domingo, 10 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23419: O consulado do general Bettencourt Rodrigues (1): "Trocar sangue por suor": a famosa "diretiva para a diminuição das vulnerabilidades", de 21/10/1973


Guiné >Região do Gabu > Boé > Madina do Boé > 16 de novembro de 1973 > O jornalista alemão, da Reuters, Joachim Raffelberg, e o gen Bettencourt Rodrigues, governador-geral e com-chefe que substituiu o carismático gen António Spínola. (Nomeado para o cargo, em 25/8/1973,  só chegou ao CTIG em 21/9/1973, três dias antes da proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau; em 16 de novembro de 1973, fa5ria uma  visita-relâmpago à antiga Madina do Boé, no âmbito da Op Leopardo, 15-17 nov 1973 )

Fonte: Página do Facebook de J. Raffelber, Raffelnews, Álbum Madina do Boe, 29 de janeiro de 2018 (cm a devida vénia)

1. Em 25 de Agosto de 1973 foi nomeado para os cargos de Cmdt-Chefe das Forças Armadas da Guiné  e de Governador da Guiné, o General José Manuel Bethencourt (ou Bettencourt) Conceição Rodrigues (1918-2011),  em substituição do General António Sebastião Ribeiro de Spínola (1910-1992), que terminou a sua  comissão de serviço  nesse data. (Já estava, de resto, de licença de férias no Continente desde o dia 6 de agosto.).

Bettencourt Rodrigues chegou ao CTIG numa altura em que já era pública e notória a degradação da situação político-militar. Deve ter aceite, contrariado, o presente envenenado que o Marcelo lhe deu... Tinha sido ministro do Exército (1968-1970), e chegava de Angola, onde fora comandante da Zona Militar Leste (1971-1973).

Com uma brilhante folha de serviço, e talvez o melhor general disponível no ativo para substituir o carismático gen Spínola, Bettencourt Rodrigues aceitou os riscos da estratégia do governo de Marcelo Caetano que era, em última análise, resistir até à exaustão de meios e deixar cair a Guiné se tal fosse preciso, mas nunca negociar com o PAIGC... Será exonerado do cargo na sequência do golpe de de estado do Movimento das Forças Armadas em 25 de Abril de 1974. (No nosso blogue tem 55 referências.)

Nos últimos três meses do ano de 1973,  o novo Com-Chefe publicou três Directivas, a primeira das quais, a 21 de outubro, a "Directiva para a diminuicão das vulnerabilidades". Não tem número.

Reproduz-se aqui o excerto publicado da CECA (2015), pp. 286-288. Numa primeira leitura, fica-se com a ideia que esta diretiva é ditada pelos ensinamentos colhidos dos acontecimentos mais recentes, ocorridos no 1º semestre  de 1973, e em especial a chamada "batalha dos 3 G" (Guidaje, Guileje e Gadamael); por outro lado, identificam-se algumas das "vulnerabilidades" mais conhecidas das NT no TO da Guiné, como o deficiente treino e preparação, a indisciplina de fogo, o laxismo, a rotina, o cansaço, etc. É difícil de saber se, no terreno, houve melhoria de alguns destes "pontos fracos" durante o curto consulado de Bettencourt Rodrigues...Mas alguns dos camaradas que serviram no CTIG sob o comando do gen Bettencourt Rodrigues  poderão elucidar-nos melhor.

2. Directiva do Com-Chefe,  de 21 de outubro de 1973 > Determina às Forças Armadas da Guiné que adoptem medidas tendentes à diminuição dos efeitos causados pela acção do lN sobre as nossas forças.

