Data: 19 de Agosto de 2010 02:28
Assunto: Guiné 63/74 - P6866: O Nosso Livro de Visitas (98): José Pinto Ferreira, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, CCS/BCAÇ 237 (Tite, Julho de 1961 / Outubro de 1963): Evocando o lendário Cap Curto (CCAÇ 153, Fulacunda, 1961/63)
Neste Poste está escrito o seguinte:
(iii) Para terminar digo-lhes que até hoje não me apercebi que alguém tenha referido o ex-Comandante Militar da Guiné, Coronel Bessa. Este Comandante visitou Tite em Janeiro/63, no dia seguinte ao ataque do Quartel [23], tendo sido afrontado pelo Comandante do BCAÇ 237, José António Tavares de Pina, de que ou resolvia rapidamente o problema da falta de meios humanos do Batalhão, ou arreava ferros e os seus homens fariam o mesmo.
1 - Sobre o início da Guerra, há vários Postes (por exemplo, P3531) e Comentários e escritos por mim.
2 – O BCaç 237 só é de nome, porque nem 1 Companhia constituiu, não tem História da Hunidade, vd
Estado-Maior do Exército - Comissão para o Estudo das Campanhas de África - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África [1961-1974] - 7º Volume - Fichas das Unidades - Tomo II - Guiné, 1ª edição, Lisboa 2002, págs 40 e 41.
3 - No AHM [, Arquivo Histórico Militar, ] apenas existe 2 ou 3 Docs resumidos que tenho em meu poder e num deles refere que até Maio de 1963 o Comando do BCaç 237 dispusera, praticamente, apenas de um pelotão operacional, o Pel Mort nº 19 do R I 6.
Nesta data já tinha ocorrido ataque a Tite em 23-01-1963 e sobre este ataque apenas há uma Brochura, Tite – Guiné – 1961/62/63 que contém excertos de um trabalho meu, escrita pelo meu amigo e conterrâneo Dr Gabriel Moura, já falecido, que antes de falecer teve o cuidado de recolher informação e que eu acompanhei nessa tarefa, junto dos camaradas do Pel Mort 19 e dos poucos elementos do chamado Bat Caç 237, que nos induz em erro, porque não tem semelhança, nem de longe nem de perto com os Batalhões do meu tempo (1969/71) e não só, que integravam 600 militares ou mais.
4 – Nesse documento, único, no país e em todo o Mundo, o Gabriel relata exaustivamente os acontecimentos do dia 23-01-1963, claro a sua versão e de alguns camaradas e não se refere à presença em Tite do Cor Bessa, no dia seguinte ao ataque, 24-01-1963, omissão que até admito possa ter acontecido, pois nem de tudo nos lembramos.
Sobre estes acontecimentos de alguma forma desenvolvida podem ver o meu Site:
http://www.calosilva-guine.com/, embora eu não tenha transcrito todo o conteúdo da Brochura.
5 – Uma vez que tanto se fala na verdade dos factos, pelo menos, tanto quanto possível próximo da verdade, e uma vez que o nosso camarada José Pinto Ferreira da CCaç 153, que não era uma Companhia do dito BCaç 237, e que infelizmente nem sequer é referida no livro de Fichas do EME acima referido, chegou à Guiné posteriormente ao ataque a Tite, não tendo por isso presenciando o mesmo, agradecia que me informasse qual a fonte verbal ou escrita credível em que fundamenta a sua versão de que o Cor Bessa esteve presente em TITE no dia seguinte ao ataque, 24-01-1963, e teve aquela reacção para com o Maj Pina, Comandante do BCaç 237 (?) até 10-05-63, porquanto constitui um facto importante a juntar ou não à narração feita pelo nosso camarada Gabriel Moura.
Com os meus agradecimentos e um abraço amigo
Carlos Silva
B. Resposta de José Pinto Ferreira:
Data: 20 de Agosto de 2010 18:04
Assunto: Guiné 63/74 - P6866: O nosso livro de visitas (98): José Pinto Ferreira, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, CCS/BCAÇ 237 (Tite, Julho de 1961/ Outubro de 1963): evocando o lendário Cap Curto (CCAÇ 153, Fulacunda, 1961/1963)
Respondendo ao Ponto 5 do Comentário do Dr. Carlos Silva, digo-lhe que a Brochura do falecido Gabriel Moura tambem está na minha posse e tem um contributo, muito modesto, dado por mim à mesa de um café em Gandra, concelho de Paredes, para onde o próprio me desafiou para uma conversa sobre a sua intenção de escrever essa brochura.
Digo ainda ao Dr. Carlos Silva que aquilo que diz no Ponto 5 não corresponde em nada ao que digo na mensagem reproduzida no P6866. Peço-lhe que leia novamente, mas a informação que me pede aí vai:
Quem ouviu o diálogo travado entre os dois Comandantes, o da Guiné e o do BCAÇ 237, fui eu próprio. À exigência do Comandante do 237, o Comandante Militar da Guiné retorquiu em tom mais macio:
- Ó Pina, tu és o Comamdante!
