1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Fevereiro de 2019:
Queridos amigos,
O viandante hesitou se deveria começar a manhã num local icónico, jamais aqui referido, o Centro Belga da Banda-Desenhada, a Bélgica é uma das principais potências mundiais desta arte, foi em 1929 que apareceu Tintin, mais tarde Edgard Jacobs com Blake and Mortimer, Willy Vandersteen com Bob e Bobette, o jornal Spirou, etc. Fica para a próxima.
Decidiu-se a contemplação da Grand-Place que permite a visita ao edifício camarário, muito belo e a Maison du Roi com património valiosíssimo. Dali seguiu-se para Namur, um almoço aconchegado, com vitualhas típicas, esplêndidos queijos e um Bordéus insuperável, toca de passear pela floresta, a pôr a escrita em dia, a lembrar outras férias, outros passeios, muitas exposições em comum com a adorada Nelly Alter.
Era um dia social, meteu visita a casa de uma grande amiga em Anderlecht, houve uma sessão de histórias para duas crianças, que maravilha. E amanhã volta-se ao parque do Cinquentenário, é imperioso rever um recheio soberbo que não se visita há mais de 10 anos.
Um abraço do
Mário
Na Bélgica, para rever e para descobrir o nunca visto (5)
Beja Santos
O viandante caminha para a Grand-Place, estamos no coração histórico de Bruxelas, um dos mais belos conjuntos arquitetónicos de toda a Europa, haja a opinião que houver de Bruxelas como destino turístico excelente. Aí pelos séculos XIII e XIV a praça era constituída por casas patrícias, então apareceu o edifício municipal com a sua extraordinária torre, aos poucos as diferentes corporações destronaram as casas patrícias e surgiram edifícios de prestígio emblemáticos. O bombardeamento francês de 1695 destruiu quase completamente este primeiro complexo. Posteriormente, deu-se a renovação do edifício da Câmara Municipal, das casas das corporações com toda a sua riqueza e variedade das fachadas barrocas, douradas e com esculturas, encimadas pelos diferentes emblemas das corporações. A praça é de uma grande homogeneidade, e o seu equilíbrio também é devido à correção da escala, ao próprio contraponto entre o edifício municipal com a flecha de 96 metros onde está a estátua de S. Miguel contrapondo com a Maison du Roi, que alberga o Museu da Cidade de Bruxelas e as suas preciosidades em pintura, escultura, ourivesaria e outras artes decorativas. É uma fruição interminável, sempre que pode o viandante aqui anda a contemplar, e quarenta anos depois há segredos que se revelam.
Quem diz Grand-Place diz Gare Centrale, lugar que para o viandante é sinónimo de comboio até Namur, uma grande amiga organizou almoço e passeata. Toca de a homenagear, o viandante conhece este quadro de uma pintora russa, Veneza ao Luar, contempla-o com satisfação, põem-se à mesa, conversa-se imenso, há imensos projetos a desfiar, promessas de viagens, e depois partem, vão deambular por florestas, a Valónia é um portento de maciços verdes.
Regresso de Namur, à noitinha viandante e amigos encontram-se em Anderlecht, um dos bairros mais populosos de Bruxelas, nova visita, a dona da casa tem dois meninos que amam histórias de encantar, impossível não reter a imagem de André Cornerotte a falar de duendes, estrelas e raios de luz que perpassam pelas florestas, as duas crianças escutam-no atentamente, a avó não se intromete, tal o poder encantatório de tudo quanto para ali se narra em voz ciciante e gesticulação bem a propósito. E o viandante olhou para a luz e igualmente se deslumbrou com os efeitos óticos, toca de os registar. Mais um dia feliz em Bruxelas, amanhã regressa-se ao Parque do Cinquentenário.
O Parque do Cinquentenário é um sinal da velha opulência graças aos senhores do Congo: monumento e zona de respiração citadina, trinta hectares na forma de um pentágono, com os edifícios da Comissão Europeia e do Parlamento bem perto, é por aqui que amanhã o viandante deambulará, visita a um museu, passeio pelos jardins, depois.
(continua)
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Notas do editor
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Último poste da série de 13 de julho de 2019 > Guiné 61/74 - P19975: Os nossos seres, saberes e lazeres (339): Excertos do "meu diário secreto, ainda inédito, escrito na China, entre 1977 e 1983" (António Graça de Abreu) - Parte XI: A grande muralha, Pequim, 2 de julho de 1980
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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