Transcreve-se a "Execução":

"a. Com vista ao cumprimento desta missão impõe-se:

(1) preparar as Unidades, a todos os níveis de Comando, para, face às possibilidades lN esboçadas, conseguir uma "diminuição de vulnerabilidades";

(2) estudar e adoptar, a todos os níveis de Comando, as medidas mais adequadas e velar exaustivamente pelo seu rigoroso cumprimento;

(3) responsabilizar todos os escalões de comando pelo estabelecimento de medidas convenientes, pela orientação das Unidades e pela fiscalização da execução, com vigor e com rigor;

(4) não aceitar desculpas como o calor, o cansaço do pessoal, o tempo de comissão, o desembaraço criado pela veterania e a incomodidade do esforço físico porque está em causa "a troca de sangue por suor".

b. Os Comandos do TO, a todos os níveis, adoptam todas as medidas convenientes, de entre as quais se indicam aquelas cuja adopção se considera imprescindível:

(1) Manter abertos os itinerários da respectiva ZA que permitam a ligação a Unidades vizinhas e, através dos quais, se possam executar reabastecimentos normais e de emergência e deslocamentos de
forças para apoio mútuo e reforço de localidades ameaçadas.

Com esta finalidade, toma-se necessário:

  • a desmatação de itinerários de molde a dificultar a montagem de emboscadas lN;
  • a realização de patrulhamentos frequentes para impedir a implantação de minas e para detectar e neutralizar as existentes;
  • a montagem de emboscadas e de minas e armadilhas nos trilhos de acesso às vias de comunicação e nos locais mais propícios a emboscadas lN.

(2) Treinar as tropas na reacção a emboscadas lN.

(3) Assegurar a defesa e segurança das pistas e heliportos de molde a mantê-las em permanente estado de utilização.

(4) Executar acções dinâmicas que criem insegurança e intranquilidade ao lN.

(5) Eliminar todas as rotinas que possam dar vantagens ao lN.

(6) Verificar a instrução de tiro do pessoal (1 cartucho por homem serve para detectar maus atiradores) e treinar os menos aptos.

(7) Mentalizar permanentemente o pessoal quanto à necessidade de disciplina de fogo. O consumo exagerado de munições denuncia nervosismo, baixo moral e deficiente nível de instrução e pode
colocar as tropas perante a necessidade dum reabastecimento urgente, nem sempre possível.

(8) Estudar e ensaiar medidas de reacção dinâmica que devem ser procuradas com o maior interesse e executadas com a máxima agressividade.

(9) Aperfeiçoar todos os procedimentos para pedidos de apoio, de molde a que estes possam ser feitos de maneira eficiente e em tempo útil. Salientam-se os referentes a apoio de fogos da Força Aérea e de Artilharia e aos transportes de evacuação (TEV).

(10) Rever os "planos de defesa" de aquartelamentos e localidades, de forma a aperfeiçoar os dispositivos de defesa imediata, bem como os sistemas de apoio mútuo, quer pelo fogo quer pela
manobra.

(11) Melhorar a organização do terreno quer em abrigos, quer em trincheiras ou locais de combate, para fazer face à hipótese de tentativas de abordagem e assalto.

(12) Assegurar a defesa afastada dos aquartelamentos e localidades por meio de: 
  • patrulhamentos e emboscadas frequentes nas possíveis bases de fogo lN e nos itinerários que a elas dão acesso;
  • implantação de minas e armadilhas nas bases de fogos lN e nos itinerários que a elas dão acesso;
  • elaboração de planos de fogos perfeitamente adaptados às realidades.

(13) Treinar os "planos de defesa" de aquartelamentos e localidades, pela execução de frequentes "exercícios de alarme", de dia e de noite, promovendo imediatamente as necessárias correcções.

(14) Proteger as populações.

(15) Intensificar o serviço de informações e o rigor de medidas de contra- informação.

(16) Assegurar uma efectiva e eficiente acção de comando, em todas as situações de modo que a tropa se encontre sempre convenientemente enquadrada.

(17) Dispor de uma reserva pronta a sair com prévio alerta, com vista a actuar contra  grupo lN detectado ou a socorrer uma Unidade vizinha. [... ]"


Fonte: Excertos de: Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro III; 1.ª Edição; Lisboa (2015), pp. 286-288. (Com a devida vénia...)

[ Seleção / adaptação / revisão / fixação de texto / negritos e itálicos, para efeitos de publicação deste poste no blogue: L.G.]

17 comentários:

Victor Costa disse...

