Ao fundo, estão o Domingos Maçarico, à esquerda, e o Alfredo Reis, à direita. Em primeiro plano, está o António Moreira, à esquerda, e o António Marques Lopes, à direita.
Os quatro são membros da nossa Tabanca Grande, o que, salvo erro, é caso único: a CART 1690 é a única a "fazer o pleno" em matéria de alferes milicianos, inscritos formalmente na lista dos amigos e camaradas da Guiné, que se sentam à sombra do nosso poilão.
Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto (e legenda): © A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Data: sábado, 13/07/2019 à(s) 11:33
Assunto: correcção
Caríssimo amigo Luís Graça
Tenho lido, sempre que se referem a mim, que sou de Artilharia. Calculo que será porque estive na CART1690. Mas não sou, sou, sim, de Infantaria.
Assunto: correcção
Caríssimo amigo Luís Graça
Tenho lido, sempre que se referem a mim, que sou de Artilharia. Calculo que será porque estive na CART1690. Mas não sou, sou, sim, de Infantaria.
Estive na EPI no chamado 1º Ciclo do COM, era, digamos, a recruta. Depois dele, os chamados cadetes eram enviados para a Escola Prática de Artilharia (EPA), em Vendas Novas, para a Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém. Havia alguns que iam para Lamego para os Comandos, alguns para Santa Margarida para paraquedistas e outros, os felizardos com cunhas, para a Administração Militar.
E aqueles (no meu curso, foi a maioria) que continuavam em Mafra, na EPI, para tirar a especialidade de Atiradores de Infantaria, e outros, menos, que tiraram de Armas Pesadas ou de Reconhecimento de Infantaria. Era o chamado 2º Ciclo do COM.
No meu caso estive sempre em Mafra, tive em ambos os Ciclos (foram cerca de 6 meses) o mesmo instrutor, o então tenente Chung Su-sing (actualmente Coronel Comando reformado, infelizmente agora sofrendo de alzheimer). E saí de lá com a especialidade de Atirador de Infantaria.
O que sucedia é que cada Arma, durante a guerra colonial, era encarregada de formar companhias para actuarem no terreno. Os comandantes dessas companhias tinham de ser, obviamente, da Arma, mas os alferes não. Foi o caso da CART1690: o capitão Guimarães era de Artilharia mas os quatro alferes eram de Infantaria.
Não há problema nenhum, é claro, mas penso que de futuro será melhor pôr como é: que eu sou de infantaria.
Abraço
ML
O que sucedia é que cada Arma, durante a guerra colonial, era encarregada de formar companhias para actuarem no terreno. Os comandantes dessas companhias tinham de ser, obviamente, da Arma, mas os alferes não. Foi o caso da CART1690: o capitão Guimarães era de Artilharia mas os quatro alferes eram de Infantaria.
Não há problema nenhum, é claro, mas penso que de futuro será melhor pôr como é: que eu sou de infantaria.
Abraço
ML
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Nota do editor:
9 comentários:
António, acho que desde o princípio sempre foste devidamente tratado como "!infante", um bravo "ibfante"... Não sei porquê, talvez por estares numa CART, promovi-te, um dia,a "artilheiro"...E, claro, à força de repetição, a "mentira" ficou...
Fica corrigida a tua ficha. Para a nossa história com h pequneno...
De qualquer modo, eu não sei distinguir entre o atirador de infantaria e o de artilharia...Talvez tu possas dizer-nos algo mais... Ou vir algum artileiro em nosso socorro...
Do António Aleixo aqui ficam, como pequena "reparação" filosófico-moral", algunas quadras, tendo como tema a verdade, a mentira e a franqueza...
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
Mentiu com habilidade,
fez quantas mentiras quis;
agora fala verdade
ninguém crê no que ele diz.
Gosto do preto no branco,
como costumam dizer:
antes perder por ser franco
que ganhar por não ser.
Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!
