramago.

Um hostilisou a Igreja outro hostilisa a Guerra de África e os seus veteranos, consegue um medetismo e um falatório em relação ao seu livro e sua obra que em situação normal nunca o teria, aumenta as vendas do produto só pela curiosidade mediana do seu livro, leva todo o mundo à discução, uñs a favor a maioria contra, o livro e o Autor, tem honras de primeira página nos jornais, Televisão e em tudo que é noticia.

Lobo Antunes atravéz de uma mentira que a tornou em ficção foi o escritor que nos ultimos tempos mais se falou só falta darem-lhe o prémio Nobel para igualar Saramago.

Para mim isto tudo reflete-se em promoção.

Num País como o nosso que interessa mais uma mentirazinha?


Um abraço


Mário Pinto

Anónimo disse...

Caros Camaradas

O Mexia Alves não me encomendou nenhum sermão, nem sequer me conhece pois sou um tabanqueiro muito fraquimho mas, depois de ouvir todos os comentaristas, uns de peito inflamado pela política, outros tocados pela categoria (indiscutível) do autor, também quero meter a minha colherada:depois daquele remendo mal posto dos 150 mortos, ainda vêm alguns doutos camaradas falar no dinheiro das minas e das espingardas como se isso tivesse alguma coisa a ver com a invenção da «pontuação em função dos mortos». Não sendo eu um intelectual pergunto se ficcionar é preencher com a nossa imaginação o desconhecido ou se é, como alguns pretendem, desvirtuar o que se conhece.O Mexia Alves tem razão.Quanto aos coroneis, não interessa nada para o caso, a não ser que seja para baralhar.
Não quero que alguém fique aborrecido comigo porque nós passámos todos pelo mesmo.
Um grande abraço para todos.
arvalho de Mampatá

Anónimo disse...

http://achatcialisgenerique.lo.gs/ cialis commander
http://commandercialisfer.lo.gs/ cialis
http://prezzocialisgenericoit.net/ cialis
http://preciocialisgenericoespana.net/ venta cialis