Obrigado Luís, por este post, que aborda os últimos meses da Guerra.
Sem dúvida que esta Directiva do Comando-Chefe do ponto de vista militar estava certa. O seu erro foi aceitar a estratégia do Governo de resistir até à exaustão dos meios e deixar cair a Guiné, mas nunca negociar com o PAIGC e pensar que a "carne para canhão" das NT estava disponível para tudo, como na Índia e aqui, ele estava redondamente errado. De facto o que ficou aberto foi o caminho para o golpe de Estado do 25 de Abril. Por outro lado, não sei como é que ele iria resolver o problema da falta de preparação militar da nossa Tropa que já vinha da Metrópole e esse não era um problema político. Este é um tema que também gostava de abordar sobre a minha experiência na C.Caç.4541 mas que dá pano para mangas.
Um abraço,
Victor Costa, Ex.Fur. Mil.At.Inf.

Anónimo disse...

As poesias dos….fins-de-impérios!

Um abraço do JBelo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

"Sangue, suor e lágrimas"... Ou lágrimas, suor e sangue... A ordem dos factores é arbitrária. Lágrimas de suor e sangue... Em todas as guerras, a vida do combatente resume-se a isso. Exigiram-nos que déssemos o litro. E o general que nem sequer os mísseis terra-ar americanos trouxe consigo (o Rui Patrício bem os pediu ao Kiss ingerir...) exige aos "piras" que dêem o litro e meio...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Gralha: Kissinger... Ainda se lembram ?

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A última vez que eu passei pela carreira de tiro, foi em junho/Julho de 1969, no CIM de Contuboel, dando instrução de especialidade a filhos de camponeses fulas arrancados das suas tabancas e da sombra protectora dos seus poilões... E que, depois no mato só sabiam usar a G3 em posição automática...

Disciplina de fogo ? O que vale é que os balantas do outro lado ainda descarregavam mais depressa os carregadores das Kalash e das "costureirinhas"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A desmatação de itinerários exigia um exército de "cantoneiros" de catana na mão... Ora o Spínola acabou, e muito bem, com o trabalho forçado... Será que o senhor general sabia o que era "capinar" ? Uma coisa que exigia milhares de braços e que não se podia fazer sentado a uma secretária...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

...Mas na Madeira e no Algarve já havia campos de golfe e máquinas de cortar relva...

Valdemar Silva disse...

" Treinar os "planos de defesa" de aquartelamentos e localidades, pela execução de frequentes "exercícios de alarme", de dia e de noite, promovendo imediatamente as necessárias correcções".

Esta era para rir.
E os "exercícios de alarme" eram feitos como? Talvez para poupar munições gritava-se PUM!PUM!PUM!. Á noite devia ser interessante e então com o IN a aproveitar o "exercício" devia ser do caraças.
Exercícios de alarme com dez anos de guerra no lombo, era para rir. Então não haveria melhor que "exercício de alarme" que a própria guerra de todos os dias?
Aquelas "Directivas" eram para se aplicar em manobras militares em Santa Margarida.

Provavelmente o Raul Solnado arranjou argumento para mais uma "História da minha ida à guerra" com aquela ideia da poupança de munições.
E o nosso poeta Tino tem aqui material para mais umas quadras populares.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

p.s. em 21/10/1973 talvez o General fosse informado 'isto é por mais uns mesinhos e agora é só para passar o tempo'.

Valdemar Silva disse...

Queria dizer, ...o nosso poeta Bino...

Valdemar Queiroz

Cherno Baldé disse...

Caros amigos,

Uma vez, numa das sessões de formação sobre a manutenção rodoviária que fazíamos aos técnicos no Ministério das obras públicas, não resisti a interpelar ao formador português perguntando-lhe se aquilo que ele estava a ensinar não era o "B-A=BA" do ofício que todos já deveriam ter sabido.

