
Mário Beja Santos, ex-Alf Mil Inf
CMDT Pel Caç Nat 52
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 11 de Novembro de 2025:
Queridos amigos,
Foi dia e meio de deslumbramento, deu para saborear tapas, obrigatoriamente o arroz à valenciana, estar longamente especado e a cirandar pela Catedral, uma das maiores do mundo, passear pelos bairros típicos, recordar o Parque María Luísa e a Praça de Espanha; e até aconteceu, face a uma precisão da bexiga, ter pedido para ir aos aseos no Museu de História Natural, acolhido com muita simpatia, não me deixaram sair sem visitar uma exposição sobre a Antártida e o Chile. Creio ter aprendido a lição de que é uma tremenda injustiça passar por Sevilha como visita de médico, estou arrependido e quero voltar depressa.
Um abraço do
Mário
Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (235):
A Sevilha de um viajante apressado, nem pode acudir à Sevilha essencial: La Giralda, o Parque de María Luísa, Torre del Oro e algo mais; a caminho de Granada - 2
Mário Beja Santos
Ninguém me mandou pôr o Rossio na betesga, tive a felicidade de visitar Sevilha em diferentes épocas, basta pensar na Catedral de Santa María, o Museu das Belas Artes, os diferentes Palácios e Igrejas, os imperdíveis Alcazáres Reais, os bairros típicos, como a Triana, os passeios pelas margens do Guadalquivir, as deambulações pelo Parque María Luísa e, sem exagero, passar-se-iam aqui cinco belos dias, incluindo o passeio pela Ilha da Cartuxa, aproveitando para visitar Itálica, a 7Km, os imperadores Trajano e Adriano descendiam de duas famílias nobres aqui residentes. Esta observação só serve para manifestar a minha mágoa, encontrei a Catedral fechada, para desfrutar a contemplação da Capela Maior fui à missa com bispo e um coro triunfal; amedrontei-me com aquela multidão quilométrica que queria entrar nos Alcazáres Reais, e que saudades Deus meu! Aqueles belos palácios e jardins. Tive um cheirinho dos bairros típicos, percorri o Parque de María Luísa e na Praça de Espanha lembrei-me de cenas filmadas do Lawrence da Arábia, um dos filmes épicos de topo. O tempo estava maravilhoso, nunca vi tanto turista em Sevilha, em resumo acho que foi um dia e meio que deram para lavar a alma, cresceu água na boca para voltar depressa. E de autocarro seguiu-se para Granada, a primeira etapa era mesmo a Capela Real, como aconteceu e se contará depois.
La Giralda, 97 metros de altura, começou por ser uma construção almóada (século XII), teve acrescentos no século XVI, lá em cima está uma estátua ao sabor do vento, o Giradillo.
Artéria comercial, saindo de La Giralda, muitos edifícios imponentes, muita traquitana para recuerdo de turista, aqui e acolá os cantores andaluzes oferecem os seus préstimos, cantam a gemer, há para ali toadas embebidas na memória mourisca, pois claro.
A dor em transe, em plena rua, muito estava a sofrer esta jovem de mãos postas, bem mereceu que deixássemos uma recordação em dinheiro.
Palácio de San Telmo, em frente aos jardins de Santa Cristina, é um dos palácios mais belos barroco-sevilhano. A joia do edifício é este portal de três andares. As colunas e as figuras ricamente ornamentadas mantém uma ligação com as ciências e as artes da náutica, emolduram o portal, a varanda central e o frontão. Na arcada descoberta está a estátua do padre Pedro Telmo, adorado pelos navegadores desde o século XVI. Começou por ser academia náutica, aqui viveu a Infanta María Luísa Fernanda, deixou o seu nome ao mais belo parque de Sevilha. É atualmente a sede da presidência da Junta de Andaluzia.
Parque de María Luísa, Praça de Espanha com o Palácio Espanhol. Foi a Infanta María Luísa de Orleães, que cedeu os terrenos para estas construções palatinas e parque. O parque é muitíssimo concorrido, tem superfícies relvadas, sebes, lagos e repuxos, ânforas de cerâmica e monumentos soberanos sevilhanos. A praça de Espanha e a praça da América, que estão integradas no parque, foram construídas por ocasião da Exposição Ibero-Americana em 1929-30. Os pavilhões da exposição dos 20 países participantes (entre eles Portugal) foram conservados até hoje. O Palácio Espanhol, arqueado em semicírculo recorre a vários estilos. As torres angulares recordam a Giralda e apresentam, em geral, elementos de estilo maneirista. A fachada central é barroca e o restante edifício é de estilo renascentista. Um canal, com uma ponte ao estilo de Veneza com um bonito corrimão em cerâmica, serve a curvatura do local. Há diferentes museus aqui, destaca-se o Museu Arqueológico da Província, nele se pode ver o tesouro de El Carambolo, consta de 16 chapas de cinto e toucados, dois broches, duas pulseiras largas e um fio com pendente de ouro maciço, peças em ouro dos séculos VIII e VII a.C.
Tesouro El Carambolo, Museu Arqueológico de Sevilha
A Torre del Oro data do século XIII, está numa margem do rio Guadalquivir, é um dos patrimónios mais visitados em Sevilha. Entre as cerca de 166 torres de defesa da fortificação almóada, a Torre del Oro ocupava uma posição privilegiada. Daqui podia observar-se uma serra com uma outra torre, atualmente destruída, era um sistema para proteger o porto de ataques inimigos. É um edifício dodecagonal, tem algumas janelas e fendas e em cima uma coroa de pináculos piramidais. Sobre a plataforma, eleva-se uma torre mais estreita também dodecagonal com uma lanterna do século XVIII.
Pormenor da Capela Real de Granada
Outro pormenor da Capela Real
Uma belíssima escola corânica (madrassa), perto da Capela Real
Pormenor da cúpula da Capela Real
Um outro ângulo das cúpulas da Capela Real
Uma bela fachada de um edifício perto da Capela Real
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Nota do editor
Último post da série de 13 de dezembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27526: Os nossos seres, saberes e lazeres (713): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (234): A ópera Carmen, de Bizet, a maior igreja gótica do mundo, a Casa Lonja, tudo isto se passa em Sevilha, depois Granada e por fim Córdova - 1 (Mário Beja Santos)













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