E o Pina responde:
- Eu sei, meu Comandante, mas já não aguento mais.
Pelo que disseram nesse dia, e ou dias seguintes, certo, certo foi que passados 30 dias após o ataque ao Quartel, o IN tentou nova incursão, desta vez tentando incendiar a Messe dos Sargentos, só que a recepção já foi feita com ferramenta pesada, mais condiscente para aquele tipo de visitantes, foi com Auto-Metralhadora, a que os seus manejadores baptizaram de "Conjunto Maria Albertina"
Antes disto não havia nada.
Digo-lhe ainda que nunca pertenci à CCAÇ 153, CORRIGINDO a sua afirmação.
Adeus, Amigo Dr. Carlos Silva.
Sei que é de Gondomar mas reside em Sintra. Já residi nos dois concelhos, em Gondomar na Rua do Monte Crasto, em Sintram em Algueirão-Mem Martins.
Um Abraço
JPF
[Revisão / fixaçãod e texto / bold a cor / título: L.G.]
_________________
Nota de L.G.:
(*) O nosso amigo e camarada Carlos Silva foi Fur Mil Inf, e pertenceu ao CCaç 2548/BCaç 2879 (Jumbembem, 1969/71), é jurista de formação, co-fundador e dirigente da ONGD Ajuda Amiga... É autor da melhor página, na Net sobre o sector de Farim > Guiné 63/74, por Carlos Silva.
Assunto: Guiné 63/74 - P6866: O Nosso Livro de Visitas (98): José Pinto Ferreira, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, CCS/BCAÇ 237 (Tite, Julho de 1961 / Outubro de 1963): Evocando o lendário Cap Curto (CCAÇ 153, Fulacunda, 1961/63)
Neste Poste está escrito o seguinte:
(iii) Para terminar digo-lhes que até hoje não me apercebi que alguém tenha referido o ex-Comandante Militar da Guiné, Coronel Bessa. Este Comandante visitou Tite em Janeiro/63, no dia seguinte ao ataque do Quartel [23], tendo sido afrontado pelo Comandante do BCAÇ 237, José António Tavares de Pina, de que ou resolvia rapidamente o problema da falta de meios humanos do Batalhão, ou arreava ferros e os seus homens fariam o mesmo.
1 - Sobre o início da Guerra, há vários Postes (por exemplo, P3531) e Comentários e escritos por mim.
2 – O BCaç 237 só é de nome, porque nem 1 Companhia constituiu, não tem História da Hunidade, vd
Estado-Maior do Exército - Comissão para o Estudo das Campanhas de África - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África [1961-1974] - 7º Volume - Fichas das Unidades - Tomo II - Guiné, 1ª edição, Lisboa 2002, págs 40 e 41.
3 - No AHM [, Arquivo Histórico Militar, ] apenas existe 2 ou 3 Docs resumidos que tenho em meu poder e num deles refere que até Maio de 1963 o Comando do BCaç 237 dispusera, praticamente, apenas de um pelotão operacional, o Pel Mort nº 19 do R I 6.
Nesta data já tinha ocorrido ataque a Tite em 23-01-1963 e sobre este ataque apenas há uma Brochura, Tite – Guiné – 1961/62/63 que contém excertos de um trabalho meu, escrita pelo meu amigo e conterrâneo Dr Gabriel Moura, já falecido, que antes de falecer teve o cuidado de recolher informação e que eu acompanhei nessa tarefa, junto dos camaradas do Pel Mort 19 e dos poucos elementos do chamado Bat Caç 237, que nos induz em erro, porque não tem semelhança, nem de longe nem de perto com os Batalhões do meu tempo (1969/71) e não só, que integravam 600 militares ou mais.
4 – Nesse documento, único, no país e em todo o Mundo, o Gabriel relata exaustivamente os acontecimentos do dia 23-01-1963, claro a sua versão e de alguns camaradas e não se refere à presença em Tite do Cor Bessa, no dia seguinte ao ataque, 24-01-1963, omissão que até admito possa ter acontecido, pois nem de tudo nos lembramos.
Sobre estes acontecimentos de alguma forma desenvolvida podem ver o meu Site:
http://www.calosilva-guine.com/, embora eu não tenha transcrito todo o conteúdo da Brochura.
5 – Uma vez que tanto se fala na verdade dos factos, pelo menos, tanto quanto possível próximo da verdade, e uma vez que o nosso camarada José Pinto Ferreira da CCaç 153, que não era uma Companhia do dito BCaç 237, e que infelizmente nem sequer é referida no livro de Fichas do EME acima referido, chegou à Guiné posteriormente ao ataque a Tite, não tendo por isso presenciando o mesmo, agradecia que me informasse qual a fonte verbal ou escrita credível em que fundamenta a sua versão de que o Cor Bessa esteve presente em TITE no dia seguinte ao ataque, 24-01-1963, e teve aquela reacção para com o Maj Pina, Comandante do BCaç 237 (?) até 10-05-63, porquanto constitui um facto importante a juntar ou não à narração feita pelo nosso camarada Gabriel Moura.