Também aqui, existe a tentação de dizer que tropa que é tropa deveria conhecer estes princípios básicos, sem necessidade de uma diretiva especial e, ainda em 1974.
Pelo menos, que eu saiba, era o pão de cada dia dos operacionais das companhias até 1969, de tal modo que no mato, tínhamos dificuldade em conhecer os elementos dos pelotões em constante movimento de operações e nomadizacao que até dava pena. Estou a pensar, em especial, as companhias que passaram por Fajonquito de 1964 à 1969.


Com um abraço amigo,

Cherno Baldé

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Exigiram-nos que déssemos o litro. E pró fim o litro e meio... Nem Marcelo nem Bettencourt Rodrigues foram líderes suficientemente capazes de nos motivar para morrer, pela Pátria, até ao último homem, até à última gota de sangue, naquela terra verde-rubra que amávamos mas que, apesar de tudo, não era o nosso Minho, os nossos Trás-os-Montes, o nosso Douro Litoral, as nossas Beiras, o nosso Ribatejo, o nosso Alentejo, o nosso Algarve, a nossa Madeira, os nossos Açores...

Um homem não morre, na guerra, por uma ideia abstracta de pátria, mas pelos seus, que lhe estão mais próximos, a família, os vizinhos, os conterrâneos, os amigos, os concidadãos, a sua casa, a sua terra, a sua praia, a sua língua... e desde que tenha a consciência e a convicção que há uma rectaguarda que não tem dúvidas, que é inabalável, e que tem esperança no futuro...

Em 1973, muitos de nós, portugueses, tínhamos dúvidas, púnhamos em causa a legitimidade do regime político de Salazar-Caetano, parido, criado e mantido em ditadura...durante quase meio século...

Bettencourt Rodrigues não se deu sequer ao trabalho de aprender com o melhor e o pior do seu antecessor...A diretiva para a diminuição das vulnerabilidades parece, aos olhos de hoje, um exercício para meninos escoteiros... É que o que se pode depreender dos comentários até agora saíram (nesta que é a montra traseira do nosso blogue)... Mas o nosso pluralismo admite outras "leituras"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Por um lado, os donos do Terreiro do Paço elogiavam, no 10 de Junho, "Dia de Camões, de Portugal e da Raça" (sic), o soldado português, que era "o melhor do mundo", blá-blá, e depois na Guiné os combatentes, no terreno, e nomeadamente os das unidafdes de quadrícula, eram tratados como "tropa-macaca", "bandos, que estavam atrás do arame farpado" (sic), etc....

Esta última expressão, no mínimo infeliz, é a autoria no general na reforma Almeida Bruno, antigo ajudante de campo de Spínola e primeiro comandante do Batalhão de Comandos Africanos... É um excerto do seu depoimento,é verdade, não sabemos o que é que o jornalista cortou...

Os nossos leitores, os mais velhos, devem Lembrar-se,,, Foi dito no programa da RTP1, "A Guerra", II Série, realizado pelo jornalista Joaquim Furtado, no episódio que foi para o ar no dia 25 de março de 2008... (As reacções, aqui no blogue, não se fizeram esperar...)

(...) "Eu digo-lhe com toda a franqueza, sem qualquer crítica aos meus camaradas, mas esta é a verdade e a verdade tem de se dizer. A maioria esmagadora eram BANDOS, que estavam atrás do arame farpado, à espera que o inimigo atacasse para se defenderem. Havia muito pouca iniciativa, com excepção, como lhe disse, dos pára-quedistas e dos fuzileiros, isso de facto, esses nunca perderam, nunca perderam o rumo". (...)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/03/guine-6374-p4089-guerra-ii-sjorge.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A propósito da Op Cabeça Rapada, escreveu o muito querido e saudoso Torcato Mendonça (ex-alf mil, CART 2339, Mansambo, 1968/69):

(---) "Operação Cabeça Rapada: uma mente, com um QI superior, resolveu juntar talvez milhares de africanos e capinar, limpar toda a vegetação, de ambos os lados da estrada Bambadinca/Mansambo, nos locais onde o IN atacava com mais frequência. Talvez 20 a 50 metros de cada lado.

A madeira cortada ficou empilhada na zona final do corte. Resultado: fizeram abrigos para o IN e limpámos-lhe o campo de tiro.

