1. Lançamento de livro de memórias e retrato de um padre [Francisco Nuno Oliveira Rodrigues, 1934 - 1989] que ensinava Religião e Moral numa atitude nova e desafiante para os tempos de sombra que se viviam com o Marcelismo. Por isso, é perseguido pela PIDE e é expulso do liceu [, em Santarém,] onde ensinava e convidava os jovens para o “Tempo Novo”.
Autores: Natália Rodrigues (Coord.), Carlos Figueira, Emília Galego, Jorge Custódio e José Ermitão
Edição de Autor, junho 2019. Preço de capa: 20 euros
Inscrições obrigatórias e mediante os lugares existentes.
Por favor confirme a sua presença para:
mail: info@museudoaljube.pt
ou telef: (+351) 215 818 535.
Elétrico 12
Elétrico 28
Autocarro 737
Metro – Estações da Baixa Chiado e Terreiro do Paço
Apresentação de Jorge Custódio, Emília Galego e Natália Rodrigues, seguida de um Porto de Honra.
Participação musical de Francisco Fanhais
Inscrições obrigatórias e mediante os lugares existentes.
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Museu do Aljube, Resistência e Liberdade
Rua de Augusto Rosa, 42 • 1100-059 LisboaElétrico 12
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Padre Nuno / Xico Nuno. Cortesia do jornal Comércio & Notícias, de Rio Maior.
2. Nota biográfica sobre o Padre Nuno / Xico Nuno(1934-1989):
(i) Francisco Nuno Oliveira Rodrigues, natural da Mata, freguesia da Chancelaria, concelho de Torres Novas;
(ii) nasce a 14 de março de 1934;
(iii) ingressa no Seminário de Santarém aos 11 anos e continua a sua formação sacerdotal nos Seminários de Almada e Olivais, sendo ordenado sacerdote a 15 de agosto de 1957;
(iv) a 1 de setembro celebra a Missa Nova, na sua aldeia natal;
(v) é nomeado para professor e prefeito no Seminário de Santarém, onde inicia funções a 1 de outubro de 1957;
(vi) aqui desenvolve com os jovens seminaristas vários desafios na área da música, teatro e desporto:
(vii) com uma vertente artística muito marcada pinta algumas obras que expõe, de forma individual e coletiva na cidade;
(viii) excelente caricaturista, deixa um grande espólio na área do desenho;
(ix) torna-se sócio do Cine Clube de Santarém, criando uma forte amizade com o seu presidente Manuel Alves Castela;
(x) participa em vários serões musicais e tertúlias com os intelectuais da cidade;
(xi) em setembro de 1963 é nomeado professor de Religião e Moral do Liceu Nacional de Santarém, ficando também com a responsabilidade dos Colégios Andaluz e Sª. Margarida, a Mocidade Portuguesa, a JEC (juventude escolar católica) do liceu;
(xii) preocupado com a Juventude dinamiza, com os jovens estudantes das escolas da cidade, o NATAL DO ESTUDANTE, que na época foi uma autêntica revolução;
(xiii) no primeiro ano o espectáculo é apresentado no Ginásio do Seminário e posteriormente no pavilhão da FNAT, no campo da Feira do Ribatejo e por fim no Teatro Rosa Damasceno: os espetáculos são sempre um verdadeiro sucesso, trazendo para os mesmos, artistas conhecidos na época e apresentadores como Fernando Correia e A Orquestra da então Emissora Nacional;
(xiv) cria e dinamiza o SCOJ (Secretariado Cristão dos Organismos Juvenis), um andar que aluga e que serve de apoio aos jovens que ali podem estudar, conviver e mais tarde se torna Lar para Estudantes;
(xv) rapidamente cria um pequeno jornal para divulgar o que se faz na casa a que chama também 2 SCOJ; este serve de comunicação para a juventude da cidade e para os que já seguiram para as Universidades e para a guerra colonial;
(xvi) organiza na casa debates onde são abordados temas tabu para a época, nomeadamente Educação Sexual;
(xvii) o jornal está aberto a todos os que quiserem colaborar, sendo um meio onde os jovens expressam, não só a sua criatividade como expõem as suas dúvida e Padre Nuno está sempre disponível para os ouvir e aconselhar;
(xviii) organiza diversas excursões a Lisboa, para assistir a peças de teatro, ópera e exposições que posteriormente servem para tema de debates nas aulas de Religião e Moral;
(xix) é Vice-Presidente da Associação Académica de Santarém;
(xx) organiza torneios de futebol entre escolas da cidade assim como entre professores do liceu e do seminário;
(xxi) para além das excursões a Lisboa, organiza também excursões a Espanha em 1964 e 69, a Torre de Molinos, Sevilha e Madrid;
(xxii) participa em reuniões da Oposição em 1969;
(xxiii) perseguido pela PIDE é expulso do Liceu, no fim do 2º período, sendo então encerrado o SCOJ (jornal e casa/Lar de estudantes);
(xxiv) de 1970 a 1974 é colocado, por pequenos períodos, no STELLA MARIS (Organização da Igreja Católica para apoio aos tripulantes dos navios mercantes e pescadores), Paróquia da Ajuda em Lisboa e Externato Diocesano Frei Luís de Sousa em Almada;
(xxv) em 1975 pede a redução ao estado laical e casa com uma sua ex-aluna do liceu de Santarém, numa cerimónia religiosa;
(xxvi) de 1975 a 1982 vive e trabalha em Torres Novas onde é professor na atual Escola Maria Lamas;
(xxvii) em abril de 1976 funda um jornal A FORJA do qual é diretor até setembro de 1982;
(xxviii) em setembro de 1982, por razões de ordem familiar, ruma a Setúbal, sendo colocado como professor de Português e Latim na actual Escola Sebastião da Gama;
(xxix) membro ativo do MDP (Movimento Democrático Português) tem uma intensa atividade política, sendo membro da sua Comissão Nacional;
(xxx) a sua atividade cultural não se resume às diversas atividades que desenvolve com os alunos, como o Festival de teatro com as escolas da cidade, a Semana da Cultura e Língua Portuguesa, o 30º Aniversário do edifício da Escola Sebastião da Gama, O Centenário do Ensino Industrial em Setúbal.
(xxxi) dinamiza e participa como ilustrador de livros de poesia de poetas setubalenses;
(xxxii) no verão de 1989 adoece: o diagnóstico é Leucemia Aguda. Tenta-se o transplante de medula em Londres o que, infelizmente, não acontece e vem a falecer em Inglaterra a 10 de novembro de 1989, aos 55 anos;
(xxxiii) o velório é feito no ginásio da Escola Sebastião da Gama;
(xxxiv) várias têm sido as homenagens realizadas por ex-alunos, amigos e colegas de diferentes locais por onde passou, nomeadamente Mata, Setúbal e Santarém.
(xxxv) a homenagem, este ano será o lançamento de um livro [, acima referido,] sobre o seu percurso de vida, com testemunhos de antigos alunos, colegas e amigos dos diversos locais por onde passou.
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Nota do editor:
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