quarta-feira, 7 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2816: Simpósio de Guileje: Notas Soltas (José Teixeira) (5): Água, fonte de vida para as gentes de Cabedu

Estas fotografias do Zé Teixeira foram tiradas em Cabedu, no dia da inauguração da rede de distribuição de água potável à população. Cabedu fica em pleno Cantanhez, no sector de Bedanda. Tem a sul, a Ilha de Melo. É uma região muito rica em bolanhas, e ainda hoje considerado o celeiro da Guiné-Bissau, para um elemento essencial da alimentação dos guineenses, que é o arroz.

Esta cerimónia decorreu (ou coincidiu) com a visita ao sul dos participantes do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1 a 7 de Março de 2008). O Zé Teixeira (1) integrou um grupo (mais pequeno) de participantes que se deslocou a Cabedu.

Após 35 anos de interrupção, a distribuição de água canalizada foi restabelecida, o que representa para a gente de Cabedu, de maioria nalu, uma melhoria na sua qualidade de vida.

Aos portugueses presentes, os nalus, agora que já têm um poço com água, o que mais pediram foi sementes (!) para agora poderem cultivar as suas terras. Porque não, amigos e camaradas, fazer aqui uma campanha de recolha de sementes para mandar, no próximo verão, através do Pepito, para os nalus de Cabedu? Co-editor CV.


Foto 1 > A felicidade por, ao fim de 35 anos, se passar a dispor de um bem essencial, a água corrente


Foto 2> Houve festa em Cabedu. Chegou o Pepito, o director executivo da AD- Acção para o Desenvolvimento e alguns ex-combatentes brancos... As mulheres nalus puseram os seus melhores trajes


Foto 3> Eu bebi água fresca da torneira... E que bem me soube!


Foto 4> Nota-se a falta de água... e a magia que é um painel solar que alimenta um motor que puxa a água de um poço e que vai abastecer uma aldeia... Vocês não imaginam quanto isto pode representar para estas populações que estão a quase 300 quilómetros de Bissau...


Foto 5> Mulher Nalu em dia de festa


Foto 6> Mais mulheres nalus, uma etnia que, juntamente com os balantas, foi um dos grandes esteios no apoio à luta armada do PAIGC no Cantanhez

Foto 7> O Pepito e a Francisca Quessangue (a ex-enfermeira guerrilheira do PAIGC) em dia de festa para as gentes de Cabedu.


Foto 8> Com água potável, corrente, esta criança do Cabedu tem mais chances de sobreviver e de crescer saudável


Foto 9> Rostos de Cabedu


Foto 10> Restos do Quartel de Cabedu... (2)


Fotos e legendas: © José Teixeira (2008). Direitos reservados.
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Notas do co-editor CV:

(1) Vd. último poste da série>
Guiné 63/74 - P2814: Simpósio de Guileje: Notas Soltas (José Teixeira) (4):Carta ao Idálio Reis, ao Hugo Guerra e aos seus camaradas de Gandembel

(2) Referências a Cabedu no nosso blogue:

15 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2763: Bibliografia de uma guerra (27): A geração do fim e a CCAÇ 555, Cabedu, Cantanhez, 1963/65, do Cap António Ritto (Miguel Ritto)

(...) O Capitão António Ritto esteve a comandar a CCaç 555 em Cabedú, Cantanhez, entre 1963 e 1965. Relata essa experiência num dos capítulos do livro Infantaria - A Geração do Fim (...)

26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2688: Construtores de Gandembel/Balana (1): Op Bola de Bogo, em que participou a CART 1689, a engenharia e outros (Alberto Branquinho)

(...) O nosso camarada Alberto Branquinho foi alferes miliciano na CART 1689 (1967/69), tendo passado por Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá. Ajudou a construir o quartel de Gandembel (...).

12 de Março de 2008 >Guiné 63/74 - P2626: Fórum Guileje (1): E Cameconde ? Cabedu ? E a nossa Marinha ? (Manuel Lema Santos / Jorge Teixeira / Virgínio Briote)

19 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1535: Subsídios para a história da CART 1689, a que pertencia o Belmiro dos Santos João (Vitor Condeço)

(...) "A CART 1689 permaneceu em Catió em actividade de intervenção até ao dia 10 de Junho de 1968, data em que é transferida para Cabedu, onde permanece até 30 de Julho. Nesta data inicia a sua deslocação para Canquelifá, Sector de Nova Lamego, que prossegue em 31 e onde chega às 22h30 do dia 1 de Agosto de 1968" (...).

16 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2443: Pami Na Dono, a Guerrilheira, de Mário Vicente (8) - Parte VII: O prisioneiro Malan é usado como guia (Mário Fitas)

(...) Os três homens riram efusivamente. Mas o alferes baralhou tudo, quando solicitou a Quêba para perguntar se conhecia Caboxanque. Pami, sempre atenta, disse que sim. E aqui começou uma autêntica caça nas perguntas e respostas:
- Quantas vezes esteve no Cafal?
- Diz que passou uma vez lá, quando foi a Cabedu, mas não conhece.
- O que é que os militares fizeram em Flaque Injã?
- Não sabe! Mas ouviu falar que tropa queimou morança e escola. E matou pessoal.
- Ela fazia conversa giro só com militar ou com outro pessoal!? (...)


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