Com os meus agradecimentos e um abraço amigo
Carlos Silva
B. Resposta de José Pinto Ferreira:
Data: 20 de Agosto de 2010 18:04
Assunto: Guiné 63/74 - P6866: O nosso livro de visitas (98): José Pinto Ferreira, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, CCS/BCAÇ 237 (Tite, Julho de 1961/ Outubro de 1963): evocando o lendário Cap Curto (CCAÇ 153, Fulacunda, 1961/1963)
Respondendo ao Ponto 5 do Comentário do Dr. Carlos Silva, digo-lhe que a Brochura do falecido Gabriel Moura tambem está na minha posse e tem um contributo, muito modesto, dado por mim à mesa de um café em Gandra, concelho de Paredes, para onde o próprio me desafiou para uma conversa sobre a sua intenção de escrever essa brochura.
Digo ainda ao Dr. Carlos Silva que aquilo que diz no Ponto 5 não corresponde em nada ao que digo na mensagem reproduzida no P6866. Peço-lhe que leia novamente, mas a informação que me pede aí vai:
Quem ouviu o diálogo travado entre os dois Comandantes, o da Guiné e o do BCAÇ 237, fui eu próprio. À exigência do Comandante do 237, o Comandante Militar da Guiné retorquiu em tom mais macio:
- Ó Pina, tu és o Comamdante!
E o Pina responde:
- Eu sei, meu Comandante, mas já não aguento mais.
Pelo que disseram nesse dia, e ou dias seguintes, certo, certo foi que passados 30 dias após o ataque ao Quartel, o IN tentou nova incursão, desta vez tentando incendiar a Messe dos Sargentos, só que a recepção já foi feita com ferramenta pesada, mais condiscente para aquele tipo de visitantes, foi com Auto-Metralhadora, a que os seus manejadores baptizaram de "Conjunto Maria Albertina"
Antes disto não havia nada.
Digo-lhe ainda que nunca pertenci à CCAÇ 153, CORRIGINDO a sua afirmação.
Adeus, Amigo Dr. Carlos Silva.
Sei que é de Gondomar mas reside em Sintra. Já residi nos dois concelhos, em Gondomar na Rua do Monte Crasto, em Sintram em Algueirão-Mem Martins.
Um Abraço
JPF
[Revisão / fixaçãod e texto / bold a cor / título: L.G.]
_________________
Nota de L.G.:
(*) O nosso amigo e camarada Carlos Silva foi Fur Mil Inf, e pertenceu ao CCaç 2548/BCaç 2879 (Jumbembem, 1969/71), é jurista de formação, co-fundador e dirigente da ONGD Ajuda Amiga... É autor da melhor página, na Net sobre o sector de Farim > Guiné 63/74, por Carlos Silva.
1 comentário:
Caros amigos e camaradas
A correção de pormenores e/ou datas e acontecimentos é importante, na medida em que permite dar mais Verdade ao que se relata.
No entanto, sendo isso importante, só é decisvo se se entender que as falhas ou imprecisões são falhas graves que distorcem os relatos, embora seja sempre bom o rigor.
Agora gostava de dar uma palavra ao nosso camarada José Ferreira no sentido de o incentivar a utilizar o tratamento que está consagrado nas regras do nosso Blogue e que é, para aqueles que têm em comum a Guiné, o tratamento pot TU.
Nesse sentido, ao dirigir-se ao camarada Carlos Silva como o "Dr. Carlos Silva", tanto pode ser cerimonioso como a querer marcar distância.
O Carlos Silva é, de facto, advogado. E dos bons!
É conhecida essa sua actual faceta profissional, faz parte do conhecimento geral. O Carlos Silva está ligado a um conjunto de iniciativas que pratica a solidariedade activa e efectiva para com as gentes da Guiné.
Não tenho procuração dele para intervir neste sentido, apenas aproveitei a oportunidade para sublinhar a necessidade de haver tratamento correcto entre nós.
Também é claro que isso deve ser sempre, como em tudo na vida, pautado pelo respeito e cordialidade que deve haver entre homens livres e iguais.
A propósito desta questão quero deixar aqui registado um episódio ocorrido aquando do último Encontro da nossa Tertúlia em Monte Real.
Dirigi-me ao nosso tertuliano A. Martins de Matos dizendo-lhe que estando umas vezes de acordo com alguns dos seus pontos de vista e outras vezes nem por isso, havia no entanto uma questão que me fazia tê-lo em grande consideração e que era o facto de, sendo ele um General e ainda no activo, tinha a coragem de pertencer e intervir no Blogue, mesmo correndo o risco de alguma troca de escritos mais 'azedos'.
E sabem o que respondeu?
Agradeceu os meus comentários e referências e disse: "Eu, aqui no Blogue, não sou o General, sou o Tenente Piloto Aviador da Guiné".
Concordam, camaradas?
Com respeito e elevação é possível conviver neste espaço, de igual para igual, independentemente do posto ou função que tivemos 'na outra encarnação' ou do que actualmente a vida nos permitiu.
Abraço
Hélder S.
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