Palavras para quê? Eram artistas portugueses.

Atenção junto a aquartelamentos e em determinadas zonas foi positivo." (...)


9 DE JANEIRO DE 2020
Guiné 61/74 - P20541: Questões politicamente (in)correctas (48): Op Cabeça Rapada I, II, III e IV, no setor L1 (Bambadinca), março-maio de 1969: mobilizados milhares de civis, recrutados pela administração do concelho de Bafatá... Não sabemos se foram "voluntários" e "devidamente remunerados"... (Luís Graça / Torcato Mendonça / Albano Gomes / Carlos Marques Santos)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2020/01/guine-6174-p20541-questoes.html

Valdemar Silva disse...

Fez ontem 55 anos que entrei para a tropa.
Eu o Cândido Cunha entramos da parte da tarde no Destacamento da EPC em Santarém.
Tinha 22 anos feitos e regressei da tropa com quase 26 anos. Por acaso já tinha emprego certo, as empresas eram obrigadas a manter no Quadro de Pessoal os trabalhadores a prestar serviço militar.
Mas, quantos milhares de jovens ficaram a "patinar" no início da sua vida profissional por terem de ir para a tropa e depois para a guerra?
País do caraças que obrigava os jovens a ir para a tropa e para a guerra em vez de os utilizar no desenvolvimento do País.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

Manuel Luís Lomba disse...

A Directiva do Com-chefe, se reproduz a cartilha militar, também indicia que algo de novo iria acontecer.
A resposta do Marcelo ao Spínola, de preferir a derrota militar à negociação com o PAIGC, ocorreu no contexto da pressão exponencial do general pela abertura a essa negociação e de o "libertar" da Guiné - "derrubado" pelo reporte do general Costa Gomes, "a Guiné é defensável"...
O general Bethencourt assumiu a Guiné respaldado no fornecimento confirmado de aviões Mirage, de mísseis Cottard e Red Eye, propostos e previstos pelo Secretário de Estado da Aeronáutica, em 1969 - e por perfilhar a estratégia do Chefe do Estado-Maior General, do ajuste do dispositivo militar, focado na retracção das quadrículas fronteiriças, para dar batalha em profundidade ao inimigo, sem o condicionamento das fronteiras e colisão com o Direito internacional. A Ucrânia enfrenta idêntico condicionamento.
Salvo erro ou melhor opinião, o dispositivo militar da Guiné era clássico, comandos e Quadrículas, Sectores, Agrupamentos, etc., foi da autoria de Costa Gomes, em 1958, então Secretário de Estado do Exército, homologado pelo Ministro da Defesa, coronel Santos Costa. Pelo conhecimento veiculado neste blogue, não foi objecto de alterações estruturais.
A guerrilha sabe e é eficiente em combater exércitos. Os exércitos não sabem e não são eficientes no combate às guerrilhas.
As narrativas da iminência da derrota das FA Portuguesas pelo PAIGC são manifestamente exageradas.

Anónimo disse...

“De vitória em vitória até à….derrota final!”

Um abraço
JBelo

Unknown disse...

A propósito deste post e da nova Directiva do Gen Bettencourt Rodrigues recordo que durante a operação realizada com o objectivo de desalojar ou pelo menos infligir danos ao IN implantado em UNAL, operação esta, já aqui referenciada em publicações anteriores, as ordens dadas pelo comandante da operação sediado em Buba eram para se prosseguir com o avanço em direcção ao objectivo, apesar da fadiga e cansaço sentidos depois de dois dias de marcha e duas noites no mato.
Após a cauda da coluna ter tido contacto com o IN e do tiroteio havido, a ordem era para prosseguir.
O capitão comandante no terreno entendeu (e bem) que não tínhamos condições de progressão decidindo regressar ao quartel apesar das ameaças disciplinares emitidas via rádio.
Este foi um sinal, das (só agora para mim), conhecidas directivas do novo Comandante Chefe.

Manuel Oliveira
Ex. Fur. Mil 1ª CCAÇ / BCAÇ 4513