António Aleixo, "Este Livro que vos deixo" (1969)
Cortesia de:
Cultura FM 103.3{Brasil]
http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/antonio-aleixo-quadras-da-mentira-e-da-verdade
O lapso (, nºao foi mentira intencional, manipulaçºao, como acontece muito, hoje em dia, nas redes sociais, na comunicação social, na política mas também em ciêmcia...) é imputável aos editores do blogue, e em especial a mim...
Mesmo assim, atirador de infantaria estava cá em baixo na escala de "status" castrense... Ninguém queria ser atirador de infantaria... Claro, depois na Guiné, era tudo "tropa-macaca"...
Um abraço ao Marques Lopes, por esta "prova de vida".
Portugal, e em especial o Exército, nunca se adaptou à realidade da guerra que se travou.
Em 1960, a orgânica dos Batalhões e Companhias, ainda tinha uma Companhia ou Pelotão, de Armas Pesadas. Era a "continuação" da orgânica usada em 1917.
As funções da Infantaria, Artilharia e Cavalaria estavam bem definidas nas Ordens de Batalha, pelo que o número de infantes era superior ao das outras armas. Até as subunidades que naquelas armas "equivalem" às de infantaria, tem um número menor de militares (Esquadrão, Grupo, Bataria, etc).
Os próprios Infantes "mudaram de nome" e passaram-se a chamar-se Caçadores, termo usado para designar algumas unidades, mais ligeiras, no tempo das Invasões Francesas. Ainda houve "Pelotões de Infantaria", na Guiné só houve um, mas que foram substituídos pelos "Pelotões de Caçadores Nativos".
Para "equilibrar" a FUNÇÃO e o NOME, as Unidades de Artilharia e Cavalaria que actuavam como a Infantaria, eram UNIDADES, TIPO CAÇADORES.
Zé Martins
Quando estive na EPA, em Vendas Novas, ouvia: Atenção Bataria!
Mas, o dicionário da Porto Editora remete-nos para Bateria.
Quanto ao resto, julgo que o Pereira da Costa nos explicará haver Batalhões de
Artilharia com 'Atiradores de Artilharia'.
Lembro-me do velhote Manel Raínho, meu conhecido, que esteve na 1ª. Guerra Mundial,
quando lhe disse que era de Artilharia, ele me ter dito: de Artilharia? tão magricelas, pois é eles agora aproveitam de tudo.
Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz
Em relação ao comentário do teu/nosso camarada Manel Rainho, devia estar a referir-se aos "serventes de artilharia", pois eram elas que, em braços, transportavam as munições de artilharia e as introduziam nas peças,
Quanto ao "atiradores das diversas armas" eles proliferavam nas diversas unidades. Na minha CCaç 5 havia atiradores de artilharia, cavalaria e infantaria.
Como se dizia: tudo ao molho e fé em Deus.
Mas nos Pelotões de Artilharia, que eram todos do GAC 7, eram especialistas de artilharia.
A
Abraço
Zé, isto é trabalho para ti que sabes destas coisas castrenses...
Seria interessse recolher, de maneira sistemática e exaustiva, os "esterótipos" que há nas armas das forças armadas (exército, marinha, força aérea), entre as diferenças especialidades (infantaria, cavalaria, artilharia), entre a "tropa especial" e a "tropa macaca", entre operacionais e não operacionais... No fundo, a maneira como nos vemos e tratamos os "outros"... Há uma hierarquia de "status", de "prestígio", etc. Ou Havi,a no nosso tempo.
Oh!, pá, isto dava uma tese de doutoramento!...
É efectivamente um tema que dá pano para mangas.
Mas, ultimamente, tenho-me debruçado sobre os CAPELÃES.^
Pelo que tenho lido (ainda hoje estive na Biblioteca Nacional a consultar + livros), dá-me a sensação que há MUITAS CULPAS NO CARTÓRIO, quer do governo de então, que desapareceu, quer da igreja que AINDA hoje existe.
Não era minha intenção provocar tantas explicações. Só pedi uma correcção, nem pensando que publicassem o que escrevi. Mas tá bem, vivam os artilheiros, cavaleiros e infantes!
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